José Águas, o Capitão dos Campeões

Avançado, (1930-11-09 - 2000-12-10),
Portugal
Equipa Principal: 13 épocas (1950-1963), 389 jogos (34830 minutos), 380 golos

Títulos: Campeonato Nacional (5), Taça de Portugal (7), Taça dos Campeões Europeus (2)

flavioslb


BC


hugo1904

Mais um trabalho de stencil muito bom :)

Na imagem, à direita, é visível o símbolo do Sport Lisboa, 1º símbolo do nosso clube.

sardao

Citação de: BC em 15 de Fevereiro de 2013, 15:55
Ai ai como isto está a ficar...



Ponham o pessoal que faz isto a decorar o estádio  :metal:

flavioslb

#260





Joaquim Ferreira Bogalho

Citação de: alfredo em 13 de Julho de 2006, 15:45
grande, mesmo grande... infelizmente para ele que uma equipa so constituida por 11 jogadores e o otto gloria (acho que foi ele) apostou no torres. bem, o torres tb foi um grande e por isso para o clube nao foi pior, mas como ele deixou o benfica foi triste...

Não foi o Otto Glória que preteriu o José Águas, mas, antes, o Fernando Riera.

Terá sido, porventura, o melhor ponta-de-lança da nossa história. Juntamente com Eusébio, Coluna e Rogério Carvalho, o jogador que mais tenho pena de não ter visto jogar ao vivo.


fyure

Bom spot publicitário da rtp agora: José Águas a levantar a Taça dos Campeões Europeus.


pcssousa

Belos gifs:

Já agora, aqui fica uma caricatura dos anos 50 do nosso capitão:







Zlatan

José Pinto Carvalho S. Águas. Luanda, Angola. 9 de Setembro de 1930-2000. Avançado.
Épocas no Benfica: 13 (50/63). Jogos: 379. Golos: 377. Títulos: 5 (Campeonato Nacional), 7 (Taça de Portugal) e 2 (Taça dos Campeões).
Outros clubes: Lusitano do Lobito e Rapid Viena. Internacionalizações: 25.




Nasceu em Luanda, mas cedo chegou ao Lobito. O pai, de nome Raul, por África diligenciava conforto para o clã Águas. Mais tarde, pouco mais, já viúva, a mãe, desfeita em preces, aos filhos pediu privações. Logo, José Águas, com apenas 15 anos, dactilógrafo se fez na Robert Hudson, empresa concessionário da Ford, que os tempos, esses, de suave nada tinham. Tornou-se jogador da equipa da firma. Instintos revelados, passou a representar o Lusitano do Lobito.

Nasceu benfiquista por influência paterna. Da então metrópole chegavam noticias de uma equipa que a Taça Latina havia ganho. Um poster, já amarelo de gasto, devotadamente colocado no quarto, inspirava o jovem, numa altura em que até nem se (re)via no meio daquelas estrelas, sobretudo Rogério e Julinho, para ele as mais cintilantes. Menos ainda cogitaria José Águas a hipótese de alguma vez defrontar semelhante naipe de campeões. Enganou-se.

Ainda o júbilo pela arrebatante vitória sobre o Bordéus animava as hostes do Benfica, já a equipa peregrinava por África. No Lobito, uma selecção local constituía um dos cartazes. Quando soube que havia sido seleccionado, José Águas sentiu um frémito e tardou a recompor-se. Custa até imaginar como ficou depois do jogo, que venceu por 3-1, com dois tentos da sua lavra, quando os dirigentes benfiquistas lhe pediram para passar no hotel, depois daquele feito perene, intrigante para Ted Smith, treinador inglês do Benfica.



O FC Porto, por telefone, depressa convidou José Águas para férias fazer na Invicta e... treinar-se na Constituição. "Amanhã respondo", terá dito e desligado de seguida. Só que o amanhã chamou-se mesmo Benfica e vezes sem conta olhou, sempre de soslaio, por timidez até na intimidade, a moldura que lhe dava vida ao quarto, onde só mais uma noite passou a sonhar com delicias garridas. Contrato rubricado e com os novos companheiros partiu à conquista de outras paragens africanas.

Chegou a Lisboa no dia 18 de Setembro de 1950. Na Tapadinha se estreou. Nunca tinha visto um campo relvado, botas de pitões também não. Com apenas um treino realizado, o debute nada teve de auspicioso. Empate a duas bolas com o Atlético, sem que os créditos de goleador fossem exibidos. Mas antes que as criticas subissem de tom, na ronda imediata, com o Sporting de Braga, no Campo Grande, quatro golos marcou, num invejável 8-2.

Pelo Benfica, José Águas viveu muitos anos em que a fábula e a realidade pareceram caminhar de mãos dadas. Cansou-se de vencer, de marcar, de contagiar. Foi ele, é ainda, a papoila mais saltitante do hino de Piçarra ou o melhor intérprete do jogo aéreo que o Benfica alguma vez teve. E Portugal também. É o segundo melhor marcador da história encarnada, depois de Eusébio. Só Eusébio, de resto, poderia relativizar José Águas. Mais ninguém!



Atravessou toda a década de 50 em sistemática laboração pelo golo. Fixou-se no topo dos marcadores em cinco ocasiões. Levantou, triunfante, na qualidade de capitão, as duas Taças dos Campeões, sendo mesmo o artilheiro-mor da primeira. Nos Nacionais, apontou mais golos (290) do que jogos efectuou (282). Já não esteve presente na terceira final europeia, por opção do chileno Fernando Riera. "Algum tempo depois, pediu-me desculpas por não me ter colocado a jogar. Disse-lhe que até ficaria satisfeito com os golos de Torres. Era a verdade, era a voz do meu coração de benfiquista, mas Fernando Riera parece não ter ficado muito convencido". Nem os adeptos com... Torres.

Pela equipa nacional, 11 golos marcou em 25 jogos. Apreciável registo, em tempos marcados ainda por um certo complexo de inferioridade, que não poucas vezes encolhia, amarfanhava mesmo, os nossos melhores atletas.

Ainda no apogeu, José Águas fez uma revelação surreal. Confessou que vestia o traje de futebolista com "o mesmo espírito com que o operário veste o fato-macaco", porque era assim que ganhava a vida, já que até "não gostava de jogar à bola". E se gostasse? Dele, sempre gostaram os benfiquistas, numa divida imorredoura de gratidão.


Tópico: Memorial Benfica, Glórias
Autor: Ednilson
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