Rui Vitória

Treinador, 54 anos,
Portugal
Equipa Principal: 4 épocas (2015-2019), 184 jogos (125 vitórias, 28 empates, 31 derrotas)

Títulos: Campeonato Nacional (3), Taça de Portugal (1), Supertaça (2), Taça da Liga (1)

Godescalco

Que o homem não inspira confiança nenhuma, já se sabe. Já se sabia mal o nome dele foi avançado como hipótese.

É esperar que consiga aguentar o barco.

SorcereR

Citação de: O Soberbo em 21 de Junho de 2015, 04:43
Foste ouvir o discurso e gostaste, mas não consegues compreender como é que há quem tenha ido ler o que ele escreveu (é discurso na mesma, mas num livro) e tenha ficado apreensivo.
Fizemos exactamente o mesmo e tirámos conclusões opostas. Tu ouviste o que ele diz e gostaste; eu li o que ele diz e não gostei. E não é porque não diz nada. É porque o discurso é vazio, que é diferente. Não dizer nada é estar calado. Escrever 130 páginas sem transmitir uma ideia é ser vendedor de banha da cobra.
A contracapa do livro promete: "Como se monta uma estratégia para vencer? Qual a táctica que permitirá derrotar o inimigo? Como se colocam as peças em campo para assegurar a vitória? Em "A Arte da Guerra Para Treinadores", Rui Vitória fornece pistas para levar a sua equipa ao triunfo. Da formação de uma equipa, à disputa de uma grande final, passando pelas etapas do treino e pela gestão do jogo, "A Arte de Guerra Para Treinadores" é um manual de estratégia aplicado ao desporto."
O problema é que, lá dentro, só se encontra conversa pseudo-científica sem significado, balelas motivacionais à Paulo Coelho e outras banalidades, um discurso que estou demasiado habituado a ouvir em charlatães de todas as profissões.

Gostei de ouvir que o Benfica vai ter mais bola. Não acho que vá ser horrível, mas também não tenho a certeza que será um treinador "top".

Não dizer nada, nem sempre é estar calado. Como tu dizes, andar 130 páginas a dizer balelas é basicamente dizer nada. É ter um livro para vender e encher com "palha". A contra capa provavelmente não foi ele que escreveu, nem sei se o livro é mesmo escrito por ele ou apenas deu o conteudo que queria.

A Topbooks tem uma data de "A arte da guerra para *".


Godescalco

O livro manda as chamadas red flags. Mas também, em abono da verdade, que eu saiba o RV nunca foi conhecido por ser um grande treinador ou um brilhante estratega em lado nenhum, nem um tipo com ideias claras e sedutoras de jogo. Se há algo a destacar nele enquanto treinador é a propensão para lançar jovens, e o conhecimento profundo que parece ter dos escalões de formação.

As vacuidades do livro do RV acabam por ser uma nota de rodapé neste momento. A prova dos nove é saber se vai conseguir operacionalizar no treino as suas ideias e meter a equipa a jogar à bola e a vencer títulos. E se vai aguentar mentalmente a pressão de estar cá, especialmente nos dias maus.

Lá para Dezembro já teremos todos uma ideia mais clara se estamos perante um vencedor nato ou um Carlos Queiroz encarnado.

Jonny-Venezuela

                Lima   Mitrovic
     
        Gaitan                    Salvio

                Fejsa  Samaris   

       Eliseu  Luisão   Jardel   Myke

                        JC


Segurar Gaitan pode fazer toda diferença!

O Soberbo

Citação de: Gottschalk em 20 de Junho de 2015, 20:59
Citação de: Francescoli em 20 de Junho de 2015, 20:53

Então tem de ter 3 anos de crédito para entregar o campeonato ao adversário, o Jesus tb teve.

O Jesus ganhou à primeira.

Foi sobretudo isso que lhe deu crédito para aguentar a seca posterior. Isso e o trabalho feito, visto que 2 desses 3 títulos perdidos foram disputados taco a taco com o Porto, sendo a arbitragem e a sorte factores determinantes em ambos.

O RV dificilmente sobreviverá a uma primeira época em branco, especialmente se ficar claramente atrás do Porto. Se ficar atrás do Sporting, é o próprio presidente que está em perigo.
Nem mais.
Nos 4 anos anteriores a JJ ficámos três vezes em terceiro e uma em quarto. Com JJ, o pior que fizemos foi 2º. Se voltarmos aos 3º e 4º lugares, a "estrutura" fica em muito maus lençóis.

Neste momento, tenho pena do Rui Vitória. Porque tenho muita facilidade em colocar-me na posição dele. Deve ser o sonho de uma vida. É do Benfica e vai treinar o Benfica. Apanha uma equipa bicampeã, com dinâmica de vitória, e se for campeão faz imediatamente história. É perfeito, melhor do que ele alguma vez imaginou. De repente... Olha, o lateral direito é capaz de se ir embora. E não é para o estrangeiro, é para o Porto. Ah, é verdade, o melhor marcador vai para a China. E esquece o outro avançado que formava com ele uma dupla excelente. China, também. E o Gaitan, claro. Inglaterra. Portanto, dos 4 da frente, sobra-te o Salvio. É aquele ali, com as muletas. Afinal não sobra ninguém. Bom, então boa sorte, sim?

O-Rível

O Carlos Queiroz, curiosamente, é autor de um manual técnico que é, discutivelmente, a base teórica de tudo o que foi feito em Portugal nos últimos 30 anos. As ideias que nós temos das pessoas são apenas isso: ideias. É perigoso que se parta de algo tão genérico para se construir a imagem de alguém, sobretudo quando não se sabe bem qual a ideia de quem o escreveu e de quem o editou.

Godescalco

Fui buscar o Carlos Queiroz somente porque é semelhante em termos da aposta nos jovens com o perfil do Rui Vitória. E porque é essencialmente um formador, não um ganhador.

Agora, admito perfeitamente que perceba mais de futebol em si do que o Rui Vitória.

O que só torna isto tudo mais negro.

izlek

Citação de: Jonny-Venezuela em 21 de Junho de 2015, 05:08
                Lima   Mitrovic
     
        Gaitan                    Salvio

                Fejsa  Samaris   

       Eliseu  Luisão   Jardel   Myke

                        JC


Segurar Gaitan pode fazer toda diferença!

ou muito me engano ou o 4-4-2 voou com o Jesus

O-Rível

Citação de: Gottschalk em 21 de Junho de 2015, 05:15
Fui buscar o Carlos Queiroz somente porque é semelhante em termos da aposta nos jovens com o perfil do Rui Vitória. E porque é essencialmente um formador, não um ganhador.

Agora, admito perfeitamente que perceba mais de futebol em si do que o Rui Vitória.

O que só torna isto tudo mais negro.

Certo. Eu queria era precisamente demonstrar que alguém que é conhecido por um conjunto de coisas, na realidade pode ter muitas mais camadas do que aquelas que o celebrizaram. O Rui Vitória construiu indirectamente uma imagem, não quer dizer que se limite a ela enquanto treinador. Vou esperar para ver como é que vai organizar a equipa, mas é demasiado precoce traçar um cenário negro - ou risonho - nesta altura. O que pode ser analisado é o seu percurso até agora, e esse, independentemente dos "mas", é francamente positivo. Bons trabalhos no Fátima e no Paços (onde jogava um futebol bem positivo), e um trabalho de muito mérito no Vitória, onde ganhou um título e ajudou a relançar o clube na luta por um lugar na Europa.

tsubasaslb

Citação de: JPSilva em 21 de Junho de 2015, 03:10
Citação de: tsubasaslb em 21 de Junho de 2015, 03:06
Com Jonas, Gaitan e talvez Lima de fora, acho que deixa de fazer sentido o que o RV disse na apresentação.

Por algum motivo toda a gente mandou uma gargalhada quando ele disse aquilo.

Depois da saída do JJ eu contava com um LFV mais calmo e que só ia permitir a saída do Gaitán. Quando ouvi o RV pensei que íamos ter o 4-4-2, pelo menos, no inicio. Agora com a saída de Jonas e talvez a de Lima..."o que está bem feito" já não vale de nada e vamos ser, claramente o 3º candidato ao título. 

Esbutenado

JJ ganhou na primeira época com um plantel recheado de jogadores excelentes, tirando o frangueiro do Quim.
Se LFV der ao RV um plantel semelhante e eventualmente não ganharmos, então sim poderemos criticar. Por enquanto isso ainda é uma incógnita, há que esperar até vermos mais definição nas entradas e saídas.
Uma coisa é mantermos Maxi, Gaitan e Jonas, e acrescentarmos Coentrão, Ramires e Mitrovic.
Outra coisa é sairem Maxi, Gaitan e Jonas, e acrescentarmos Marçal, Diego Lopes e Hassan.

Soundwave

Citação de: Taliscão em 20 de Junho de 2015, 21:00
Citação de: lonstrup em 20 de Junho de 2015, 20:57
Obviamente que Vitoria necessita de tempo para mostrar trabalho.

Era essa lição que eu esperava que o Benfica , na pessoa do Presidente, tivesse aprendido.

E pelo menos dois anos tem de ter.
Que tempo?
Se não formos campeões, que venha outro treinador. Eu concebo o Benfica dessa forma.
Concebias o Benfica assim entre 2011 e 2013?

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Soundwave



Citação de: O Soberbo em 21 de Junho de 2015, 01:56
Confesso que fiquei um pouco apreensivo quando foi anunciado que o Rui Vitória era o treinador. Mas depois fui ler o livro dele ("A arte da guerra para treinadores") e neste momento estou mesmo muito apreensivo. O livro assusta um bocadinho por duas razões.

Primeira: a quantidade de trivialidades e "banha da cobra". Rui Vitória é um especialista em notar evidências. Frases que atravessam todo o livro, tais como "se exijo o máximo, tenho de ser o primeiro a dar o máximo", "é importante ter sempre presente a capacidade de antecipar os cenários", "o critério, quando o treinador forma a sua equipa deverá ser sempre o mesmo, a qualidade", "para ganhar um jogo é preciso marcar golos", ou "sobretudo num jogo difícil, é necessário que os jogadores que têm a capacidade de decidir jogos apareçam", são de uma banalidade confrangedora. Não me lembro de alguém ter alguma vez defendido, por exemplo, que basta dar o mínimo quando se quer exigir o máximo. Ou que não é minimamente importante tentar antecipar cenários. Ou que o que interessa numa equipa não é a qualidade mas, por exemplo, a cor dos olhos dos jogadores. E parece-me que até a minha mãe sabe que "para ganhar um jogo é preciso marcar golos".

Segunda (e ainda pior): de todos os livros sobre futebol que eu li, este deve ser aquele em que se fala menos de futebol. O capítulo dedicado à final da taça ganha ao Benfica é disso um óptimo exemplo. Vitória fala de tudo menos de tácticas, modelo de jogo, estratégias para controlar o adversário, etc. Entretém-se a dizer que mandou parar o autocarro na bomba de gasolina para deixar dispersar os adeptos do Benfica, que fez um vídeo muito bonito com testemunhos dos familiares dos jogadores para os motivar... Sobre o jogo propriamente dito, rigorosamente nada. Como parar a dinâmica ofensiva do Benfica? Não diz. Que estratégia usar para desorganizar o sistema defensivo do adversário? Nada sobre isso. Quais eram os pontos fracos da outra equipa e como explorá-los? Sabe-se lá. E, de facto, ninguém esperaria que ele escrevesse uns parágrafos sobre teoria da retranca, ou acerca do que fazer enquanto se aguarda que o Artur dê uma rosca num pontapé para a frente e a bola vá parar a um jogador do Guimarães.

Espero, sinceramente, que ele tenha mais e melhores ideias, além das que vêm escritas neste desinteressantíssimo livro.

Ora... É isto o que penso.

Até o título do livro é de uma parvoíce que dá vergonha alheia. É o tipo de coisa que seria motivo para dar gozo se fosse num rival.

NSC

No fundo, creio que estamos todos apreensivos.

Apesar dos atropelos linguísticos e atitudes pouco urbanas de JJ, sabemos que estava ali um treinador de futebol.

De Vitória nada se sabe, excepto que é um treinador

1) pragmático: adoptou ideia, modelo e sistema de jogo em função das realidades que encontrou.

2) educado: como se percebe facilmente.

3) líder: dito por muita gente que com ele trabalhou.

4) instruído: tem a obrigação de o ser.

5) cumpridor: atingiu quase sempre os objectivos que lhe foram pedidos e subiu sempre na carreira.

Resta saber se temos ali alguém capaz de manter o Benfica no rumo vitorioso. Se chega ou se estaremos perante mais um exemplo do Princípio de Peter.

Parece faltar ali chama, uma centelha de genialidade e loucura que é comum aos grandes treinadores. O Vitória é um tipo comum, que podia muito bem ser o vizinho de qualquer um de nós. E ter o nosso vizinho como treinador do Benfica pode ser preocupante.

Esperemos para ver pois é a única coisa que podemos fazer.

O-Rível

Se os adversários quiserem gozar connosco, creio que mais depressa pegariam em algumas citações cheias de bota-abaixismo que pairam neste tópico, do que no título do livro do Rui. Talvez não devêssemos alimentar essa situação com o constante chorrilho de disparates e de profecias apocalípticas do costume. Talvez.