Eleições 2020

Scorpion8

Citação de: MiguelPalma92 em 24 de Maio de 2020, 15:41
só deixar isto aqui


CitaçãoFoi cancelada graças ao Veiga porque o Vieira já tinha dado o sim.

Túnel do tempo: O estrondoso falhanço da operação Simão Sabrosa/Liverpool

O site maisfutebol.pt acaba de publicar a versão de Simão Sabrosa sobre a sua gorada transferência para o Liverpool no fecho do mercado de 2005. Como estive diretamente envolvido na operação, vou complementar a história.

Eram as 8 de uma ensolarada manhã de agosto quando fui acordado pelo telefone. Na outra ponta estava Rafa Benitez, recém nomeado manager do Liverpool, com uma ideia de mercado não muito clara.

Convem esclarecer antes de mais que Rafa e eu tínhamos uma relação  profissional que nascera no mundial France 98, quando ele contratou para o Extremadura o central camaronês Raymond Kalla, por mim representado. Relação que acabou por se transformar em amizade, tantas as vezes o fui visitar durante o seu consulado no pequeno clube aqui ao lado da fronteira.

Benitez apresentou-me duas opções: Quaresma, que estava no FC Porto mas não era tão titular assim, e Simão Sabrosa, absoluto naquele Benfica de Ronald Koeman. E deu-me a incumbência de trazer um dos dois.

Minha penetração no mercado português era zero. Após reflexão, resolvi pedir socorro ao Jorge Baidek que, pela sua amizade com Pinto da Costa, tinha trânsito livre no FCPorto. Meio desconfiado pelo tamanho da empreitada, Baidekão no entanto aceitou entrar na parada. E desde logo a primeira surpresa: PdC foi curto e grosso, considerou Quaresma intransferível e a abordagem não passou das dez da manhã.

A 48 horas do fecho do mercado, Simão Sabrosa tornou-se o foco. Com um problema inicial, aparentemente incontornável: Simão era ídolo e José Veiga, ex-patrão de Baidek, era o todo poderoso diretor geral do SLB. Concluímos que se ele viesse a tomar conhecimento da operação, iria absolutamente abortá-la na raiz. A solução era falar diretamente com Luis Filipe Vieira e para tal ativamos o jornalista João Diogo, cuja filha estava então casada com o jogador.

O João é uma figura incontornável no futebol português e, em particular,  no benfiquismo – e tinha a linha direta com LFV. O presidente atendeu a ligação, disse que estava no Algarve e – SURPRESA! -  não se opunha à venda do Simão. Marcou encontro no hotel Marriott, onde fez uma coisa que jamais vi na minha carreira de agente, e que demonstrava a confança absoluta que tinha no João:
'Amigo, tenho de ir fazer de uma escritura de uns terrenos que comprei e não tenho tempo para tratar deste assunto. Deixo-te aqui dois papeis timbrados em branco e assinados, vejam lá o que escrevem. Já sabem o que o Benfica quer'.

Transcrevi religiosamente no papel que o SL Benfica aceitava a venda por 15 milhões de euros - pagos em três prestações - e encaminhei para o Rafa. Vieira aceitou a contragosto pagar 5% de comissão ao Baidek, a minha estava coberta pelo Liverpool.
Mais cedo, o diretor executivo Rick Parry tinha-me mandado um fax com a proposta oficial do Liverpool: 11milhões cash ou 10 milhões + 7 em objetivos. E que o advogado do clube estava a caminho.

Às 19 horas do dia de 30 de agosto 2005 tudo parecia bem encaminhado, Simão Sabrosa era virtualmente jogador do Liverpool. Felipão autorizou a sua saída da concentração da seleção e o jogador juntou-se a nós no escritório do Baidek.

Mas a vaidade é uma merda.

Baidek quis aparecer como o pai da criança, desrespeitou o acordo de omertà e cometeu um erro fatal – vazou a informação para um jornalista de A Bola, que foi checar com o Veiga. Este entrou em parafuso por ter levado uma bola nas costas e ativou todo o seu poder institucional para barrar a operação.
Luis Filipe Vieira reapareceu, irritadíssimo com o vazamento, já que ele havia decidido bancar sozinho a responsabilidade da venda. O zumzumzum começou a correr, o advogado desembarcou de Madrid para informar que o Liverpool preferia pagar os 15 milhões cash, já que o clube não iria conseguir garantias bancárias para atender a exigência do SLB.
Mas o mal estava feito e LFV recuou. Disse que tinha que obter quatro assinaturas – a sua, a do seu fiel escudeiro Domigos Soares Oliveira, a de Rui Cunha, que apareceu bêbado, e a da Teresa Claudino. Saíu dizendo que ia a casa desta buscar a sua assinatura, mas nunca mais apareceu.

Quem não desistiu fomos nós. Decidimos peitar e Baikek alugou um jatinho. Iríamos para Liverpool e de lá tudo trataríamos no último dia de mercado.
E aí cometemos o segundo erro, para mim o maior da minha vida profissional.
Em vez de ir a Tires embarcar discretamente no voo fretado, Baidek pediu que o avião viesse para a Portela de Sacavém, a dois passos do seu escritório. Quando chegamos ao aeroporto, ele foi espreitar no saguão para ver se havia imprensa. Voltou assustado: camarógrafos por todo lado.

Simão não quis arriscar passar por esse 'corredor da morte'.

Voltamos para o escritório e a operação abortou. Só sobrou a conta do voo não executado: 10.000 euros.
tratar da transferência do jogador mais importante do inicio do século, nem pensar...

tratar duns terrenos que tinha comprado, isso sim era importante

desde sempre a cagar se para o BENFICA

Playah

Isto de YoungNetwork, outras empresas do estilo, não tem nada.

É simplesmente inflitrados e trolls com liberdade total para andar aqui a gozar.

RP89

Não quero acreditar que haja gente tão sem vida que se dêem ao trabalho de fazer isto de graça.

R3nas

Citação de: RP89 em 24 de Maio de 2020, 15:52
Não quero acreditar que haja gente tão sem vida que se dêem ao trabalho de fazer isto de graça.

Se o Benfica paga não é de graça. Digo eu...

ROBINHO

Citação de: Scorpion8 em 24 de Maio de 2020, 15:49
Citação de: MiguelPalma92 em 24 de Maio de 2020, 15:41
só deixar isto aqui


CitaçãoFoi cancelada graças ao Veiga porque o Vieira já tinha dado o sim.

Túnel do tempo: O estrondoso falhanço da operação Simão Sabrosa/Liverpool

O site maisfutebol.pt acaba de publicar a versão de Simão Sabrosa sobre a sua gorada transferência para o Liverpool no fecho do mercado de 2005. Como estive diretamente envolvido na operação, vou complementar a história.

Eram as 8 de uma ensolarada manhã de agosto quando fui acordado pelo telefone. Na outra ponta estava Rafa Benitez, recém nomeado manager do Liverpool, com uma ideia de mercado não muito clara.

Convem esclarecer antes de mais que Rafa e eu tínhamos uma relação  profissional que nascera no mundial France 98, quando ele contratou para o Extremadura o central camaronês Raymond Kalla, por mim representado. Relação que acabou por se transformar em amizade, tantas as vezes o fui visitar durante o seu consulado no pequeno clube aqui ao lado da fronteira.

Benitez apresentou-me duas opções: Quaresma, que estava no FC Porto mas não era tão titular assim, e Simão Sabrosa, absoluto naquele Benfica de Ronald Koeman. E deu-me a incumbência de trazer um dos dois.

Minha penetração no mercado português era zero. Após reflexão, resolvi pedir socorro ao Jorge Baidek que, pela sua amizade com Pinto da Costa, tinha trânsito livre no FCPorto. Meio desconfiado pelo tamanho da empreitada, Baidekão no entanto aceitou entrar na parada. E desde logo a primeira surpresa: PdC foi curto e grosso, considerou Quaresma intransferível e a abordagem não passou das dez da manhã.

A 48 horas do fecho do mercado, Simão Sabrosa tornou-se o foco. Com um problema inicial, aparentemente incontornável: Simão era ídolo e José Veiga, ex-patrão de Baidek, era o todo poderoso diretor geral do SLB. Concluímos que se ele viesse a tomar conhecimento da operação, iria absolutamente abortá-la na raiz. A solução era falar diretamente com Luis Filipe Vieira e para tal ativamos o jornalista João Diogo, cuja filha estava então casada com o jogador.

O João é uma figura incontornável no futebol português e, em particular,  no benfiquismo – e tinha a linha direta com LFV. O presidente atendeu a ligação, disse que estava no Algarve e – SURPRESA! -  não se opunha à venda do Simão. Marcou encontro no hotel Marriott, onde fez uma coisa que jamais vi na minha carreira de agente, e que demonstrava a confança absoluta que tinha no João:
'Amigo, tenho de ir fazer de uma escritura de uns terrenos que comprei e não tenho tempo para tratar deste assunto. Deixo-te aqui dois papeis timbrados em branco e assinados, vejam lá o que escrevem. Já sabem o que o Benfica quer'.

Transcrevi religiosamente no papel que o SL Benfica aceitava a venda por 15 milhões de euros - pagos em três prestações - e encaminhei para o Rafa. Vieira aceitou a contragosto pagar 5% de comissão ao Baidek, a minha estava coberta pelo Liverpool.
Mais cedo, o diretor executivo Rick Parry tinha-me mandado um fax com a proposta oficial do Liverpool: 11milhões cash ou 10 milhões + 7 em objetivos. E que o advogado do clube estava a caminho.

Às 19 horas do dia de 30 de agosto 2005 tudo parecia bem encaminhado, Simão Sabrosa era virtualmente jogador do Liverpool. Felipão autorizou a sua saída da concentração da seleção e o jogador juntou-se a nós no escritório do Baidek.

Mas a vaidade é uma merda.

Baidek quis aparecer como o pai da criança, desrespeitou o acordo de omertà e cometeu um erro fatal – vazou a informação para um jornalista de A Bola, que foi checar com o Veiga. Este entrou em parafuso por ter levado uma bola nas costas e ativou todo o seu poder institucional para barrar a operação.
Luis Filipe Vieira reapareceu, irritadíssimo com o vazamento, já que ele havia decidido bancar sozinho a responsabilidade da venda. O zumzumzum começou a correr, o advogado desembarcou de Madrid para informar que o Liverpool preferia pagar os 15 milhões cash, já que o clube não iria conseguir garantias bancárias para atender a exigência do SLB.
Mas o mal estava feito e LFV recuou. Disse que tinha que obter quatro assinaturas – a sua, a do seu fiel escudeiro Domigos Soares Oliveira, a de Rui Cunha, que apareceu bêbado, e a da Teresa Claudino. Saíu dizendo que ia a casa desta buscar a sua assinatura, mas nunca mais apareceu.

Quem não desistiu fomos nós. Decidimos peitar e Baikek alugou um jatinho. Iríamos para Liverpool e de lá tudo trataríamos no último dia de mercado.
E aí cometemos o segundo erro, para mim o maior da minha vida profissional.
Em vez de ir a Tires embarcar discretamente no voo fretado, Baidek pediu que o avião viesse para a Portela de Sacavém, a dois passos do seu escritório. Quando chegamos ao aeroporto, ele foi espreitar no saguão para ver se havia imprensa. Voltou assustado: camarógrafos por todo lado.

Simão não quis arriscar passar por esse 'corredor da morte'.

Voltamos para o escritório e a operação abortou. Só sobrou a conta do voo não executado: 10.000 euros.
tratar da transferência do jogador mais importante do inicio do século, nem pensar...

tratar duns terrenos que tinha comprado, isso sim era importante

desde sempre a cagar se para o BENFICA
É inacreditável como aceita vender o Simão por uns míseros trocos, vende tudo o que seja jogador é incapaz de rejeitar qualquer proposta que apareça pelos nossos melhores jogadores..


Farto deste sabotador

Kaká

Citação de: Yohan em 24 de Maio de 2020, 15:23
Não me consta que LFV esteja insolvente, bem pelo contrário.

Já que vejo que há quem esteja preocupado com a fortuna pessoal  de LFV, considero adequado uma revisão estatutária que determine que qualquer candidatura presidencial deva apresentar garantias bancárias  no valor do orçamento anual do clube, para cobrir resultados líquidos negativos durante o mandato.


https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/banca---financas/detalhe/expresso-novo-banco-reestrutura-divida-de-luis-filipe-vieira

O presidente do Sport Lisboa e Benfica era um dos maiores devedores do Banco Espírito Santo (BES), relembra o semanário. As dívidas rondam os 400 milhões de euros.

xiribiti

Citação de: paulomaia1972 em 24 de Maio de 2020, 15:35
Citação de: Joseph36 em 24 de Maio de 2020, 15:31
Citação de: Yohan em 24 de Maio de 2020, 15:23
Não me consta que LFV esteja insolvente, bem pelo contrário.

Já que vejo que há quem esteja preocupado com a fortuna pessoal  de LFV, considero adequado uma revisão estatutária que determine que qualquer candidatura presidencial deva apresentar garantias bancárias  no valor do orçamento anual do clube, para cobrir resultados líquidos negativos durante o mandato.

Nem o clube está insolvente. Nunca esteve tão bem financeiramente como está agora.
mais um que pensa que o clube nasceu nos anos 90.

2003

Kaká

Citação de: Joseph36 em 24 de Maio de 2020, 15:02
Citação de: Kaká em 24 de Maio de 2020, 14:33
Citação de: Joseph36 em 23 de Maio de 2020, 20:23
Citação de: Yohan em 23 de Maio de 2020, 19:39
Se RGS tivesse experiência empresarial talvez pudesse apresentar ideias próprias estruturadas para aumentar a sustentabilidade global do Benfica, com medidas concretas para  o futebol profissional e cada uma das modalidades em particular.

Rui Gomes da Silva não faz a mínima ideia do que é gerir seja o que for.

Estamos a discutir um sujeito que nem arçabouço teve para defender o Sport Lisboa e Benfica num programa de segunda-feira à noite. Achar que isto pode sequer sonhar em chegar à presidência do clube é de loucos.


Isto chega a uma altura que não sei se são regens, bots, ou pessoal desinformado.

RGS não defende o Benfica num programa, LFV não debate há não sei quantos anos. Só lê papeis.


"nunca geriu nada"

Ministro dos Assuntos Parlamentares (XVI Governo Constitucional – 2004).
Ministro-Adjunto do Primeiro-Ministro (XVI Governo Constitucional – 2004/2005).
Deputado à Assembleia da República, na V (1987/1991), VI (1991/1995), VII (1998), VIII (1999/2002), IX (2002/2004) e X (2005/2009) Legislaturas.
Membro da Assembleia Parlamentar da NATO (1991/1995, 1999/2002, 2002/2004 e 2005/2009) e Presidente (2002/2004) e Vice-Presidente (2005/2009) da respetiva Delegação Portuguesa, eleito pela Assembleia da República.
Vice-Presidente do PPD/PSD - Partido Social Democrata (2007-2008).
Membro do Conselho Superior do Ministério Público (1994/1999), eleito pela Assembleia da República.
Membro da Assembleia Municipal de Lisboa (1990/1994 e 2002/2005).
Membro da Assembleia Municipal de Cascais (1998/2002).
Membro do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (1993).
Chefe de Gabinete do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros (1985/1987).
Administrador da Mútua dos Pescadores (1984).
Docente Universitário.
Auditor do Instituto de Defesa Nacional (Curso de Defesa Nacional - 1987).
Auditor do Georgetown Leadership Seminar, na Universidade de Georgetown, em Washington DC (2001).
Membro de órgãos nacionais do PPD/PSD (1979/2009).
Administrador da Sport Lisboa e Benfica-Futebol, SAD (2009/2012).

E há ainda a gestão que ele teve em empresas privadas...


A gestão do LFV é:
Obriverca
Cimovenda
Ediverca
Fipar
Promovalor
Alverca SAD

Todas falidas.


Mas gosto especialmente destas:
Imobase - Empreendimentos imobiliarios LDA;
Sina - Património Imobiliário Lda;
Fipar - Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A.;
Cimovenda - Construção e Venda de Imóveis, LDA.

Estas apresentam a particularidade de estarem falidas, e partilharem para além dos mesmos administradores, as mesmas moradas, fax e números de telefone.

Currículo muito interessante.

Já agora, Rui Gomes da Silva é candidato a Presidente do Sport Lisboa e Benfica ou é candidato a Primeiro Ministro?

É que, por aquilo que me apresenta nesse texto, parece-me ter um perfil indicado para político. Já para dirigir um clube de futebol vejo aí pouco, para não dizer nada.

Já o teu Presidente a experiência que tem de futebol é a de falir um clube como o Alverca.

Essa espinha em forma de gelatina. Espero que sejas pago por este trollanço. Porque fazer coisas de borla, pelas quais não se acredita é o nível minimo de dignidade.

xiribiti

Citação de: RP89 em 24 de Maio de 2020, 15:48
Foda-se, a Young Network anda aí em força. Agora é à cara podre mesmo.

Eu gostava era de saber se fazem isto em teletrabalho, ou se há algum edifício onde os meteram todos.

E faz/fazem login/logout/login/logout?

Scorpion8

Citação de: ROBINHO em 24 de Maio de 2020, 16:01
Citação de: Scorpion8 em 24 de Maio de 2020, 15:49
Citação de: MiguelPalma92 em 24 de Maio de 2020, 15:41
só deixar isto aqui


CitaçãoFoi cancelada graças ao Veiga porque o Vieira já tinha dado o sim.

Túnel do tempo: O estrondoso falhanço da operação Simão Sabrosa/Liverpool

O site maisfutebol.pt acaba de publicar a versão de Simão Sabrosa sobre a sua gorada transferência para o Liverpool no fecho do mercado de 2005. Como estive diretamente envolvido na operação, vou complementar a história.

Eram as 8 de uma ensolarada manhã de agosto quando fui acordado pelo telefone. Na outra ponta estava Rafa Benitez, recém nomeado manager do Liverpool, com uma ideia de mercado não muito clara.

Convem esclarecer antes de mais que Rafa e eu tínhamos uma relação  profissional que nascera no mundial France 98, quando ele contratou para o Extremadura o central camaronês Raymond Kalla, por mim representado. Relação que acabou por se transformar em amizade, tantas as vezes o fui visitar durante o seu consulado no pequeno clube aqui ao lado da fronteira.

Benitez apresentou-me duas opções: Quaresma, que estava no FC Porto mas não era tão titular assim, e Simão Sabrosa, absoluto naquele Benfica de Ronald Koeman. E deu-me a incumbência de trazer um dos dois.

Minha penetração no mercado português era zero. Após reflexão, resolvi pedir socorro ao Jorge Baidek que, pela sua amizade com Pinto da Costa, tinha trânsito livre no FCPorto. Meio desconfiado pelo tamanho da empreitada, Baidekão no entanto aceitou entrar na parada. E desde logo a primeira surpresa: PdC foi curto e grosso, considerou Quaresma intransferível e a abordagem não passou das dez da manhã.

A 48 horas do fecho do mercado, Simão Sabrosa tornou-se o foco. Com um problema inicial, aparentemente incontornável: Simão era ídolo e José Veiga, ex-patrão de Baidek, era o todo poderoso diretor geral do SLB. Concluímos que se ele viesse a tomar conhecimento da operação, iria absolutamente abortá-la na raiz. A solução era falar diretamente com Luis Filipe Vieira e para tal ativamos o jornalista João Diogo, cuja filha estava então casada com o jogador.

O João é uma figura incontornável no futebol português e, em particular,  no benfiquismo – e tinha a linha direta com LFV. O presidente atendeu a ligação, disse que estava no Algarve e – SURPRESA! -  não se opunha à venda do Simão. Marcou encontro no hotel Marriott, onde fez uma coisa que jamais vi na minha carreira de agente, e que demonstrava a confança absoluta que tinha no João:
'Amigo, tenho de ir fazer de uma escritura de uns terrenos que comprei e não tenho tempo para tratar deste assunto. Deixo-te aqui dois papeis timbrados em branco e assinados, vejam lá o que escrevem. Já sabem o que o Benfica quer'.

Transcrevi religiosamente no papel que o SL Benfica aceitava a venda por 15 milhões de euros - pagos em três prestações - e encaminhei para o Rafa. Vieira aceitou a contragosto pagar 5% de comissão ao Baidek, a minha estava coberta pelo Liverpool.
Mais cedo, o diretor executivo Rick Parry tinha-me mandado um fax com a proposta oficial do Liverpool: 11milhões cash ou 10 milhões + 7 em objetivos. E que o advogado do clube estava a caminho.

Às 19 horas do dia de 30 de agosto 2005 tudo parecia bem encaminhado, Simão Sabrosa era virtualmente jogador do Liverpool. Felipão autorizou a sua saída da concentração da seleção e o jogador juntou-se a nós no escritório do Baidek.

Mas a vaidade é uma merda.

Baidek quis aparecer como o pai da criança, desrespeitou o acordo de omertà e cometeu um erro fatal – vazou a informação para um jornalista de A Bola, que foi checar com o Veiga. Este entrou em parafuso por ter levado uma bola nas costas e ativou todo o seu poder institucional para barrar a operação.
Luis Filipe Vieira reapareceu, irritadíssimo com o vazamento, já que ele havia decidido bancar sozinho a responsabilidade da venda. O zumzumzum começou a correr, o advogado desembarcou de Madrid para informar que o Liverpool preferia pagar os 15 milhões cash, já que o clube não iria conseguir garantias bancárias para atender a exigência do SLB.
Mas o mal estava feito e LFV recuou. Disse que tinha que obter quatro assinaturas – a sua, a do seu fiel escudeiro Domigos Soares Oliveira, a de Rui Cunha, que apareceu bêbado, e a da Teresa Claudino. Saíu dizendo que ia a casa desta buscar a sua assinatura, mas nunca mais apareceu.

Quem não desistiu fomos nós. Decidimos peitar e Baikek alugou um jatinho. Iríamos para Liverpool e de lá tudo trataríamos no último dia de mercado.
E aí cometemos o segundo erro, para mim o maior da minha vida profissional.
Em vez de ir a Tires embarcar discretamente no voo fretado, Baidek pediu que o avião viesse para a Portela de Sacavém, a dois passos do seu escritório. Quando chegamos ao aeroporto, ele foi espreitar no saguão para ver se havia imprensa. Voltou assustado: camarógrafos por todo lado.

Simão não quis arriscar passar por esse 'corredor da morte'.

Voltamos para o escritório e a operação abortou. Só sobrou a conta do voo não executado: 10.000 euros.
tratar da transferência do jogador mais importante do inicio do século, nem pensar...

tratar duns terrenos que tinha comprado, isso sim era importante

desde sempre a cagar se para o BENFICA
É inacreditável como aceita vender o Simão por uns míseros trocos, vende tudo o que seja jogador é incapaz de rejeitar qualquer proposta que apareça pelos nossos melhores jogadores..


Farto deste sabotador
independentemente dos valores, é incrível como a possível venda do Simão é secundário comparado com a merda de uns terrenos

Yohan

Realmente RGS tem o CV de político, cujas decisões de baseiam na análise de assessores e chefes de gabinetes, plenos de burocracia aliás...

Harlem

Vejo algumas opções:

Gente paga pela actual direção

Gente que venera LFV e não tem mais nada para fazer (apostaria em reformados)

Gente que gosta de trollar e ter discussões na internet

El Tacuara

Num fórum que tem users que desmascaram a incompetência e má gestão (para não dizer ilícitos) desta direcção, diariamente, há anos e com provas, haver pessoal que vem fazer guerrilha a favor do Vieira, sem qq tipo se argumento, são o quê?

Adeptos do Benfica é que não são.

Como diz o outro "É fazer as contas..."

Zetuga

Citação de: Scorpion8 em 24 de Maio de 2020, 16:14
Citação de: ROBINHO em 24 de Maio de 2020, 16:01
Citação de: Scorpion8 em 24 de Maio de 2020, 15:49
Citação de: MiguelPalma92 em 24 de Maio de 2020, 15:41
só deixar isto aqui


CitaçãoFoi cancelada graças ao Veiga porque o Vieira já tinha dado o sim.

Túnel do tempo: O estrondoso falhanço da operação Simão Sabrosa/Liverpool

O site maisfutebol.pt acaba de publicar a versão de Simão Sabrosa sobre a sua gorada transferência para o Liverpool no fecho do mercado de 2005. Como estive diretamente envolvido na operação, vou complementar a história.

Eram as 8 de uma ensolarada manhã de agosto quando fui acordado pelo telefone. Na outra ponta estava Rafa Benitez, recém nomeado manager do Liverpool, com uma ideia de mercado não muito clara.

Convem esclarecer antes de mais que Rafa e eu tínhamos uma relação  profissional que nascera no mundial France 98, quando ele contratou para o Extremadura o central camaronês Raymond Kalla, por mim representado. Relação que acabou por se transformar em amizade, tantas as vezes o fui visitar durante o seu consulado no pequeno clube aqui ao lado da fronteira.

Benitez apresentou-me duas opções: Quaresma, que estava no FC Porto mas não era tão titular assim, e Simão Sabrosa, absoluto naquele Benfica de Ronald Koeman. E deu-me a incumbência de trazer um dos dois.

Minha penetração no mercado português era zero. Após reflexão, resolvi pedir socorro ao Jorge Baidek que, pela sua amizade com Pinto da Costa, tinha trânsito livre no FCPorto. Meio desconfiado pelo tamanho da empreitada, Baidekão no entanto aceitou entrar na parada. E desde logo a primeira surpresa: PdC foi curto e grosso, considerou Quaresma intransferível e a abordagem não passou das dez da manhã.

A 48 horas do fecho do mercado, Simão Sabrosa tornou-se o foco. Com um problema inicial, aparentemente incontornável: Simão era ídolo e José Veiga, ex-patrão de Baidek, era o todo poderoso diretor geral do SLB. Concluímos que se ele viesse a tomar conhecimento da operação, iria absolutamente abortá-la na raiz. A solução era falar diretamente com Luis Filipe Vieira e para tal ativamos o jornalista João Diogo, cuja filha estava então casada com o jogador.

O João é uma figura incontornável no futebol português e, em particular,  no benfiquismo – e tinha a linha direta com LFV. O presidente atendeu a ligação, disse que estava no Algarve e – SURPRESA! -  não se opunha à venda do Simão. Marcou encontro no hotel Marriott, onde fez uma coisa que jamais vi na minha carreira de agente, e que demonstrava a confança absoluta que tinha no João:
'Amigo, tenho de ir fazer de uma escritura de uns terrenos que comprei e não tenho tempo para tratar deste assunto. Deixo-te aqui dois papeis timbrados em branco e assinados, vejam lá o que escrevem. Já sabem o que o Benfica quer'.

Transcrevi religiosamente no papel que o SL Benfica aceitava a venda por 15 milhões de euros - pagos em três prestações - e encaminhei para o Rafa. Vieira aceitou a contragosto pagar 5% de comissão ao Baidek, a minha estava coberta pelo Liverpool.
Mais cedo, o diretor executivo Rick Parry tinha-me mandado um fax com a proposta oficial do Liverpool: 11milhões cash ou 10 milhões + 7 em objetivos. E que o advogado do clube estava a caminho.

Às 19 horas do dia de 30 de agosto 2005 tudo parecia bem encaminhado, Simão Sabrosa era virtualmente jogador do Liverpool. Felipão autorizou a sua saída da concentração da seleção e o jogador juntou-se a nós no escritório do Baidek.

Mas a vaidade é uma merda.

Baidek quis aparecer como o pai da criança, desrespeitou o acordo de omertà e cometeu um erro fatal – vazou a informação para um jornalista de A Bola, que foi checar com o Veiga. Este entrou em parafuso por ter levado uma bola nas costas e ativou todo o seu poder institucional para barrar a operação.
Luis Filipe Vieira reapareceu, irritadíssimo com o vazamento, já que ele havia decidido bancar sozinho a responsabilidade da venda. O zumzumzum começou a correr, o advogado desembarcou de Madrid para informar que o Liverpool preferia pagar os 15 milhões cash, já que o clube não iria conseguir garantias bancárias para atender a exigência do SLB.
Mas o mal estava feito e LFV recuou. Disse que tinha que obter quatro assinaturas – a sua, a do seu fiel escudeiro Domigos Soares Oliveira, a de Rui Cunha, que apareceu bêbado, e a da Teresa Claudino. Saíu dizendo que ia a casa desta buscar a sua assinatura, mas nunca mais apareceu.

Quem não desistiu fomos nós. Decidimos peitar e Baikek alugou um jatinho. Iríamos para Liverpool e de lá tudo trataríamos no último dia de mercado.
E aí cometemos o segundo erro, para mim o maior da minha vida profissional.
Em vez de ir a Tires embarcar discretamente no voo fretado, Baidek pediu que o avião viesse para a Portela de Sacavém, a dois passos do seu escritório. Quando chegamos ao aeroporto, ele foi espreitar no saguão para ver se havia imprensa. Voltou assustado: camarógrafos por todo lado.

Simão não quis arriscar passar por esse 'corredor da morte'.

Voltamos para o escritório e a operação abortou. Só sobrou a conta do voo não executado: 10.000 euros.
tratar da transferência do jogador mais importante do inicio do século, nem pensar...

tratar duns terrenos que tinha comprado, isso sim era importante

desde sempre a cagar se para o BENFICA
É inacreditável como aceita vender o Simão por uns míseros trocos, vende tudo o que seja jogador é incapaz de rejeitar qualquer proposta que apareça pelos nossos melhores jogadores..


Farto deste sabotador
independentemente dos valores, é incrível como a possível venda do Simão é secundário comparado com a merda de uns terrenos

Mas esta história parece muito mal contada... diz q o Benitez tinha acabado de chegar ao Liverpool e o Simao era figura do Benfica de Koeman. Segundo o Simao, isto aconteceu no verao apos o Liverpool ser campeao europeu. Ou seja, ja o Benitez treinava o Liverpool ha um ano e o Koeman, esse sim, tinha acabado de chegar ao Benfica. O proprio Simao disse que o Vieira esteve a noite toda a negociar e que recuou por causa dos adeptos.

Nao sou defensor do LFV, cruzes credo, mas a história do Baidek tb nao bate certo.

El Tacuara

Acrescento, a figura que têm que fazer em defesa do Luis, não me acredito que seja gratuito.

É demasiado humilhante.