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"Criar um legado no ano do centenário"
Vindo da Nova Zelândia, nação onde a modalidade tem enorme tradição, o treinador do Benfica está a mudar a mentalidade dos jogadores. Encantado com as condições proporcionadas pelo Clube, Travis Church quer devolver a glória à equipa de râguebi encarnada, que procura o título nacional desde 2001.

Num ano especial para o râguebi do Benfica, uma vez que se completam 100 anos desde o seu início no Clube, Travis Church é o homem do leme. Chegado na presente temporada, o treinador neozelandês ambiciona levar as águias ao título nacional, que escapa desde 2001. Também ele a liderar toda a formação encarnada, em entrevista ao jornal O Benfica, dá-nos a sua visão sobre o projeto.
Para já, decorridas 9 jornadas, o Benfica é 2.º classificado no Campeonato Nacional Divisão de Honra, e em 2024 arranca com o embate ante o GD Direito, neste sábado, 6 de janeiro.

Deixou a Nova Zelândia, país com enorme tradição no râguebi. Como decorreu o processo até chegar ao Benfica?

Em primeiro lugar, há um grande entusiasmo em torno do râguebi português. Tenho alguns amigos e jogadores que estiveram envolvidos com o râguebi do Benfica. O Benfica é uma organização enorme, um dos maiores clubes que conheço. Como treinador, aqui temos o futebol como pináculo, mas o Benfica tem andebol, voleibol, basquetebol, râguebi, secção olímpica... Há todos os desportos de alta competição. Para mim, como treinador ou professor que tenta ser o melhor possível, e tenta aprender com outros técnicos e organizações desportivas, esta situação é muito interessante. Tinha uma relação com o Rodrigo [Alves, coordenador do râguebi do Clube]. Talvez tenhamos começado a falar dois anos e meio ou três antes de decidir vir para Lisboa e que o Benfica seria o clube para mim.

Foi fácil dizer sim?

Muito fácil. Foi uma decisão fácil, especialmente quando comecei a inteirar-me sobre Lisboa. Nunca tinha estado em Portugal e foi fácil. Adoro desafios, e sair da minha zona de conforto é entusiasmante para mim.

Queremos ganhar tudo e recolocar o Benfica no mapa do râguebi"

Travis Church

Falou no crescimento como treinador e em outras modalidades do Clube. Qual a sua filosofia?

A minha filosofia passa por contribuir para o desenvolvimento de quem está à minha volta, mas nós, treinadores, por vezes, esquecemo-nos de que temos de crescer também. Temos de continuar a melhorar, tornar-nos melhores e contribuir para um bom ambiente em torno da equipa.

De que forma tenciona ajudar o Benfica a crescer e a ganhar?

Para mim, o fundamento é trabalhar sobre as capacidades e mentalidade dos jogadores. A consistência em torno dos fundamentos, competição, ser-se melhor dia após dia... Tudo o resto vem por acréscimo. Todos queremos ganhar, mas como trabalhar para vencer? Para mim, isso tem que ver com a cultura, a cultura da equipa e de Portugal. O nosso plantel tem jogadores da Nova Zelândia, África do Sul, de todo o mundo. De que forma conseguimos ter uma cultura benfiquista coletiva de modo a termos sucesso? Há umas semanas, imperava a individualidade sobre o coletivo. Penso que hoje há sinais de que as coisas estão a mudar e a produzir resultados.

Refere-se também a traços da cultura neozelandesa que podem ser transportados para a equipa do Benfica?

Eu acredito em aspetos-chave da cultura neozelandesa que podemos incorporar na cultura portuguesa, de forma a haver uma simbiose para encontrar a receita certa. Tenho de introduzir de forma inteligente o que sei, em termos de trabalho, de aprendizagem. Tenho de pensar no que podemos aprender acerca do Benfica e da cultura portuguesa. De que forma posso ajudar e ter um coletivo integrado no mesmo espírito.

"Já começamos a ver muito mais apoio nos nossos jogos, mais juventude"

Já falou na mentalidade. Quão importante é a mentalidade para o êxito?

Para mim, mentalidade é 90 por cento do râguebi. Basta olhar para atletas de elite por todo o mundo, como Kobe Bryant, Michael Jordan, no basquetebol, ou Mike Tyson, no boxe. Mike Tyson falava de como ganhar um combate antes de entrar em ringue. Abordamos muito esta questão através de sessões de vídeo todas as semanas. Falamos sobre mentalidade e na forma como se pode trabalhar sobre a cultura.

Neste ano, o râguebi do Benfica celebra o centenário. Que objetivos tem?

O Benfica não é campeão há demasiado tempo. Queremos criar um legado em 2023/24 e queremos ganhar tudo. Não há dúvidas quanto a isso. Queremos recolocar o Benfica no mapa do râguebi. Queremos ver os jovens a esforçarem-se pela camisola do Benfica, como nas outras modalidades. Queremos construir o nosso próprio legado, daí ser importante vencer. Queremos agradecer a todos os que criaram este caminho. O Benfica foi uma das equipas mais receadas em Portugal, por algum motivo caiu, mas voltou a estar na I Divisão. Queremos deixá-los orgulhosos e trabalhar no legado que nos deixaram. Agradecemos todo o apoio.

Como classificaria ser campeão em 2024?

Seria a cereja no topo do bolo, seria fantástico. Temos um jogo para o Campeonato agora, e depois temos um jogo de Taça, que é outro dos objetivos. Queremos muito erguer a Taça e finalizar a época com o título de campeões no nosso centenário. Seria um sonho tornado realidade.

Um dia, o nosso objetivo é jogar aqui no Estádio da Luz. É um grande sonho"

CRIAR REFERÊNCIAS PARA AS NOVAS GERAÇÕES

Além de ser treinador, também está a liderar a formação. Como tem sido esse trabalho?

Não fiz a pré-época e cheguei uma ou duas semanas antes do primeiro jogo. Tem sido feito um grande trabalho com os sub-18 e os sub-16 e nota-se muito crescimento. Um dos meus grandes objetivos é que as gerações mais jovens despontem. Eles são o futuro do râguebi do Benfica. Podemos ter um, dois ou três jogadores que venham de fora e tragam experiências diferentes, mas o caminho passa pela formação.

Também para os mais jovens seria importante que o Benfica fosse campeão...

Sem dúvida. Toda a gente precisa das suas referências, de alguém que os inspire. Nós já começamos a ver muito mais apoio nos nossos jogos, mais juventude. Estas são pequenas vitórias. A maior é sermos campeões, mas ter os adeptos connosco ajuda-nos. Competimos para eles. É fantástico. Um dia, o nosso objetivo é jogar aqui no Estádio da Luz. É um grande sonho. Adoraríamos jogar aqui.

Como avalia as condições proporcionadas pelo Benfica?

Temos tudo à nossa disposição, desde a piscina, o ginásio, etc. A única coisa complicada é ajustar os melhores horários, pois o Benfica tem muitas modalidades. Mas, por exemplo, no Museu podemos ter reuniões de equipa. Também podemos usar os espaços reservados ao judo, taekwondo, ioga... São condições absolutamente fantásticas, e os jogadores adoram-nas. Em relação ao contacto com outras modalidades, é interessante perceber de que forma pode ajudar- -nos o voleibol em termos de impulsão vertical, por exemplo. Também podemos ajustar os nossos treinos em função de movimentos de judo com alguém do staff da modalidade.

Representa o Benfica há pouco tempo, mas sente-se que está feliz nesta casa...

Não poderia estar mais feliz. Costuma dizer-se "mulher feliz, vida feliz", e a minha mulher também adora estar aqui. É um grande apoio para mim. Adoramos Lisboa, adoramos o Benfica, e Portugal é fantástico.
As gerações mais jovens são o futuro do râguebi do Benfica. O caminho passa pela formação"

TALENTO NACIONAL ENALTECIDO

"O râguebi é uma religião na Nova Zelândia, como o futebol aqui em Portugal e na Europa, e provavelmente na Ásia e em muitos locais", diz Travis Church. E, se as diferenças são muitas em comparação com a realidade neozelandesa, há algo que se mantém transversal: a paixão. "Râguebi é râguebi. A paixão é a mesma em Portugal. Portugal tem as bases, o talento. Há tudo isso em Portugal. Acho que os portugueses não estão a par do talento que existe em Portugal e como podemos ajudar a crescer a modalidade", sublinha o treinador do Benfica, exemplificando com o Mundial em 2023. "Jogaram muito bem com a Austrália, e até estiveram na frente. Depois, poderiam ter vencido a Geórgia, que é uma potência atualmente. Bateram as Fiji, e foi algo fantástico", analisa o técnico encarnado.

Artigo publicado na edição de 5 de janeiro do jornal O Benfica

lancadordedois

Reviravolta depois do intervalo
Frente ao GD Direito, o Benfica chegou a estar a perder, mas acabou por vencer e somar mais 4 pontos.



A equipa masculina de râguebi do SL Benfica venceu, neste domingo, 7 de janeiro, o GD Direito, por 16-17, em jogo da 10.ª jornada do Campeonato Nacional da Divisão de Honra.
Em Monsanto, Lisboa, a equipa liderada por Travis Church impôs-se (16-17), depois de estar a perder, por 3-13, ao intervalo, num desafio "incrivelmente difícil", segundo o técnico, e que deixa o Benfica no segundo lugar da classificação, com 35 pontos e menos um jogo do que o CF Belenenses. 

DECLARAÇÕES
Travis Church (treinador do Benfica): "Foi um jogo incrivelmente difícil e, depois da paragem de Natal e Ano Novo, penso que tivemos alguma dificuldade em entrar no ritmo. Começámos muito bem, mas não conseguimos capitalizar as oportunidades que criámos, e o Direito fê-lo. Eles pressionaram-nos e, de repente, estávamos a perder, por 3-13. Penso que precisávamos do intervalo, pois entrámos com muito mais vontade e começámos a sair do buraco em que nos encontrávamos. O esforço na segunda parte foi enorme e mostra o nosso espírito de equipa. Sabíamos que não estávamos no nosso melhor, mas sair com os quatro pontos contra um Direito muito forte é algo que aceitamos em qualquer dia da semana. Mais uma vez, queremos agradecer aos nossos adeptos por terem comparecido, sentimos o apoio."

Adrian Hall (jogador do Benfica): "Começámos bem o jogo a pressionar, mas não aproveitámos ao máximo as nossas oportunidades e, com alguns erros nossos, encontrámo-nos a perder, por 3-13, ao intervalo. Na segunda parte, a equipa mudou radicalmente a mentalidade e a atitude e conseguimos voltar ao jogo e virar a nosso favor. Demos um passo em frente mentalmente na segunda parte, e a vitória foi muito boa para criar mais confiança na equipa, depois de termos perdido contra o Direito por três vezes na época passada. Foi uma vitória fantástica, apesar de sabemos que é apenas mais um passo em frente, na direção do que estamos a tentar alcançar como grupo e ainda estamos à procura de jogar com todo o nosso potencial."


JMiguel23


Joaquim Ferreira Bogalho

Citação de: JMiguel23 em 17 de Janeiro de 2024, 11:39Alguem sabe a que horas vai ser este jogo frente o Belenenses?
15h mas ainda não confirmado presença de muitos benfiquistas exige-se os jogadores sentem e a malta do Belenenses está a mobilizar-se

Joaquim Ferreira Bogalho

Citação de: Joaquim Ferreira Bogalho em 17 de Janeiro de 2024, 12:58
Citação de: JMiguel23 em 17 de Janeiro de 2024, 11:39Alguem sabe a que horas vai ser este jogo frente o Belenenses?
15h mas ainda não confirmado presença de muitos benfiquistas exige-se os jogadores sentem e a malta do Belenenses está a mobilizar-se

16h30



lancadordedois

Citação de: jjlope00 em 17 de Janeiro de 2024, 16:10
Citação de: JMiguel23 em 17 de Janeiro de 2024, 11:39Alguem sabe a que horas vai ser este jogo frente o Belenenses?
É as 15h.

16h30 a nao ser que alterem novamente

nao consigo ir tenho uma gala da minha filha.

se alguem conseguir uns relatos :)

Eduardo Gomes

@CurtaVermelha

O Benfica vai trazer um reforço de Inverno no Rugby e já está em Lisboa.

Meli Sifa é um pilar neozelandês-tongolês de 21 anos. Em  2018 andou a fazer testes para os Hamilton Chiefs e jogou em várias equipas dessa Região.

É um jogador que o Travis Church, o treinador, conhece, e se for do nível do Latrell Smiler, vai ser uma bela surpresa.

Mais um jogador para o nosso pack de avançados. Já tínhamos o Jason Cornelius, o Luan Almeida, o Gavin van den Berg, o Barend Bezuidenhout e o Márcio Pinheiro. O Meli Sifa dá ainda mais profundidade a este grupo que é o que tem sempre mais desgaste em todos os jogos. E ainda há outro neozelandês que partiu o braço na pré-época.

Pode estar aqui o segredo para o sonho da temporada.


Joaquim Ferreira Bogalho

Citação de: Eduardo Gomes em 18 de Janeiro de 2024, 10:32@CurtaVermelha

O Benfica vai trazer um reforço de Inverno no Rugby e já está em Lisboa.

Meli Sifa é um pilar neozelandês-tongolês de 21 anos. Em  2018 andou a fazer testes para os Hamilton Chiefs e jogou em várias equipas dessa Região.

É um jogador que o Travis Church, o treinador, conhece, e se for do nível do Latrell Smiler, vai ser uma bela surpresa.

Mais um jogador para o nosso pack de avançados. Já tínhamos o Jason Cornelius, o Luan Almeida, o Gavin van den Berg, o Barend Bezuidenhout e o Márcio Pinheiro. O Meli Sifa dá ainda mais profundidade a este grupo que é o que tem sempre mais desgaste em todos os jogos. E ainda há outro neozelandês que partiu o braço na pré-época.

Pode estar aqui o segredo para o sonho da temporada.



Creio que já vai jogar na equipa challenge este fim-de-semana.

lancadordedois

Citação de: Joaquim Ferreira Bogalho em 18 de Janeiro de 2024, 11:01
Citação de: Eduardo Gomes em 18 de Janeiro de 2024, 10:32@CurtaVermelha

O Benfica vai trazer um reforço de Inverno no Rugby e já está em Lisboa.

Meli Sifa é um pilar neozelandês-tongolês de 21 anos. Em  2018 andou a fazer testes para os Hamilton Chiefs e jogou em várias equipas dessa Região.

É um jogador que o Travis Church, o treinador, conhece, e se for do nível do Latrell Smiler, vai ser uma bela surpresa.

Mais um jogador para o nosso pack de avançados. Já tínhamos o Jason Cornelius, o Luan Almeida, o Gavin van den Berg, o Barend Bezuidenhout e o Márcio Pinheiro. O Meli Sifa dá ainda mais profundidade a este grupo que é o que tem sempre mais desgaste em todos os jogos. E ainda há outro neozelandês que partiu o braço na pré-época.

Pode estar aqui o segredo para o sonho da temporada.



Creio que já vai jogar na equipa challenge este fim-de-semana.

apesar de termos opçoes felizmente , acho arriscado na challenge , a entrar no jogo  que seja tarde .

imagina outro lesionado por um jogo da "treta" como o outro da pre epoca , se é para arriscar que seja no top10



JMiguel23

Citação de: lancadordedois em 07 de Janeiro de 2024, 17:17vi a primeira parte com mais atenção e nao consigo concordar.
a 1a parte  nao foi linda mas longe de feia.
durissima , equipas a placarem tudo o que mexe.. a tentarem pressionar as defesas com jogo a mao , muito muito engraçada.
super dura , digna de lesoes .

o n8 deles do pacifico nao é nada de especial.
tiveram muito respeito por nos , nao nos quiseram dar nada muito pelo contrario , nao desvalorizaram.

o nosso n7 que veio da challenge , nao recordo do nome , talvez joao qq coisa , foi uma grande surpresa pela positiva.
os pontapes disparatados ou melhor , mal executados foram do Hayden e do Matteo(que ate costuma executar acima da media)
os do Ryan , excluindo a ida aos postes do meio campo (lol) foram executados de forma decente ha que dar merito ao adversario, certamente o ryan insistiu no rasteiro porque devem treinar a jogada.

vi outra vez a 2a parte e que grande parte , marcar e sofrer aguentar na raça com inteligencia
o n20 fez optima 2a parte , é o nosso botia
o  7 fez um jogo tremendo

Estamos a placar como nunca , deixa los avançar pouco e tentar avançar muito
O nº7 deve ter sido o Francisco Silva que veio da Académica.