As Finanças do Benfica

fdpdc666


As contas do Benfica | TEMA DO DIA

No Tema do Dia desta quinta-feira, Humberto Ferreira, jornalista do zerozero, fala sobre as contas do Benfica, que foram apresentadas recentemente.

00:00 Introdução
00:16 Quais os dados macros das contas do Benfica?
03:12 Qual a justificação para o resultado positivo?
05:06 A que se deve o aumento de gastos operacionais?
06:42 Quais os grandes alertas deste Relatório e Contas?


DB4700

Um longo resumo do Relatório e Contas de 2024/25 da Benfica SAD.

1. Resumo Geral. Um ano excepcional a nível de receitas em provas desportivas (Champions League e Mundial de Clubes) quase que selou a diferença entre receitas e gastos operacionais e financeiros. Conjuntamente com as vendas do João Neves, do David Neres e do Marcos Leonardo (sobretudo estas) foi o suficiente para fazer o melhor resultado financeiro desde 2020. As ameaças continuam lá todas no entanto: gastamos demasiado em salários, os FSE não são baratos, o plantel continua caro, a dívida não baixou significativamente e há um desencontro muito significativo entre receitas a receber e dívidas a pagar a outros clubes.

2. Receitas. O Benfica bateu o seu recorde de receitas operacionais. Ao todo foram 230 milhões. Mesmo sem Mundial de Clubes — que rendeu 17.1 milhões —, este recorde seria batido. Tivemos a maior receita de sempre com os direitos televisivos (52.7 milhões), a segunda maior de sempre em Prémios da UEFA (72.8 milhões), a maior receita de sempre com rendas de espaços (4.9 milhões), a maior receita de sempre em bilhética (41.7 milhões) e a maior receita de sempre em publicidade e patrocínios (24.5 milhões).

3. Bilhética. Vendemos mais 16.3% de bilhetes em jogos da Liga Portuguesa (no total 244 mil bilhetes) e 27.6% em competições europeias (119 mil bilhetes). Redpasses, camarotes e executive seats esgotaram. Houve mais ~250 executive seats que na época anterior. Camarotes e executive seats representam 5% da lotação, mas pagam 39.8% das receitas totais em bilhética, e também devem representar uma fatia muito significativa da gestão operacional do Estádio.

4. Gastos. Os gastos operacionais do Benfica foram de 226.7 milhões, e são também os maiores de sempre no Benfica. Os FSE subiram 5.1 milhões, algo que o Benfica justifica com a ida ao Mundial, que terá custado 2 milhões, com a entrada do Futebol Feminino na SAD e com mais jogos da Liga dos Campeões. Sem estes três efeitos, a rubrica teria subido 0.6 milhões (0.9%). Os gastos com pessoal também subiram quase 13 milhões. A massa salarial no entanto até baixou residualmente (0.4 milhões). Houve foi uma subida de 10 milhões nas indemnizações (Roger Schmidt) e uma subida de 3 milhões em relação à época anterior nas remunerações variáveis.

5. Marca Benfica. Há já alguns anos que a Benfica SAD paga ao Benfica Clube royalties pela Marca Benfica. Esses royalties, calculando todos os gastos e receitas do Benfica Clube, no final de contas servem para pagar a dívida do Benfica Clube à Benfica SAD, e dão alguma ajuda nas modalidades. Neste R&C, o Benfica começou a tirar os gastos com Marca Benfica dos FSE e contabilizar esses gastos como algo à parte. Já aqui tinha falado de como é um erro analisar os FSE como um todo e não cada rubrica por si, precisamente por causa da Marca Benfica. Não é totalmente correcto o Benfica separar a Marca Benfica dos FSE e criar uma rubrica própria para elas. O objectivo é apenas reduzir o bolo dos FSE e reduzir críticas, que neste caso específico (da Marca Benfica) nunca tiveram grande fundamento — algo diferente se passa noutras componentes dos FSE.

6. FSE. A gestão do Estádio subiu 2.4 milhões. O Benfica fundamenta esta subida com o maior número de jogos da Champions League (mais 2 jogos que anos anteriores). Isto quer dizer que o Estádio rendeu à volta de 48-49 milhões em bilhética, visitas ao Estádio e alugueres, e custou 31.5 milhões. A vigilância e segurança já está nos 4 milhões — na época anterior estava nos 3.4 milhões. Parece um valor bastante exagerado quando comparado com outras SADs, no entanto há sempre o risco de estar a comparar alhos com bugalhos.

7. Gastos Financeiros. O Benfica teve 25.6 milhões em gastos financeiros, dos quais 15.7 são juros suportados. Há 9.6 milhões dos custos que se devem a actualização de dívidas. Também teve 12.2 milhões em rendimentos financeiros, dos quais 9.6 milhões vêm de actualização de dívidas de clientes. O Benfica tem um total de 203 milhões em empréstimos obrigacionistas e empréstimos bancários, pelos quais paga 10.5 milhões em juros anualmente. Os restantes juros estarão sobretudo relacionados com a cedência de créditos da NOS. Aqui também há uma nota relevante: 2025/26 vai ser a última época que ainda apanha aquela antecipação de receitas da NOS. Em 26/27, os gastos financeiros já deverão baixar significativamente.

8. Diferença Operacional. Com este ano espetacular de Champions League e Mundial de Clubes, o Benfica teve lucro operacional de 3.8 milhões. Ou seja, depois de recolher todas as receitas da UEFA, FIFA, Bilhética, Patrocinadores e Televisão, e depois de pagar todos os gastos associados ao Futebol e salários, sem contar com o mercado de transferências, o Benfica ficou com 3.8 milhões. Estas contas no entanto devem também ter em conta os gastos financeiros, porque também fazem parte da operação. Como os resultados financeiros foram -13.4 milhões, isto já dá um prejuízo operacional de 9.6 milhões. Ou seja, para o Benfica compensar só o desequilíbrio operacional, precisaria de fazer pelo menos 9.6 milhões no mercado de transferências. Este gap em 22/23 foi de -22 milhões e em 23/24 foi de -44 milhões.

9. Venda de Jogadores. O Benfica ao todo fez 188.9 milhões em vendas de jogadores e outros rendimentos com transações de direitos de atletas (mecanismo de solidariedade da FIFA). Esses jogadores geraram mais-valias na ordem dos 117.3 milhões. Ou seja, o valor líquido contabilístico dos jogadores vendidos estaria na casa dos 71.6 milhões.

10. Gastos com Vendas de Jogadores. A essas 117.3 mais-valias, é preciso retirar ao todo 28.4 milhões em gastos com transações de atletas, e 42.1 milhões em amortizações, que representam os gastos com as transferências dos jogadores mas distribuídos consoante a duração de cada contrato — por outras palavras, não são um custo real, o custo real é aquilo que depois o Benfica contratou no mercado, que segundo o Transfermarkt andou nos 84 milhões. Dos 28.4 milhões em gastos, 16.2 milhões foram em comissões de empresários.

11. Vendas de 24/25.

a) João Neves por 65.9 milhões (já com 6 milhões de objectivos incluídos. Gerou um ganho de 59.8 milhões depois de deduzir serviços de intermediação e efeito de actualização financeira. Há mais 4 milhões em objectivos por concretizar.

b) Marcos Leonardo por 40 milhões, que gerou um ganho de 19.2 milhões, depois de deduzir comissões, mecanismo de solidariedade, valor líquido contabilístico (que deveria andar nos 20 milhões) e efeito de actualização financeira

c) David Neres por 28 milhões, que gerou um ganho de 14.5 milhões, depois de deduzir comissões, mecanismo de solidariedade, valor líquido contabilístico (que deveria andar nos 9.3 milhões) e efeito de actualização financeira. Há mais 2 milhões em objectivos por concretizar.

d) Arthur Cabral por 12 milhões, que gerou uma perda de 3.3 milhões, depois de deduzir comissões, mecanismo de solidariedade, valor líquido contabilístico (que deveria andar nos 12 milhões) e efeito de actualização financeira. Há mais 3 milhões em objectivos por concretizar.

e) Morato por 11 milhões, que gerou um ganho de 6.3 milhões, depois de deduzir comissões, mecanismo de solidariedade, compromissos com terceiro (São Paulo ainda tinha uma percentagem das mais-valias), valor líquido contabilístico (que deveria andar nos 2 milhões) e efeito de actualização financeira. Há mais 6 milhões em objectivos por concretizar.

f) Rollheiser por 11 milhões, que gerou um ganho de 1.7 milhões, depois de deduzir comissões, mecanismo de solidariedade, compromissos com terceiros (Estudiantes tinha uma percentagem das mais-valias) valor líquido contabilístico (que deveria andar nos 7.7 milhões) e efeito de actualização financeira. O Benfica ficou com 15% das mais-valias de uma futura transferência.

g) Beste por 8 milhões, que gerou um ganho de 0,25 milhões, depois de deduzir comissões, mecanismo de solidariedade, valor líquido contabilístico (que deveria andar nos 7.2 milhões) e efeito de actualização financeira. Há mais 1.2 milhões em objectivos por concretizar.

12. Impacto das Vendas. Contas feitas 117.3 milhões em mais-valias, menos 28.4 milhões em gastos e 42.1 milhões em amortizações, o mercado rendeu 46.8 milhões à SAD do Benfica. Desde então, houve outras vendas (Kokçu, Akturkoglu, Florentino por exemplo) mas essas só irão aparecer no R&C Semestral que sairá lá para Fevereiro/Março. Estas fora as vendas significativas que ocorreram entre Julho/24 e Junho/25.

13. Resultado Líquido. Somando a diferença operacional (ponto 8.), com o impacto das vendas (ponto 12.), temos um resultado líquido antes de impostos de 37.2 milhões, que depois de impostos dá o tal resultado líquido de 34.4 milhões, o primeiro lucro considerável do mandato de Rui Costa. A última vez que o Benfica teve lucro superior a 5 milhões foi em 19/20.

14. Activo. O Activo subiu 26 milhões. Com subidas significativas nos valores que outros clubes nos devem. No total são 164.3 milhões que nos devem, 68.7 dos quais são dívidas que serão pagas nos próximos 12 meses (de julho/25 até junho/26).

15. Passivo. O Passivo desceu 8.5 milhões, com a maior diferença a vir da cedência de créditos da NOS, que vai então para o último ano como falámos no ponto 7., e para os empréstimos obtidos que baixaram 18.9 milhões — a redução não foi assim tão significativa, o reembolso do empréstimo do verão de 2024 é que aconteceu um bocado mais tarde e como tal os empréstimos estavam um bocado inflacionados  no ano passado, e este ano simplesmente voltaram para valores reais. Estamos a dever 201.8 milhões a outros clubes, dos quais 119.6 são para pagar nos próximos 12 meses.

16. Capital Próprio. Fruto do resultado líquido deste ano, os capitais próprios voltaram a ultrapassar os 100 milhões, estando agora nos 116.1 milhões. Estavam nos 81.8 milhões. Esta é uma métrica relevante no fair-play financeiro.

17. Empréstimos. Os empréstimos (obrigacionistas e bancários) do Benfica baixaram 18.9 milhões, mas é uma redução "técnica". No verão de 2024, o reembolso dos empréstimos obrigacionistas atrasou-se um pouco, pelo que no Balanço de 23/24 ainda constavam a parte que não foi reembolsada. Ou seja, a base estava com 17.7 milhões a mais, e como tal a redução foi na realidade de apenas 1.2 milhões. Houve no entanto uma alteração na natureza dos empréstimos. O Benfica baixou 5.4 milhões em empréstimos obrigacionistas, e aumentou 3.8 milhões em empréstimos bancários.

18. Diferencial entre Clientes e Fornecedores. Além da diferença operacional, que falámos no ponto 8., algo que tem que preocupar é o diferencial entre Clientes e Fornecedores. Quando o Benfica contrata um jogador, não paga tudo de imediato. Só uma pequena parte. Por exemplo, o Benfica ainda tem dívidas ao AZ pelo Pavlidis, e o Chelsea ainda tem dívidas ao Benfica pelo Enzo Fernandez. Essas tranches acumulam-se no futuro e normalmente até são alinhadas. As dívidas de clubes compradores (como o Chelsea) vão para a conta Clientes. As dívidas a clubes vendedores (como o AZ) vão para a conta Fornecedores. Esse diferencial entre Clientes e Fornecedores não aparece nas contas do lucro/prejuízo, mas é um dos problemas de liquidez que a SAD tem que resolver. Se for positivo é porque temos mais dinheiro a receber do que a pagar, o que é óptimo. Se for negativo, temos mais dinheiro a pagar do que a receber, o que coloca pressão nas contas da SAD. A diferença, a 30 de Junho deste ano, era de -37,5 milhões. Ou seja, o Benfica devia mais 37,5 milhões a outros clubes do que outros clubes devem ao Benfica. E mais preocupante que isso é que, a 30 de Junho, numa análise só de curto prazo, só contando com os 12 meses seguintes, a diferença era de -50.9 milhões. Ou seja, o Benfica entre Julho/25 e Junho/26, teria que pagar mais 50.9 milhões a outros clubes do que outros clubes têm que pagar ao Benfica. Este é um valor muito alto e que cria enorme pressão nas contas da SAD, que já por natureza está pressionada devido ao tal ponto 8., a diferença operacional. Naturalmente que entre Julho/25 e Setembro/25 houve várias vendas (e várias compras) e é possível (e provável) que o Benfica tenha atenuado parte deste problema. Por exemplo, é possível que o Real Madrid pague boa parte dos cerca de 40 milhões que o Benfica vai receber do Carreras num prazo de 12 meses, enquanto o Benfica tenha pedido ao USG e ao Palmeiras, por exemplo, para pagar a grande maioria dos 50 milhões do Ivanovic e do Ríos depois de Junho/25. Este tipo de logística pode empurrar este buraco de 50.9 milhões que havia a 30 de Junho, para o próximo ano. Diga-se que a uma distância para lá de um ano, o Benfica, a 30 de Junho, tinha 13,4 milhões a receber a mais do que tinha a pagar.

19. Em suma, as dificuldades do Benfica que obrigam a SAD ano após ano a fazer vendas não foram resolvidas. Mas o ano excepcional na Champions League e no Mundial de Clubes resolveram o problema nesta época, e como foi um ano que a nível de volume facturou-se bastante na venda de jogadores, isso fez o resultado. Mas as ameaças estão lá. O clube não reduziu custos, continua a gastar demasiado a nível de reforços, não baixou dívida e tem este desencontro entre dívidas a outros clubes e dívidas de outros clube, que pode ter sido empurrado para 2026, mas não foi resolvido.

https://x.com/CurtaVermelha/status/1966110504868524523


Kaká

Citação de: InfernoBenfiquista em 10 de Setembro de 2025, 16:11
Citação de: Kaká em 10 de Setembro de 2025, 11:21
Citação de: InfernoBenfiquista em 04 de Setembro de 2025, 19:28
Citação de: S.L.B Stars em 04 de Setembro de 2025, 16:54
Citação de: InfernoBenfiquista em 04 de Setembro de 2025, 10:03"Segundo dados a que tivemos acesso, a SAD dos encarnados promoveu, este verão, a saída de 39 jogadores. Álvaro Carreras (Real Madrid, €50 M), Orkun Kokçu (Besiktas, €30 M), Florentino Luís (Burnley, €26 M), Kerem Akturkoglu (Fenerbahçe, €22,5M), Arthur Cabral (Botafogo, €12 M), Gedson Fernandes (Besiktas, €10 M), Casper Tengstedt (Feyenoord, €7 M), Diogo Nascimento (Olympiakos, €1,9 M), João Victor (CSKA, €900.000) e Meité (PAOK, €800.000) foram vendas, a que se juntam oito empréstimos, 14 saídas com partilhas de passe, cinco saídas em final de contrato e três rescisões amigáveis.

Neste lote entram ainda João Victor e Nascimento porque as águias ainda detinham parte dos passes de ambos.

O volume de negócio traduziu-se em €161,3 M de encaixe garantido — €105,1 M em vendas, €2 M em empréstimos, €54 M em obrigações de compra, €19,5 M em opções de compra e €8,5 M em variáveis.

De €161,3 M, o Benfica pagou €7 M de comissões de intermediação, incluindo comissões de empréstimos e obrigações de compra. Ou seja: 4,3% do valor global garantido.

Nas entradas, o procedimento seguido em relação ao pagamento de comissões é ainda mais baixo, justificado pelo modus operandi do emblema encarnado, com Rui Pedro Braz a negociar com agentes, jogadores e entre clubes, sem intermediários.

Entraram no clube, este verão, nove jogadores — Dahl (Roma, €9 M), Dedic (Salzburgo, €10 M), Richard Ríos (Palmeiras, €27 M), Obrador (Real Madrid, €5 M), Barrenechea (Aston Villa, €3 M), Ivanovic (Saint-Gilloise, €22,8 M), Sudakov (Shakhtar, €6,7 M), Lukebakio (Sevilha, €20 M) e Federico Coletta (Roma, €1 M).

A SAD tem encargo garantido de €136,8 M. Em compras imediatas gasta €94,8 M, a que acrescem €9,7 M em empréstimos, €32,3 M em obrigações de compra contratualizadas, €17 M em variáveis igualmente fixadas por contrato e €1,2 M gastos com intermediações. De €136,8 milhões em compras, a SAD dos encarnados gasta somente 0,8% com comissões."

Jornal Abola

Resumindo:
161.3M Encaixe garantido (VENDAS)
136.8M Encargo garantido (COMPRAS)


Contas novamente positivas. Quando se vê por aí a falar nos gastos de 100M, esquece-se que se vendeu muito mais, o saldo é mais uma vez positivo.

Destaque positivo para o valor de comissões de intermediação que voltou a ser relativamente baixo.



E o passivo  472,3 milhões nem na era do Bigodes que chegou a estar em  385,4 milhões 2017/18 , aumentou +- 100 milhões , com tantas vendas ao longo destes anos e prémios das competições já devia estar abaixo dos 400 milhões .

Devia porquê? Os capitais próprios não estão muito positivos? Os Ativos não estão também sempre a subir?

Sabes qual é o passivo do Real e outros grandes clubes?

Com a inflação que surgiu nos últimos anos sobretudo após o Covid, comparar o Passivo com anos de 2018 não faz nenhum sentido contablístico.

Contabilidade não é a minha área, mas olhando do ponto de vista de empresa:

Os nossos maiores activos são: infra-estruturas para o futebol e jogadores.
Esses dois grupos de activos apresentam dois problemas, os primeiros não é possivel fazer um "flip" caso seja necessário porque não há propriamente um mercado para compra/venda de estadios e centros de treino como tal o seu valor é mais o de "construção" caso seja necessário replicar. Os segundos são activos que podem desvalorizar a qualquer instante porque são pessoas.

Pessoalmente quando olho para negócios como o do futebol o que importa e tem mais peso, para mim como opinião pessoal, mais do que os activos são as fontes de receita. Onde o clube está inserido (liga nacional e "europeia"), revenue decorrente da marca (seja merch, acordos publicitários, autorizações de imagem, etc).

Óbvio que financeiramente tudo conta, os activos são necessários à operação. Mas uma empresa que tenha um edifício inteiro de escritórios no parque das nações e decida mudar de estratégia e mover-se para o interior+remoto para se poder capitalizar e alavancar pode perfeitamente alugar/vender o edifício. O Benfica não vai vender o estádio nem o Seixal (este até é mais provável) a ninguém. Também não vai vender o plantel para se capitalizar porque sem jogadores não tem operação (e se o tentar fazer tem um "premium" de risco como bem sabemos e temos visto nos ultimos anos).

O passivo tem desnecessariamente aumentado ao longo dos anos, às cavalitas de avaliações mais altas sucessivas dos nossos activos fruto da inflação. Tem tudo para dar merda.

Não sei se reparaste, mas o passivo desceu.

Sobre as restantes conclusões, aplicam-se a todos os clubes de futebol em regiões periféricas e tem que se encontrar este tipo de soluções para serem competitivos a nível internacional.

Por acaso não vi o relatorio, mas sinceramente também não é a minha área para o entender totalmente. Do que tenho visto de análises há ai umas "maquilhagens" contabilísticas. Mas adiante.

Não sendo uma critica, mas soluções que se aplicam à "maioria" dos players para serem competitivos é normalmente a receita da mediocridade. Nas outras áreas empresariais quem manda é quem faz melhor e diferente dos outros.

Basicamente estamos a dizer que tem "resultado" porque temos algum monopólio regional que nos tem permitido manter o valor, do meu ponto de vista isto não é propriamente um elogio a nivel de capacidade estrategica.

yerlow




É apenas e só muito preocupante...
Nem com as mais valias de Marcos Leonardo e as vendas de Neves, Florentino, Carreras e companhia se abate as asneiras que vamos fazendo...


Eterno Benfica


Keiroxes

Muito preocupante o nosso futuro financeiro, continuem com o menino da lágrima e depois chorem, se não emendarmos a mão em outubro, o clube corre sérios riscos de entrar em falência, e se mesmo assim pouco ganhamos, imagino quando não houver dinheiro pra nada

iloy

E ha quem acha boa ideia este clube gastar mais 400 milhões para o Benfica Project lol
Que falta de noção gritante de alguns benfiquistas

João_Oliveira

Conseguimos gastar mais 40M em FSEs e 40M em Custos de Pessoal, do que os lagartos, e os resultados desportivos são o que se veêm nos últimos anos.


Carlos Amorim

Citação de: yerlow em 11 de Setembro de 2025, 15:15

É apenas e só muito preocupante...
Nem com as mais valias de Marcos Leonardo e as vendas de Neves, Florentino, Carreras e companhia se abate as asneiras que vamos fazendo...


E se calhar este ano foi mesmo um all in. Os encostistas não percebem que as compras e vendas não podem estar equilibradas. As vendas têm sempre de ser superiores às vendas e há quem fale num valor na ordem dos 60 milhões de euros.
Este ano temos este défice portanto o que seria lógico era ter vendido bem acima das compras para pagar as dívidas de curto prazo.
Mas o populismo/eleições levaram o ruizão a rebentar as finanças do Benfica. Quem vier que feche a porta.

FUTURO PRESIDENTE

Estamos um clube muito burguês.

João_Oliveira

Citação de: FUTURO PRESIDENTE em 11 de Setembro de 2025, 22:19Estamos um clube muito burguês.
Burguês e gerido por incompetentes.

Temos receitas que são o dobro nos nossos rivais, no que toca por exemplo a tv,uefa,match days, merchandising, conseguimos ter iguais apenas a nível de patrocionios, porque somos lá está geridos por burros, e na prática temos um título em 6.

Gastamos o dobro em Salários e FSEs, mais em reforço da equipa, tínhamos a obrigação de ser quase hegemónicos no país, mas os resultados são os que se vê.
Vota Encosta.

HB

Benfica tem a receber 4,5 milhões de euros do Vasco da Gama por João Victor

Encarnados nomearam uma firma de advogados brasileiros para os representarem neste processo com os cariocas, que devem mais de 100 M€ a 25 clubes



O Benfica tem a receber cerca de 4,5 milhões de euros referentes à transferência de João Victor para o Vasco da Gama, em janeiro de 2024. O histórico clube brasileiro atravessa uma grave crise financeira e deve dinheiro a 25 emblemas, entre os quais as águias, o Casa Pia (não recebeu a verba acorda em março de 2024 pela saída de Clayton) e o Gil Vicente. Nesse sentido, os encarnados nomearam uma firma de advogados brasileiros de modo a representaram os seus interesses neste processo.

Refira-se que João Victor, de 27 anos, não se afirmou no Vasco da Gama e saiu, em agosto de 2025, para o CSKA Moscovo a troco de 5 milhões de euros, com o Benfica a ter direito a 30% dessa verba (cerca de 1,5 M€).

Os cariocas estão num processo de recuperação judicial visando a resolução de uma dívida astronómica (superior a 100 milhões de euros) depois de a 777 Partners, ex-acionista maioritária do Cruz-Maltino, não ter pago 82% das transferências realizadas durante o período em que esteve no clube.

https://www.record.pt/futebol/futebol-nacional/liga-betclic/benfica/detalhe/benfica-tem-a-receber-4-5-milhoes-de-euros-do-vasco-da-gama-por-joao-victor?ref=HP_Ultimas

força Benfica

Resultados consolidados do SL Benfica em 2024/25

Resultado líquido positivo de 40,7 milhões de euros.

O Sport Lisboa e Benfica comunica a informação económica e financeira consolidada relativa ao exercício de 2024/25, que corresponde ao período compreendido entre 1 de julho de 2024 e 30 de junho de 2025. De acordo com os novos estatutos do Clube, esta informação será incluída no Relatório e Contas a partir do próximo ano.

Os principais destaques dos resultados económicos e financeiros consolidados apresentados pelo Clube no exercício de 2024/25 são os seguintes:

O resultado líquido consolidado ascende a 40,7 milhões de euros, o que representa uma melhoria de 72,9 milhões de euros (+226,1%) face ao período homólogo, sendo 27,5 milhões de euros atribuíveis ao Sport Lisboa e Benfica e 13,2 milhões de euros imputáveis aos interesses minoritários não controláveis;

O resultado operacional (sem direitos de atletas) atinge um valor positivo de 13,5 milhões de euros, o que equivale a uma melhoria de 40 milhões de euros face ao período homólogo, correspondendo ao primeiro resultado operacional (sem direitos de atletas) positivo após seis épocas (desde 2018/19);

O resultado operacional equivale a um montante positivo de 59,7 milhões de euros, o que significa uma melhoria de 73 milhões de euros face ao período homólogo, o qual já inclui as operações com direitos de atletas;

Desta forma, a melhoria do resultado operacional consolidado do SL Benfica é justificada pelo crescimento do resultado da atividade operacional sem direitos de atletas em 40 milhões de euros e pelas operações com os direitos de jogadores que contribuíram para a evolução positiva do resultado em 33 milhões de euros;

Os rendimentos operacionais consolidados (sem direitos de atletas) do Clube ultrapassaram os 284 milhões de euros (+26,0%). Esta evolução é suportada por valores recorde em todas as linhas de receita, designadamente. (i) os rendimentos com direitos de televisão, que incluem o contrato da NOS, os prémios associados à Liga dos Campeões e ao Mundial de Clubes, atingiram os 148,4 milhões de euros (+44,2%); (ii) as receitas associadas ao matchday, que inclui quotização, corporate e bilhética, ascenderam a 62,8 milhões de euros (+13,7%); e (iii) os rendimentos provenientes das atividades comerciais, alicerçadas principalmente nos patrocinadores e no merchandising corresponderam a 72,8 milhões de euros (+8,3%);

Os rendimentos operacionais (incluem as transações com direitos de atletas) atingiram os 411,5 milhões de euros, o que representa o maior valor de sempre alcançado pelo SL Benfica (os dois melhores anos correspondiam aos exercícios de 2022/23 – 325,4 milhões de euros – e de 2019/20 – 317,9 milhões de euros), ultrapassando pela primeira vez a fasquia dos 400 milhões de euros. Este valor corresponde a um crescimento de 99,3 milhões de euros (+32,9%);

Os gastos operacionais (sem direitos de atletas) ascendem a 270,5 milhões de euros, o que equivale a um aumento de 7,4%, que compara com um crescimento de 26,0% nos rendimentos operacionais (sem direitos de atletas). Esta variação corresponde a um aumento de 18,7 milhões de euros, sendo de destacar os encargos com a participação no Mundial de Clubes e o aumento da rubrica de indemnizações no presente exercício, que tiveram um impacto global de 13,8 milhões de euros nos gastos operacionais. Excluindo estes dois efeitos, o crescimento dos gastos teria sido de 4,9 milhões de euros (i.e., 1,9% e abaixo da inflação verificada), o que evidencia o sucesso no esforço de controlo de gastos operacionais;

O ativo ultrapassa os 568,1 milhões de euros, o que significa um aumento de 33,7 milhões de euros (+6,3%) face a 30 de junho de 2024. Este crescimento é principalmente explicado pelo aumento dos valores a receber de clientes e outros devedores, sendo de destacar que, no final deste exercício, o rácio de net trade accounts associado às transações de direitos de atletas, melhorou em 65,2%;

O passivo atinge um montante de 533,0 milhões de euros, o que significa um decréscimo de 1,2% face ao período homólogo, principalmente justificado pela redução de 19,3 milhões de euros verificada nos empréstimos obtidos, o qual foi parcialmente compensado pelo aumento dos saldos com fornecedores e outros credores;

Os fundos patrimoniais equivalem a 35,2 milhões de euros, o que representa uma melhoria de 40,0 milhões de euros (+833,5%), em consequência do resultado líquido consolidado positivo, sendo de realçar que os fundos patrimoniais consolidados voltaram a ser positivos.

https://www.slbenfica.pt/pt-pt/agora/noticias/2025/09/26/clube-benfica-contas-consolidadas-exercicio-2024-2025

fsc_4

Para quem estiver mais por dentro das contas do Benfica: este bónus aos empregados do clube vai ser atribuído via distribuição de balanço e, assim, não ser sujeito a Segurança Social? Só para perceber se existiu aqui alguma pressa eleitoral que prejudique os próprios trabalhadores e o clube

Não estou familiarizado com os prazos de aprovação de resultados e deliberação de distribuição