O fantástico Carlos Lisboa (Basquetebol)

Base, 66 anos,
Portugal
Estatísticas: 12 épocas

Títulos: Campeonato Nacional (10), Taça de Portugal (5), Supertaça (5), Taça da Liga (6), Taça de Honra da ABL (1)

ratm1904

Os videos que estão na memoriagloriosa do lisboa estão brutais!

Grandes ambientes naquele pavilhao da luz

Joga Bonito

A sua imagem devia estar perpetuada no pavilhão IB, como está na Catedral da Cerveja.

O_Glorioso

Citação de: Joga.Bonito em 16 de Julho de 2009, 08:50
A sua imagem devia estar perpetuada no pavilhão IB, como está na Catedral da Cerveja.

Concordo plenamente. Eles e outros grandes jogadores das modalidades benfiquistas.

joaoaria

Não sabia que o Carlos Lisboa tinha nascido na cidade da Praia.
Até estou todo arrepiado!
Por motivos profissionais trabalho precisamente na cidade da Praia, de onde estou a enviar este post.
Já percebi tudo o Carlos Lisboa era lagarto do Sporting da Praia, que é campeão à 4 anos seguidos em Cabo Verde, mas depois vais ver o clube do coração e esta gente é toda benfiquista!!!
Acho que não vale a pena falar nada desportivamente sobre este antigo jogador, simply the best!


Imagem: SLB Glorioso Basquetebol


Carlos Lisboa é considerado o melhor basquetebolista português de todos os tempos. É actualmente Director das Modalidades do SL Benfica. Já foi também treinador do SL Benfica, Aveiro Basket e do Estoril, mas foi como jogador que mais se evidenciou.

Natural de Cabo Verde, Carlos Lisboa nasceu na cidade da Praia, em 23 de Julho de 1958. Começou a jogar minibasquetebol com nove anos e iniciou-se no basquetebol em Moçambique, no Sporting de Lourenço Marques, onde jogou nos iniciados e nos juvenis. Chegou a Portugal em 1974 e passou a representar os juvenis do SL Benfica. Saiu para o Sporting em 1975 e, ainda com idade de júnior, estreou-se nos seniores. "A grande força do Carlos, em termos técnicos, era a sua velocidade de execução, que o tornava distinto de todos os outros basquetebolistas. É uma pessoa muito competitiva, que não joga para perder nem a brincar. Sobressaía por natureza nos jogos, devido ao seu grande talento", lembra Rui Pinheiro, um extremo que alinhou no Sporting de Lourenço Marques, zmerding, Queluz e Estoril.

Depois do Sporting (onde conquistou três Campeonatos e duas Taças de Portugal, entre 1975 e 1982), Lisboa jogou no Queluz de 1982 a 1984 (um Campeonato e uma Taça de Portugal). Entre 1984 e 1996, no SL Benfica, ano em que o base-extremo terminou a carreira, os triunfos continuaram a ser uma constante. No clube de Eusébio ajudou a conquistar dez Campeonatos Nacionais, cinco Taças de Portugal e várias vitórias na Taça da Liga e na Supertaça. Carlos Lisboa conta 46 internacionalizações na principal selecção portuguesa.

in Wikipédia


Vídeo: http://www.dailymotion.com/video/x26p1e_fantastico-carlos-lisboa_sport
[/quote]
Citação de: O_Glorioso em 26 de Março de 2009, 00:18

Imagem: SLB Glorioso Basquetebol


Carlos Lisboa é considerado o melhor basquetebolista português de todos os tempos. É actualmente Director das Modalidades do SL Benfica. Já foi também treinador do SL Benfica, Aveiro Basket e do Estoril, mas foi como jogador que mais se evidenciou.

Natural de Cabo Verde, Carlos Lisboa nasceu na cidade da Praia, em 23 de Julho de 1958. Começou a jogar minibasquetebol com nove anos e iniciou-se no basquetebol em Moçambique, no Sporting de Lourenço Marques, onde jogou nos iniciados e nos juvenis. Chegou a Portugal em 1974 e passou a representar os juvenis do SL Benfica. Saiu para o Sporting em 1975 e, ainda com idade de júnior, estreou-se nos seniores. "A grande força do Carlos, em termos técnicos, era a sua velocidade de execução, que o tornava distinto de todos os outros basquetebolistas. É uma pessoa muito competitiva, que não joga para perder nem a brincar. Sobressaía por natureza nos jogos, devido ao seu grande talento", lembra Rui Pinheiro, um extremo que alinhou no Sporting de Lourenço Marques, zmerding, Queluz e Estoril.

Depois do Sporting (onde conquistou três Campeonatos e duas Taças de Portugal, entre 1975 e 1982), Lisboa jogou no Queluz de 1982 a 1984 (um Campeonato e uma Taça de Portugal). Entre 1984 e 1996, no SL Benfica, ano em que o base-extremo terminou a carreira, os triunfos continuaram a ser uma constante. No clube de Eusébio ajudou a conquistar dez Campeonatos Nacionais, cinco Taças de Portugal e várias vitórias na Taça da Liga e na Supertaça. Carlos Lisboa conta 46 internacionalizações na principal selecção portuguesa.

in Wikipédia


Vídeo: http://www.dailymotion.com/video/x26p1e_fantastico-carlos-lisboa_sport

ppfinder

Saudade de IMORTAL. SEMPRE !!!!!

VALEBEM

O cheira bem, cheira a Lisboa, no velho pavilhão, era arrepiante!
Recordo com mais intensidade os 45 pontos ao Partizan, e os 40 pontos contra o Pana, em Almada!

mar_vivo

Citação de: VALEBEM em 15 de Janeiro de 2010, 23:50
O cheira bem, cheira a Lisboa, no velho pavilhão, era arrepiante!
Recordo com mais intensidade os 45 pontos ao Partizan, e os 40 pontos contra o Pana, em Almada!

Arrepiava mesmo!

BEST RED

Citação de: VALEBEM em 15 de Janeiro de 2010, 23:50
O cheira bem, cheira a Lisboa, no velho pavilhão, era arrepiante!
Recordo com mais intensidade os 45 pontos ao Partizan, e os 40 pontos contra o Pana, em Almada!

E as magníficas exibições contra o Macabi na Luz e, em Espanha, contra o Juventud de Badalona que se sagraria campeão europeu?
Carlos Lisboa=Fabuloso!!! :slb2: :slb2: :slb2:

Diaboli

Citação de: VALEBEM em 15 de Janeiro de 2010, 23:50
O cheira bem, cheira a Lisboa, no velho pavilhão, era arrepiante!
Recordo com mais intensidade os 45 pontos ao Partizan, e os 40 pontos contra o Pana, em Almada!

Ambientes fantásticos  :bow2:

Ruislb82

Fabuloso Carlos Lisboa. Simplesmente o melhor jogador português de sempre. Uma máquina de converter triplos.

Imortal do Benfica.  :bow2:

Memoráveis os jogos europeus dos anos 90.

TeamRocket37

Em 1996 despediu-se dos cestos e a sua famosa camisola nº 7 foi pendurada no tecto do Pavilhão e nunca mais por outro basquetebolista encarnado foi usada.

Existe alguma camisola no tecto do pavilhão? Como na nba?

modalidades SLB

Citação de: Carlos Esteves em 22 de Outubro de 2010, 11:23
Em 1996 despediu-se dos cestos e a sua famosa camisola nº 7 foi pendurada no tecto do Pavilhão e nunca mais por outro basquetebolista encarnado foi usada.

Existe alguma camisola no tecto do pavilhão? Como na nba?

não

Bola7


faneca_slb4ever


Nas vésperas do regresso do Benfica à Europa, quem melhor pode recordar os tempos gloriosos dos encarnados além fronteiras que não Carlos Lisboa? O antigo jogador, hoje dirigente no clube da Luz, concedeu-nos esta longa entrevista, que publicamos em três partes, onde não só recorda alguns dos mais espectaculares jogos europeus disputados pelo Benfica, como também lembra muitos dos prodigiosos momentos da sua longa e profícua carreira. Uma entrevista de vida, a não perder...


Começou a demonstrar grande talento para jogar basquetebol longo de início? Ou isso só aconteceu mais tarde?

O basquetebol mais a sério surgiu na minha vida aos nove anos, mas já jogava desde os sete. Nasci em Cabo Verde, cheguei a Lourenço Marques com 3 anos e lá vivi toda a minha infância, até aos 16. E por incrível que pareça, já disse isto algumas vezes, na terra do Eusébio – pessoa por quem tenho a maior devoção, para mim foi o maior desportista português de sempre – o desporto-rei era o basquetebol. Adorava jogar futebol, sobretudo no liceu, mas como havia um grande entusiasmo e uma boa organização dos miúdos no mini-basquete em Lourenço Marques, actual Maputo, acabei por iniciar a minha carreira no mini-basquete com um grupo de amigos da minha rua. Liderados por um amigo mais velho, que era o treinador, inscrevemo-nos em torneios vários da Coca-Cola. Foi assim que comecei. Era muito franzino, lembro-me que era um dos mais pequenos. Com 13 anos tinha 1.44 metros, o que para a idade era baixo, mas já calçava o 42 ou 43. Costumava até dizer a brincar que o meu pé chegava primeiro à esquina do que eu... Fui jogando, treinando muito e sonhando com uma carreira no basquete. Acho que já tinha algum jeito.

Mas as pessoas já lhe diziam nessa altura que tinha muito jeito para a modalidade?

Sim, aliás o meu ídolo de infância, o Mário Albuquerque, tinha essa opinião em relação a mim desde Moçambique, eu sabia disso. Eu sonhava com o dia em que seria profissional. Foi com esse intuito que trabalhei muito para realizar todos esses sonhos. Tinha pessoas que me elogiavam, ficava contente, mas sabia que tinha um longo caminho a percorrer e que tinha muito ainda a melhorar.

Atingiu o seu máximo em termos de carreira no Benfica, mas antes, no Sporting e no Queluz, não era propriamente um desconhecido na modalidade...

Sim, já era conhecido, mas o auge da minha carreira e o meu nome só podem estar associados ao basquetebol do Benfica...

... Os mais jovens recordam-se de si no Benfica, daí a minha pergunta.

Comecei nos seniores com 18 ou 19 anos, passei pelo Sporting e pelo Queluz, mas cheguei ao Benfica em 1984, com 26 anos. Já tinha passado pelo clube em 1974, à vinda de Moçambique, quando fui jogar para os juvenis (agora cadetes), na categoria de sub-16. Na altura o treinador da equipa, que não interessa dizer o nome, considerava que eu tinha muito jeito, que era um jogador que fazia parte do grupo, treinava bem mas chegava aos jogos e quase não entrava. Claro que com 16 anos sabia que não vinha para o Benfica jogar 40 minutos por jogo, mas qualquer miúdo anseia jogar, ainda por cima dizendo o que diziam, era mais complicado chegar ao jogo e ficar de fora. Acabei por deixar o basquetebol. Em Dezembro de 1975 disse que nunca mais jogaria na vida! Mas um dia o Mário Albuquerque encontrou-me nos Restauradores – quando o encontrava ficava com alguma vergonha, afinal, era o meu ídolo – e perguntou-me o que andava a fazer. Contei-lhe que não jogava, expliquei-lhe as razões ao que ele me propôs ir para os juniores do Sporting. Eu Outubro fui para o Sporting (ao todo estive quase um ano sem jogar) e acabámos por ser vice-campeões nacionais.

Perderam com quem?

Com o Atlético e o nosso treinador era o Rui Pinheiro. Foi um jogo na Ajuda, que nos marcou bastante. Na altura em que eu fui para o Sporting, juntamente com o Arménio, que tinha vindo de Angola, a equipa tinha de ganhar dois jogos para ser apurada para a fase final do Regional e conseguimos. Depois, fomos à fase final da zona sul e, num jogo que decidia quem seria o segundo desta zona a ir ao Nacional, ganhámos ao Benfica no pavilhão de Moscavide, por 71-65, nunca me esqueci. E assim fomos apurados para o Campeonato Nacional só que isso criou um problema. O Rui Pinheiro jogava na equipa de seniores, eles estavam na fase final do Campeonato Nacional e havia jogos dos dois escalões que coincidiam. Nessa decisão com o Atlético, os nossos seniores iam jogar no Barreiro. Por isso o Rui Pinheiro não pôde orientar o nosso jogo. A pessoa que nos orientou não nos conhecia bem e acabámos por perder o campeonato, mas passámos de uma situação de termos de ganhar dois jogos para sermos apurados até nos sagrarmos vice-campeões nacionais. No ano seguinte fui convidado pelo treinador dos seniores para me juntar à equipa. Fiquei muito contente, mas perguntei-lhe se era só para treinar ou era também para jogar. Ele disse-me que ia jogar e aceitei. Tentei agarrar o meu lugar e mostrar o meu valor, demorou algum tempo mas conquistei o meu espaço. Fui campeão nacional três vezes no Sporting, depois, quando acabou a secção, fui para o Queluz, onde ganhei mais um campeonato e uma Taça de Portugal, e voltei ao Glorioso em 1984. No Benfica em 12 anos ganhámos 10 campeonatos e infelizmente sinto uma grande tristeza por no meu último ano termos ganho tudo – até fomos à Euroliga –, menos o campeonato, que perdemos para o FC Porto.

(...)

Mas voltando à sua pergunta, foi no Benfica que atingi maior notoriedade. Não só pela evolução do jogo, pela grande mística e pela grande relação que tenho com os sócios do clube, mas também pela grande equipa que nós tínhamos. Claro que já tinha algum currículo, mas para mim o grande impulso, a grande força da minha carreira foram os 12 anos em que estive na equipa de seniores do Benfica.

Sempre que se fala de basquetebol o seu nome vem à baila, é inevitável. Como é que isso o faz sentir?

Falam até para dizer mal... Mas mesmo depois de já ter deixado de jogar há 14 anos, já percorri uma série de pavilhões e senti o carinho das pessoas. Tenho orgulho no que fiz, sei a responsabilidade que tenho no basquetebol português e fico contente por as pessoas associarem o meu nome ao basquetebol, ficar-me-ia mal não reconhecer isso. Agora que não jogo troco boas impressões com pessoas que conheço em pavilhões e cidades onde antigamente não gostavam de mim porque jogava no Benfica contra os clubes deles...

Alguma vez se imaginou a desempenhar o cargo de dirigente, não só de basquetebol, mas de todas as modalidades do Benfica?

As pessoas que andam no desporto têm de estar preparadas para todas as situações. Aconteceu o Benfica convidar-me para este cargo, não o aceitei, só vim para o Benfica em 2005 e era só o manager do basquetebol. Depois fui convidado para director-geral das modalidades e aceitei. É diferente de ser jogador ou treinador, mas tem o aliciante, tem outro tipo de responsabilidades. Logicamente que quando jogava só pensava em jogar, mas no desporto todos os cargos são importantes. Os dirigentes são importantes na organização, os treinadores para liderar as equipas e os jogadores para jogar. Se pudesse ter outra vez 26 anos, preferia logicamente jogar. No cargo de dirigente tudo passa por nós, mas não a parte do jogo, fazer jogar A, B ou C. Gosto muito da pressão e da adrenalina, que é diferente, mas que continua presente.

Ser treinador é uma hipótese?

Não faz parte dos meus planos. Não digo nunca, mas para já não.

http://www.fpb.pt/fpb_portal/!fpb.go?s=3060689848&p=fpb.201020&t=fpb.200058&k_id_noticia=34387

faneca_slb4ever

 As grandes vitórias do Benfica na Europa e os fantásticos desempenhos de Lisboa nesses jogos, e não só, deram origem a um cântico que ainda hoje se ouve no pavilhão da Luz: "cheira bem, cheira a Lisboa". Uma homenagem dos adeptos que deixa o ex-jogador lisonjeado, mas que faz questão de partilhar com os antigos companheiros de equipa. Saiba também nesta parte da grande entrevista o que falhou para que Lisboa não tivesse rumado à NBA, em meados dos anos 80.


É verdade que foi sondado por uma equipa da NBA?

Foi em 1984/85, já tinha feito uma época pelo Benfica. As equipas de Toronto e Vancouver só apareceram passados 4 ou 5 anos e naquela altura houve a hipótese de um patrocinador da América do Sul criar uma equipa. Recebi uma carta, que ainda tenho, de um treinador, que seria o treinador da equipa, a convidar-me para eu fazer parte do plantel. Naquela altura era muito difícil surgirem equipas, era preciso preencherem uma série de requisitos. Jogar na NBA é máximo que pode acontecer na carreira de um jogador, mas infelizmente, ou felizmente, acabei por não ir, a equipa não se formou. Só surgiu 5 ou 6 anos depois. Os números que foram falados, mesmo naquela altura eram astronómicos, e eu nem dormia, era o sonho de qualquer jogador... Recebi depois uma carta em que me explicavam que a equipa não se formava porque havia uma série de normas que eram necessárias. Naquela altura nem sei se havia algum jogador na NBA que não fosse americano.

E de clubes europeus? Recebeu convites?

Sim, tive um convite de uma equipa francesa quando jogava no Queluz. Foi do Stade Français – disputámos um torneio com eles, que ganhámos –, onde jogava o Kikanovic, um grande jogador, que estava em fim de carreira. Ele tinha uma hérnia nas costas e as pessoas do clube acharam que eu poderia enquadrar-me dentro do estilo de jogo dele. Mas depois, por questões que não vêm ao caso, acabou por não se concretizar. Tive também convites para jogar em universidades norte-americanas. Da primeira vez que fui aos Estados Unidos jogava pouco tempo, mas depois estive numa série de universidades e em quase todos os jogos tinha uma universidade que me perguntava se queria ir para lá jogar e estudar, mas acabei por nunca ir. Deixei de jogar em 1996 e a Lei Bosman só apareceu no ano seguinte. Por isso nunca tive a hipótese de jogar na Europa como comunitário.

Tem noção de que foi o único atleta das modalidades do Benfica equiparado a uma estrela de futebol?

(Pausa) Tenho noção que sou uma figura do Benfica e do basquetebol do Benfica, não só por tudo o que fiz pelo clube mas também por tudo o que Benfica agora faz por mim. O meu nome está ligado à história do Benfica, eu sei disso. Mas custa-me às vezes falar nisso, as pessoas podem pensar que estou a ser pretensioso... (Pausa) Sei que sou uma figura do Benfica, o clube reconhece isso, os sócios sabem-no e consideram-me um símbolo do clube.

Lembra-se quando apareceu o cântico "cheira bem, cheira a Lisboa"?

Foi aqui no Benfica, durante os jogos. O expoente maior foi quando ganhámos ao Partizan. Quase que me vieram as lágrimas aos olhos quando na parte final, numa fase em que já tínhamos ganho o jogo, o pavilhão inteiro pôs-se a cantar. Deixava-me arrepiado, contente e muito feliz. Sou uma pessoa reservada mas aí extravasava a minha relação com as pessoas, era uma coisa espontânea, não queria armar-me em vedeta, porque que não o sou. Gostava de sentir essa relação com o público do Benfica e os adeptos retribuíram com esse cântico, por estar a jogar bem, por ser de Lisboa...

Mas isso aconteceu quando?

Já estava no Benfica há alguns anos. Ainda hoje isso acontece... Acho que já faz parte da mística do basquetebol do clube. Como o lançamento que eu fazia antes de começar o jogo e outros tiques de outros jogadores, isso ficou ligado ao Benfica e ao basquetebol benfiquista. Já ouvi a canção em outras modalidades, por ser em Lisboa. No basquetebol tem a ver com aquela equipa maravilha que nós tínhamos. Sentia-me lisonjeado por cantarem o meu nome, mas acho que todo o valor do Benfica se centrava em toda a nossa equipa. Logicamente havia jogadores que podiam dar mais nas vistas do que outros, mas nós ganhámos os campeonatos todos e tivemos as jornadas europeias incríveis à conta de um grande espírito e grande capacidade para vencer.

Existem muitas diferenças entre o basquetebol que praticou e o de agora?

Sim, mudaram algumas coisas, o jogo tornou-se muito mais rápido com os 24 segundos para atacar, enquanto na altura eram 30; em termos físicos, temos jogadores com grande capacidade atlética, no que diz respeito ao talento...

... Se estivesse fosse mais novo não teria problemas em integrar-se no basquetebol de hoje em dia?

Se tivesse 30 anos, eu ou qualquer jogador daquela altura não teríamos problemas. As regras são diferentes, com esta limitação dos 24 segundos, mas a nossa equipa raramente precisava dos 30 segundos para fazer um lançamento. Era um grupo que rapidamente se adaptaria ao basquetebol actual.

As metas que se colocam hoje em dia em termos de selecção, sobretudo depois de Portugal ter ido à fase final de um Europeu, são diferentes do seu tempo?

Houve mérito do grupo, mas a sorte procura-se e nós nesse Europeu soubemos procurá-la; agarrámos a nossa oportunidade na hora certa. Mas esse facto não espelha nem pouco mais ou menos a realidade do basquetebol português. Custa-me dizer isto porque eu gostava que a nossa Selecção estivesse sempre nas fases finais dos Campeonatos da Europa de todos os escalões, que as nossas equipas do campeonato tivessem capacidade desportiva para estarem nas competições europeias, como aconteceu em outros tempos, mas neste momento isso não existe, a não ser uns casos pontuais. Portugal acaba por ter mérito por estar presente, esperemos que no próximo Campeonato da Europa consiga atingir outra vez a fase final. É difícil, mas com trabalho poderá lá chegar.

http://www.fpb.pt/fpb_portal/!fpb.go?s=9383036939&p=fpb.201020&t=fpb.200058&k_id_noticia=34406