69ª Volta a Portugal

fish

 EM relação à equipa o aspecto negativo é que a esta volta correu muito mal. Positivo foi o facto de ser a primeira época e, portanto, há que ter esperanças no futuro.

Individualmente, o José Azevedo não me surpreendeu pela negativa. De facto o Zé é um excelente ciclista mas nunca foi um ciclista ganhador, nunca venceu nenhuma grande competição, é sim um excelente ciclista de equipa, muito trabalhador e esforçado, mas nunca um chefe de fila com capacidade para vencer uma grande competição.

Marcellus

Como li no blog dos adeptos, logo numa das primeiras etapas do Alentejo o SLB deu uma "sapatada" e conseguiu partir o pelotão a meio, ficando o Tondo no grupo atrasado. O cagão do Américo não quiz colaborar e o pelotão desentendeu-se permitindo a reentrada do que viria a ser o vencedor da Volta.
Recordo-me de mais 2 ou 3 jogadas semelhantes com evidentes dificuldades de acompanhamento pelas outras equipas, mas a maior parte do pelotão quer é cicloturismo e nunca colaborou.
O Orlando esteve bem nessas jogadas, é sangue novo e podia ter surpreendido caso alguns ciclistas não tivessem falhado fisicamente.

JM21

Citação de: Marcellus em 16 de Agosto de 2007, 15:54
Como li no blog dos adeptos, logo numa das primeiras etapas do Alentejo o SLB deu uma "sapatada" e conseguiu partir o pelotão a meio, ficando o Tondo no grupo atrasado. O cagão do Américo não quiz colaborar e o pelotão desentendeu-se permitindo a reentrada do que viria a ser o vencedor da Volta.
Recordo-me de mais 2 ou 3 jogadas semelhantes com evidentes dificuldades de acompanhamento pelas outras equipas, mas a maior parte do pelotão quer é cicloturismo e nunca colaborou.
O Orlando esteve bem nessas jogadas, é sangue novo e podia ter surpreendido caso alguns ciclistas não tivessem falhado fisicamente.
o americo lixou-se... paciencia  :angel:

fish

Citação de: JM21 em 16 de Agosto de 2007, 21:35
Citação de: Marcellus em 16 de Agosto de 2007, 15:54
Como li no blog dos adeptos, logo numa das primeiras etapas do Alentejo o SLB deu uma "sapatada" e conseguiu partir o pelotão a meio, ficando o Tondo no grupo atrasado. O cagão do Américo não quiz colaborar e o pelotão desentendeu-se permitindo a reentrada do que viria a ser o vencedor da Volta.
Recordo-me de mais 2 ou 3 jogadas semelhantes com evidentes dificuldades de acompanhamento pelas outras equipas, mas a maior parte do pelotão quer é cicloturismo e nunca colaborou.
O Orlando esteve bem nessas jogadas, é sangue novo e podia ter surpreendido caso alguns ciclistas não tivessem falhado fisicamente.
o americo lixou-se... paciencia  :angel:
O Pimbalhão com voz de Ricardo, Cândido Barbosa, deu hoje uma entrevista ao Jogo em que se lamenta dessa etapa e da estratégia seguida pelo Américo

diogo32

Citação de: fish em 17 de Agosto de 2007, 12:46
Citação de: JM21 em 16 de Agosto de 2007, 21:35
Citação de: Marcellus em 16 de Agosto de 2007, 15:54
Como li no blog dos adeptos, logo numa das primeiras etapas do Alentejo o SLB deu uma "sapatada" e conseguiu partir o pelotão a meio, ficando o Tondo no grupo atrasado. O cagão do Américo não quiz colaborar e o pelotão desentendeu-se permitindo a reentrada do que viria a ser o vencedor da Volta.
Recordo-me de mais 2 ou 3 jogadas semelhantes com evidentes dificuldades de acompanhamento pelas outras equipas, mas a maior parte do pelotão quer é cicloturismo e nunca colaborou.
O Orlando esteve bem nessas jogadas, é sangue novo e podia ter surpreendido caso alguns ciclistas não tivessem falhado fisicamente.
o americo lixou-se... paciencia  :angel:
O Pimbalhão com voz de Ricardo, Cândido Barbosa, deu hoje uma entrevista ao Jogo em que se lamenta dessa etapa e da estratégia seguida pelo Américo

e o americo se calhar lamenta ter apostado nele e nao no hector guerra...

Aka

"Tondo andou dentro de um ovo até a casca partir"
Na ressaca de mais uma Volta a Portugal, Cândido Barbosa, o melhor português na calssificação final, já sabe onde falhou e promete evitar os erros no próximo ano, até porque deve uma vitória ao povo. [Quem?]

Menos de 24 horas depois de perdida a Volta a Portugal, Cândido Barbosa fez a O JOGO o balanço do desaire, na Quintinha do Cândido, e confirma a vontade de lutar pela vitória nos próximos dois anos. Entre as mensagens de apoio recebidas, destaque para a de Pinto da Costa, o "seu" presidente. [::)]

O JOGO | Conseguiu dormir?
CÂNDIDO BARBOSA | As ressacas vêm após os dissabores. Fiquei triste, como é óbvio, por não poder agradecer com uma vitória aos que foram fantásticos e me apoiaram.

P | Foi difícil esperar pelo sono?
R | Por acaso adormeci um pouco tarde, já passava da 1h30.

P | Já reviu o que aconteceu nas últimas duas semanas?
R | Ainda não fiz uma retrospectiva de toda a Volta, mas tenho todos os dias gravados na mente e sei onde poderíamos ter ganho a Volta a Portugal.

P | Onde falhou?
R | No primeiro dia, o Xavier Tondo não estava nas melhores condições e podíamos tê-lo posto fora da classificação geral. [JURA?] Mas foram opções dos técnicos e eu respeito o Américo Silva. O Benfica queria tentar eliminar alguém e seria o Tondo, que estava mal colocado e não estava bem. Poderá ser muito bom ciclista, mas andou dentro de um ovo até ao último dia. Só aí é que partiu a casca e saltou cá para fora. Até à Serra da Estrela andou muito 'paradinho'. Na Sr.ª da Graça, uma etapa que lhe era muito farovável, onde é que estava? Ficou bastante atrás de mim. Depois chegou à Serra da Estrela e, com muita confiança, aproveitou o bom trabalho da equipa. É preciso muita confiança para chegarem à primeira montanha do dia e imprimirem um passo duríssimo para eliminarem adversários, nomeadamente a mim, sabendo que não sou um trepador e com muita montanha poderei acusar o esforço. [...]

P | Acha que se andou a guardar?
R | Ele não se andou a guardar, simplesmente andou abafado, porque não conseguia mais. A dois dias do final partiu a casca ao ovo e saltou cá para fora. Foi o mais forte, conseguiu levar a camisola amarela para casa e tenho de lhe dar os parabéns. Mas até à Serra da Estrela passou por um ciclista vulgar. [Só te estava a acompanhar nos primeiros dias] Aqueles que estavam a lutar por isso, como o José Azevedo, o David Blanco, o próprio Hector Guerra, nos momentos difíceis da corrida estivemos lá. Ele não. Ficou mais na retaguarda. Na Torre, fez uma diferença drástica.

P | Quando começou a ter a noção que realmente não dava para ganhar?
R | A partir do alto da montanha. Tive algumas referências e vi que era quase impossível.

P | Surpreendeu-o a sua prestação na montanha?
R | Sem dúvida. Fiz uma preparação específica para a alta montanha. [Aposto que foi na veia] Estava a contar estar bem na Torre. Se ganho em Santo Tirso é porque tenho que estar bem, porque é uma chegada muito selectiva.

P | E pela negativa, surpreendeu-o a prestação, por exemplo, do José Azevedo?
R | Sim, pensava que ele e o próprio David Blanco podiam suportar o esforço e o ritmo imposto pela equipa da Maia. Foi pena que no contra-relógio final a Volta estivesse quase só entregue a dois candidatos. Podia ter ficado aberta a mais três, para dar mais espectáculo ao próprio evento.

P | Este foi, provavelmente, um dos melhores pelotões dos últimos anos. Esperava mais dos adversários, nomeadamente do Oscar Sevilla e do Francisco Mancebo?
R | Do Mancebo já contava que não estivesse tão bem, mas o Sevilla deu a sua luta, se calhar um bocadinho aquém das expectativas. Mas é, sem dúvida, um dos melhores pelotões, porque também tinha o Benfica e o Eládio Jimenez. Cada vez mais conseguimos ter um ciclismo mais organizado e ao nível dos outros. Sevilla e Mancebo vêm de uma fase crítica das respectivas carreiras, em termos de doping, [E tu para lá caminhas] e acho que isso se reflectiu nos seus desempenhos.


"Há uma perseguição ao ciclismo"

P | Em termos gerais, que balanço faz?
R | Esta Volta veio limpar algumas das nódoas que existiam no ciclismo e afirmar-se como uma modalidade muito popular. Não vive à conta de receitas de estádios, mas de patrocínios de empresas. Não existe nenhum estádio que acolha o número de adeptos presente em qualquer etapa da Volta. A não ser que nos Jogos Olímpicos de Pequim'08 se construa um estádio do tamanho da China. É um virar de página depois da perseguição que existe dentro do ciclismo.

P | A quem?
R | Houve imensos controlos antidoping durante a Volta. Num só dia fiz quatro controlos, na etapa de S. João da Madeira. Um da etapa, porque venci. Passadas duas horas, outro de urina e depois passei por dois controlos sanguíneos. É uma perseguição contínua. Somos, sem dúvida, a modalidade mais controlada de todas, percentualmente, e a que menos casos positivos tem, comparativamente. [Vá, ao menos ele tem piada. O melhor mesmo é ignorar o doping no desporto, porque há desportos piores] No evento desportivo mais controlado do Mundo, nos Jogos Olímpicos, vai fazer 12 anos que não há um caso positivo. E dentro de dias, começo a ser controlado para os Jogos, por estar dentro do Projecto Olímpico.

P | Vai a Pequim?
R | Não sei. Faço parte do Projecto Olímpico. Agora, o seleccionador é que sabe. Por mim, vou.


"Força de elefante a garra de leão"

Depois da promessa de receber um leão caso vencesse a Volta de 2006, Cândido Barbosa continua à espera de poder juntar mais um animal ao pónei da sua Quintinha.

P | Terminou a Volta. Como é a sua vida agora?
R | Vou aproveitar para descansar um pouco em família, mas sábado terei que ir para a Venda do Pinheiro, para no domingo corrermos o circuito da Malveira e, na segunda-feira, Alcobaça. Em princípio, na próxima semana (sexta-feira e sábado) temos o GP Barbot e domingo a Clássica, em Madrid. Haverá mais competições, como o GP Vinhos da Estremadura e a Volta ao México, no princípio de Outubro. Tenho também a minha vida particular, com a Quintinha do Cândido, e tenho de conciliar tudo e ter tempo para dedicar à organização do ano lectivo. Também tenho necessidade de conviver e partilhar o meu tempo com as crianças, pois temos cerca de 60. A nossa capacidade é de 148. Estamos no primeiro ano e as expectativas são muito boas. No ano lectivo seguinte arrancamos com o I Ciclo, que é uma necessidade e os pais exigem.

P | Continua a faltar um leão...
R | Sim, para a Quintinha Pedagógica. Mas, com tempo, o meu amigo Victor Hugo Cardinalli, qualquer dia, faz-me uma surpresa. Antes da Torre ligou-me a dizer que era preciso força de elefante e garra de leão. Tenho recebido imensos telefonemas e mensagens, mas a dele é sempre especial. Em Dezembro, fez um espectáculo de circo para as crianças, por altura do Natal.


"Bicicleta começa a ficar pesada"

P | Há alguma altura do ano em que já esteja farto da bicicleta?
R | Costuma acontecer daqui para a frente. O objectivo principal ficou para trás e a bicicleta fica pesada. Isto, no meu caso. Psicologicamente, o meu objectivo terminou aqui. Regulei todo o meu sistema para dar o meu melhor até dia 15 e já não consigo ter o mesmo nível de sofrimento.


"Espero competir mais dois anos"

P | Segundo em 2005, terceiro em 2006, segundo em 2007. Em 2008, primeiro lugar?
R | Podia já ter sido este ano. Estes próximos dois anos poderei ter ainda expectativa de chegar à vitória final na Volta a Portugal.

P | Com a Liberty Seguros?
R | O meu contrato acaba a 31 de Dezembro. Até hoje, ainda não houve nenhum contacto para a renovação e não tenho propostas de ninguém. Também, se calhar, por pensarem que estou ligado à Liberty vitaliciamente. Tudo vai depender de uma equipa que me ofereça condições para discutir a Volta e, depois, tendo em conta o factor monetário. Mas não será por aí...

P | Poderá ser a LA-MSS?
R | Sim, quem sabe. Temos três, quatro equipas com as quais poderei estabelecer contactos. Mas não vou bater à porta de ninguém.


"Recebi mensagem do "meu" presidente"

P | Ídolos?
R | O Miguel Indurain. Depois gostava do Chipollini e do Ullrich. No futebol, apesar de não acompanhar e não ter grande sensibilidade, gosto do Luís Figo. Não só pelo grande jogador que é, mas pela sua postura e carácter. [Tá tudo explicado]É um senhor do futebol.

P | Clube?
R | Portista. Fui umas três vezes ao Dragão. Na inauguração, um jogo da Selecção e outro entre o FC Porto e o Chelsea. Mas recebi uma mensagem do "meu" presidente, do FC Porto, a dar-me força para tentar ganhar a Volta a Portugal. Quando posso, também transmito isso à equipa, através do meu conterrâneo Rui Barros. [É preciso comentar?...]

P | Acompanhou o jogo da Supertaça com o Sporting?
R | Vi um pouco, mas ia acompanhando pelos comentários do meu director, Víctor Paulo, que é sportinguista.

P | Prato preferido?
R | "Sou bom garfo, gosto de cozinha portuguesa."

P | Bebida preferida?
R | "Vinho. De Verão, verde branco. De Inverno, tinto maduro. Fora das refeições, no Verão, gosto de cerveja."

P | Filme preferido?
R | "Não sou muito amante de cinema."

P | Programa favorito?
R | "De cultura geral. Vejo muito a RTP2." [Deve ser o Zig Zag]

P | Região preferida de Portugal?
R | "Tenho apreço forte pelo Algarve. Por Trás-os-Montes também."

BI
Nome: Cândido Barbosa
Data de nascimento: 31/12/1974
Localidade: Rebordosa (Paredes)
Estado Civil: Casado, pai de dois filhos gémeos

Fonte: O Jogo



E ainda há quem defenda esta animal sem carácter. Porra!!!

Marcellus

tb não é preciso exagerar, pode ser um convencido do caraças e portista ferrenho (aquela do #meu presidente...???") mas pelo menos não andou a empurrar o Benitez nem falou mal do SLB.
agora que soube que o Papa lhe ligou fiquei feliz por ele perder, mas ganhando um espanhol tb não fiquei lá muito satisfeito.

Pedro Neto

#1987
Não gosto de ciclismo, e por isso nem prestei atenção à prestação do Benfica. Talvez por não perceber nada de ciclismo é que simpatizo com o Cândido Barbosa, que já conheci pessoalmente - até me deu um boné da LA com um autógrafo numa chegada a Leiria, há uns anos atrás.

Vergonhosa essa entrevista ao Jogo. Já estou a mudar um bocadinho de opinião.  :crazy2:
E não sabia que ele era portista...  >:(

PS: O Antonioli agora é moderador d'A Voz da Águia. Um abraço para ele, se ele estiver a ler isto.

NN_arc

e ainda há quem diga que este é m menino do povo, que o par**!vêm para as entrevistas, agradecer a td povo, e mandar beijinhos pa terrinha e como sempre se soube não passa de um arrogante, que não sabe ter um pc de humildade e admitir que perdeu para um grande ciclista que foi o tondo, que ao contrário dele, subiu a torre sem nenhum colega de ekipa a puxá-lo!

eskeceu-se de agradecer ao hector guerra e á equipa da liberty!e é este o home humilde, do povo!

ele simplesmente quer fazer propaganda á sua imagem pessoal, para puder aumentar a quintinha do toy e o povo portugues deixa-se enganar por este gajo!


BigSLB

Análise da Volta       
Escrito por Rui Quinta     
16-Ago-2007 

Terminou ontem a 69ª edição da Volta a Portugal, com Xavier Tondo (LA-MSS) a levar a melhor sobre toda a concorrência e a dar à equipa maiata de Manuel Zeferino a sua quarta vitória na classificação geral da prova. Agora que está concluída a principal corrida nacional, é hora de analisar o que se passou desde o passado dia 4.

A sabedoria de Zeferino, a força de Tondo e o duelo que não aconteceu
As quatro Voltas vencidas por Manuel Zeferino como director desportivo, em doze anos com esse cargo, são um bom registo mas é melhor ainda se tivermos em conta que as quatro vitórias foram nos últimos sete anos. Com um orçamento mais baixo que os seus principais rivais, Manuel Zeferino contratou para esta época Xavier Tondo e apostou nele para vencer esta Volta a Portugal.

Até à Volta, Tondo esteve longe de estar apagado, tendo sido quinto na Volta ao Distrito de Santarém e no GPI Paredes Rota dos Móveis, quarto no GP CTT Correios e primeiro no Troféu Joaquim Agostinho, pelo que os seus rivais já saberiam que não lhe podiam dar espaço... mas deram. Logo na primeira etapa em linha, aquela que chegou a Beja, o Benfica provocou um corte no pelotão e Tondo ficou para trás, mas apenas Orlando Rodrigues e Manuel Zeferino deram tudo pelos seus líderes.

Orlando Rodrigues colocou quase toda a sua equipa a trabalhar na frente do primeiro pelotão para que Tondo não reentrasse, mas Manuel Zeferino também não esteve com meias medidas, ordenou que alguns ciclistas seus que iam no primeiro grupo esperassem, colocou os que estavam no segundo pelotão a dar tudo e quando alguém se lembrou a ajudar o Benfica já era tarde, pois a LA-MSS tinha reentrado com Tondo. Se a ajuda ao Benfica tivesse aparecido mais cedo, talvez Tondo tivesse perdido naquele dia mais de um minuto, o que é muito para vencer a classificação geral, mas a coragem que teve Manuel Zeferino para desgastar os seus ciclistas faltou noutros carros de apoio.

Daí em diante, Tondo foi tentando perder o menos tempo possível, mas Cândido Barbosa, à excepção das duas primeiras etapas em linha, bonificou sempre que o poderia ter feito, partindo para a etapa que terminava na Torre com 47 segundos de vantagem para o espanhol da LA-MSS. Mais uma vez, Manuel Zeferino apostou tudo.

Quando começaram as dificuldades já a LA-MSS estava a assumir as despesas da corrida e fraccionou o pelotão logo na ascensão para o Alto do Carrazedo. Zeferino sabia bem que estava a sacrificar toda a equipa mas sabia também que tinha de deixar Cândido Barbosa o mais desamparado possível, pois no um-para-um era o seu ciclista que levava a melhor. Cabreira eliminou quase toda a Liberty Seguros e quando Tondo atacou apenas Héctor Guerra estava com o seu líder. Infelizmente para Américo Silva e a sua equipa, não chegou e Tondo aproximou-se muito de Cândido Barbosa, o suficiente para o ultrapassar no contra-relógio do último dia e sagrar-se vencedor da Volta a Portugal de 2007.

Mesmo sem ser líder, Héctor Guerra mostrou-se como o único ciclista que poderia bater Tondo na classificação geral. Porque não ficou mais perto? Porque teve de trabalhar para Cândido Barbosa. Porque teve de trabalhar? Porque quando caiu na quarta etapa perdeu um minuto para a concorrência e o seu companheiro chegou à camisola amarela. Américo Silva foi "obrigado", pela situação de corrida, a decidir assim.


Eladio Jimenez e outros destaques
Eladio Jimenez foi outro dos grandes corredores desta Volta e o melhor na montanha, como mostram as vitórias na chegada à Senhora da Graça e à Torre. Foi uma meia surpresa a sua classificação geral, juntamente com José Antonio Pecharroman, que parece estar de volta ao seu melhor, e Pedro Cardoso, que mostrou que aguenta bem uma prova com a extensão da Volta.

Já Hugo Sabido e Hernâni Brôco, respectivamente em 11º e 12º, estão longe de ser duas surpresas, mas sim duas confirmações de dois jovens atletas que ainda estão em progressão. Felizmente para o ciclismo português, são dois ciclistas para terminar nos dez melhores brevemente e talvez lutar pela vitória.

Quem esteve algo abaixo do esperado foi David Blanco e José Azevedo, respectivamente quinto e sexto, que falharam na subida para o Alto da Torre. No final dessa mesma etapa, mostraram uma humildade que apenas os grandes campeões têm. Blanco, com a sua habitual sinceridade, admitia que não teve forças para seguir com os melhores e José Azevedo, visivelmente desiludido com ele próprio mas não menos sincero, tinha um discurso semelhante.

Destaque ainda para João Cabreira, que não se preocupou com a sua classificação e deu o que tinha e o que não tinha por Xavier Tondo, principalmente na penúltima etapa.

Tiago Machado e André Cardoso
Tiago Machado não deu hipóteses aos restantes na luta pela classificação da juventude e mostrou, mais uma vez, que poderá chegar muito longe no ciclismo. A etapa da Torre retirou-lhe dos dez primeiros da classificação geral, mas certamente aprenderá e no próximo ano estará ainda melhor.

Já André Cardoso abdicou de realizar uma melhor classificação geral para lutar pela vitória na classificação da montanha, onde levou a melhor por um ponto. Atacou quando tinha que atacar e fez os pontos suficientes para ganhar sem pontuar nas contagens que coincidam com a meta.





As equipas
As equipas portuguesas deram tudo o que tinham para estar em evidência. A DUJA-Tavira e a Barbot-Halcon venceram uma etapa cada uma, a Liberty Seguros venceu cinco, a Fercase-Rota dos Móveis venceu a classificação da montanha, a Riberalves-Boavista esteve todos os dias representada no pódio por Tiago Machado, a LA-MSS fez a festa final ao vencer a classificação geral e as outras (Benfica, Vitória-ASC e Madeinox Bric-Loulé), umas mais que outras, pelo menos tentaram, o que não se pode dizer de todas as equipas estrangeiras.

A Ceramica Panaria venceu duas etapas com Paride Grillo, a Karpin-Galicia outras duas com Eladio Jimenez, a Relax-GAM teve vários ciclistas em destaque, assim como a Fuerteventura-Canárias. A Team Barloworld não entrou em fugas mas teve Sabido em bom nível e a Ceramica Flaminia mostrou que é possível fazer uma Volta positiva sem ter grandes ciclistas, pois apenas não esteve na fuga do dia em duas etapas em linha.

A Saunier Duval ainda tentou disfarçar a sua falta de vontade, já a Lampre-Fondital mostrou claramente que veio passear à Volta e a Team Slipstream deixou-nos sem perceber se não tinha vontade ou capacidade. Creio que foi, principalmente, a segunda opção.





Cândido Barbosa
Fica para o fim mas não merece menos atenção. O ciclista da Rebordosa ficou pelo terceiro ano consecutivo nos três primeiros da classificação geral e mostrou que faz das tripas coração para chegar aos seus objectivos. Poderá perder tempo a subir e no contra-relógio, mas dá tudo o que tem e quem o faz não merece outra coisa que não seja aplausos, o que, aliás, recebe da maioria dos portugueses que vão à estrada apoiar.

http://www.ciclismodigital.com/index.php?option=com_content&task=view&id=574&Itemid=28

JM21

Citação de: Aka em 17 de Agosto de 2007, 14:12
"Tondo andou dentro de um ovo até a casca partir"
Na ressaca de mais uma Volta a Portugal, Cândido Barbosa, o melhor português na calssificação final, já sabe onde falhou e promete evitar os erros no próximo ano, até porque deve uma vitória ao povo. [Quem?]

Menos de 24 horas depois de perdida a Volta a Portugal, Cândido Barbosa fez a O JOGO o balanço do desaire, na Quintinha do Cândido, e confirma a vontade de lutar pela vitória nos próximos dois anos. Entre as mensagens de apoio recebidas, destaque para a de Pinto da Costa, o "seu" presidente. [::)]

O JOGO | Conseguiu dormir?
CÂNDIDO BARBOSA | As ressacas vêm após os dissabores. Fiquei triste, como é óbvio, por não poder agradecer com uma vitória aos que foram fantásticos e me apoiaram.

P | Foi difícil esperar pelo sono?
R | Por acaso adormeci um pouco tarde, já passava da 1h30.

P | Já reviu o que aconteceu nas últimas duas semanas?
R | Ainda não fiz uma retrospectiva de toda a Volta, mas tenho todos os dias gravados na mente e sei onde poderíamos ter ganho a Volta a Portugal.

P | Onde falhou?
R | No primeiro dia, o Xavier Tondo não estava nas melhores condições e podíamos tê-lo posto fora da classificação geral. [JURA?] Mas foram opções dos técnicos e eu respeito o Américo Silva. O Benfica queria tentar eliminar alguém e seria o Tondo, que estava mal colocado e não estava bem. Poderá ser muito bom ciclista, mas andou dentro de um ovo até ao último dia. Só aí é que partiu a casca e saltou cá para fora. Até à Serra da Estrela andou muito 'paradinho'. Na Sr.ª da Graça, uma etapa que lhe era muito farovável, onde é que estava? Ficou bastante atrás de mim. Depois chegou à Serra da Estrela e, com muita confiança, aproveitou o bom trabalho da equipa. É preciso muita confiança para chegarem à primeira montanha do dia e imprimirem um passo duríssimo para eliminarem adversários, nomeadamente a mim, sabendo que não sou um trepador e com muita montanha poderei acusar o esforço. [...]

P | Acha que se andou a guardar?
R | Ele não se andou a guardar, simplesmente andou abafado, porque não conseguia mais. A dois dias do final partiu a casca ao ovo e saltou cá para fora. Foi o mais forte, conseguiu levar a camisola amarela para casa e tenho de lhe dar os parabéns. Mas até à Serra da Estrela passou por um ciclista vulgar. [Só te estava a acompanhar nos primeiros dias] Aqueles que estavam a lutar por isso, como o José Azevedo, o David Blanco, o próprio Hector Guerra, nos momentos difíceis da corrida estivemos lá. Ele não. Ficou mais na retaguarda. Na Torre, fez uma diferença drástica.

P | Quando começou a ter a noção que realmente não dava para ganhar?
R | A partir do alto da montanha. Tive algumas referências e vi que era quase impossível.

P | Surpreendeu-o a sua prestação na montanha?
R | Sem dúvida. Fiz uma preparação específica para a alta montanha. [Aposto que foi na veia] Estava a contar estar bem na Torre. Se ganho em Santo Tirso é porque tenho que estar bem, porque é uma chegada muito selectiva.

P | E pela negativa, surpreendeu-o a prestação, por exemplo, do José Azevedo?
R | Sim, pensava que ele e o próprio David Blanco podiam suportar o esforço e o ritmo imposto pela equipa da Maia. Foi pena que no contra-relógio final a Volta estivesse quase só entregue a dois candidatos. Podia ter ficado aberta a mais três, para dar mais espectáculo ao próprio evento.

P | Este foi, provavelmente, um dos melhores pelotões dos últimos anos. Esperava mais dos adversários, nomeadamente do Oscar Sevilla e do Francisco Mancebo?
R | Do Mancebo já contava que não estivesse tão bem, mas o Sevilla deu a sua luta, se calhar um bocadinho aquém das expectativas. Mas é, sem dúvida, um dos melhores pelotões, porque também tinha o Benfica e o Eládio Jimenez. Cada vez mais conseguimos ter um ciclismo mais organizado e ao nível dos outros. Sevilla e Mancebo vêm de uma fase crítica das respectivas carreiras, em termos de doping, [E tu para lá caminhas] e acho que isso se reflectiu nos seus desempenhos.


"Há uma perseguição ao ciclismo"

P | Em termos gerais, que balanço faz?
R | Esta Volta veio limpar algumas das nódoas que existiam no ciclismo e afirmar-se como uma modalidade muito popular. Não vive à conta de receitas de estádios, mas de patrocínios de empresas. Não existe nenhum estádio que acolha o número de adeptos presente em qualquer etapa da Volta. A não ser que nos Jogos Olímpicos de Pequim'08 se construa um estádio do tamanho da China. É um virar de página depois da perseguição que existe dentro do ciclismo.

P | A quem?
R | Houve imensos controlos antidoping durante a Volta. Num só dia fiz quatro controlos, na etapa de S. João da Madeira. Um da etapa, porque venci. Passadas duas horas, outro de urina e depois passei por dois controlos sanguíneos. É uma perseguição contínua. Somos, sem dúvida, a modalidade mais controlada de todas, percentualmente, e a que menos casos positivos tem, comparativamente. [Vá, ao menos ele tem piada. O melhor mesmo é ignorar o doping no desporto, porque há desportos piores] No evento desportivo mais controlado do Mundo, nos Jogos Olímpicos, vai fazer 12 anos que não há um caso positivo. E dentro de dias, começo a ser controlado para os Jogos, por estar dentro do Projecto Olímpico.

P | Vai a Pequim?
R | Não sei. Faço parte do Projecto Olímpico. Agora, o seleccionador é que sabe. Por mim, vou.


"Força de elefante a garra de leão"

Depois da promessa de receber um leão caso vencesse a Volta de 2006, Cândido Barbosa continua à espera de poder juntar mais um animal ao pónei da sua Quintinha.

P | Terminou a Volta. Como é a sua vida agora?
R | Vou aproveitar para descansar um pouco em família, mas sábado terei que ir para a Venda do Pinheiro, para no domingo corrermos o circuito da Malveira e, na segunda-feira, Alcobaça. Em princípio, na próxima semana (sexta-feira e sábado) temos o GP Barbot e domingo a Clássica, em Madrid. Haverá mais competições, como o GP Vinhos da Estremadura e a Volta ao México, no princípio de Outubro. Tenho também a minha vida particular, com a Quintinha do Cândido, e tenho de conciliar tudo e ter tempo para dedicar à organização do ano lectivo. Também tenho necessidade de conviver e partilhar o meu tempo com as crianças, pois temos cerca de 60. A nossa capacidade é de 148. Estamos no primeiro ano e as expectativas são muito boas. No ano lectivo seguinte arrancamos com o I Ciclo, que é uma necessidade e os pais exigem.

P | Continua a faltar um leão...
R | Sim, para a Quintinha Pedagógica. Mas, com tempo, o meu amigo Victor Hugo Cardinalli, qualquer dia, faz-me uma surpresa. Antes da Torre ligou-me a dizer que era preciso força de elefante e garra de leão. Tenho recebido imensos telefonemas e mensagens, mas a dele é sempre especial. Em Dezembro, fez um espectáculo de circo para as crianças, por altura do Natal.


"Bicicleta começa a ficar pesada"

P | Há alguma altura do ano em que já esteja farto da bicicleta?
R | Costuma acontecer daqui para a frente. O objectivo principal ficou para trás e a bicicleta fica pesada. Isto, no meu caso. Psicologicamente, o meu objectivo terminou aqui. Regulei todo o meu sistema para dar o meu melhor até dia 15 e já não consigo ter o mesmo nível de sofrimento.


"Espero competir mais dois anos"

P | Segundo em 2005, terceiro em 2006, segundo em 2007. Em 2008, primeiro lugar?
R | Podia já ter sido este ano. Estes próximos dois anos poderei ter ainda expectativa de chegar à vitória final na Volta a Portugal.

P | Com a Liberty Seguros?
R | O meu contrato acaba a 31 de Dezembro. Até hoje, ainda não houve nenhum contacto para a renovação e não tenho propostas de ninguém. Também, se calhar, por pensarem que estou ligado à Liberty vitaliciamente. Tudo vai depender de uma equipa que me ofereça condições para discutir a Volta e, depois, tendo em conta o factor monetário. Mas não será por aí...

P | Poderá ser a LA-MSS?
R | Sim, quem sabe. Temos três, quatro equipas com as quais poderei estabelecer contactos. Mas não vou bater à porta de ninguém.


"Recebi mensagem do "meu" presidente"

P | Ídolos?
R | O Miguel Indurain. Depois gostava do Chipollini e do Ullrich. No futebol, apesar de não acompanhar e não ter grande sensibilidade, gosto do Luís Figo. Não só pelo grande jogador que é, mas pela sua postura e carácter. [Tá tudo explicado]É um senhor do futebol.

P | Clube?
R | Portista. Fui umas três vezes ao Dragão. Na inauguração, um jogo da Selecção e outro entre o FC Porto e o Chelsea. Mas recebi uma mensagem do "meu" presidente, do FC Porto, a dar-me força para tentar ganhar a Volta a Portugal. Quando posso, também transmito isso à equipa, através do meu conterrâneo Rui Barros. [É preciso comentar?...]

P | Acompanhou o jogo da Supertaça com o Sporting?
R | Vi um pouco, mas ia acompanhando pelos comentários do meu director, Víctor Paulo, que é sportinguista.

P | Prato preferido?
R | "Sou bom garfo, gosto de cozinha portuguesa."

P | Bebida preferida?
R | "Vinho. De Verão, verde branco. De Inverno, tinto maduro. Fora das refeições, no Verão, gosto de cerveja."

P | Filme preferido?
R | "Não sou muito amante de cinema."

P | Programa favorito?
R | "De cultura geral. Vejo muito a RTP2." [Deve ser o Zig Zag]

P | Região preferida de Portugal?
R | "Tenho apreço forte pelo Algarve. Por Trás-os-Montes também."

BI
Nome: Cândido Barbosa
Data de nascimento: 31/12/1974
Localidade: Rebordosa (Paredes)
Estado Civil: Casado, pai de dois filhos gémeos

Fonte: O Jogo



E ainda há quem defenda esta animal sem carácter. Porra!!!
"P | Programa favorito?
R | "De cultura geral. Vejo muito a RTP2." [Deve ser o Zig Zag] "

:2funny:  :2funny:  :2funny:

4ever Red Devil

Cândido Barbosa + Cultura geral = Anedota!

Sim, porque uma pessoa que não diz duas frases correctas seguidas, que diz que "não há três sem duas, né assim?", deve ser uma pessoa extremamente culta...

Isso da RTP2 foi só para dar o exemplo aos mini-labreguinhos da "Quintinha do Cândido" ;D

dvfer

esta volta foi uma desilusão enorme!

epa, fdx, nem uma etapa??  :cry2:

KRF

Citação de: Aka em 17 de Agosto de 2007, 14:12
"Tondo andou dentro de um ovo até a casca partir"
Na ressaca de mais uma Volta a Portugal, Cândido Barbosa, o melhor português na calssificação final, já sabe onde falhou e promete evitar os erros no próximo ano, até porque deve uma vitória ao povo. [Quem?]

Menos de 24 horas depois de perdida a Volta a Portugal, Cândido Barbosa fez a O JOGO o balanço do desaire, na Quintinha do Cândido, e confirma a vontade de lutar pela vitória nos próximos dois anos. Entre as mensagens de apoio recebidas, destaque para a de Pinto da Costa, o "seu" presidente. [::)]

O JOGO | Conseguiu dormir?
CÂNDIDO BARBOSA | As ressacas vêm após os dissabores. Fiquei triste, como é óbvio, por não poder agradecer com uma vitória aos que foram fantásticos e me apoiaram.

P | Foi difícil esperar pelo sono?
R | Por acaso adormeci um pouco tarde, já passava da 1h30.

P | Já reviu o que aconteceu nas últimas duas semanas?
R | Ainda não fiz uma retrospectiva de toda a Volta, mas tenho todos os dias gravados na mente e sei onde poderíamos ter ganho a Volta a Portugal.

P | Onde falhou?
R | No primeiro dia, o Xavier Tondo não estava nas melhores condições e podíamos tê-lo posto fora da classificação geral. [JURA?] Mas foram opções dos técnicos e eu respeito o Américo Silva. O Benfica queria tentar eliminar alguém e seria o Tondo, que estava mal colocado e não estava bem. Poderá ser muito bom ciclista, mas andou dentro de um ovo até ao último dia. Só aí é que partiu a casca e saltou cá para fora. Até à Serra da Estrela andou muito 'paradinho'. Na Sr.ª da Graça, uma etapa que lhe era muito farovável, onde é que estava? Ficou bastante atrás de mim. Depois chegou à Serra da Estrela e, com muita confiança, aproveitou o bom trabalho da equipa. É preciso muita confiança para chegarem à primeira montanha do dia e imprimirem um passo duríssimo para eliminarem adversários, nomeadamente a mim, sabendo que não sou um trepador e com muita montanha poderei acusar o esforço. [...]

P | Acha que se andou a guardar?
R | Ele não se andou a guardar, simplesmente andou abafado, porque não conseguia mais. A dois dias do final partiu a casca ao ovo e saltou cá para fora. Foi o mais forte, conseguiu levar a camisola amarela para casa e tenho de lhe dar os parabéns. Mas até à Serra da Estrela passou por um ciclista vulgar. [Só te estava a acompanhar nos primeiros dias] Aqueles que estavam a lutar por isso, como o José Azevedo, o David Blanco, o próprio Hector Guerra, nos momentos difíceis da corrida estivemos lá. Ele não. Ficou mais na retaguarda. Na Torre, fez uma diferença drástica.

P | Quando começou a ter a noção que realmente não dava para ganhar?
R | A partir do alto da montanha. Tive algumas referências e vi que era quase impossível.

P | Surpreendeu-o a sua prestação na montanha?
R | Sem dúvida. Fiz uma preparação específica para a alta montanha. [Aposto que foi na veia] Estava a contar estar bem na Torre. Se ganho em Santo Tirso é porque tenho que estar bem, porque é uma chegada muito selectiva.

P | E pela negativa, surpreendeu-o a prestação, por exemplo, do José Azevedo?
R | Sim, pensava que ele e o próprio David Blanco podiam suportar o esforço e o ritmo imposto pela equipa da Maia. Foi pena que no contra-relógio final a Volta estivesse quase só entregue a dois candidatos. Podia ter ficado aberta a mais três, para dar mais espectáculo ao próprio evento.

P | Este foi, provavelmente, um dos melhores pelotões dos últimos anos. Esperava mais dos adversários, nomeadamente do Oscar Sevilla e do Francisco Mancebo?
R | Do Mancebo já contava que não estivesse tão bem, mas o Sevilla deu a sua luta, se calhar um bocadinho aquém das expectativas. Mas é, sem dúvida, um dos melhores pelotões, porque também tinha o Benfica e o Eládio Jimenez. Cada vez mais conseguimos ter um ciclismo mais organizado e ao nível dos outros. Sevilla e Mancebo vêm de uma fase crítica das respectivas carreiras, em termos de doping, [E tu para lá caminhas] e acho que isso se reflectiu nos seus desempenhos.


"Há uma perseguição ao ciclismo"

P | Em termos gerais, que balanço faz?
R | Esta Volta veio limpar algumas das nódoas que existiam no ciclismo e afirmar-se como uma modalidade muito popular. Não vive à conta de receitas de estádios, mas de patrocínios de empresas. Não existe nenhum estádio que acolha o número de adeptos presente em qualquer etapa da Volta. A não ser que nos Jogos Olímpicos de Pequim'08 se construa um estádio do tamanho da China. É um virar de página depois da perseguição que existe dentro do ciclismo.

P | A quem?
R | Houve imensos controlos antidoping durante a Volta. Num só dia fiz quatro controlos, na etapa de S. João da Madeira. Um da etapa, porque venci. Passadas duas horas, outro de urina e depois passei por dois controlos sanguíneos. É uma perseguição contínua. Somos, sem dúvida, a modalidade mais controlada de todas, percentualmente, e a que menos casos positivos tem, comparativamente. [Vá, ao menos ele tem piada. O melhor mesmo é ignorar o doping no desporto, porque há desportos piores] No evento desportivo mais controlado do Mundo, nos Jogos Olímpicos, vai fazer 12 anos que não há um caso positivo. E dentro de dias, começo a ser controlado para os Jogos, por estar dentro do Projecto Olímpico.

P | Vai a Pequim?
R | Não sei. Faço parte do Projecto Olímpico. Agora, o seleccionador é que sabe. Por mim, vou.


"Força de elefante a garra de leão"

Depois da promessa de receber um leão caso vencesse a Volta de 2006, Cândido Barbosa continua à espera de poder juntar mais um animal ao pónei da sua Quintinha.

P | Terminou a Volta. Como é a sua vida agora?
R | Vou aproveitar para descansar um pouco em família, mas sábado terei que ir para a Venda do Pinheiro, para no domingo corrermos o circuito da Malveira e, na segunda-feira, Alcobaça. Em princípio, na próxima semana (sexta-feira e sábado) temos o GP Barbot e domingo a Clássica, em Madrid. Haverá mais competições, como o GP Vinhos da Estremadura e a Volta ao México, no princípio de Outubro. Tenho também a minha vida particular, com a Quintinha do Cândido, e tenho de conciliar tudo e ter tempo para dedicar à organização do ano lectivo. Também tenho necessidade de conviver e partilhar o meu tempo com as crianças, pois temos cerca de 60. A nossa capacidade é de 148. Estamos no primeiro ano e as expectativas são muito boas. No ano lectivo seguinte arrancamos com o I Ciclo, que é uma necessidade e os pais exigem.

P | Continua a faltar um leão...
R | Sim, para a Quintinha Pedagógica. Mas, com tempo, o meu amigo Victor Hugo Cardinalli, qualquer dia, faz-me uma surpresa. Antes da Torre ligou-me a dizer que era preciso força de elefante e garra de leão. Tenho recebido imensos telefonemas e mensagens, mas a dele é sempre especial. Em Dezembro, fez um espectáculo de circo para as crianças, por altura do Natal.


"Bicicleta começa a ficar pesada"

P | Há alguma altura do ano em que já esteja farto da bicicleta?
R | Costuma acontecer daqui para a frente. O objectivo principal ficou para trás e a bicicleta fica pesada. Isto, no meu caso. Psicologicamente, o meu objectivo terminou aqui. Regulei todo o meu sistema para dar o meu melhor até dia 15 e já não consigo ter o mesmo nível de sofrimento.


"Espero competir mais dois anos"

P | Segundo em 2005, terceiro em 2006, segundo em 2007. Em 2008, primeiro lugar?
R | Podia já ter sido este ano. Estes próximos dois anos poderei ter ainda expectativa de chegar à vitória final na Volta a Portugal.

P | Com a Liberty Seguros?
R | O meu contrato acaba a 31 de Dezembro. Até hoje, ainda não houve nenhum contacto para a renovação e não tenho propostas de ninguém. Também, se calhar, por pensarem que estou ligado à Liberty vitaliciamente. Tudo vai depender de uma equipa que me ofereça condições para discutir a Volta e, depois, tendo em conta o factor monetário. Mas não será por aí...

P | Poderá ser a LA-MSS?
R | Sim, quem sabe. Temos três, quatro equipas com as quais poderei estabelecer contactos. Mas não vou bater à porta de ninguém.


"Recebi mensagem do "meu" presidente"

P | Ídolos?
R | O Miguel Indurain. Depois gostava do Chipollini e do Ullrich. No futebol, apesar de não acompanhar e não ter grande sensibilidade, gosto do Luís Figo. Não só pelo grande jogador que é, mas pela sua postura e carácter. [Tá tudo explicado]É um senhor do futebol.

P | Clube?
R | Portista. Fui umas três vezes ao Dragão. Na inauguração, um jogo da Selecção e outro entre o FC Porto e o Chelsea. Mas recebi uma mensagem do "meu" presidente, do FC Porto, a dar-me força para tentar ganhar a Volta a Portugal. Quando posso, também transmito isso à equipa, através do meu conterrâneo Rui Barros. [É preciso comentar?...]

P | Acompanhou o jogo da Supertaça com o Sporting?
R | Vi um pouco, mas ia acompanhando pelos comentários do meu director, Víctor Paulo, que é sportinguista.

P | Prato preferido?
R | "Sou bom garfo, gosto de cozinha portuguesa."

P | Bebida preferida?
R | "Vinho. De Verão, verde branco. De Inverno, tinto maduro. Fora das refeições, no Verão, gosto de cerveja."

P | Filme preferido?
R | "Não sou muito amante de cinema."

P | Programa favorito?
R | "De cultura geral. Vejo muito a RTP2." [Deve ser o Zig Zag]

P | Região preferida de Portugal?
R | "Tenho apreço forte pelo Algarve. Por Trás-os-Montes também."

BI
Nome: Cândido Barbosa
Data de nascimento: 31/12/1974
Localidade: Rebordosa (Paredes)
Estado Civil: Casado, pai de dois filhos gémeos

Fonte: O Jogo



E ainda há quem defenda esta animal sem carácter. Porra!!!


E eu a pensar que este gajo era do SLB. Eu não sabia a cor clubistica do bicho mas aqui no forum diziam que era do SLB afinal ainda bem que não ganhou mas por mim nunca ganharia porque embora o considere um corredor com garra não gosto tão só pelo seu discurso populista.
:bah2:

Iubire


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