Artur Correia, o Ruço

Artur Correia

Nome completo
Artur Manuel Soares Correia
Posição
defesa
Data de nascimento
18 Abril 1950
Data de morte
25 Julho 2016 (66 anos)
País
Portugal
Naturalidade
Lisboa
Periodo na equipa principal

1971-1977

Épocas no Benfica: 6 (71/77)

Jogos: 160
Golos: 3

Títulos: 5 CN e 1 TP


Equipa Principal Jogos Minutos Cartões (A./V.) Golos
  1970/1971  
Amigáveis 0 0
  1971/1972 39 3201 0 / 0 1  
Campeonato Nacional 27 2301 0 / 0 1
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 2 0 0 / 0 0
Taça de Portugal 4 360 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 6 540 0 / 0 0
Amigáveis 11 0
  1972/1973 10 698 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 8 518 0 / 0 0
Taça de Portugal 2 180 0 / 0 0
Amigáveis 8 0
  1973/1974 34 2636 0 / 0 1  
Campeonato Nacional 25 2111 0 / 0 1
AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão 2 0 0 / 0 0
Taça de Portugal 5 380 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 2 145 0 / 0 0
Amigáveis 4 0
  1974/1975 35 2913 0 / 0 1  
Campeonato Nacional 26 2209 0 / 0 1
Taça de Portugal 3 197 0 / 0 0
Taça das Taças 6 507 0 / 0 0
Amigáveis 13 1
  1975/1976 31 2700 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 25 2204 0 / 0 0
Taça de Portugal 1 90 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 5 406 0 / 0 0
Amigáveis 9 0
  1976/1977 16 1082 0 / 0 0  
Campeonato Nacional 13 812 0 / 0 0
Taça de Portugal 1 90 0 / 0 0
Taça dos Campeões Europeus 2 180 0 / 0 0
Amigáveis 10 2
Total Jogos Amigáveis 55 3
Total Jogos Oficiais 165 13230 0 / 0 3
Na equipa principal

Primeiro jogo

Último jogo


Por administrador a Segunda, 6 Novembro 2023

Manuel Costa



Nome Completo: ARTUR Manuel Soares CORREIA
Posição: Defesa Direito
Nacionalidade: Português (Internacional A)
Data de Nascimento: 18-04-1950
Data de Falecimento: 25-07-2016
Número da Camisola: 2
Pé Preferido: Direito


Épocas ao serviço do Benfica: 6
Total de Jogos pelo Benfica: 159
Total de Golos pelo Benfica: 3
Títulos pelo Benfica:
5 Campeonatos Nacionais (1971/72, 1972/73, 1974/75, 1975/76, 1976/77)
1 Taça de Portugal (1971/72)


1971/1972
Jogos: 38

Golos: 1 (1 na Liga)

1972/1973
Jogos: 10

Golos: 0

1973/1974
Jogos: 32
Golos: 1 (1 na Liga)

1974/1975
Jogos: 32
Golos: 1 (1 na Liga)

1975/1976
Jogos: 31
Golos: 0

1976/1977
Jogos: 16
Golos: 0

Bola7

#1
Artur Manuel Soares Correia. Lisboa. 18 de Abril de 1950. Defesa.
Épocas no Benfica: 6 (71/77). Jogos: 160. Golos: 3. Títulos: 5 (Campeonato Nacional), 1 (Taças de Portugal).
Outros Clubes: Académica, Sporting e Tea Men (EUA). Internacionalizações: 35.




Equipa 1972/1973

Tinha por código o principio sagrado mesmo, não torcer, antes quebrar. Dai que fosse alegria vê-lo em acção. O Artur, o Ruço, era fulgente. Aos confins de si próprio ia buscar sempre um fôlego mais, um fôlego derradeiro, que poderia valer o desarme providencial, a recuperação da bola, o passe decisivo, o golo. Para ele, só valia jogar nos limites, assim como quem desafia, em permanência, as leis da natureza.

Foi sempre um inconformado. Começou a ponta-de-lança e virou lateral-direito, com curtas passagens pelo meio-campo. Talvez por isso, gostava de se estender, de subir na relva, ao encontro porventura da origem. Quis sempre provar que por mais encostado que estivesse na linha, nem por isso deixava de ser um construtor, sem embargo das dominantes preocupações defensivas. Ao seu tempo, os críticos teciam loas ao "lateral moderno".

Assim foi Artur. "Provavelmente, o melhor da Europa", sentenciou Kovacs, mais que reputado técnico, vivia-se em 1972.

Ainda garoto e sem cabelo à beatle, começou a carreira no Futebol Benfica. Principiante e juvenil foi. Para o outro Benfica, o seu Benfica, logo se transferiu. Num ano de júnior, um Campeonato Nacional, com Humberto Coelho, Vítor Martins e Nené. O apelo da medicina fê-lo ingressar, depois, na Académica. Três grandes anos em Coimbra, não nos livros, mas na bola. Futebolista profissional seria, médico nunca mais. E Coimbra foi mesmo uma lição. Com Rui Rodrigues, Alhinho, Gervásio, os irmãos Campos, Manuel António, com bons treinadores, Artur continuou a progredir.

Estranho seria o Benfica não tentar o retorno. Foi o que fez. No verão de 71, triunfante, irrompeu pelo átrio principal da Luz. Sentia-se um jogador a valer, nos quadros estava de uma das melhores formações da Europa. Logo se impôs. Sem surpresa. Era, segundo Vítor Santos, "Artur, a alegria do jogo. Artur, o nervo do jogo. Artur, a classe do jogo. Artur, a serenidade do jogo. Artur, o símbolo do antimarcenarismo do jogo".

No Benfica, durante seis anos, só deixou fugir um Campeonato. Eram os tempos em que a gigantesca mancha vermelha, intensa também, reluzia em todos os parques da bola. Na conta pessoal de Artur, em 124 partidas para o Nacional, apenas dez vezes perdeu. Notável!


Artur, à direita carregando o troféu do Torneio Ramon Carranza ganho pelo Benfica em 1971/72

A nível externo, da mesma forma, não deixou créditos por.....pés alheios. Interpretou algumas exibições memoráveis. Por um triz não jogou uma final do Campeões. Responsabilidade do Ajax, por essa altura comummente considerada a melhor esquadra europeia.

Na Selecção Nacional, pontificou no seu posto, desde Maio de 1972, mês da estreia, frente ao Chipre. Marcou presença na Minicopa do Brasil, justificando gabos da exigente e algo sobranceira imprensa brasileira. Por cá, o escritor Mário Zambujal confessava que "o que sempre mais admirei no Artur foi justamente essa personalidade do espírito de júnior. A experiência refinou as suas técnicas, aprimorou-lhe o sentido do lugar, da intercepção, do desarme, do passe. Mas no seu retrato de jogador prevalece sempre a imagem do rapaz encantado por jogar à bola".

Na última época em que serviu o Benfica, Artur carregou a cruz de uma lesão. Pleurisia era. Estava em final de contrato e nada lestos foram os responsáveis benfiquista. Esperou com impaciência. De peito aberto, esperou.....sentado. Mudou-se para o outro lado da avenida, decerto com amargura. A mesma amargura com que, incrédulos, ficaram os adeptos encarnados. Tal como Pinhão poderiam dizer nesse momento que ele "jogava-dava-e-levava, quem vai à guerra, já sabe, e era mesmo um jogador de briga, à moda antiga, ai que saudades, ai, ai!....".

Fizeram-no sócio do Benfica, tinha apenas um ano de idade, ainda não sabia quem era. "O emblema de ouro não fui receber, porque à coisas com que não concordo". E quem lhe poderá levar a mal? Foi sempre assim o Artur. Irreverente, inconformado.

Extra, Artur e o Benfiquismo:

Artur, tem histórias deliciosas como aquela de em Alvalade, ao intervalo perguntar sempre ao policia de serviço qual o resultado do Benfica, ou numa das suas raras visitas à Luz, de verde, chamar de "malandro benfiquista" ao árbitro que marcou 1 penalty sobre Chalana e este responder "não sou mais do que tu", e ele " é verdade mas eu ao menos tento disfarçar". Artur o Ruço.



Tópico: Memorial Benfica, Glórias
Autor: Ednilson
Link: http://www.serbenfiquista.com/forum/index.php?topic=22362.15

Corrosivo

Grande Russo.....

Não sei se vem nessa entrevista, mas uma vez o gajo manda uma pera num adversário que teve uma entrada violenta sobre o Eusébio.

Havia no clube quem o quisesse castigar, mas o Presidente Borges Coutinho disse que não ia nada ser castigado porque tinha sido um murro à Benfica  :slb2:

_No20_

« O episódio com Paulo Emílio »     
          
     

«Quando cheguei ao Sporting, o treinador era um brasileiro que apareceu por aí e saiu logo em Dezembro, o Paulo Emílio. Certo dia, fomos jogar ao norte, estava o Riopele na primeira divisão, e ele, o treinador, quis levar a mulher a conhecer o norte do país. No Riopele jogava o Piruta, que era terrível... durinho. Na manhã do jogo, o treinador não apareceu. Almoçámos e o treinador... nada. Fomos para o jogo, e o treinador... nada. O José Marques, que era o chefe do Departamento de Futebol, disse-me "ó Artur, orienta lá isso". Ao intervalo, estávamos a perder 1-0. No intervalo, fiz duas substituições e acabámos o jogo a ganhar 3-1. No final do jogo, apareceu o treinador com uma conversa do género "Não há problema, eu sabia que vocês ganhavam". Fez uma brincadeira igual na Madeira. Acabou por sair por alturas do Natal.»

:2funny: :2funny: :2funny: :2funny: LOLADA só mm nos lagartos!!

_No20_

Quanto à Académica, lembra-se particularmente de um árbitro, o pai do Paulo Paraty, que detestava de tal forma a Briosa que acabava por arranjar sempre maneira de a fazer perder. E, por estranha 'coincidência', apitava sempre que a Académica ia jogar ao Minho. :police:

slbenfica_croft

#5
o Russo é mais um k foi esquecido por diversas direcções, mal tratado por algumas e tb esquecido pela federação, e mesmo assim continua a vibrar e a sofrer pelo BENFICA.

Sabem porque???Porque antes de ser jogador do clube era adepto e por isso consegue fazer a distinção...

jogou nos lagartos???é verdade, mas os tempos eram outros, tempos em k era bem mais aceitavel um jogador pensar em dinheiro, visto k não ganhavam mto...hoje é k me choca um gajo qualquer trocar um clube k lhe da milhoe spor outro k lhe oferece um bocado mais...

O Russo nunca esqueceu as suas origens e é assim k deve ser. Merece o respeito e a admiração de todos nós...até dos lagartos deveria merecer esse respeito.

Está aki no topico de "Imortais" e assenta-lhe mto bem...

Um bem haja ao Russo.

Elvis the Pelvis

Não o vi jogar, mas falam muito bem dele. Tinha a mística benfiquista e isso já é muito.

ednilson

esta parte é deliciosa:

Extra, Artur e o Benfiquismo:

Artur, tem histórias deliciosas como aquela de em Alvalade, ao intervalo perguntar sempre ao policia de serviço qual o resultado do Benfica, ou numa das suas raras visitas à Luz, de verde, chamar de "malandro benfiquista" ao árbitro que marcou 1 penalty sobre Chalana e este responder "não sou mais do que tu", e ele " é verdade mas eu ao menos tento disfarçar". Artur o Ruço.

Shoky

Um jogador à Benfica, que tem histórias deliciosas...

Odracir

ele daqui a pouco vai ser entrevistado pelo Goucha na Tvi  :estrelas:

Shoky

Para que não restem duvidas que o "Ruço" é Imortal!

Chelas

o meu pai é muito amigo do Artur infelizmente a sua saúde nao é a melhor devido a uma trombose mas é uma excelente pessoa k ama o benfica e deu muito ao nosso clube

pcssousa

O Ruço é sócio do Benfica desde que nasceu! Sabem porque foi para o Sporting? Foi desrespeitado pela direcção do Benfica que queria renovar com ele por menos do que aquilo que ele já ganhava... resultado ele avisou que assim sendo iria para o Sporting pois tinha uma boa proposta de lá, ao que o presidente respondeu: "não vais nada que tu és Benfiquista", pois que mais poderia o nosso Artur fazer? Já com a camisola lagarta vestida uma história engraçada: O Artur estava a marcar o Chalana e deu-lhe uma cacetada, o árbitro de pronto lhe mostrou um amarelo, ora o Artur virou-se para o arbitro e gritou: "Benfiquista!", ao que o árbitro lhe respondeu: "até posso ser, mas de certeza que não sou mais que tu!"

quinas1139

ARTUR

Image

Nome Completo: Artur Manuel Soares Correia
Alcunha: O Ruço
Nacionalidade: Portuguesa
Local de Nascimento: Rua dos Mouros / Bairro Alto - Portugal
Data de Nascimento: 18 de Abril de 1950
Posição: Defesa-Direito
 
Texto - Memorial Benfica, Glórias
 
Artur Manuel Soares Correia
Lisboa, 18 de Abril de 1950
Defesa
Épocas no Benfica: 6 (71/77)
Jogos: 160
Golos: 3
Títulos: 5 (Campeonato Nacional), 1 (Taças de Portugal)
Outros Clubes: Académica, Sporting e Tea Men (EUA). Internacionalizações: 35
 
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Equipa 1972/1973
Tinha por código o principio sagrado mesmo, não torcer, antes quebrar. Dai que fosse alegria vê-lo em acção. O Artur, o Ruço, era fulgente. Aos confins de si próprio ia buscar sempre um fôlego mais, um fôlego derradeiro, que poderia valer o desarme providencial, a recuperação da bola, o passe decisivo, o golo. Para ele, só valia jogar nos limites, assim como quem desafia, em permanência, as leis da natureza.

Foi sempre um inconformado. Começou a ponta-de-lança e virou lateral-direito, com curtas passagens pelo meio-campo. Talvez por isso, gostava de se estender, de subir na relva, ao encontro porventura da origem. Quis sempre provar que por mais encostado que estivesse na linha, nem por isso deixava de ser um construtor, sem embargo das dominantes preocupações defensivas. Ao seu tempo, os críticos teciam loas ao "lateral moderno".

Assim foi Artur. "Provavelmente, o melhor da Europa", sentenciou Kovacs, mais que reputado técnico, vivia-se em 1972.

Ainda garoto e sem cabelo à beatle, começou a carreira no Futebol Benfica. Principiante e juvenil foi. Para o outro Benfica, o seu Benfica, logo se transferiu. Num ano de júnior, um Campeonato Nacional, com Humberto Coelho, Vítor Martins e Nené. O apelo da medicina fê-lo ingressar, depois, na Académica. Três grandes anos em Coimbra, não nos livros, mas na bola. Futebolista profissional seria, médico nunca mais. E Coimbra foi mesmo uma lição. Com Rui Rodrigues, Alhinho, Gervásio, os irmãos Campos, Manuel António, com bons treinadores, Artur continuou a progredir.

Estranho seria o Benfica não tentar o retorno. Foi o que fez. No verão de 71, triunfante, irrompeu pelo átrio principal da Luz. Sentia-se um jogador a valer, nos quadros estava de uma das melhores formações da Europa. Logo se impôs. Sem surpresa. Era, segundo Vítor Santos, "Artur, a alegria do jogo. Artur, o nervo do jogo. Artur, a classe do jogo. Artur, a serenidade do jogo. Artur, o símbolo do antimarcenarismo do jogo".

No Benfica, durante seis anos, só deixou fugir um Campeonato. Eram os tempos em que a gigantesca mancha vermelha, intensa também, reluzia em todos os parques da bola. Na conta pessoal de Artur, em 124 partidas para o Nacional, apenas dez vezes perdeu. Notável!

 
Image
Artur, à direita carregando o troféu do Torneio Ramon Carranza ganho pelo Benfica em 1971/72

A nível externo, da mesma forma, não deixou créditos por.....pés alheios. Interpretou algumas exibições memoráveis. Por um triz não jogou uma final do Campeões. Responsabilidade do Ajax, por essa altura comummente considerada a melhor esquadra europeia.

Na Selecção Nacional, pontificou no seu posto, desde Maio de 1972, mês da estreia, frente ao Chipre. Marcou presença na Minicopa do Brasil, justificando gabos da exigente e algo sobranceira imprensa brasileira. Por cá, o escritor Mário Zambujal confessava que "o que sempre mais admirei no Artur foi justamente essa personalidade do espírito de júnior. A experiência refinou as suas técnicas, aprimorou-lhe o sentido do lugar, da intercepção, do desarme, do passe. Mas no seu retrato de jogador prevalece sempre a imagem do rapaz encantado por jogar à bola".

Na última época em que serviu o Benfica, Artur carregou a cruz de uma lesão. Pleurisia era. Estava em final de contrato e nada lestos foram os responsáveis benfiquista. Esperou com impaciência. De peito aberto, esperou.....sentado. Mudou-se para o outro lado da avenida, decerto com amargura. A mesma amargura com que, incrédulos, ficaram os adeptos encarnados. Tal como Pinhão poderiam dizer nesse momento que ele "jogava-dava-e-levava, quem vai à guerra, já sabe, e era mesmo um jogador de briga, à moda antiga, ai que saudades, ai, ai!....".

Fizeram-no sócio do Benfica, tinha apenas um ano de idade, ainda não sabia quem era. "O emblema de ouro não fui receber, porque à coisas com que não concordo". E quem lhe poderá levar a mal? Foi sempre assim o Artur. Irreverente, inconformado.

Extra, Artur e o Benfiquismo:

Artur, tem histórias deliciosas como aquela de em Alvalade, ao intervalo perguntar sempre ao policia de serviço qual o resultado do Benfica, ou numa das suas raras visitas à Luz, de verde, chamar de "malandro benfiquista" ao árbitro que marcou 1 penalty sobre Chalana e este responder "não sou mais do que tu", e ele " é verdade mas eu ao menos tento disfarçar". Artur o Ruço.

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Golden

Uma glória e um benfiquista como poucos.

O seu benfiquismo era tão grande, que qd jogava no sporting, ao intervalo perguntava sp como estava o glorioso
:pray: