Carlos Mozer

Defesa, 63 anos,
Brasil
Equipa Principal: 5 épocas (1987-1989, 1992-1995), 160 jogos (14147 minutos), 14 golos

Títulos: Campeonato Nacional (2), Taça de Portugal (1)

Eduardo Gomes

Citação de: 20Nico Gaitan20 em 20 de Fevereiro de 2024, 14:50
Citação de: Eduardo Gomes em 20 de Fevereiro de 2024, 13:48
assim olhando de lance...parecia o Pepe mas com cabelo.😂😂

Parecidos sim, embora o Pepe, muito longe para ser um central da categoria do Mozer.


20Nico Gaitan20

Citação de: Eduardo Gomes em 20 de Fevereiro de 2024, 15:06
Citação de: 20Nico Gaitan20 em 20 de Fevereiro de 2024, 14:50
Citação de: Eduardo Gomes em 20 de Fevereiro de 2024, 13:48
assim olhando de lance...parecia o Pepe mas com cabelo.😂😂

Parecidos sim, embora o Pepe, muito longe para ser um central da categoria do Mozer.


nak tou a comparar como jogadores...mas de cara realmente tem várias semelhanças  com o Pepe😂😂

Eduardo Gomes

Citação de: 20Nico Gaitan20 em 20 de Fevereiro de 2024, 16:26
Citação de: Eduardo Gomes em 20 de Fevereiro de 2024, 15:06
Citação de: 20Nico Gaitan20 em 20 de Fevereiro de 2024, 14:50
Citação de: Eduardo Gomes em 20 de Fevereiro de 2024, 13:48
assim olhando de lance...parecia o Pepe mas com cabelo.😂😂

Parecidos sim, embora o Pepe, muito longe para ser um central da categoria do Mozer.


nak tou a comparar como jogadores...mas de cara realmente tem várias semelhanças  com o Pepe😂😂

Eu escrevi parecidos sim, compreendi, depois acrescentei o que todos sabemos, em jeito de brincadeira. :victory:



Miguel1111

Citação de: Eduardo Gomes em 25 de Março de 2024, 17:59

fodasss que jogador..
Saudades, juntamente com Ricardo Gomes e Aldair...
Bem fazia falta no nosso balneário..

Eduardo Gomes

@OFuraRedes

O Inferno da Luz, segundo Carlos Mozer.

"É preciso sair do país para perceber o prestígio e o tamanhão do Benfica em todo o mundo.

Estive três anos em França, no Marselha, joguei num estádio fantástico, o Vélodrome, convivi com grande jogadores como Papin e Waddle, mas o Benfica estará sempre no meu pensamento. Os meus companheiros de equipa não percebiam muito o meu entusiasmo pelo clube, já que sabiam pouco do futebol português, embora reconhecendo o tremendo historial do Benfica.

Durante os primeiros tempos tive de aturar os comentários de Papin, logo desde o início, sempre que jogávamos em casa. Uns dias antes de cada jogo, o Papin chegava para mim e me dizia: "Mozer, vais ver o que é um estádio cheio e um ambiente terrível." Terrível para os outros. Não sei se o Papin dizia isso para me intimidar, já que era novo no clube e não percebia muito daquela conversa. Mas para mim, sempre pensava: "Este cara precisava de jogar no Maracanã ou no estádio da Luz, cheios. " Era o que eu pensava.

Até que, na Taça dos Campeões, nas meias-finais, o Benfica calhou no caminho do Marselha. Fiquei, ao início, desgostoso, porque ia defrontar o meu Benfica, o clube que os meus companheiros sabiam que eu adorava. Lembro-me de Sauzée, o meu zagueiro do lado me ter perguntado: "Você vai estar em condições de jogar contra o Benfica? "Aí, senti que beliscavam o meu profissionalismo. Nos dois jogos joguei a duzentos por cento. Depois do primeiro jogo, em Marselha, uns dias antes de jogarmos na Luz, virei para o Papin e lhe perguntei: "Papin, você quer mesmo ver o que é um estádio cheio, com 120 mil a gritar todos para o mesmo lado? ". Engraçada a reacção do Papin: "Você, está querendo me meter medo, Mozer?". Não estava não e por isso lhe disse para esperar para ver. E já agora, tremer.

Pois bem, chegou o dia, chegámos no estádio da Luz e fomos indo para os balneários. Muitos risos, muita convicção de que íamos jogar a final da Copa dos Campeões. Lembro até que Tapie disse aos jornalistas franceses que lhe podiam chamar de Bernardette se o Marselha perdesse a eliminatória.

Antes de subirmos ao relvado, para o aquecimento, Papin ainda troçou de mim, dizendo que estava já "tremendo de medo". E ria-se bastante.

Os jogadores foram saindo do balneário e eu atrasei-me um pouco, porque estava colocando uma ligadura no tornozelo. Quando cheguei perto do túnel de acesso ao estádio, começo a ver os meus companheiros, completamente assustados e todos do lado de dentro, não querendo entrar. Só depois percebi que, nessa altura o Eusébio foi chamado ao relvado para receber uma homenagem e foi aí que o estádio quase vinha abaixo. Logo no momento em que os meus companheiros do Marselha se preparavam para entrar. Claro que voltaram atrás assustados e me perguntado: "O que era aquilo?". Aquilo respondi eu, é o INFERNO DA LUZ.

Aí todos me começaram a me dizer para ser eu o primeiro a avançar, subi as escadas, entrei no relvado, não fui mal recebido e quando olhei para trás, estava sozinho. Espreitando, à saída da escadaria estavam alguns dos meus companheiros do Marselha, ainda com um olhar de medo e só nessa altura começaram a entrar.

No regresso às cabinas, perguntei a Papin: "Já sabes agora o que é um estádio cheio e um grande ambiente?" A resposta, nunca mais a esqueci: "Mozer, nunca vi uma coisa destas. Tudo isto é incrível. Sempre tiveste razão, o Benfica é enorme!".

Naquela noite, o Marselha perdeu, fiquei triste mas senti orgulho pelo Benfica. E já agora, naquele balneário, fui o único a ter uma vitória. Foi uma vitória moral, sobre aqueles que não acreditavam na grandeza do Benfica."


reddevill2010

Citação de: Eduardo Gomes em 11 de Abril de 2024, 17:37@OFuraRedes

O Inferno da Luz, segundo Carlos Mozer.

"É preciso sair do país para perceber o prestígio e o tamanhão do Benfica em todo o mundo.

Estive três anos em França, no Marselha, joguei num estádio fantástico, o Vélodrome, convivi com grande jogadores como Papin e Waddle, mas o Benfica estará sempre no meu pensamento. Os meus companheiros de equipa não percebiam muito o meu entusiasmo pelo clube, já que sabiam pouco do futebol português, embora reconhecendo o tremendo historial do Benfica.

Durante os primeiros tempos tive de aturar os comentários de Papin, logo desde o início, sempre que jogávamos em casa. Uns dias antes de cada jogo, o Papin chegava para mim e me dizia: "Mozer, vais ver o que é um estádio cheio e um ambiente terrível." Terrível para os outros. Não sei se o Papin dizia isso para me intimidar, já que era novo no clube e não percebia muito daquela conversa. Mas para mim, sempre pensava: "Este cara precisava de jogar no Maracanã ou no estádio da Luz, cheios. " Era o que eu pensava.

Até que, na Taça dos Campeões, nas meias-finais, o Benfica calhou no caminho do Marselha. Fiquei, ao início, desgostoso, porque ia defrontar o meu Benfica, o clube que os meus companheiros sabiam que eu adorava. Lembro-me de Sauzée, o meu zagueiro do lado me ter perguntado: "Você vai estar em condições de jogar contra o Benfica? "Aí, senti que beliscavam o meu profissionalismo. Nos dois jogos joguei a duzentos por cento. Depois do primeiro jogo, em Marselha, uns dias antes de jogarmos na Luz, virei para o Papin e lhe perguntei: "Papin, você quer mesmo ver o que é um estádio cheio, com 120 mil a gritar todos para o mesmo lado? ". Engraçada a reacção do Papin: "Você, está querendo me meter medo, Mozer?". Não estava não e por isso lhe disse para esperar para ver. E já agora, tremer.

Pois bem, chegou o dia, chegámos no estádio da Luz e fomos indo para os balneários. Muitos risos, muita convicção de que íamos jogar a final da Copa dos Campeões. Lembro até que Tapie disse aos jornalistas franceses que lhe podiam chamar de Bernardette se o Marselha perdesse a eliminatória.

Antes de subirmos ao relvado, para o aquecimento, Papin ainda troçou de mim, dizendo que estava já "tremendo de medo". E ria-se bastante.

Os jogadores foram saindo do balneário e eu atrasei-me um pouco, porque estava colocando uma ligadura no tornozelo. Quando cheguei perto do túnel de acesso ao estádio, começo a ver os meus companheiros, completamente assustados e todos do lado de dentro, não querendo entrar. Só depois percebi que, nessa altura o Eusébio foi chamado ao relvado para receber uma homenagem e foi aí que o estádio quase vinha abaixo. Logo no momento em que os meus companheiros do Marselha se preparavam para entrar. Claro que voltaram atrás assustados e me perguntado: "O que era aquilo?". Aquilo respondi eu, é o INFERNO DA LUZ.

Aí todos me começaram a me dizer para ser eu o primeiro a avançar, subi as escadas, entrei no relvado, não fui mal recebido e quando olhei para trás, estava sozinho. Espreitando, à saída da escadaria estavam alguns dos meus companheiros do Marselha, ainda com um olhar de medo e só nessa altura começaram a entrar.

No regresso às cabinas, perguntei a Papin: "Já sabes agora o que é um estádio cheio e um grande ambiente?" A resposta, nunca mais a esqueci: "Mozer, nunca vi uma coisa destas. Tudo isto é incrível. Sempre tiveste razão, o Benfica é enorme!".

Naquela noite, o Marselha perdeu, fiquei triste mas senti orgulho pelo Benfica. E já agora, naquele balneário, fui o único a ter uma vitória. Foi uma vitória moral, sobre aqueles que não acreditavam na grandeza do Benfica."


Homens destes é que deveriam estar na estrutura do Benfica . Mozer , Eliseu, Paneira , Isaias . Certamente o clube estaria muito mais forte.

raio

Citação de: Eduardo Gomes em 11 de Abril de 2024, 17:37@OFuraRedes

O Inferno da Luz, segundo Carlos Mozer.

"É preciso sair do país para perceber o prestígio e o tamanhão do Benfica em todo o mundo.

Estive três anos em França, no Marselha, joguei num estádio fantástico, o Vélodrome, convivi com grande jogadores como Papin e Waddle, mas o Benfica estará sempre no meu pensamento. Os meus companheiros de equipa não percebiam muito o meu entusiasmo pelo clube, já que sabiam pouco do futebol português, embora reconhecendo o tremendo historial do Benfica.

Durante os primeiros tempos tive de aturar os comentários de Papin, logo desde o início, sempre que jogávamos em casa. Uns dias antes de cada jogo, o Papin chegava para mim e me dizia: "Mozer, vais ver o que é um estádio cheio e um ambiente terrível." Terrível para os outros. Não sei se o Papin dizia isso para me intimidar, já que era novo no clube e não percebia muito daquela conversa. Mas para mim, sempre pensava: "Este cara precisava de jogar no Maracanã ou no estádio da Luz, cheios. " Era o que eu pensava.

Até que, na Taça dos Campeões, nas meias-finais, o Benfica calhou no caminho do Marselha. Fiquei, ao início, desgostoso, porque ia defrontar o meu Benfica, o clube que os meus companheiros sabiam que eu adorava. Lembro-me de Sauzée, o meu zagueiro do lado me ter perguntado: "Você vai estar em condições de jogar contra o Benfica? "Aí, senti que beliscavam o meu profissionalismo. Nos dois jogos joguei a duzentos por cento. Depois do primeiro jogo, em Marselha, uns dias antes de jogarmos na Luz, virei para o Papin e lhe perguntei: "Papin, você quer mesmo ver o que é um estádio cheio, com 120 mil a gritar todos para o mesmo lado? ". Engraçada a reacção do Papin: "Você, está querendo me meter medo, Mozer?". Não estava não e por isso lhe disse para esperar para ver. E já agora, tremer.

Pois bem, chegou o dia, chegámos no estádio da Luz e fomos indo para os balneários. Muitos risos, muita convicção de que íamos jogar a final da Copa dos Campeões. Lembro até que Tapie disse aos jornalistas franceses que lhe podiam chamar de Bernardette se o Marselha perdesse a eliminatória.

Antes de subirmos ao relvado, para o aquecimento, Papin ainda troçou de mim, dizendo que estava já "tremendo de medo". E ria-se bastante.

Os jogadores foram saindo do balneário e eu atrasei-me um pouco, porque estava colocando uma ligadura no tornozelo. Quando cheguei perto do túnel de acesso ao estádio, começo a ver os meus companheiros, completamente assustados e todos do lado de dentro, não querendo entrar. Só depois percebi que, nessa altura o Eusébio foi chamado ao relvado para receber uma homenagem e foi aí que o estádio quase vinha abaixo. Logo no momento em que os meus companheiros do Marselha se preparavam para entrar. Claro que voltaram atrás assustados e me perguntado: "O que era aquilo?". Aquilo respondi eu, é o INFERNO DA LUZ.

Aí todos me começaram a me dizer para ser eu o primeiro a avançar, subi as escadas, entrei no relvado, não fui mal recebido e quando olhei para trás, estava sozinho. Espreitando, à saída da escadaria estavam alguns dos meus companheiros do Marselha, ainda com um olhar de medo e só nessa altura começaram a entrar.

No regresso às cabinas, perguntei a Papin: "Já sabes agora o que é um estádio cheio e um grande ambiente?" A resposta, nunca mais a esqueci: "Mozer, nunca vi uma coisa destas. Tudo isto é incrível. Sempre tiveste razão, o Benfica é enorme!".

Naquela noite, o Marselha perdeu, fiquei triste mas senti orgulho pelo Benfica. E já agora, naquele balneário, fui o único a ter uma vitória. Foi uma vitória moral, sobre aqueles que não acreditavam na grandeza do Benfica."



O Mozer que me perdoe, chamei-lhe de tudo. O gajo jogou mesmo a 200%, fazia saltos com o joelho à altura da cabeça dos nossos. Carregou forte.