Petit, o Pitbull

Médio, 47 anos,
Portugal
Equipa Principal: 6 épocas (2002-2008), 212 jogos (17792 minutos), 14 golos

Títulos: Campeonato Nacional (1), Taça de Portugal (1), Supertaça (1)

Corrosivo

O Armando
By Cosimo Damiano

A entrevista do Armando, publicada este sábado no Jornal "A Bola", vem demonstrar a razão da alcunha que ostenta. Como homem é mesmo muito pequenino.
Durante anos ídolo do terceiro anel, esta fraude do futebol português, prejudicou o Benfica em vários aspectos. Foi sempre uma lança de José Veiga (muito elogiado pelo Armando na referida entrevista) no balneário e graças ao seu amigo atingiu uma importância no grupo que o seu rendimento nunca justificou e a sua personalidade muito menos.
Ainda hoje me enojo ao pensar que este bronco foi capitão do meu clube com o Rui Costa a seu lado.
Queimou vários concorrentes de posição com o medo próprio dos medíocres através de todo o tipo de estratagemas.
As reticências que este sujeito deixa para o Rui na referida de entrevista são para mim motivo de enorme alegria.
O Rui afinal viu o que se passava e como benfiquista que é - e que essa besta nunca na vida será- expulsou a maçã podre (como diria o grande Toni).

Desde há largos anos que penso isto do Armando. Nunca o tinha escrito desta forma nem nunca o faria por respeito a um ex-jogador do Benfica mas a besta não me deixa alternativas.

A ti, Armando, desejo que nunca mais voltes. A mim não me deixas saudades nenhumas e ouvir-te falar ( ou essa coisa parecida que tu fazes com as cordas vocais) de mística do Benfica faz-me rir. Tem um pouco de pudor.
O dia em que anunciaram a tua saída foi dos mais felizes para mim nos últimos anos.

Felizmente, no dia seguinte, o mesmo jornal publicou uma entrevista com, esse sim, um grande senhor do Benfica. Mário Coluna.
A diferença de discurso de um para o outro é abismal.
Coluna nunca foi diplomático. Mas tem o nível dos grandes homens. Desses homens se fez o grande Benfica. Nunca de Armandos.

http://ndrangheta.blogspot.com/2008/10/o-armando.html

Mntorras

Citação de: Di Nes em 13 de Setembro de 2007, 00:31
Petit ao jornal Record de 27 de Junho 2007



Petit: «Quem me dera Rui Costa até aos 40»
ELOGIO AO COLEGA DE QUARTO

Record – Que comentário tem a fazer à recente polémica criada pelas declarações de Joe Berardo sobre Rui Costa?

Petit – Acho que tudo não passou de um mal-entendido, como disse o senhor Joe Berardo, que se arrependeu daquilo que tinha dito. O Rui Costa mostrou esta época que é um grande jogador, apesar de ter tido algumas lesões que o condicionaram um pouco. É um campeão. Tem uma grande influência, não só dentro de campo como também na forma como se relaciona com os companheiros do grupo de trabalho. Acho que o bilhete de identidade não é importante no futebol. Em Itália, há jogadores com 38 e 39 anos a correr mais do que muitos jovens com 17 ou 18. Se um jogador estiver bem preparado, não há desculpas para a idade.

Record – Se dependesse de si, ele continuava no Benfica?

Petit – Claro que sim. Isso não merece sequer discussão. É um grande símbolo do Benfica. Gostava muito que ele ficasse mais dois ou três anos no clube, nem que fosse para não jogar. Quem me dera ter o Rui Costa no balneário até aos 40 anos. Ninguém imagina as coisas que ele nos ensina com a sua maneira de ser. Passou pelos melhores clubes do Mundo, viveu momentos inesquecíveis mas, para além de ser um grande jogador de futebol, sabe avaliar como ninguém o carácter dos jogadores e juntar a equipa em torno de um objectivo comum.

Petit: «Quero acabar carreira no Benfica»
INTENÇÃO DE PROSSEGUIR NA LUZ

Record – Vai para o sexto ano no Benfica? É para acabar a carreira na Luz?

Petit – Sim, é mesmo para acabar no Benfica. Tenho mais três anos de contrato, aprendi a gostar do clube e sinto-me em casa. Além disso, trata-se de um dos melhores clubes do Mundo, com condições para continuar a crescer. Tem condições de trabalho fantásticas e adeptos que nos ajudam. Gostava de acabar a carreira no Benfica, se me quiserem.

Record – Já não tem a ambição de jogar noutro campeonato?

Petit – É claro que todos os futebolistas profissionais têm ambição e gostavam de experimentar outros campeonatos. Mas desde que cheguei ao Benfica que só penso em ganhar títulos e é por isso que não penso em sair e quero acabar a carreira no clube. Se pode tornar-se num dos melhores clubes do Mundo, porquê mudar? Com o trabalho deste presidente, o Benfica tem todas as condições para ter sucesso e estar entre os melhores dentro de cinco anos. É impressionante a forma como tem vindo a crescer.

Record – Recebeu alguma proposta de Itália ou de outro país europeu para sair neste defeso?

Petit – Ouve-se falar sobre muitas coisas. É preciso ver que estou a caminho dos 31 anos e só encararia sair se fosse uma proposta fantástica para o Benfica e também para mim. Vou para o sexto ano no clube e não me arrependo nada de ter ficado sempre, porque o Benfica não é só futebol. Eu sou sócio e vivo muito o que se passa no clube. Assisto às modalidades, vejo os jogos de basquetebol e vi na televisão a forma como fomos campeões de futsal. É uma alegria imensa ver o Benfica a ganhar e a apostar cada vez mais nas suas modalidades, extrafutebol. Temos vindo a apostar cada vez mais e penso que esse é que é o caminho.

Petit: «Um ano sem sermos campeões é muito tempo»
MÉDIO FICOU FRUSTRADO POR NÃO SER CAMPEÃO

Record – Ficou frustrado pelo facto de o Benfica não ter vencido nenhuma competição?

Petit – É sempre frustrante para uma equipa como o Benfica, que entra em campo para ganhar todas as competições, isso é inegável. Estamos tristes, mas é preciso ver que também tivemos muitos contratempos, com lesões e outros problemas. Mesmo assim, estivemos nas três competições praticamente até ao fim. Apesar de a época não ter sido má, é frustrante não ter ganho nada. Acho que, mantendo este plantel e juntando-lhe os reforços que chegaram e os que ainda vão chegar, podemos criar condições para que, no Benfica, possamos ter uma equipa com mais do que 15 jogadores a competir regularmente.

Record – O Benfica podia ter sido campeão e podia ter ido mais longe na Taça UEFA, mas o facto é que não o conseguiu. Chegou a acreditar que era possível?

Petit – Claro que sim, lutámos até ao fim pelo campeonato. Quem joga no Benfica tem de acreditar sempre que é possível ir mais longe. Para além disso, temos de respeitar os nossos adeptos, que sofrem como nós pelos nossos resultados. Fomos eliminados injustamente da Taça UEFA pelo Espanyol, com bolas no poste, na trave, um verdadeiro massacre. Acreditámos sempre que, no campeonato, podíamos chegar ao fim sendo campeões. E o facto é que qualquer um podia ter ganho. Tivemos sempre de correr atrás do prejuízo, porque começámos atrasados em relação aos outros. Acho que o plantel do Benfica está de parabéns por aquilo que fez e pela forma como lutou com abnegação por todos os objectivos. Agora, se quisermos ser um dos melhores clubes do Mundo, temos de ser campeões vários anos seguidos, fazendo ressurgir aquele velho Benfica que tantas alegrias deu às pessoas ao longo dos anos históricos. Queremos ser iguais a esse Benfica, mas temos de trabalhar muito para isso.

Record – O facto de a base da equipa ser mantida e de ainda surgirem reforços significa já vantagem em relação aos adversários?

Petit – Nós temos uma base, é um facto, um grupo de jogadores que já vem de há alguns anos, e é claro que, partindo daí, com os reforços que possam juntar-se-lhe, é possível fazer melhor que na época que passou. Os jogadores novos vão ter de se ambientar o mais rapidamente possível, para que possam ajudar-nos logo desde a pré-época. Nós, os mais velhos, temos de lhes incutir a mística do Benfica, para que eles possam receber a grandeza deste clube. Vamos começar a época logo com a eliminatória de acesso à Liga dos Campeões, e é nesse primeiro objectivo que temos de nos centrar. Só depois começamos a pensar nos restantes.

Record – O Benfica não foi demasiado irregular, para uma equipa que queria ser campeã?

Petit – Sim, de facto, houve jogos em que não estivemos tão bem, mas sobre isso tenho de dizer que nunca deixámos de correr e lutar. Só que o facto de terem aparecido algumas lesões em jogadores que habitualmente desequilibram pode ter contribuído para alguns resultados menos bons. Não digo que seja apenas por causa disso, mas foram situações que nos vimos forçados a ultrapassar da melhor forma possível. As pessoas podem pensar nesta fase menos boa, é dessa que se lembram normalmente, mas também não devem esquecer-se que tivemos uma outra com 15 jogos sem perder.

Record – Qual foi o momento chave da época?

Petit – O problema foi aquela semana em que jogámos em Barcelona, com o Espanyol, e depois empatámos com o FC Porto, num jogo que até podíamos ter ganho, com uma segunda parte espectacular. Caso esses resultados tivessem sido diferentes, estávamos logo noutra posição nas duas competições, Taça UEFA e campeonato. Assim, foram dois empates consecutivos, depois outro resultado que não esperávamos com o Beira-Mar, e tudo isso contribuiu para que não tenhamos ido mais longe.

Record – Não correu tudo mal logo desde o início, com aquela pesada derrota no Bessa?

Petit – Sim, mas não foi só isso. Começámos por falhar no início, porque não fizemos o primeiro jogo por causa daquela questão do Belenenses e do Gil Vicente, e perdemos o segundo, no Bessa. Logo aí ficámos com seis pontos de atraso, para recuperar. Tivemos de correr atrás dos outros, e isso deu-nos logo um certo atraso. É diferente quando estamos na frente e podemos gerir a vantagem. Com o tempo, fomos recuperando, mas não conseguimos chegar mais longe, para infelicidade nossa. Depois o Luisão lesionou-se. É um jogador fulcral. Não digo com isso que os jogadores que o substituíram não estivessem à altura, mas ele é uma pessoa com um carisma especial, alguém muito forte nas bolas paradas, quer defensiva quer ofensivamente. E é preciso ver que, hoje em dia no futebol, 70 por cento das equipas ganham os seus jogos com lances de bola parada. Por isso, o Luisão fez-nos muita falta. Mas colectivamente estivemos sempre muito fortes, com toda a gente a puxar para o mesmo lado, para que pudéssemos chegar onde pretendíamos, que era o título nacional e a vitória na Taça UEFA.

Record – Começar bem a época será garantia de títulos?

PETIT – O segredo é começar bem, porque isso dá alento para o que se segue. É como começar a perder num jogo; depois temos de ir para cima do adversário para dar a volta. Não podemos repetir o início da época passada. Se começarmos bem, aquele desgaste que costuma acontecer às equipas em Dezembro até poderia permitir-nos perder um ou outro jogo. Ninguém é invencível e não há superequipas, mas queremos ganhar o maior número de jogos...

Record – Não se sente mal por não ganhar nada?

Petit – A realidade é que não podemos estar um ano sem ganhar nada. Um ano sem sermos campeões é muito tempo. Temos de formar um grupo forte, no qual a luta por um lugar seja sempre renhida, para que ninguém se acomode ao lugar e existam sempre soluções, no caso de alguém não jogar por lesão ou castigo. O objectivo é dar dores de cabeça ao treinador, para que ele tenha sempre dificuldades em escolher quem vai jogar.

Palhaço...

Di Nes

ja me tinha esquecido dessa entrevista

trainmaniac

Citação de: Corrosivo em 14 de Outubro de 2008, 09:56
O Armando
By Cosimo Damiano

A entrevista do Armando, publicada este sábado no Jornal "A Bola", vem demonstrar a razão da alcunha que ostenta. Como homem é mesmo muito pequenino.
Durante anos ídolo do terceiro anel, esta fraude do futebol português, prejudicou o Benfica em vários aspectos. Foi sempre uma lança de José Veiga (muito elogiado pelo Armando na referida entrevista) no balneário e graças ao seu amigo atingiu uma importância no grupo que o seu rendimento nunca justificou e a sua personalidade muito menos.
Ainda hoje me enojo ao pensar que este bronco foi capitão do meu clube com o Rui Costa a seu lado.
Queimou vários concorrentes de posição com o medo próprio dos medíocres através de todo o tipo de estratagemas.
As reticências que este sujeito deixa para o Rui na referida de entrevista são para mim motivo de enorme alegria.
O Rui afinal viu o que se passava e como benfiquista que é - e que essa besta nunca na vida será- expulsou a maçã podre (como diria o grande Toni).

Desde há largos anos que penso isto do Armando. Nunca o tinha escrito desta forma nem nunca o faria por respeito a um ex-jogador do Benfica mas a besta não me deixa alternativas.

A ti, Armando, desejo que nunca mais voltes. A mim não me deixas saudades nenhumas e ouvir-te falar ( ou essa coisa parecida que tu fazes com as cordas vocais) de mística do Benfica faz-me rir. Tem um pouco de pudor.
O dia em que anunciaram a tua saída foi dos mais felizes para mim nos últimos anos.

Felizmente, no dia seguinte, o mesmo jornal publicou uma entrevista com, esse sim, um grande senhor do Benfica. Mário Coluna.
A diferença de discurso de um para o outro é abismal.
Coluna nunca foi diplomático. Mas tem o nível dos grandes homens. Desses homens se fez o grande Benfica. Nunca de Armandos.

http://ndrangheta.blogspot.com/2008/10/o-armando.html

:bow2:

bystander


aguia1

antes ou depois da entrevista sempre foi exfuncionario.

defacer

Este parôlo desiludiu-me e muito!!! Devia ganhar vergonha e pedir desculpa... Por mim é um ex funcionário!!

Hooli_Bay

Ainda me lembro de ver os treinos e ficar parvo com as disputas de bola que fazia com os concorrentes ao lugar...

VALEBEM

 A mulher dele tem um «pára choques» do caraças...
Nunca percebi o critérios dos votantes na escolha de saudade e ex-funcionário mas acho indigno este artista estar aqui, e jogadores como Miccoli, Geovanni ou Aldair, estarem do outro lado...

ziabloO

que entrevista foi essa que eu não li nem ouvi nada? :huh:

Di Nes

Citação de: ziabloO em 14 de Outubro de 2008, 12:58
que entrevista foi essa que eu não li nem ouvi nada? :huh:

Citação de: Di Nes em 11 de Outubro de 2008, 11:25
Citação de: nandao em 11 de Outubro de 2008, 07:59
«Adeptos do Colónia adoram-me»
«Não falo alemão mas percebo o significado dalgumas palavras» «Sou leal a jogar»


COLÓNIA — Nas primeiras semanas em Colónia, quarta maior metrópole da Alemanha (991 mil habitantes), situada nas margens do Reno — onde impera a catedral em homenagem a São Pedro e Maria, uma impressionante obra em estilo gótico construída entre 1248 e 1880 que praticamente passou incólume aos bombardeamentos aliados da II Guerra Mundial, ao contrário do resto da cidade —, Petit passou o tempo a tratar da logística da mudança para uma vivenda junto ao RheinEnergie, um dos estádios que acolheram o Mundial-2006, e a dar entrevistas.

«Era todos os dias», conta a A BOLA, já depois de ter dado cerca de duas dezenas de autógrafos, inclusive a alguns emigrantes, enquanto sorria para as digitais de fotógrafos improvisados, logo à saída dum dos relvados do centro de treinos, a meia dúzia de quilómetros de casa: «Os adeptos do Colónia adoram-me. Se já falo alemão? Ainda não. Sei o básico para comunicar em campo, apesar de perceber o significado de bastantes palavras. O meu tradutor privado ajuda-me muito e por isso até o dispensei para a festa da cerveja em Munique.»

Passado glorioso

O FC Colónia, fundado a 13 de Fevereiro de 1948, regressou esta época à Bundesliga (actual 10.º classificado ao fim de sete jornadas, sempre com Petit a titular) após dois anos a penar no escalão secundário, onde caiu pela primeira vez em 1998. Os tempos de glória, quando era um clube temido na Alemanha e mesmo no resto da Europa (finalista da Taça UEFA em 1986, frente ao Real Madrid), estão enterrados no passado e talvez por isso os adeptos olhem para as fotografias expostas no acesso ao restaurante do centro de treinos com nostalgia. Não deve ser fácil ver as imagens, ainda a preto e branco, de Wolfgang Overath, antigo campeão mundial em 1974, hoje presidente do Colónia, Harald Schumacher, guarda-redes que também brilhou na selecção alemã, e Pierre Littbarski, um extremo que nem parecia alemão tal a habilidade, a celebrar uma série de conquistas (três campeonatos, aos quais se somam sete segundos lugares e quatro Taças, uma delas a consumar a dobradinha de 1978). Na lista de antigos craques, na qual Petit quer entrar um dia, é justo recordar Klaus Allofs, Kohler, Morten Olsen, Schuster e o jovem Podolski, hoje no Bayern mas ainda ídolo no clube.

«O miúdo é tão popular por aqui como a água-de-colónia...», assegura o médio português, número 12 do FC Koln.

Ponto final nas mordomias

Pitbull, como António Oliveira baptizou Petit na primeira chamada à equipa das quinas, a 2 de Junho de 2001, numa partida de apuramento para o Mundial-2002 com a República da Irlanda, em Dublin (1-1), admite que joga duro mas recusa as acusações de violência.

«Sou leal a jogar», diz, ele que nunca esqueceu o dia em que, por volta dos oito anos, ficou a saber que teria de ser operado porque a perna esquerda não crescia ao ritmo da direita.

Cinco anos mais tarde deixou a escola e ajudava no café da família, enquanto crescia no Bessa ao lado duma geração de ouro dos axadrezados que incluía Mário Silva (começaram ambos no Bom Pastor, clube dum bairro do Porto onde no mês passado inaugurou um restaurante que ficará ao cuidado dos pais), Delfim, Nuno Gomes, Ricardo Silva, Jorge Silva e Rui Lima.

Ainda assim nunca foi internacional nas camadas jovens. Sem problemas, assume hoje que até certa idade era irreverente, sempre preocupado em gozar a vida ao máximo, às vezes a horas proibidas para um candidato a profissional de futebol.

Junto dos mais novos utiliza a máxima faz o que eu digo e não aquilo que eu fiz. Pedro Geromel (ex-V. Guimarães), 23 anos, igualmente na temporada de estreia no Colónia, é um dos que podem ouvir os conselhos de Petit.

«É um craque talhado para outros voos. Vai chegar muito longe», antevê, surpreso ao descobrir que a mascote do novo clube é um bode. Outra das surpresas foi o tratamento nada VIP que recebem os jovens: «Os jogadores mais novos, como é o caso do Geromel, têm a missão de ajudar a levar o material de apoio para os treinos, além de carregarem com as malas do autocarro para o estádio ou o hotel. Aqui não somos tão mimados e até tratamos das nossas botas.»




O sorriso do 'pitbull'

A forma como morde os calcanhares aos adversários, como não desiste dos lances, ajudou a criar a alcunha de pitbull. Mas Petit mantém sempre o sorriso, sobretudo fora do campo, onde a personalidade divertida marca pontos em qualquer balneário. Foi assim no Benfica, onde ganhou dimensão internacional, e deverá ser assim também esta época no Colónia.





Citação de: nandao em 11 de Outubro de 2008, 08:01
«O Benfica não fez tudo para eu ficar, se calhar estava a mais...»
O médio português percebeu que no Benfica já não olhavam para ele como antes e decidiu sair. Surgiu o convite do Colónia e não pensou duas vezes, recorda. Considera que seria titular na actual equipa encarnada mas está bem na Alemanha, onde diz que as referências não são para «abater». Petit falou sobre quase tudo, com frontalidade e coragem.

Por PAULO CUNHA

COLÓNIA — Analisando agora a opção que tomou, com base nas primeiras impressões do futebol alemão, gostava de ter continuado no Benfica?

— Antes do Europeu informei os responsáveis do Benfica que gostava de sair caso surgisse uma proposta que agradasse às duas partes. Depois de ter sido abordado por vários clubes, apareceu o Colónia e decidi quase sem hesitações, pois não fizeram a força necessária para que acabasse a carreira na Luz. O Benfica não fez tudo para eu ficar. Se calhar estava a mais...

— Consegue identificar quem pensava que o Petit estava a mais?
— Não é o momento... Durante vários anos consideraram-me um símbolo da mística benfiquista que todos querem recuperar e por isso sempre manifestei vontade de terminar a carreira de águia ao peito. Mas na época passada senti que algumas pessoas já não olhavam para mim da mesma maneira. Sei que era alvo de bocas, como se costuma dizer, no interior do clube, a propósito das minhas lesões. É verdade que estive bastante tempo lesionado, culpa de problemas dentários que influenciam tudo o resto, mas sempre fui profissional a 100 por cento. Não admito que se diga o contrário. Scolari, por exemplo, apoiou-me e convocou-me para o Europeu. E não se arrependeu.

— Sentiu-se empurrado para fora do Benfica?
— Digo apenas que todas estas situações somadas me obrigaram a pensar em mudar de ares, procurar novas experiências profissionais e de vida. Agradeço ao Benfica a gentileza de ter facilitado a minha saída.

— Que papel teve Rui Costa no processo que resultou na sua saída para o Colónia?
— Tratei praticamente de tudo com o presidente. Ao Rui... desejo-lhe sorte nas novas funções.

«Jogadores da casa são desvalorizados»[/i]

— O Benfica reforçou-se, investiu bastante, tal como aconteceu em várias épocas durante a sua passagem pelo clube...

— Quando se contrata um conjunto considerável de jogadores, como aconteceu esta época, é preciso não esquecer aqueles que já estavam no clube e deram provas e recompensá-los segundo os mesmos critérios.

— Que papel podem desempenhar as chamadas referências do Benfica?
— O balneário do Benfica tem muitas nacionalidades, poucos portugueses, jogadores novos... E para complicar as referências que resistiram e continuam no clube, casos de Luisão e Nuno Gomes, são as primeiras a ser criticadas. Na maioria dos clubes portugueses, entre os quais o Benfica, os jogadores com muitos anos de casa são desvalorizados. Ao contrário do que acontece na Alemanha, em Portugal as referências costumam ser para abater. Mais uma vez o Benfica está a começar de novo e não deve repetir os erros que se seguiram à conquista do título em 2005, quando se começou a deixar sair a base de jogadores portugueses que se construiu nesse período, com Miguel, Manuel Fernandes, Simão, Ricardo Rocha, entre outros.

— Falou em Nuno Gomes. Pensa que é um dos bodes expiatórios na hora dos insucessos?
— Pois... O Nuno trabalha muito para a equipa, desgasta-se e na hora de finalizar é natural que perca algum discernimento. Para mim é o melhor ponta-de-lança português, sem desprimor para o Hugo Almeida, Hélder Postiga e outros. Basta olhar para os números da sua carreira.

— Que conselhos daria aos adeptos do Benfica nesta fase de construção da equipa?
— Trapattoni, que era como um pai para nós, costumava dizer que é melhor jogar mal e ganhar que jogar bem e perder. Os adeptos devem exigir bons espectáculos mas também devem perceber que num campeonato são os pontos que realmente importam.

«Seria titular no actual Benfica»

— Que lhe parece o Benfica versão 2008/09?
— Como equipa nota-se que está a crescer. Ganhou o derby, num dos piores jogos que vi fazer ao Sporting nos últimos tempos; eliminou o Nápoles e a tendência, agora, deve ser para melhorar.

— Julga que seria primeira opção para Quique Flores?
— Fui primeira opção em todas as equipas que representei, à custa de muito trabalho. Nunca joguei por favor. No actual Benfica, desde que não tivesse problemas de lesões, também seria titular.

— Nas seis épocas que passou no Benfica o FC Porto ganhou cinco campeonatos e várias vezes se disse e insinuou que o plantel do Benfica tinha poucos jogadores... à Porto.
— Só posso falar por mim... Desde miúdo que jogo com raça. Não sou tecnicamente primoroso mas, quando disputo um lance, acredito sempre que posso ganhá-lo, seja qual for adversário. A malta do Norte, por regra, tem mais garra e sofri para chegar aqui. Nunca dou uma bola por perdida.

— Alguma vez foi abordado pelo FC Porto?
— Em miúdo, por exemplo, treinei-me na Constituição nas captações... Na altura em que saí do Boavista é verdade que ouvi falar nessa hipótese. Só que o simples facto de José Veiga ser meu empresário tornava, à partida, impossível a minha transferência para o FC Porto.

«Depois de José Veiga sair foi o que se viu...»

— É verdade que se comprometeu com o Benfica, em 2002, por números muito inferiores aos que pensava ter acordado?

— Quando estava prestes a assinar pelo Benfica percebi que os valores que aceitara, ao invés do que pensava e me fizeram crer, não eram líquidos, antes brutos. Conclusão: fui para o Benfica a ganhar pouco mais que no Boavista. Mas o Benfica é o Benfica e não podia voltar atrás...

— Como é a sua relação com José Veiga?
— José Veiga ligou-me a felicitar-me quando vim para o Colónia, por exemplo. Veiga fez um excelente trabalho quando esteve no Benfica, sobretudo por ter conseguido fechar o balneário. E com ele fomos campeões nacionais, convém lembrar. Depois de José Veiga sair foi o que se viu...

— Considera que Luís Filipe Vieira tem sido um bom presidente para o Benfica?
— É um homem impecável e um gestor de grandes méritos, disso não podemos ter dúvidas. Pena que não possa estar em todo o lado ao mesmo tempo. Penso que o melhor elogio que lhe podemos fazer é que voltou a tornar o clube credível.



Citação de: nandao em 11 de Outubro de 2008, 08:03
«Não tenho saudades do futebol português»
É o terceiro capitão e considera ganha a aposta profissional. E a nível familiar também

COLÓNIA — Alguma vez pensou que um dia jogaria no Colónia?
— Por acaso não. Assinei por dois anos com opção por mais um. Nestes dois meses e pouco já deu para perceber que é uma aposta ganha a nível desportivo e familiar.

— Não é para todos ser um dos capitães de equipa com tão escasso tempo de casa...
— Sou o terceiro capitão, é verdade. Umit, o turco que ainda há pouco tempo nos pregou um susto quando desmaiou em campo, e Novakovic são os outros. Foi uma prova de confiança do mister Daum na minha experiência.

— Como é Christoph Daum [ndr — esteve perto de ser seleccionador alemão, após o Euro-2000, mas o vício em cocaína levou a federação alemã a anular o acordo] como treinador?
— É um treinador com tarimba e grande cartel na Alemanha. Sabe exigir e, como qualquer líder que se preze, também sabe dar uma palmadinha nas costas e dizer bom trabalho.

— E como estamos de saudades?
— Não tenho saudades do futebol português. E com o estado em que está a segurança em Portugal, onde só se ouve falar de assaltos, cada vez julgo mais que emigrar foi uma boa decisão. Aqui há outra qualidade de vida para as famílias. Na zona onde treinamos, no meio dum imenso bosque, é vulgar ver jovens a andar de bicicleta sem receios. Os meus dois filhos, de nove e seis anos, estão numa escola internacional e aprendem alemão, espanhol e inglês. Estou bastante bem aqui.

— Que diferenças há entre o futebol alemão e português?
— O futebol alemão é mais competitivo, joga-se de igual para igual e ninguém se admira assim tanto se o último derrotar o líder. Ao fim do mês também não há atrasos e os dirigentes raramente se ouvem em público. Outra diferença é que a imprensa, ao contrário do que acontece em A BOLA, por exemplo, premeia as melhores exibições dos jogadores com notas de 1, 2 ou 3 e as piores com 6, 7 e por aí a cima até 9. Ainda apanhei um susto ao perceber que a Kicker me tinha dado 1,5 no jogo com o Schalke...




«Balneário do Boavista foi o melhor»

Não esquece os tempos que passou no Bessa e quem o convenceu a apostar no futebol
COLÓNIA — Gostava de terminar a carreira no Boavista?

— Sim mas vai ser difícil realizar esse sonho. Tenho muita pena pelo que se está a passar. Estive lá dos 8 aos 25 anos e nunca pensei ver o clube em condições tão difíceis. Porquê? Por aquilo que sei a construção do estádio asfixiou as finanças do clube, que entretanto também deixou de ser capaz de vender um jogador por época a bom preço. Eram sempre 500 ou 600 mil contos que ajudavam a equilibrar o orçamento. Sem vender, e fora da UEFA numa altura em que já pagava salários altos, os problemas tornaram-se incontroláveis. Agora é o momento de as referências do Boavista ajudarem. É isso que procuro fazer.

— Lembra-se dalgum momento em que a confiança do Boavista em si tenha sido marcante?
— Pouco depois de ter cumprido oito meses de serviço militar, já no final da época, fui para o Algarve sem dar cavaco a ninguém. Lembro-me de o Hernâni Ascensão, dirigente, e o Mário Reis, treinador, andarem loucos à minha procura e de ter levado nas orelhas do mister, que me fez acreditar nas minhas capacidades. Acabei emprestado ao União de Lamas e com a confiança de Amândio Barreiras realizei uma boa época e voltei ao Bessa...

— Onde se sagraria campeão nacional.
— Em Portugal as pessoas não estavam habituadas a ver uma equipa jogar em pressing constante. Pacheco incutiu esse espírito. É claro que, quando a bola passava, tínhamos de matar a jogada. Diziam que éramos uma equipa de sarrafeiros mas acabámos como campeões, melhor ataque e defesa menos batida.

— Quase se emociona a recordar esses tempos...
— Esse Boavista era uma verdadeira família, um grupo de amigos que convivia nos treinos e na vida social do dia-a-dia, juntamente com as nossas mulheres e filhos. Se a relação entre todos é boa os resultados notam-se logo no campo. O balneário do Boavista foi o melhor que encontrei. Tinha autênticos líderes, tais como Pedro Emanuel, Litos, Rui Bento, Sanchez e Jorge Couto, herdeiros de Casaca e Paulo Sousa, por exemplo. Pena que o Timofte, um craque, tenha saído no ano anterior sem ter festejado o título.

— E como eram as relações entre os jogadores no Benfica?
— No Benfica a pressão era maior, fosse dos adeptos ou da comunicação social, e os laços de amizade mais difíceis de cimentar, apesar de também ter feito bastantes amigos.

— Que pensa fazer depois de pendurar as chuteiras?
— Talvez treinar camadas jovens, uma forma de ser obrigado a levantar-me cedo. Mais que isso é demasiado stressante.

— Que técnico mais o marcou?
— Aprendi com todos mas Álvaro Magalhães, no Gil Vicente, e Jaime Pacheco, no Boavista, foram fundamentais na minha progressão.




«Carlos Queirós é excelente escolha»

Fã incondicional de Scolari, aplaude escolha do substituto. Mas recusa voltar à Selecção
COLÓNIA — Pondera voltar a representar a Selecção?

— Não. Estive em dois Mundiais e outros tantos Europeus, tenho mais de 50 internacionalizações, dei tudo ao meu país e por isso despeço-me da Selecção Nacional de consciência tranquila. Tenho 32 anos e no Mundial-2010 teria 34. Já chega! É tempo de dar a vez a outros.

— Carlos Queirós é o nome ideal para substituir Luiz Felipe Scolari?
— É excelente escolha. Já desempenhou as funções de seleccionador e conhece bem o futebol português e internacional.

— Era fã de Scolari?
— Completamente. Os resultados falam por ele.

— A velha polémica sobre a exclusão de Vítor Baía alguma vez afectou o grupo?
— Nunca falámos muito disso. O grupo era unido e, quando se reencontrava, parecia uma família. O resto passava-nos ao lado.

— Desde que Scolari saiu Ricardo não voltou a ser chamado.
— As pessoas têm memória curta e não se lembram do que o Ricardo fez no Euro-2004 e Mundial-2006. Os guarda-redes tão depressa são heróis como se tornam vilões.

— Como é Cristiano Ronaldo fora dos relvados?
— É o melhor que pode existir. Tecnicamente é o número 1, sem tiques de estrela, um grande companheiro. Mesmo em processo de renovação, a nossa Selecção vai continuar a dar cartas.

— Depois de ter feito faísca com Deco, tornaram-se amigos inseparáveis...
— Ele partiu-me o pé, num Boavista-FC Porto, mas soubemos construir uma boa amizade a partir de então. Já passámos férias juntos, com as nossas famílias, e, além de ser uma pessoa fantástica, bem fisicamente não perde na comparação com nenhum médio do mundo. Viu-se no Europeu e agora no Chelsea.

— Actuou ao lado de vários jogadores da chamada geração de ouro.
— Paulo Sousa era o meu ídolo e joguei com ele na Selecção. Figo e João Vieira Pinto foram os melhores da geração de ouro. O João, que terminou a carreira, merecia uma homenagem do tamanho do mundo.



Petit CALA-TE!

Americano69

Citação de: VALEBEM em 14 de Outubro de 2008, 12:50
A mulher dele tem um «pára choques» do caraças...
Nunca percebi o critérios dos votantes na escolha de saudade e ex-funcionário mas acho indigno este artista estar aqui, e jogadores como Miccoli, Geovanni ou Aldair, estarem do outro lado...

Acho indigno é chamar-se "artista" a um dos poucos jogadores à Benfica que tivemos nos últimos anos. Só porque saíu a mal com algumas pessoas do Benfica, não é razão para o crucificarem, mas até percebo quem o faz...

HardBoy

Citação de: Di Nes em 14 de Outubro de 2008, 13:03
Citação de: ziabloO em 14 de Outubro de 2008, 12:58
que entrevista foi essa que eu não li nem ouvi nada? :huh:

Citação de: Di Nes em 11 de Outubro de 2008, 11:25
Citação de: nandao em 11 de Outubro de 2008, 07:59
«Adeptos do Colónia adoram-me»
«Não falo alemão mas percebo o significado dalgumas palavras» «Sou leal a jogar»


COLÓNIA — Nas primeiras semanas em Colónia, quarta maior metrópole da Alemanha (991 mil habitantes), situada nas margens do Reno — onde impera a catedral em homenagem a São Pedro e Maria, uma impressionante obra em estilo gótico construída entre 1248 e 1880 que praticamente passou incólume aos bombardeamentos aliados da II Guerra Mundial, ao contrário do resto da cidade —, Petit passou o tempo a tratar da logística da mudança para uma vivenda junto ao RheinEnergie, um dos estádios que acolheram o Mundial-2006, e a dar entrevistas.

«Era todos os dias», conta a A BOLA, já depois de ter dado cerca de duas dezenas de autógrafos, inclusive a alguns emigrantes, enquanto sorria para as digitais de fotógrafos improvisados, logo à saída dum dos relvados do centro de treinos, a meia dúzia de quilómetros de casa: «Os adeptos do Colónia adoram-me. Se já falo alemão? Ainda não. Sei o básico para comunicar em campo, apesar de perceber o significado de bastantes palavras. O meu tradutor privado ajuda-me muito e por isso até o dispensei para a festa da cerveja em Munique.»

Passado glorioso

O FC Colónia, fundado a 13 de Fevereiro de 1948, regressou esta época à Bundesliga (actual 10.º classificado ao fim de sete jornadas, sempre com Petit a titular) após dois anos a penar no escalão secundário, onde caiu pela primeira vez em 1998. Os tempos de glória, quando era um clube temido na Alemanha e mesmo no resto da Europa (finalista da Taça UEFA em 1986, frente ao Real Madrid), estão enterrados no passado e talvez por isso os adeptos olhem para as fotografias expostas no acesso ao restaurante do centro de treinos com nostalgia. Não deve ser fácil ver as imagens, ainda a preto e branco, de Wolfgang Overath, antigo campeão mundial em 1974, hoje presidente do Colónia, Harald Schumacher, guarda-redes que também brilhou na selecção alemã, e Pierre Littbarski, um extremo que nem parecia alemão tal a habilidade, a celebrar uma série de conquistas (três campeonatos, aos quais se somam sete segundos lugares e quatro Taças, uma delas a consumar a dobradinha de 1978). Na lista de antigos craques, na qual Petit quer entrar um dia, é justo recordar Klaus Allofs, Kohler, Morten Olsen, Schuster e o jovem Podolski, hoje no Bayern mas ainda ídolo no clube.

«O miúdo é tão popular por aqui como a água-de-colónia...», assegura o médio português, número 12 do FC Koln.

Ponto final nas mordomias

Pitbull, como António Oliveira baptizou Petit na primeira chamada à equipa das quinas, a 2 de Junho de 2001, numa partida de apuramento para o Mundial-2002 com a República da Irlanda, em Dublin (1-1), admite que joga duro mas recusa as acusações de violência.

«Sou leal a jogar», diz, ele que nunca esqueceu o dia em que, por volta dos oito anos, ficou a saber que teria de ser operado porque a perna esquerda não crescia ao ritmo da direita.

Cinco anos mais tarde deixou a escola e ajudava no café da família, enquanto crescia no Bessa ao lado duma geração de ouro dos axadrezados que incluía Mário Silva (começaram ambos no Bom Pastor, clube dum bairro do Porto onde no mês passado inaugurou um restaurante que ficará ao cuidado dos pais), Delfim, Nuno Gomes, Ricardo Silva, Jorge Silva e Rui Lima.

Ainda assim nunca foi internacional nas camadas jovens. Sem problemas, assume hoje que até certa idade era irreverente, sempre preocupado em gozar a vida ao máximo, às vezes a horas proibidas para um candidato a profissional de futebol.

Junto dos mais novos utiliza a máxima faz o que eu digo e não aquilo que eu fiz. Pedro Geromel (ex-V. Guimarães), 23 anos, igualmente na temporada de estreia no Colónia, é um dos que podem ouvir os conselhos de Petit.

«É um craque talhado para outros voos. Vai chegar muito longe», antevê, surpreso ao descobrir que a mascote do novo clube é um bode. Outra das surpresas foi o tratamento nada VIP que recebem os jovens: «Os jogadores mais novos, como é o caso do Geromel, têm a missão de ajudar a levar o material de apoio para os treinos, além de carregarem com as malas do autocarro para o estádio ou o hotel. Aqui não somos tão mimados e até tratamos das nossas botas.»




O sorriso do 'pitbull'

A forma como morde os calcanhares aos adversários, como não desiste dos lances, ajudou a criar a alcunha de pitbull. Mas Petit mantém sempre o sorriso, sobretudo fora do campo, onde a personalidade divertida marca pontos em qualquer balneário. Foi assim no Benfica, onde ganhou dimensão internacional, e deverá ser assim também esta época no Colónia.





Citação de: nandao em 11 de Outubro de 2008, 08:01
«O Benfica não fez tudo para eu ficar, se calhar estava a mais...»
O médio português percebeu que no Benfica já não olhavam para ele como antes e decidiu sair. Surgiu o convite do Colónia e não pensou duas vezes, recorda. Considera que seria titular na actual equipa encarnada mas está bem na Alemanha, onde diz que as referências não são para «abater». Petit falou sobre quase tudo, com frontalidade e coragem.

Por PAULO CUNHA

COLÓNIA — Analisando agora a opção que tomou, com base nas primeiras impressões do futebol alemão, gostava de ter continuado no Benfica?

— Antes do Europeu informei os responsáveis do Benfica que gostava de sair caso surgisse uma proposta que agradasse às duas partes. Depois de ter sido abordado por vários clubes, apareceu o Colónia e decidi quase sem hesitações, pois não fizeram a força necessária para que acabasse a carreira na Luz. O Benfica não fez tudo para eu ficar. Se calhar estava a mais...

— Consegue identificar quem pensava que o Petit estava a mais?
— Não é o momento... Durante vários anos consideraram-me um símbolo da mística benfiquista que todos querem recuperar e por isso sempre manifestei vontade de terminar a carreira de águia ao peito. Mas na época passada senti que algumas pessoas já não olhavam para mim da mesma maneira. Sei que era alvo de bocas, como se costuma dizer, no interior do clube, a propósito das minhas lesões. É verdade que estive bastante tempo lesionado, culpa de problemas dentários que influenciam tudo o resto, mas sempre fui profissional a 100 por cento. Não admito que se diga o contrário. Scolari, por exemplo, apoiou-me e convocou-me para o Europeu. E não se arrependeu.

— Sentiu-se empurrado para fora do Benfica?
— Digo apenas que todas estas situações somadas me obrigaram a pensar em mudar de ares, procurar novas experiências profissionais e de vida. Agradeço ao Benfica a gentileza de ter facilitado a minha saída.

— Que papel teve Rui Costa no processo que resultou na sua saída para o Colónia?
— Tratei praticamente de tudo com o presidente. Ao Rui... desejo-lhe sorte nas novas funções.

«Jogadores da casa são desvalorizados»[/i]

— O Benfica reforçou-se, investiu bastante, tal como aconteceu em várias épocas durante a sua passagem pelo clube...

— Quando se contrata um conjunto considerável de jogadores, como aconteceu esta época, é preciso não esquecer aqueles que já estavam no clube e deram provas e recompensá-los segundo os mesmos critérios.

— Que papel podem desempenhar as chamadas referências do Benfica?
— O balneário do Benfica tem muitas nacionalidades, poucos portugueses, jogadores novos... E para complicar as referências que resistiram e continuam no clube, casos de Luisão e Nuno Gomes, são as primeiras a ser criticadas. Na maioria dos clubes portugueses, entre os quais o Benfica, os jogadores com muitos anos de casa são desvalorizados. Ao contrário do que acontece na Alemanha, em Portugal as referências costumam ser para abater. Mais uma vez o Benfica está a começar de novo e não deve repetir os erros que se seguiram à conquista do título em 2005, quando se começou a deixar sair a base de jogadores portugueses que se construiu nesse período, com Miguel, Manuel Fernandes, Simão, Ricardo Rocha, entre outros.

— Falou em Nuno Gomes. Pensa que é um dos bodes expiatórios na hora dos insucessos?
— Pois... O Nuno trabalha muito para a equipa, desgasta-se e na hora de finalizar é natural que perca algum discernimento. Para mim é o melhor ponta-de-lança português, sem desprimor para o Hugo Almeida, Hélder Postiga e outros. Basta olhar para os números da sua carreira.

— Que conselhos daria aos adeptos do Benfica nesta fase de construção da equipa?
— Trapattoni, que era como um pai para nós, costumava dizer que é melhor jogar mal e ganhar que jogar bem e perder. Os adeptos devem exigir bons espectáculos mas também devem perceber que num campeonato são os pontos que realmente importam.

«Seria titular no actual Benfica»

— Que lhe parece o Benfica versão 2008/09?
— Como equipa nota-se que está a crescer. Ganhou o derby, num dos piores jogos que vi fazer ao Sporting nos últimos tempos; eliminou o Nápoles e a tendência, agora, deve ser para melhorar.

— Julga que seria primeira opção para Quique Flores?
— Fui primeira opção em todas as equipas que representei, à custa de muito trabalho. Nunca joguei por favor. No actual Benfica, desde que não tivesse problemas de lesões, também seria titular.

— Nas seis épocas que passou no Benfica o FC Porto ganhou cinco campeonatos e várias vezes se disse e insinuou que o plantel do Benfica tinha poucos jogadores... à Porto.
— Só posso falar por mim... Desde miúdo que jogo com raça. Não sou tecnicamente primoroso mas, quando disputo um lance, acredito sempre que posso ganhá-lo, seja qual for adversário. A malta do Norte, por regra, tem mais garra e sofri para chegar aqui. Nunca dou uma bola por perdida.

— Alguma vez foi abordado pelo FC Porto?
— Em miúdo, por exemplo, treinei-me na Constituição nas captações... Na altura em que saí do Boavista é verdade que ouvi falar nessa hipótese. Só que o simples facto de José Veiga ser meu empresário tornava, à partida, impossível a minha transferência para o FC Porto.

«Depois de José Veiga sair foi o que se viu...»

— É verdade que se comprometeu com o Benfica, em 2002, por números muito inferiores aos que pensava ter acordado?

— Quando estava prestes a assinar pelo Benfica percebi que os valores que aceitara, ao invés do que pensava e me fizeram crer, não eram líquidos, antes brutos. Conclusão: fui para o Benfica a ganhar pouco mais que no Boavista. Mas o Benfica é o Benfica e não podia voltar atrás...

— Como é a sua relação com José Veiga?
— José Veiga ligou-me a felicitar-me quando vim para o Colónia, por exemplo. Veiga fez um excelente trabalho quando esteve no Benfica, sobretudo por ter conseguido fechar o balneário. E com ele fomos campeões nacionais, convém lembrar. Depois de José Veiga sair foi o que se viu...

— Considera que Luís Filipe Vieira tem sido um bom presidente para o Benfica?
— É um homem impecável e um gestor de grandes méritos, disso não podemos ter dúvidas. Pena que não possa estar em todo o lado ao mesmo tempo. Penso que o melhor elogio que lhe podemos fazer é que voltou a tornar o clube credível.



Citação de: nandao em 11 de Outubro de 2008, 08:03
«Não tenho saudades do futebol português»
É o terceiro capitão e considera ganha a aposta profissional. E a nível familiar também

COLÓNIA — Alguma vez pensou que um dia jogaria no Colónia?
— Por acaso não. Assinei por dois anos com opção por mais um. Nestes dois meses e pouco já deu para perceber que é uma aposta ganha a nível desportivo e familiar.

— Não é para todos ser um dos capitães de equipa com tão escasso tempo de casa...
— Sou o terceiro capitão, é verdade. Umit, o turco que ainda há pouco tempo nos pregou um susto quando desmaiou em campo, e Novakovic são os outros. Foi uma prova de confiança do mister Daum na minha experiência.

— Como é Christoph Daum [ndr — esteve perto de ser seleccionador alemão, após o Euro-2000, mas o vício em cocaína levou a federação alemã a anular o acordo] como treinador?
— É um treinador com tarimba e grande cartel na Alemanha. Sabe exigir e, como qualquer líder que se preze, também sabe dar uma palmadinha nas costas e dizer bom trabalho.

— E como estamos de saudades?
— Não tenho saudades do futebol português. E com o estado em que está a segurança em Portugal, onde só se ouve falar de assaltos, cada vez julgo mais que emigrar foi uma boa decisão. Aqui há outra qualidade de vida para as famílias. Na zona onde treinamos, no meio dum imenso bosque, é vulgar ver jovens a andar de bicicleta sem receios. Os meus dois filhos, de nove e seis anos, estão numa escola internacional e aprendem alemão, espanhol e inglês. Estou bastante bem aqui.

— Que diferenças há entre o futebol alemão e português?
— O futebol alemão é mais competitivo, joga-se de igual para igual e ninguém se admira assim tanto se o último derrotar o líder. Ao fim do mês também não há atrasos e os dirigentes raramente se ouvem em público. Outra diferença é que a imprensa, ao contrário do que acontece em A BOLA, por exemplo, premeia as melhores exibições dos jogadores com notas de 1, 2 ou 3 e as piores com 6, 7 e por aí a cima até 9. Ainda apanhei um susto ao perceber que a Kicker me tinha dado 1,5 no jogo com o Schalke...




«Balneário do Boavista foi o melhor»

Não esquece os tempos que passou no Bessa e quem o convenceu a apostar no futebol
COLÓNIA — Gostava de terminar a carreira no Boavista?

— Sim mas vai ser difícil realizar esse sonho. Tenho muita pena pelo que se está a passar. Estive lá dos 8 aos 25 anos e nunca pensei ver o clube em condições tão difíceis. Porquê? Por aquilo que sei a construção do estádio asfixiou as finanças do clube, que entretanto também deixou de ser capaz de vender um jogador por época a bom preço. Eram sempre 500 ou 600 mil contos que ajudavam a equilibrar o orçamento. Sem vender, e fora da UEFA numa altura em que já pagava salários altos, os problemas tornaram-se incontroláveis. Agora é o momento de as referências do Boavista ajudarem. É isso que procuro fazer.

— Lembra-se dalgum momento em que a confiança do Boavista em si tenha sido marcante?
— Pouco depois de ter cumprido oito meses de serviço militar, já no final da época, fui para o Algarve sem dar cavaco a ninguém. Lembro-me de o Hernâni Ascensão, dirigente, e o Mário Reis, treinador, andarem loucos à minha procura e de ter levado nas orelhas do mister, que me fez acreditar nas minhas capacidades. Acabei emprestado ao União de Lamas e com a confiança de Amândio Barreiras realizei uma boa época e voltei ao Bessa...

— Onde se sagraria campeão nacional.
— Em Portugal as pessoas não estavam habituadas a ver uma equipa jogar em pressing constante. Pacheco incutiu esse espírito. É claro que, quando a bola passava, tínhamos de matar a jogada. Diziam que éramos uma equipa de sarrafeiros mas acabámos como campeões, melhor ataque e defesa menos batida.

— Quase se emociona a recordar esses tempos...
— Esse Boavista era uma verdadeira família, um grupo de amigos que convivia nos treinos e na vida social do dia-a-dia, juntamente com as nossas mulheres e filhos. Se a relação entre todos é boa os resultados notam-se logo no campo. O balneário do Boavista foi o melhor que encontrei. Tinha autênticos líderes, tais como Pedro Emanuel, Litos, Rui Bento, Sanchez e Jorge Couto, herdeiros de Casaca e Paulo Sousa, por exemplo. Pena que o Timofte, um craque, tenha saído no ano anterior sem ter festejado o título.

— E como eram as relações entre os jogadores no Benfica?
— No Benfica a pressão era maior, fosse dos adeptos ou da comunicação social, e os laços de amizade mais difíceis de cimentar, apesar de também ter feito bastantes amigos.

— Que pensa fazer depois de pendurar as chuteiras?
— Talvez treinar camadas jovens, uma forma de ser obrigado a levantar-me cedo. Mais que isso é demasiado stressante.

— Que técnico mais o marcou?
— Aprendi com todos mas Álvaro Magalhães, no Gil Vicente, e Jaime Pacheco, no Boavista, foram fundamentais na minha progressão.




«Carlos Queirós é excelente escolha»

Fã incondicional de Scolari, aplaude escolha do substituto. Mas recusa voltar à Selecção
COLÓNIA — Pondera voltar a representar a Selecção?

— Não. Estive em dois Mundiais e outros tantos Europeus, tenho mais de 50 internacionalizações, dei tudo ao meu país e por isso despeço-me da Selecção Nacional de consciência tranquila. Tenho 32 anos e no Mundial-2010 teria 34. Já chega! É tempo de dar a vez a outros.

— Carlos Queirós é o nome ideal para substituir Luiz Felipe Scolari?
— É excelente escolha. Já desempenhou as funções de seleccionador e conhece bem o futebol português e internacional.

— Era fã de Scolari?
— Completamente. Os resultados falam por ele.

— A velha polémica sobre a exclusão de Vítor Baía alguma vez afectou o grupo?
— Nunca falámos muito disso. O grupo era unido e, quando se reencontrava, parecia uma família. O resto passava-nos ao lado.

— Desde que Scolari saiu Ricardo não voltou a ser chamado.
— As pessoas têm memória curta e não se lembram do que o Ricardo fez no Euro-2004 e Mundial-2006. Os guarda-redes tão depressa são heróis como se tornam vilões.

— Como é Cristiano Ronaldo fora dos relvados?
— É o melhor que pode existir. Tecnicamente é o número 1, sem tiques de estrela, um grande companheiro. Mesmo em processo de renovação, a nossa Selecção vai continuar a dar cartas.

— Depois de ter feito faísca com Deco, tornaram-se amigos inseparáveis...
— Ele partiu-me o pé, num Boavista-FC Porto, mas soubemos construir uma boa amizade a partir de então. Já passámos férias juntos, com as nossas famílias, e, além de ser uma pessoa fantástica, bem fisicamente não perde na comparação com nenhum médio do mundo. Viu-se no Europeu e agora no Chelsea.

— Actuou ao lado de vários jogadores da chamada geração de ouro.
— Paulo Sousa era o meu ídolo e joguei com ele na Selecção. Figo e João Vieira Pinto foram os melhores da geração de ouro. O João, que terminou a carreira, merecia uma homenagem do tamanho do mundo.



Petit CALA-TE!


eu passei adorar que ele se tivesse ido embora :fight:

VALEBEM

«Eu não fiz esta análise com base num jogo, até porque não é assim que avalio um jogador...
É uma análise mental que venho fazendo, e a sensação que me tem dado é de que o Petit tem estado mal... Não foi só em Barcelona que ele jogou mal...
O Tiago é um jogador excelente, com uma cultura táctica fabulosa, e uma excelente capacidade técnica, embora lhe falte agressividade... Um meio campo com Petit, Manuel Fernandes e Tiago, teria um nível excelente...
Voltando ao Petit, o que eu condeno sobretudo é ele querer fazer coisas para as quais não está habilitado, e que inclusivamente prejudicam o desempenho das funções que ele deveria cumprir...»

A minha opinião sobre o petit vem de 2005, e está na página 5 deste tópico...
Eu não o critico só de agora... Nunca o achei um grande jogador, e por coisas que observei, e outras que me disseram, como pessoa é ainda pior que como jogador...

Magnusson

Fdx, já mete nojo este gajo.