Jaime Graça

Médio, (1942-01-30 - 2012-02-28),
Portugal
Equipa Principal: 9 épocas (1966-1974), 235 jogos (18851 minutos), 30 golos

Títulos: Campeonato Nacional (7), Taça de Portugal (3), AF Lisboa Taça de Honra 1ª Divisão (3)

André Sousa

Chego a casa e levo com uma notícia destas, enfim...

Um dos grandes nomes da história do Benfica. Que descanse em paz, grande campeão.

Messi87

Ex-jogador do Benfica faleceu
Vitórias & Património recorda Jaime Graça

Em virtude do falecimento do antigo jogador Jaime Graça, foi adiado o episódio das duas noites europeias inesquecíveis do Vitórias & Património.

No dia em que morreu Jaime Graça, a Benfica TV recorda o documentário sobre o ex-futebolista do Clube.

O documentário desta semana tem estreia prevista para as 23h40 desta terça-feira, dia 27 de Fevereiro, repetindo nos dias 29 de Fevereiro (04h40, 12h00 e 19h35), 3 (21h30) e 5 de Março (03h00).

Lembrar que os horários das repetições podem sofrer alterações, pelo que não deixe de consultar a grelha de programação.

http://aovivo.slbenfica.pt/Noticias/DetalhedeNoticia/tabid/790/ArticleId/21497/language/pt-PT/Vitorias-Patrimonio-recorda-Jaime-Graca.aspx

Junta-se agora a Luciano, no  5º Anel, que não vemos mas sentimos...  :cry2:

joker17

nunca o vi jogar e tenho muito poucas recordações de o ver nos mídia. ainda assim, é com muito pesar que vejo partir um dos imortais deste clube, num dia tão feliz.... os nossos nunca se esquecem  :)

vitormopinto1987

Descanse em paz, Grande Imortal!

MikeSLB4Ever


dudaslb

Descansa em paz campeão.

Sum41


Jorge.P_

Muito, muito triste.

Descanse em paz!

krak


força Benfica


Vítor Baptista


fgsilva

Faleceu hoje um dos melhores médios-centros portugueses de sempre, vítima de uma doença prolongada. Que descanse em paz e que na sexta-feira seja respeitado devidamente como merece.

Fundamental ganhar na sexta e dedicar a vitória e o campeonato a este grande homem!

BC


Holmesreis

Tal como Calvino defendia a teoria da predestinação pela Fé, assim eu acredito que são as forças divinas que definem à nascença quais as preferências clubísticas de cada ser humano. No meu caso pessoal, Deus foi irónico: numa família de dezenas de portistas, lá fez nascer a 16 de Fevereiro de 1975 um tímido benfiquista que, ainda por cima, viu a primeira Luz do Dia na mesma data em que o Benfica derrotou o FCP em pleno Estádio das Antas por 3-0.
Aprendi a ler pelos jornais, especialmente pelo extinto «Comércio do Porto». Com 5 anos, já sabia articular arrastadamente algumas sílabas e o meu pai não deve ter achado muita graça quando chegava a casa, exausto do trabalho braçal, e comprovava os progressos de leitura do seu benjamim: «Cha-la-na»!«Né-né»!«Ben-to» e assim por diante. E, nessa altura, o meu pai deve ter interiorizado a decisão de levar o seu filho mais novo ao baptismo das Antas, antes que manchasse o nome da família. Deu-me um trapo azul e branco amarrado a um pau de cotonete e lá fomos no Fiat 850 para as Antas sentarmo-nos na Superior Norte para assistir a um FCP-Académico de Viseu.
Ora, já falei aqui de Jean Calvino e, quatro séculos e meio depois, o insígne religioso deverá concordar comigo que em 1980, um miúdo de 5 anos que já conhecia Chalana-Alves-Nené e Reinaldo não poderia apaixonar-se por uma equipa cujas primeiras figuras eram um «brinca na areia» chamado Niromar e jogador banais como Albertino, Quinito ou um irlandês chamado Mike Walsh. Ainda por cima, desse primeiro jogo que vi ao vivo, só me lembro quase das costas dos ribeirenses e contumilenses que estavam de pé, tapando a visão a um micro-anão de cinco anos que abanava aquele pau de cotonete só para ouvir o som do pano esticado ao vento, imitando os efeitos sonoros dos filmes de kung-fu quando o lutador voa embalado pelo Vento do Noroeste com o pernil esticado apontado à queixada de outro oriental.
Ora, nessa tarde de Março de 1981, apenas conseguia ouvir os gritos de «Corre, Cenoura!», «Salta, Cenoura», pensando na minha febril infantilidade que o Bugs Bunny que via na televisão estava ali mesmo debaixo do meu nariz a ser invectivado por 20 mil almitas. Só depois ao intervalo é que o meu mano mais velho, na sabedoria eloquente dos seus 12 anitos me explicou que o Cenoura era o Romeu que, nessa tarde, tinha sido adaptado a ponta de lança pelo treinador Hermann Stessl, por lesão do goleador Walsh. Depois do zero a zero da primeira parte e enquanto aqueles traseiros gordos dos espectadores estavam sentados na laje gélida da Superior a mascar bifanas mais duras que a caspa de dois anos que ostentavam naquele couro cabeludo, o jogo reata com um brasileiro já velhote chamado Duda a desmarcar-se no seu meio campo, a dominar uma bola com o braço e a arrancar em direcção à baliza para marcar golo. Os festejos foram inaudíveis, já que o Académico de Viseu era um colosso das Beiras e um candidato ao título nessa época. Quando os festejos acabaram, só me lembro de perguntar ao meu pai:
-Pai, mão na bola não é falta?

Foi aí que o meu progenitor se consciencializou que a batalha não iria ser fácil.
Em Junho de 1981, o meu pai apareceu com uma revista colorida comemorativa dos 15 anos do Mundial de 1966. Era a sua derradeira oportunidade de converter o herege. Ao comigo folhear a revista, deparo-me com duas páginas com fotografias individuais dos jogadores da Selecção. Segundo a opinião do meu pai, o seleccionador Manuel Luz Afonso marginalizara determinados jogador do FCP por ser um treinador benfiquista dos sete costados.
-Pai, quem é este guarda-redes?
-José Pereira, era do Belenenses. O Américo era muito melhor que ele.
-E este preto? (não, não era racista, tinha apenas seis anitos).
-É o Vicente, também do Belenenses. Partiu a perna ao Pelé. O Festa era muito melhor que ele.
-E este com cara de novo?
-É o Simões. O Nóbrega era muito melhor que ele.
De repente, detenho-me num senhor com cara bolachuda (Aos seis anos, usam-se termos que os adultos perdoam devido à sua imbecilidade léxica).
-E este?
-É o Jaime Graça.
(Espero pela comparação do meu pai).
-...Jogava no Benfica. Ninguém passava por ele nem pelo Coluna.
-E não havia ninguém no Porto melhor que eles?
(O silêncio do meu pai foi confrangedor. Saiu da sala e adivinho que partiu o pau de cotonete em lágrimas).

Jaime Graça retirou-se dos relvados em 1978. Já não fui a tempo de assistir à sua grandeza. Mas assisti ao brilhante trabalho que fez na prospecção e formação do Benfica. Tal como Sócrates que morreu no dia de consagração do Corinthians, também estava escrito no firmamento celestial que Jaime Graça teria de partir, vítima dessa doença maldita que é o cancro, no mesmo dia do aniversário do Benfica. E há ainda alguém que se atreva a dizer que Deus não é do Glorioso?!