4 de Maio de 1949: A tragédia de Superga



cyborgturim

I FUNERALI

Piazza Castello



Piazza San Carlo



Vittorio Pozzo - commissario tecnico dell'Italia dal 1929 al 1948



Zlatan

Já conhecia a história, mas fiquei apaixonado pelo Torino.

Fomos muito bem recebidos por eles. Que classe de clube.

Tudo de bom.

Ned Kelly

Queria agradecer a hospitalidade dos adeptos do Torino e fiquei extremamente impressionado com a popularidade que o clube goza na sua cidade. Mais interessante se considerarmos que a Juve é o clube mais popular de Itália e que, em termos de vitórias, 1949 marcou um ponto de não retorno (até hoje) para o Torino em termos de conquistas face ao seu rival.

A minha (nossa) homenagem aos que morreram após homenagearem um dos nossos heróis desses tempos, Chico Ferreira.




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Fake Blood

#488

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À volta de uma Fotografia - XVI - E Pluribus Infinitum

LEGENDA: Os Benfiquistas deslocam-se à Embaixada de Itália em memória e respeito pela delegação do Torino AC que tombara ingloriamente num brutal acidente de aviação a poucos minutos de aterrarem em Turim

Em 4 de Maio de 1949 a notícia chegou brutal a Lisboa e depois trespassou por todo o Portugal. Morreu carbonizada a equipa que encantara no dia anterior, no Estádio Nacional, na Festa de Homenagem ao mais internacional português, capitão do Benfica e da selecção nacional, Francisco Ferreira. Depois de dominar o futebol transalpino - Tetracampeão a caminho do quinto campeonato italiano consecutivo -, espalhar magia pela Europa e ser uma lenda do futebol mundial, com sete internacionais a jogar em 1949 na selecção italiana, o "Il Grande Torino" terminara brutalmente na base da Catedral de Superga a um quarto-de-hora de aterrar no aeroporto de Turim. Arrasador.

A vitória mais triste do Benfica
A euforia da vitória, por 4-3, do Glorioso sobre a equipa do "Grande Torino", uma das escassas derrotas do clube de Turim - mesmo em encontros particulares internacionais - em cinco épocas transformou-se numa genuína demonstração de Luto Benfiquista. Foram milhares, qual infinito, as pessoas que espontaneamente - estamos a falar de 1949 - rumaram ao Largo do
Conde de Pombeiro, n.º 6, em Lisboa, para se vergarem perante a Tragédia de Superga. Onde num dia fatídico do início de Maio finou-se uma grande equipa e um dos maiores clubes de Itália e da Europa deixou de o ser. Foi decapitado um grande clube: um plantel e os dirigentes. Para sempre como a história provou. Permitindo a ascensão da Juventus FC que passou a ser o único emblema de Turim com capacidade para rivalizar com os vizinhos de Milão (AC Milan e FC Internacional/ Inter de Milão) e da capital de Itália, outrora capital da Europa e Mundo conhecido: Roma (SS Lazio e AS Roma).

A festa mais bonita do Benfica
Com o capitão da selecção nacional Francisco Ferreira próximo de atingir o patamar do futebolista mais internacional de Portugal, aproveitando um jogo entre selecções nacionais, em Génova, Francisco Ferreira e Valentino Mazzola, ambos nascidos em 1919, capitães de Portugal e Itália, acertaram que o clube Torino AC, no qual Mazzola também era o capitão deslocar-se-ia a Portugal para defrontar o popular Benfica num encontro agendado para o Estádio Nacional numa grandiosa festa de homenagem a Francisco Ferreira que caminhava para o ocaso da sua carreira. Estávamos em 1949 e o capitão, que completaria 30 anos em 23 de Agosto desse ano fatídico, deixaria de jogar no final da temporada de 1951/52, aos 32 anos.

A melhor equipa contra estrangeiros
Em 1949, a euforia em torno do Benfica mantinha-se, apesar do Clube perder há quatro épocas consecutivas, entre 1945/46 e 1948/49, os campeonatos nacionais, facto inédito desde o início da competição em 1934/35 deixando o rival de Lisboa aproximar-se - com cinco títulos - dos seis do Glorioso. Em finais dos anos 40, ainda ecoava pelo País a ideia construída durante os anos 10 e 20 das equipas - por tradição e só terem portugueses - do Benfica se agigantarem perante as equipas de clubes estrangeiros. Era a explicação mística para o facto de fazer, sistematicamente há décadas, melhores resultados que as equipas de outros clubes, mesmo que pluri-campeãs regionais ou nacionais.

O Povo acreditava no Benfica (e tinha razões para isso)
A pensar nos resultados, com 20 ou 30 anos de patine, que passavam a lenda, todos - até os adeptos adversários mais empedernidos - mesmo que não admitissem, escondiam-se debaixo dos chapéus, guarda-chuvas ou entre gabardines e casacões para rumarem aos estádios onde o Benfica defrontava aquela malta grande e forte boa de bola da estranja que chegava e partia nos comboios rápidos de Paris ou Madrid. Adeptos que geralmente eram recompensados.

Há tradições que nunca mudam
Para os organizadores desses "matches" internacionais era dinheiro em caixa, tal a afluência de espectadores e preço dos bilhetes. Onde é que nós, passados quase cem anos, ainda vamos ouvindo e assistindo a isto? É o Benfica! Hoje, ontem e amanhã! É a vida! E o Benfica!

O melhor resultado de sempre do futebol português ficou mutilado pela dor
O jogo fez-se, tal como foi pensado. Lisboa engalanou-se para receber uma equipa que poucas vezes cedera empates ou derrotas. O resultado foi favorável ao Glorioso como a lenda admitia. Os festejos prolongaram-se por noite e tascas dentro. O Benfica deitou-se contente com mais Glória. Foi considerado o melhor resultado de sempre do futebol português. Suplantando, vinte anos depois, a vitória do Glorioso sobre o poderoso campeão da Europa Central, os húngaros do Ferencvaros que perderam, por 0-1, com o Benfica, em 1929, mas arrumaram nessa digressão as equipas dos outros emblemas portugueses, os quatro maiores, com meia dúzia de golos em cada jogo.

Só a Taça Latina, um ano depois, redimiu a tristeza imensa
A tarde do dia seguinte surgiu terrível. Tudo cessou. O Benfica tornou-se infinito na dor frente à embaixada italiana. Um ano de luto que terminaria no Verão de 1950, no mesmo local, frente aos italianos e franceses, respectivamente, na meia-final e final da Taça Latina. Melhor: na final e finalíssima da Taça Latina. Uma vitória latina em memória do clube que melhor estaria preparado para a conquistar e que nunca a conquistaria. Eterno Grande Torino!

Foram uns dias extremados os vividos e morridos nesse Maio de 1949.

Alberto Miguéns

Fake Blood



1968, o Benfica desloca-se a Turim para jogar contra a Juventus.
Mas primeiro, uma homenagem....

RedVC

Os homens justos e de bom coração têm memória. Nessa fotografia estão cinco. Cinco lendas absolutas do Benfica.

E depois Eusébio faria "aquele" golo contra a Juventus... Uma homenagem adicional ao grande Torino.

Dandy






   Tenho pena de nunca ter visto esse famoso golo em filme...




Ned Kelly

A foto da homenagem junto à embaixada de Itália mostra a nossa dimensão enorme nesses tempos. Grandes mesmo. Em valores e número.

Quanto ao golo do Eusébo em 1968, não vale a pena procurar nos DVDs da Gran Storia de La Juventus, porque só lá têm as vitórias deles. Mas eu ainda não desisti.

Dandy

Citação de: Ned Kelly em 19 de Novembro de 2014, 15:13
A foto da homenagem junto à embaixada de Itália mostra a nossa dimensão enorme nesses tempos. Grandes mesmo. Em valores e número.

Quanto ao golo do Eusébo em 1968, não vale a pena procurar nos DVDs da Gran Storia de La Juventus, porque só lá têm as vitórias deles. Mas eu ainda não desisti.




   O pecúlio desportivo da Juventus fez-me sempre lembrar o do Benfica.

   Já em termos de corrupção... são o Porto de Itália.




RedVC

Citação de: Dandy em 19 de Novembro de 2014, 17:26
Citação de: Ned Kelly em 19 de Novembro de 2014, 15:13
A foto da homenagem junto à embaixada de Itália mostra a nossa dimensão enorme nesses tempos. Grandes mesmo. Em valores e número.

Quanto ao golo do Eusébo em 1968, não vale a pena procurar nos DVDs da Gran Storia de La Juventus, porque só lá têm as vitórias deles. Mas eu ainda não desisti.




   O pecúlio desportivo da Juventus fez-me sempre lembrar o do Benfica.

   Já em termos de corrupção... são o Porto de Itália.

Quando era pequeno tinha algum fascínio pela Juventus. Exactamente por ter também esse sentimento de ser o Benfica de Itália. Depois percebi de que clube estávamos a falar. É um clube que me enoja. Mas também não consigo gostar de outro clube italiano com excepção do Torino.

Hoje, pela conhecimento crescente que tenho da história do Benfica admiro alguns, poucos, clubes que sempre se souberam mostrar desportiva e socialmente correctos. Clubes que sempre dignificaram o Benfica como um seu par: o Torino, o Real Madrid, o Barcelona e o Manchester United. Dos restantes, respeito todos com excepção de dois cuja desrespeito recorrente pela mais elementar ética desportiva (ou de qualquer outra índole) apenas me causa nojo: FC Porto e Juventus.