Decifrando imagens do passado

RedVC

#1065
-276-
Ases com mãos de oiro – parte II

Continuando a nossa série de homenagem a profissionais médicos que auxiliaram o nosso Clube, vamos hoje voltar atrás. Bem lá pra trás, até ao primeiro deles todos.


António de Azevedo Meirelles
(Décadas 00-10)


Fonte: HSLB 1904-1954.


Médico ilustre, nasceu em 1858, no Porto, cidade onde estudou e se formou em medicina. Veio depois para Belém onde prestou serviço na Farmácia Franco, uma instituição que, no seu tempo, ia muito para lá da venda de medicamentos, sendo também um local de prestação de cuidados médicos de tertúlia e até de intriga política.

O prestígio granjeado pela sua ação e conhecimentos, levou o Dr. Meirelles ser nomeado médico da Casa Real Portuguesa. Ao mesmo tempo revelou-se também um pioneiro entusiasta do "football", mas que, por já ser quarentão nesses anos da fundação do Sport Lisboa, e por isso não podendo jogar futebol, ia contribuindo com o seu conhecimento e generosidade, dando inestimável apoio médico e financeiro aos nossos primeiros jogadores.

Para a História, ficou registado o dramático momento em que o nosso jogador António Couto partiu uma perna durante um jogo, no dia 03-03-1907. Couto em grande sofrimento, foi retirado de campo em maca para lhe serem prestados os primeiros socorros. Ao seu lado estava o dedicado Dr. Meirelles. Apesar da veterania, Couto iria recuperar e voltar a jogar futebol... no Sporting!

Em 1908, o Dr. Meireles era o sócio nº 1 do Sport Lisboa e com estatuto de sócio protetor, ou seja, com mais elevada quotização. Nesse ano, o seu nome encabeçaria uma lista dos 54 sócios que se juntaram ao Grupo Sport Benfica, mostrando que o bom doutor continuava comprometido com o Clube mesmo depois da mudança de Belém para Benfica.

Muito mais informação sobre o Dr. Meireles pode ser lida num texto publicado neste tópico em janeiro de 2019 (ver: -224- A ilustre Casa do Dr. Meireles; p. 55).


Paz e honra à memória do Dr. António de Azevedo Meirelles,


Dionísio Hipólito
(Décadas 20-40)
 


Dionísio Hipólito nasceu no dia 30-08-1892, em Lisboa, na freguesia de Santa Catarina, numa casa na Rua do Vale, muito perto da Calçada do Combro. Também conhecido por Dionísio Júnior, uma vez que tinha o mesmo nome de seu pai, um militar de carreira, o pequeno Dionísio herdou o apelido Hipólito da sua mãe, uma senhora natural de Reguengo Grande, concelho da Lourinhã.

Aos 25 anos, já casado, Dionísio foi mobilizado para combater na I Guerra Mundial, tendo integrado o CEP com a patente de 2º sargento miliciano. Embarcou para França em finais de maio de 1917, tendo sido ferido em combate pela primeira vez, em julho de 1917.

Recuperado, voltaria à linha da frente, para no dia 9 de abril de 1918 ser gravemente ferido durante a mortífera batalha de La Lys. Sobreviveu, mas ficou com graves mazelas para a vida inteira.

Em julho desse ano foi evacuado por via terrestre para Portugal, tendo sido declarado inválido de guerra e desmobilizado em janeiro de 1919. Foi reformado por invalidez, com incapacidade de 30%, por sofrer de rigidez da articulação tíbio-társica esquerda com atrofia dos músculos da perna.

Não obstante essas limitações físicas, Dionísio exerceu o cargo de massagista durante as três décadas seguintes. Foi uma grande dedicação ao nosso Clube. Pelas suas mãos passaram centenas de atletas das mais diversas modalidades, tendo, no entanto, dado maior contribuição ao futebol e ao ciclismo, trabalhando em diversas voltas a Portugal em bicicleta.



Equipa do SL Benfica que jogou no campo das Amoreiras com o FC Barcelona, no dia 27-03-1932.



No Benfica, para além das funções de massagista, Dionísio desempenhou também o cargo de Diretor de Campo das Amoreiras na temporada de 1929-1930, conforme consta do Relatório de Contas desse ano. É provável que a sua dedicação e competência tenha sido aproveitada em muitas outras funções, em benefício do Clube.



Dionísio Hipólito. À esquerda, o lado de José Simões, antigo jogador e na altura diretor do Clube, aquando da digressão do SLB à Madeira em 1936. Em baixo: cargo desempenhado durante a temporada 1929-1930.



O prestígio acumulado no exercício destas funções, levou a que os seus serviços fossem requisitados também pela seleção nacional portuguesa, ainda na década de 30, num tempo em que esta foi orientada por mestre Cândido de Oliveira. Com a Seleção viajou para França, Itália, Suíça, Espanha e Alemanha, entre outros locais.



Abril de 1938, na estação do Rossio a seleção portuguesa de partida para a Alemanha. Fonte: Hemeroteca Çx



Nas suas memórias, Peyroteo conta uma história curiosa que envolve Dionísio Hipólito. Em maio de 1938, a seleção portuguesa foi fazer a Milão contra a Suíça para o acesso ao Mundial desse ano. Acontece que no próprio dia de um jogo, Peyroteo e os Benfiquistas Espírito Santo e Dionísio Hipólito, saíram sorrateiramente do hotel para poderem visitar os bastidores do Scala de Milão.... Estavam conluiados com o selecionador Cândido de Oliveira, que por razões disciplinares não podia dar autorização direta embora ele próprio também tivesse vontade de ir... Ao que parece, na noite anterior, a maioria dos jogadores tinha vetado a ida a uma sessão de ópera e antes escolhido ir a uma sessão de cinema para ver um filme com uma "bomba sexy" americana! Não podia haver exceções, mas lá se arranjou uma saída clandestina do estágio! Devem ter sido mais do que muitas, as histórias desses tempos!



Dionísio Hipólito em vários momentos da sua passagem pela seleção nacional portuguesa de futebol.



Dionísio Hipólito faleceu subitamente em 14-08-1949, vítima de uma lesão cardíaca, aparentemente agravada pelo frio. Faleceu na sua vivenda situada em Algueirão Novo, Mem Martins, Sintra embora quando residia em Lisboa, ocupasse uma casa na Rua do Sol à Santa Catarina, muito perto da rua onde tinha nascido, 57 anos antes. Deixou viúva e dois filhos maiores de idade.



Notícia do funeral de Dionísio Hipólito no DL do dia 16-08-1949.



Paz e honra à alma de Dionísio Hipólito.


Alexandre1976

Red VC
Muito obrigado por aqui colocares verdadeiras pérolas da nossa Gloriosa História.

Alexandre1976

Albino,Valadas,Gaspar Pinto,Vitor Silva,Gustavo Teixeira,Espirito Santo.Grandes atletas que vestiram o Manto Sagrado e que raramente são recordados ou mencionados.

RedVC

Citação de: Alexandre1976 em 12 de Setembro de 2021, 19:18
Albino,Valadas,Gaspar Pinto,Vitor Silva,Gustavo Teixeira,Espirito Santo.Grandes atletas que vestiram o Manto Sagrado e que raramente são recordados ou mencionados.


Sim.

O esquecimento é ingratidão. O desconhecimento é desleixo.
Ambos... é falta de Benfiquismo.

Baron_Davis



Far(away)

Muito obrigado RedVC pelo inestimável contributo para o conhecimento da história do nosso clube. Leio os teus textos com alegria e curiosidade. Um bem haja amigo e Deus te pague

ripas

Citação de: RedVC em 17 de Agosto de 2021, 22:00
-272-
Mistérios do Football Club

Belém, 1903, uma equipa trajando de branco alinha para uma câmara fotográfica:





Apesar da sua fraca qualidade gráfica, trata-se de uma fotografia de valor inestimável para a História do Sport Lisboa e Benfica.

Nela estão presentes 7 dos 24 fundadores do nosso Clube. Reconhecendo esse facto, Mário de Oliveira e Rebelo da Silva publicaram esta fotografia na página 8 do primeiro fascículo da sua monumental obra, "História do Sport Lisboa e Benfica 1904-1954", a fonte decisiva para sabermos detalhes da História inicial do nosso Clube.


O Football Clube, foi o grupo que em 1903 constituiu o embrião do Sport Lisboa, clube fundado em 28 de fevereiro de 1904. Foi um grupo organizado de rapazes que moravam em Belém e que se juntaram para a prática do futebol. Também conhecidos por Belém Football Club ou Grupo dos Catataus, teve existência efémera, competindo informalmente contra outros grupos que se iam formando e desfazendo pelas imediações.


Belém, no início do século XX.


Durante o ano de 1903, a populosa e buliçosa Belém tinha deixado já há alguns anos de ser sede de um concelho, mas continuava a ser uma vigorosa localidade e, em particular para o nosso interesse, um dos palcos lisboetas do recrudescimento no interesse do futebol em Lisboa.

Na transição do século XIX para o século XX, a prática da modalidade tinha sofrido uma acentuada redução depois da questão do "Ultimato Inglês" e da perda dos terrenos usáveis para a prática do futebol, perto do Campo Pequeno, por via da edificação da grande praça de touros.

Belém foi então um dos palcos do recrudescimento do interesse no futebol. Mais do que noutro local, ali ocorreu a democratização do futebol, deixando de ser um exclusivo da juventude das classes mais favorecidas. Em Belém, existia muita gente jovem e muitos terrenos livres aproveitáveis para improvisar campos de futebol. Numerosos grupos de jovens, de composição mais ou menos fluida, iam praticando e com isso propagando o interesse pela modalidade. Esses grupos tinham muitas vezes a sua base em amizades vindas de bairros, escolas ou grupos familiares, mas integravam também elementos mais velhos, alguns trintões da primeira geração de praticantes, ativos no século anterior.



Alguns locais e aspetos sociais da Belém, no início do século XX. Fonte: AML.


Há uma tradição – errada – de atribuir a fundação do nosso Clube a um conjunto de miúdos pobres, órfãos casapianos unidos pela camaradagem e pelo prazer de praticar o jogo. A história fantasiosa dos "pés descalços".

Sendo inegável, prestigiante e fundamental para a matriz dos primeiros anos do nosso Clube, a componente casapiana não foi ainda assim a base da fundação do Sport Lisboa.

Entre os nossos 24 fundadores, temos apenas dois, Cosme Damião e Augusto Jorge de Sousa, que sabemos terem sido alunos casapianos. Outros, como Abílio Meireles, Eduardo Corga e Henrique Teixeira, tinham familiares ligados à Casa Pia mas, tanto quanto se sabe, não integraram o internato casapiano.

Assim sendo, é na juventude de Belém, em boa parte abastada ou remediada, que encontramos a maioria dos 24 fundadores do Sport Lisboa. Uma boa parte deles estavam já no Football Club e foram descritos nas diversas camadas de jogadores que Daniel dos Santos Brito, um desses fundadores, mais tarde evocou.

Sabemos que o Football Club estava organizado pois embora aparentemente não tenham sobrevivido listas de sócios ou (eventuais) regulamentos, existiu quotização de sócios. Aliás nos primeiros meses do Sport Lisboa as quotas impressas do Football Club ainda foram usadas para conveniência do Sport Lisboa. Subsistiram também documentos oficiais em que ainda se fazia menção ao grupo antigo.



Em março de 1903, já depois da transição do Football Club para o Sport Lisboa, foi emitido a fatura da compra de uma bola usada aos ingleses do Lisbon Cricket Club. Assinado por José Rosa Rodrigues, o presidente do Sport Lisboa.




Quotas do Belém Football Club e do Sport Lisboa. Assinadas por Daniel Santos Brito, secretário e Manuel Gourlade, tesoureiro. Foram cedidas na década de 60 por Cândido Rosa Rodrigues à Revista Flama.




Os homens


Apesar de no Football Club terem jogado mais elementos, vamos centrar atenções nos 11 rapazes presentes na fotografia, dando notas biográficas resumidas, sempre que possível para cada um deles.


José da Cruz Viegas tinha apenas 22 anos em 1903. Nasceu em Belém, mas era filho de algarvios de Olhão. Terá estudado na Casa Pia, financiado por uma bolsa de estudo. Foi militar de carreira, prisioneiro da I Guerra Mundial no campo de Bergen, tendo deixando relatos escritos impressivos dessa sua experiência. Manteve sempre interesse e atividade no futebol, promovendo alguns desafios de futebol entre seleções militares, iniciativa que ia colmatando à época, a inexistência de jogos internacionais. Apenas por um acaso do destino, José da Cruz Viegas não foi um dos fundadores do Sport Lisboa, mas isso não impediu que se tornasse um elemento decisivo nesses primeiros anos e em particular na definição das cores do Clube. É a ele que devemos o nosso "vermelho e branco"!




Foi do acervo pessoal de José da Cruz Viegas que vieram algumas raras e reveladoras fotografias desses anos pioneiros do futebol, entre as quais esta única fotografia do Football Club. Esse acervo foi fundamental para que Mário de Oliveira e Carlos Rebelo da Silva tenham escrito e ilustrado os primeiros capítulos da monumental obra "História do Sport Lisboa e Benfica 1904-1954".


Os irmãos Rosa Rodrigues, também conhecidos por irmãos Catatau, tinham raízes familiares em Almada e em Lisboa. Os manos lideraram quer o Football Club quer depois o Sport Lisboa, Em 1903, Cândido e António tinham respetivamente, 18 e 17 anos de idade. Na fotografia do Football Club aparecem-nos como avançados.

O seu irmão mais velho, José, tinha 19 anos de idade e apesar de não constar da fotografia, esteve também muito comprometido com os dois grupos. No ano seguinte, José Rosa Rodrigues tornar-se-ia no primeiro presidente do Sport Lisboa, tendo sido eleito pelos restantes 23 fundadores.

Os três irmãos Catatau eram, juntamente com mais uma irmã e um irmão mais novos, os filhos de Cândido Rodrigues, um abastado armador, empresário do sector pesqueiro, com concessões de pesca em diversos portos do centro e sul de Portugal.

Os Catataus eram os donos da bola e principais promotores das míticas futeboladas no pátio da Farmácia Franco, edifício aliás onde moravam à época, no apartamento do 1º direito. Em maio de 1907, Cândido e António decidiram desertar para o SCP, clube onde assumiram uma fugaz preponderância competitiva. Mais tarde, também José se juntaria aos manos no clube verde e branco.

Infelizmente, José e António teriam vidas curtas. Ao invés, Cândido viveria uma vida longa, tendo por algumas vezes defendido que o Sport Lisboa foi extinto em maio de 1907. Todos têm direito à sua verdade apesar de todas as evidências mostrarem o contrário...




Daniel dos Santos Brito tinha 20 anos de idade em 1903. Com raízes familiares em Torres Vedras e Lisboa, foi por longos anos um dedicado funcionário da Farmácia Franco. Assumiu o cargo de secretário das primeiras Direções do nosso Clube. Na fotografia do Football Club aparece-nos como médio à esquerda. Teve uma vida longa tendo fornecido informações fundamentais para conhecermos mais sobre os anos pioneiros do nosso Clube.





Manuel Gourlade, em 1903 tinha 31 anos de idade. Nascido numa família com origens francesas e com alguma visibilidade social, teve uma educação esmerada para a época, sendo, ao que tudo indica, fluente em inglês e francês. Contabilista na Farmácia Franco, foi o grande organizador e entusiasta quer do Football Club quer do Sport Lisboa, do qual foi fundador. Na fotografia do Football Club aparece-nos como defesa à esquerda mas existe uma outra em que nos aparece como guarda-redes.

Profundo conhecedor das regras do futebol, as quais mandou traduzir do original inglês, com participação também de Duarte José Duarte, Gourlade veio a assumir o que hoje poderíamos definir como as funções de treinador nos primeiros anos, até à mudança do Clube de Belém para Benfica. É uma das figuras maiores da nossa História.




Depois temos três elementos dos quais não abundam informações: Duarte José Duarte, Armando Macedo e Eduardo Afra Jorge da Costa. Do primeiro sabemos que era telegrafista e que era natural e criado em Belém onde tinha irmãos. Dos restantes sabemos que jogaram em equipas das categorias secundárias do Sport Lisboa e basicamente mais nada. Esse desconhecimento é uma lacuna importante no nosso conhecimento tanto mais que o último foi também fundador do Sport Lisboa. Dois mistérios que persistem por desvendar.





Raul Júlio Empis, foi também ele um fundador do Sport Lisboa. Nasceu no dia 28 de fevereiro de 1887, ou seja, Raul Empis celebrou o seu 17º aniversário no dia da fundação do Sport Lisboa... Na fotografia do Football Club aparece-nos como avançado, lugar aliás onde jogou no primeiro jogo conhecido, disputado em 1-01-1905, opondo do nosso Clube contra um adversário organizado.

A família Empis tinha raízes Belgas, nomeadamente de Antuérpia e o seu pai era um abastado empresário, sócio em múltiplos negócios do poderoso banqueiro e empresário Henri Burnay, ao qual aliás estava ligado por laços familiares (foi casado com uma Senhora da família Burnay antes de casar com a mãe de Raul). Raul cresceu com os irmãos no Palácio Burnay situado na Rua da Junqueira. Era tudo menos um pé descalço...





Carlos França tinha 17 anos de idade em 1903. Os Oliveira França tinham raízes no Seixal e em Belém. Na fotografia do Football Club é muito provavelmente Carlos França que está presente como médio centro, uma vez que não existe evidência que Manoel França, o seu irmão dois anos mais velho, alguma vez tenha praticado futebol. No entanto nota-se a curiosidade de que a legenda original da fotografia apenas refere "França".

Ambos os irmãos França vieram a ser fundadores do Sport Lisboa, mas Manoel faleceu em 1908 tendo sido muito provavelmente o primeiro dos 24 fundadores a desaparecer. Carlos França foi um destacado membro das nossas equipas de futebol durante a primeira década da nossa História. Na fotografia do Football Club aparece-nos como médio centro, um lugar destacado na equipa, o que revela que lhe eram reconhecidas virtudes futebolísticas. No entanto, parece ter jogado mais vezes a extremo esquerdo. Na fase final da sua carreira desportiva jogou com frequência nas categorias inferiores onde transmitia a sua experiência e a Mística do Clube. Teve uma vida curta, falecendo em 1930 com apenas 44 anos de idade.




Resta-nos falar de um homem que na fotografia nos aparece como guarda-redes. Segundo a legenda era identificado como Galeano. Quem seria?

Durante alguns anos, a minha interpretação foi que esse homem tinha parecenças fisionómicas acentuadas com... José Rosa Rodrigues! E de facto é sabido que José Rosa Rodrigues jogou algumas vezes a guarda-redes embora a sua polivalência também o levasse a jogar como avançado e defesa...




Seria "Galeano" uma alcunha dada a José Rosa Rodrigues, o mais velho dos manos Catatau?

Apenas recentemente com a localização de um registo, passei a dispor de indícios que apontam que se se tratavam de dois homens distintos. De José Rosa Rodrigues falamos atrás, restava esclarecer quem foi "Galeano".


Os indícios que recolhi proveem de três fontes. Em primeiro lugar, através de um registo de casamento (https://digitarq.arquivos.pt/viewer?id=5931659) revelou-se que em 28 de setembro de 1908, na Igreja paroquial de Santa Maria de Belém, casaram João Velasco Galiano e Augusta Carolina Ferreira de Matos. O noivo não esteve presente, nomeando um procurador para o representar. Segundo esse registo de casamento, João Velasco Galliano tinha na altura 30 anos de idade e era natural da cidade de Luanda, Angola, localidade onde provavelmente residia. João era filho ilegítimo de Euzébio Velasco Galliano e de Mariana João.

Esta família Galiano parece ter tido origem italiana e passagem pelo Brasil para depois se radicar em Angola. Euzébio seria muito provavelmente um jornalista que no final do século XIX foi também Diretor do jornal Angolense.

O segundo indício revelador veio de um Almanaque comercial em que nos aparece a informação de que João Velasco Galiano era farmacêutico e que em 1907 exercia atividade em Belém na morada onde estava situada a... Farmácia Franco!



Almanaque Palhares, 1907, pág. 159.



O terceiro indício provém do Centro de Documentação Farmacêutica da Ordem dos Farmacêuticos, em que num livro de sócios se confirma que João Velasco Galiano era sócio correspondente da Ordem, com atividade em Luanda. A sua entrada na Ordem foi proposta por António Manuel Augusto Mendes, que tudo indica era o "velhote" Mendes de quem falava Daniel Santos Brito, numa das suas memórias dos gloriosos dias das futeboladas no pátio da Farmácia Franco.



Fonte: Ordem dos Farmacêuticos.



A conclusão que retiro destes elementos é de que João Velasco Galiano foi quase de certeza o guarda-redes do Belém Football Club, imortalizado na fotografia com que iniciamos o texto. Estaria a cumprir um estágio de aprendizagem na prestigiada Farmácia Franco e terá sido contagiado pela febre do futebol. Esteve no local certo à hora certa. Não foi caso único, mas isso são coisas para falar num outro dia.





Muito bom. Obrigado .

Harlem


RedVC

Obrigado a todos os que têm mostrado apreço por estes textos.

Temos a felicidade de que, quanto mais conhecemos a História do nosso Clube, mais o amamos e mais certeza temos da grandeza do seu futuro.

RedVC

#1075
-277-
Ases com mãos de oiro – parte III


Continuando a nossa série de homenagem a profissionais médicos que auxiliaram o nosso Clube, vamos hoje falar de Arthur John, seguindo depois para Angelino Fontes e finalizaremos com uma evocação gráfica de Hugo Correia.



Arthur John
(Décadas 20-30)



Arthur Frank John nasceu no dia 02-07-1898, na cidade de Most, nos sudetas, uma região da antiga Boémia, hoje parte da República Checa e da Alemanha. Figura curiosa embora relativamente fugaz no nosso Clube, Arthur John tinha a rara capacidade de reunir competências de professor de educação física, massagista e treinador de futebol, isto tudo para além de ter sido um antigo árbitro de futebol!

Chegou a Setúbal como emigrante, por volta de 1924, para jogar e treinar a equipa principal de futebol do Vitória FC. Em menos de uma década conquistou títulos de futebol dos campeonatos regionais de Lisboa e Setúbal pelo VFC. O seu trabalho foi notado e em 1926 prestou serviços como preparador físico à seleção nacional de Portugal.



Seleção portuguesa de futebol que disputou um jogo de preparação contra a seleção francesa, em Toulouse, 18 abril de 1926.


Mas, naquilo que mais nos interessa, Arthur John foi recrutado para o Benfica e conquistaria um Campeonato de Portugal (a prova antecessora da atual Taça de Portugal) na temporada de 1929-1930. Foi o nosso primeiro título a nível nacional.

Nessa época, o capitão-geral do Clube, António Ribeiro dos Reis estava impedido de orientar o futebol principal SLB por motivos profissionais (militar de carreira). Houve que procurar uma solução externa e essa recaiu num treinador estrangeiro, mas que já estava adaptado ao nosso país e futebol. e que tinha um trajeto ganhador no Vitória Futebol Clube.

O regresso de Ribeiro dos Reis ao cargo de capitão-geral (gestão de todo o futebol do Clube) implicou a saída de Arthur John do cargo ligado ao futebol principal.

Ainda assim, a escolha de Arthur John por ser tão bem-sucedida, foi importante não apenas pela conquista do campeonato, mas também por contribuir para a progressiva eliminação de alguns vícios individuais e coletivos. Abriria também caminho para que outros estrangeiros, ao longo das décadas seguintes, tivessem aceitação e sucesso. Daí a alguns anos viria Lipót Hertzka, depois János Biri, todos do leste da Europa, zona onde se jogava um futebol evoluído e de grande recorte técnico.

No Benfica, Arthur John deu igualmente a sua contribuição profissional ao futebol juvenil e a outras modalidades do nosso Clube, em particular ao râguebi, onde aliás contactou com outro dos nossos pioneiros médicos: o futuro massagista Angelino Fontes.



Fonte: HSLB 1904-1954


Em 1931, Arhur John saiu do Clube, dando seguimento à sua carreira em outros clubes da região de Lisboa. Homem de grande cultura, fez também atividade profissional como chefe de secção nos escritórios da CUF. Mais detalhes sobre Arthur John podem ser lidos neste tópico (ver: -223- Dos Sudetas às Amoreiras (parte I): o caminho para o Sado, pág. 55).


Paz e honra à memória de Arthur John.



Angelino Fontes
(Décadas 30-50)


Angelino Fontes nasceu em Lisboa, no bairro da Estefânia, no dia 27-03-1907. Foi sócio de pequenos clubes do seu bairro como o Linhares e o Estefânia, mas desde cedo entrou para associado do Benfica pois em 1946 ostentava o número 162 no seu cartão de sócio.

Nos seus primeiros anos. Angelino foi companheiro de "futeboladas" de rapazes que mais tarde se distinguiriam no futebol lisboeta, entre eles Jaime Cadete, que veio a ser jogador do Sporting CP mudando depois para o SL Benfica em 1914. A rapaziada, maioritariamente sportinguista, reunia-se na tabacaria que era propriedade de Jorge Cadete, pai de Jaime Cadete, ambos toureiros e de quem aqui falamos há vários anos atrás (ver texto: -15- Futebol e touros, pág.4).

Angelino e os seus companheiros jogavam então no antigo campo de aviação de Lisboa, local onde está hoje situado o Hospital Júlio de Matos. Curiosamente esse era também o local para onde o Benfica esteve para construir o seu parque desportivo, mas que foi inviabilizado por via da insatisfação da maioria dos sócios, processo que nos acabaria por levar para... Benfica! Mas, facto é que Angelino Fontes parece não ter tido particular talento para o futebol, acabando por preferir o râguebi!

E de facto, foi atleta de râguebi do nosso Clube durante 12 anos, tendo no seu último ano trabalhado com Arhur John. Em 1931, findo o seu tempo de atleta, frequentou e disso tirou bom partido, um curso de massagista desportivo, lecionado por Dionísio Hipólito. Tirou disso bom proveito, distinguindo-se que este último o convidou para seu ajudante, continuando assim a servir o Clube. Alguns anos mais tarde, com as limitações e a passagem de Dionísio Hipólito para a seleção nacional, Angelino tornou-se massagista principal do nosso futebol, dando também apoio a outras modalidades.



Manuel de Oliveira sai de campo amparado por Angelino Fontes e pelo guarda-redes suplante Francisco Costa. Jogo disputado no campo das Amoreiras, no dia 26-12-1933, e que acabou SL Benfica 1 -  First Vienna 1.




Registos fotográficos da atividade de Angelino Fontes.



No campo e no balneário, foi sempre de uma dedicação inexcedível. Os seus serviços vieram também a ser requisitados pela Federação Portuguesa de Futebol e pela União Velocipédica de Portugal, tendo trabalhado em múltiplas voltas a Portugal em bicicleta. E percebe-se que seria pau para toda a obra, dando apoio às modalidades, inclusive ao "seu" râguebi.



Dia 30-08-1934, Braga; durante a 5ª volta a Portugal em bicicleta, Luís Augusto Lopes (treinador) a distribuir peras a José Maria Nicolau. Ao meio identifica-se Angelino Fontes (massagista). Fonte: TT




Dia 23-08-1934, durante a 5ª volta a Portugal em bicicleta, José Maria Nicolau rodeado de Benfiquistas. Distinguem-se: Luís Augusto Lopes (treinador) e Angelino Fontes (massagista). Nicolau conquistaria a prova e a equipa do SL Benfica venceria a classificação por equipas. Fonte: TT


Angelino Fontes colaborou com o Clube durante mais de duas décadas, acorrendo a muitos jogos, passando por diversas experiências, algumas bem negativas, que chegaram até a envolver violência por parte de assistências hostis e agressivas.



Joaquim Teixeira e Cavém, dois craques ajudados pelo massagista Angelino. Fonte: Hemeroteca Lx



Era também um homem plenamente consciente das virtudes e das limitações da sua profissão e a esse propósito atente-se nas suas palavras que salientam aspetos que na altura eram relativa novidade e que hoje, de tão relevantes, damos por adquiridos.



Angelino Fontes entrevistado em 1946. Fonte: Hemeroteca Lx


Para lá dos numerosos títulos de campeão e da conquista da Taça Latina, talvez a experiência mais exaltante tenha sido quando integrou a comitiva Benfiquista que, em meados de 1955, liderada por Ferreira Bogalho e por Otto Glória, participou no célebre torneio de futebol "Taça Charles Miller". Aliás, dessa aventura tive já o prazer de falar de forma extensiva (ver os 11 textos: -118 a 128 - Taça Charles Miller '55 partes I a XI; pág.32 e 33).



Angelino Fontes aquando da participação do Sport Lisboa e Benfica no Torneio Charles Miller, 1955. Fonte: APS-P



Angelino Fontes trabalhou depois lado a lado com Mão de Pilão", um extraordinário massagista brasileiro de quem falaremos no próximo texto e cuja vinda para Portugal trouxe novos conhecimentos para o nosso Clube. Angelino continuou a colaborar com o Clube pelo menos até à década de 60. Desconheço a data da sua morte.


Paz e honra à memória de Angelino Fontes.



Hugo Correia
(Décadas 40-50)


Infelizmente, não disponho de elementos biográficos para Hugo Correia, mas as fotografias que aqui se publicam ilustram a sua passagem pelo Sport Lisboa e Benfica.

Destaque especial para a sua presença na comitiva que fez a célebre digressão a África, no Verão de 1950, logo após a conquista da Taça Latina. Falaremos mais dessa comitiva no próximo texto.



Campeões nacionais de 1949-1950



Preparando o prolongamento da final da Taça Latina.




Dois tempos em que Hugo Correia assistiu um infortunado José Águas.




Hugo Correia assistindo José da Costa com a ajuda do ilustre massagista sportinguista, Manuel Marques. Solidariedade médica acima de tudo.



Paz e honra à memória de Hugo Correia.




RedVC

-278-
Ases com mãos de oiro – parte IV


O texto de hoje começa com a lembrança de um brasileiro que passou pelo nosso Clube durante uns 5-6 anos, e que deixou marca impressiva do ponto de vista profissional e humano.



Aurelino Ferreira Rodrigues "Mão de Pilão"
(Década 50)


Aurelino Ferreira Rodrigues, mais conhecido no mundo do futebol como "Mão de Pilão", foi uma figura exótica do nosso futebol, e de quem já por aqui falamos, de forma extensa (ver textos: -129 e 130- O "caramujo" do futebol. pág.34).

Nasceu em 1925, em São Salvador da Bahia, tendo feito uma carreira de boxeur, modalidade onde foi campeão sul-americano. A peculiar alcunha veio desses tempos de boxe.... Terminado o boxe, foi depois aluno e assistente do massagista Mário Américo, figura mítica do CR Vasco da Gama e da Seleção Brasileira de futebol (participou em 7 mundiais!).

Nesses tempos de CR Vasco da Gama, Mão de Pilão trabalhou de perto com Otto Glória que na altura era treinador adjunto de Flávio Costa, outro renomado treinador brasileiro, que chegou a treinar o FCP.



Dois tempos da carreira brasileira de Mão de Pilão. i) Vasco da Gama, campeão carioca de 1949; ii) apoio à seleção brasileira que jogou um particular em Lisboa em 08-04-1956, vencendo por 1-0.


E seria Otto Glória, contratado no ano anterior, que influenciaria o presidente Ferreira Bogalho a contrata-lo para o Benfica, em finais de 1955. Ao que parece Mário Américo era a primeira escolha de Otto mas Mão de Pilão revelou-se igualmente uma escolha certeira.

Também o FCP terá mostrado interesse nesta contratação, a que não era alheio o clube nortenho ser treinado na altura por outro treinador brasileiro.

O objetivo da contratação de Mão de Pilão era melhorar a capacidade interna de diagnóstico médico e de tratamento de lesões, assim como da recuperação muscular dos atletas. Mão de Pilão trazia com ele o conhecimento prático mais avançado da época, obtido num meio futebolístico de que estava na vanguarda mundial da época.

No Benfica, Mão de Pilão aplicou os seus conhecimentos, trabalhando com o Dr. José Pinho e com os massagistas Angelino Fontes e José Ramos, com quem terá certamente partilhado numerosos conhecimentos.



O plantel de 1955-1956, posa no Campo-Grande.



Os jogadores Benfiquistas da época referiam-se a Mão de Pilão com carinho e admiração, não apenas pelo bom ambiente que o brasileiro estimulava, mas acima de tudo pelas suas extraordinárias capacidades de diagnóstico e de recuperação de maleitas. Francisco Palmeiro a propósito da estreia do SL Benfica nas competições Europeias em 1957 contra o Sevilha, recordava: "A viagem serviu para descontrair. Havia um massagista brasileiro, com alcunha de Mão de Pilão, que contava anedotas". Outro jogador, Palmeiro Antunes, lembrava: "Mão de Pilão foi um dos maiores massagistas que até hoje passou por Portugal. Uma coisa fantástica. Era um Senhor a mexer nas pernas das pessoas. A recuperar lesões."



Os dois últimos anos da passagem de Mão de Pilão pelo SLB.



Bom convívio e trabalho intenso. Alguns dos momentos da passagem de Mão de Pilão pelo SLB,



Mão de Pilão não passava despercebido em lado nenhum e gozava de grande popularidade não apenas nas hostes benfiquistas, mas nos adversários. Por exemplo, nessa altura a Académica tinha um massagista, chamado Guilherme Luís que, por ter uma constituição física algo oposta à do corpulento "Mão de Pilão", passou a ser alcunhado pelos seus camaradas academistas por... "Mão de pilinha"!

Ao permanecer cerca de 6 anos ao serviço do Benfica, Mão de Pilão acompanhou grande parte da primeira passagem de Otto Glória pelo Clube e esteve ainda ao serviço do Clube no primeiro ano de Béla Guttmann no Benfica. Saiu depois, para abrir um ginásio comercial na zona das Avenidas Novas, em Lisboa, local onde aplicava o seu conhecimento para benefício do público em geral e onde auferia bom dinheiro.


Paz e honra à memória de Aurelino Ferreira Rodrigues, "Mão de Pilão"




José do Nascimento Ramos
(Décadas 50-80)



José do Nascimento Ramos iniciou funções no Sport Lisboa e Benfica ainda no tempo do Campo Grande. Embora tenha concorrido a um lugar de enfermeiro, acabou por ser recrutado pelo nosso Clube para as funções de massagista. Seria com essa especialidade cumpriria uma carreira de 4 décadas ao serviço do Clube.



O jovem enfermeiro-massagista Ramos integrado no plantel Benfiquista de 1955-1956.


Nesses anos na velhinha, mas renovada "estância de madeiras", Angelino Fontes era o massagista da primeira categoria enquanto que Ramos, ocupava maioritariamente o seu tempo nas equipas mais jovens do nosso futebol.

Mas a sua ação ia muito para lá do futebol, como quando Otto Glória esteve ligado ao basquetebol do Benfica, a seu convite, Ramos deu também uma ajuda, acumulando com as suas funções no futebol profissional.



Quando Otto Glória deu uma ajuda ao basquetebol do Sport Lisboa e Benfica. Ramos andou por ali.



Ao longo das décadas trabalhou com muitos treinadores e atletas de eleição. Acompanhou as mutações quer nos planteis quer no próprio Departamento médico, trabalhando lado a lado com Angelino Fontes, Mão de Pilão, Hamilton Pena, João Palhinhas, entre outros.

Manteve-se ativo até 1979-1980, altura em que passou a exercer funções de coordenação e chefia dos massagistas, no departamento médico.




Alguns planteis onde Ramos deu o seu contributo para o sucesso de todos.


E, tal como outros nomes do passado, os serviços de Ramos foram requisitados pela FPF, tendo por 16 anos dado a sua contribuição às seleções juvenis de Portugal e algum apoio solicitado pela equipa sénior.




Integrado na equipa técnica de Otto Glória na sua primeira passagem pela selecção nacional.


Foi uma longa e dedicada carreira, pois nos finais da década de 90 ainda prestava o seu contributo ao Clube.




Paz e honra à memória de José do Nascimento Ramos!



Por fim, sem contar com elementos biográficos, fica a menção a duas figuras especiais no universo de enfermeiros-massagistas do Sport Lisboa e Benfica. As imagens falam por si, quanto à duração e profunda dedicação ao Clube destes dois grandes profissionais.



João Palhinhas
(Décadas 70-80)


Uma figura inconfundível que fazia jus ao seu nome. Tenho pouca informação dele, mas a sua longa e dedicada contribuição é a melhor demonstração da sua competência e carinho pelo Clube. Trabalhou com grandes treinadores e jogadores.




Paz e honra à memória de João Palhinhas!




Asterónimo Araújo
(Décadas 70-10)


Nasceu no dia 7 de dezembro de 1933 em Lavrados, Ponte da Barca. Deu ao Sport Lisboa e Benfica cerca de 43 anos de serviço e de devoção. Asterónimo Araújo foi uma figura inesquecível pela sua competência e dedicação, mas também pela curiosa figura.

Apesar do físico imponente, entrava lesto em campo para auxiliar os seus meninos. Das suas mãos saia o alívio e o bem-estar dos atletas. É uma grande saudade para aqueles que se lembram de o ver.




Faleceu em 15-11-2014, com 80 anos de idade. Ostentava o número de sócio 4095 e em 2012 recebera o emblema de 50 anos de filiação e dedicação.




Paz e honra à memória de Asterónimo Araújo.









dfernandes

Tópico FABULOSO. Uma autêntica enciclopédia de benfiquismo!

Tudo o que aqui está merecia ser editado em livro.

Muito obrigado!!

Alexandre1976

#1078
Como já aqui frisei uma vez em conversa com o Red VC,o massagista Mão de Pilão era tambem um excelente praticante de boxe,tinha uma esquerda temivel.

Desse plantel de 55-56 cuja foto foi tirada na antiga Estancia de Madeiras estão em baixo Ângelo,???,Águas,Palmeiro,Coluna,Naldo e Zezinho.Ao meio Garrido ,Alfredo,Jacinto,Caiado,Artur e Calado. Em cima Salvador,???,Pegado,Bastos,Santana,Cavém e Serra.
Falta nessa foto o grande Alberto Costa Pereira.


Alexandre1976

O jogador que não consegui identificar não sei se é Daniel Chipenda.