Luís Filipe Vieira (Presidente)

Presidente, 75 anos,
Portugal

homemsumol

Citação de: Red2017 em 01 de Julho de 2020, 13:57
Não vou "à bola" com o Vieira (nunca fui)
Mas dá-me volta ao estômago frases destas tiradas directamente dos blogs lagarto-dragartianos por parte de um "benfiquista" (uma ova) e que para cúmulo mistura negócios do Vieira com negócios do Benfica:
"...o escândalo da Porta 18 ("não temos nada a ver com o que fazem os nossos funcionários"), o caso dos vouchers, o perdão da dívida pelo Novo Banco (outra amnistia, paga com os nossos impostos), o caso dos emails, e dos padres, e da toupeira ("não temos nada a ver com o que fazem os nossos funcionários", A Sequela), o apertão de pescoço a um adepto em plena AG, as agressões verbais a outro, a operação Lex ("quando sair do Benfica vou mais pobre, não vou mais rico"), e, cereja no topo do bolo, a banhada que ia dando ao clube com a OPA...".
Porta 18??? "caso" dos emails e dos padres??? da toupeira??? dos vouchers???...
Enoja-me isto.
E não é com isto que tiramos Vieira do poleiro.




O sentimento está correcto, o motivo do mesmo é que está errado.

E PLURIBUS UNUM

Baron_Davis

Almeida - Jardel - Ferro - Nuno Tavares

defesa na Madeira


"demos todas as condições"  :)

TFFS

Citação de: Baron_Davis em 01 de Julho de 2020, 14:04
Almeida - Jardel - Ferro - Nuno Tavares

defesa na Madeira


"demos todas as condições"  :)
Ferro evitou que se perdesse 3-0, igualando os tempos de Vale e Azevedo. Uma melhoria proporcionada pelo Seixal. Chupa, garotão ingrato.

TotoSalvio

Citação de: Semper_SLB em 01 de Julho de 2020, 13:49
Citação de: Red2802 em 01 de Julho de 2020, 13:13
E agora vem o amigo mentor do Norte fazer mais umas críticas a Vieira.

Como se isso não favorecesse o Vieira na luta interna do Benfica.

Por cada crítica de Pinto da Costa a Vieira sai mais um batalhão de indignados a defender o grande líder.

Pinto da Costa deve estar mesmo mortinho que o Vieira perca... ;D

Vai estar muito activo na campanha.

Pudera.

Se puder o Pinto da Costa até se faz sócio do Benfica para votar no Vieira.

E tem toda a razão, deve a Vieira o facto de ainda estar no poder no Porto.

Pinto da Costa.. Vieira.. tudo a mesma merda.. ainda ontem fiquei a saber que há centenas de metros quadrados em terrenos na fronteira com Espanha que estiveram em nome do filho de Jorge Nuno Pinto da Costa antes de estarem em nome do nosso "querido" presidente..   

Enfim.. cada vez mais me começo a acreditar no que o lagarto anormal BC dizia, que combinavam ganhar à vez.. fazem se de inimigos mas pertencem todos ao mesmo "clube"..



Loopkin

Citação de: Espoginho em 01 de Julho de 2020, 14:08
O artigo perfeito, de leitura obrigatória...

https://24.sapo.pt/opiniao/artigos/o-benfica-sem-o-vieira-ja-era-a-maior-instituicao-portuguesa-no-mundo

É do Marrecos, o que fazia dupla com baluarte azul nos Truques de Imprensa.

Bem escrito. Tudo o que lá está é verdade.

pjmorce

A tal conversa com a familia ainda dura?

diplomat

Citação de: pjmorce em 01 de Julho de 2020, 14:16
A tal conversa com a familia ainda dura?
Tão a discutir onde será a próxima festa dos Jeovás

Phantaminum

Citação de: divica em 01 de Julho de 2020, 13:51
O Salvador vai despedir e contratar um treinador antes do Vieira arranjar um substituto para o Lage...

Enfim...

É muito mais atraente neste momento, dada a instabilidade institucional que nós vivemos agora. Se um treinador fôr para o Braga com ambições de mais, pode sempre ir para o Benfica no futuro. Se um treinador assinasse pelo Benfica agora, arrisca-se a ir de cona por culpa de outrém, e torna-se quase impossível de voltar no futuro.

_1962_

O Vieira por ele até acabava com o futebol profissional, já que só serve para os ingratos dos benfiquistas o chatearem.

Ficava apenas com a formação para as negociatas com o parceiro.

Os gajos do Rubiu Nu seriam encaminhados para o futsal.

Phuket

#904376
Até a mim me doeu!

Vale mesmo a pena ler este artigo de opinião de um Benfiquista:

O Benfica, sem o Vieira, já era a maior instituição portuguesa no mundo. E continuará a ser, se o conseguirmos salvar a tempo. Porque não duvidem: o Vieira afunda o Benfica se precisar disso para se salvar.

Tenho 29 anos e sou sócio do Benfica há 25. Quando falo do Benfica, costumo começar assim, para que me poupem os "verdadeiros benfiquistas" às teorias da conspiração. Não sei o que é um "verdadeiro benfiquista": eu sou só benfiquista, e nunca me lembro de ter sido outra coisa.

Hoje, com a equipa num caco, com o treinador na rua, com um plantel evidentemente diminuído e com o logro do "Benfica Europeu" devidamente exposto enquanto tal, não nos falta quem salte a cerca e venha ter aqui à bancada dos que não querem Luís Filipe Vieira à frente do Benfica. Sejam bem-vindos, estamos à vossa espera há muitos anos.

Não me entendam mal: gritei e vibrei com todos os grandes momentos que vivemos nos últimos anos. Gosto tanto do Benfica que até celebro vitórias manchadas de indignidade, como algumas destas últimas. Não consigo evitar: se um jogador do Benfica encosta uma bola na rede, os músculos da minha cara contorcem-se num sorriso, o meu punho encerra-se e o ar dos meus pulmões atravessa-me as cordas vocais invocando um "Golo" em forma de grito. Não há bandido que eu não abrace, nem desconhecido que não me apeteça beijar. O Benfica não é só o meu clube, é uma reação natural do meu corpo.

Habituei-me a ir à velha Luz com o meu pai, ver o Benfica jogar com clubes que já desapareceram. Lembro-me do golo do Poborski contra o Braga como se o tivesse visto hoje de manhã. Lembro-me de ir ao Hotel Penta (seria metáfora de um sonho ainda por cumprir?) recolher autógrafos aos jogadores. Como conhecia o porteiro, ele deixava-me entrar e lá ia eu, criança, atrás do Nuno Gomes e do Fernando Aguiar, do Hélder e do Armando Sá, à procura de uns rabiscos num papel. Foi também à porta do Penta (que talvez fosse já Marriott) que a mão gigante do Bossio me puxou para cima do passeio, tirando-me da frente de um táxi: porventura, a sua melhor defesa ao serviço do Benfica. Guardei durante muitos anos esses autógrafos, bem como as revistas do Benfica com entrevistas ao Machairidis, ao Uribe, ao Sabry, ao Escalona, todos acabados de chegar ao Benfica, cheios de sonhos que nunca cumpriram.

O Benfica jogou quase sempre mal à bola até à minha adolescência e eu nunca fui tanto do Benfica como nesses tempos. Queria muito ganhar e festejar. Quero muito que o Benfica ganhe, sempre. Mas o meu amor ao Benfica não tem nada a ver com os resultados. Quem gosta do Benfica porque o Benfica ganha não é adepto do Benfica, nem de clube nenhum.

Por isso – porque os resultados do Benfica não fazem oscilar as minhas convicções em relação ao clube – nunca gostei do Vieira.

Lembro-me de ter 10 anos e de me dizerem na escola que o Vieira do Benfica (que nessa altura ainda "só" mandava no futebol) tinha roubado um camião. Achei que era tudo mentira (as coisas contra o Benfica eram para mim, nessa altura, sempre mentira). Mas depois cresci e li as notícias dos jornais da altura (uma delas assinada por um tal de Pedro Guerra, que depois se tornou defensor do presidente), e que davam conta de que esse tal Vieira, hoje presidente-rei do meu clube, tinha sido julgado e condenado por roubar a tal viatura, não tinha demonstrado arrependimento e não tinha cumprido a pena de prisão a que foi condenado, beneficiando de uma amnistia. Acredito muito na recuperação dos presos. A Vieira, para se considerar recuperado, faltou-lhe passar pela prisão. Não passou, ainda.

À vergonha de ter um meliante condenado à frente do meu clube seguiram-se anos e anos de negócios de jogadores mal explicados.

Quem se lembra do guarda-redes Roberto, contratado por 8,5 milhões, fazendo uma época desastrosa e sendo "vendido" no ano seguinte por 8,6 milhões ao Saragoça ("com lucro!"), quase todos "pagos" por uma "sociedade não identificada"? E depois, em 2013, "vendido" novamente ao Atlético de Madrid por 6 milhões? Como é que se vende o mesmo jogador duas vezes? Fácil: ficámos a saber que o Saragoça afinal não pagou nada ("bandidos!") e, por conta disso, Roberto era ainda jogador do Benfica, facto que benfiquista nenhum conhecia. Entre uma venda e outra, renovámos contrato com a dita estrela, pela bela quantia de 1,2 milhões de euros por ano. Quanto perdeu o Benfica, para além da dignidade? Entre mortos e feridos, ficámos sem saber.
Quem não se lembra dos camiões de jogadores que vieram e saíram, qual campo de refugiados desportivos, não deixando, muitos deles, sequer o rastilho de uma lembrança? Andrés Diaz (quem?), Patric (2 milhões), Élvis (oi?), Michel, Fariña (2.2 milhões), Mukhtar, Mitrovic (1.1 milhões), Jorge Rojas (1.25 milhões), Luís Filipe (2 milhões), Djavan, Candeias, João Amaral (600 mil), Rakip, Milos, Felipe Menezes, entre outras tantas dezenas de homens que envergaram uma camisola que devia estar reservada apenas para alguns, que devia ser sagrada mas que qualquer um vestia. Tentei não mencionar os irmãos do Matic e do Markovic, que o embaraço também me limita a denúncia.

Contingentes de anónimos que fizeram do Benfica um autêntico carrossel de comissões a agentes, de transferências mal explicadas, de negócios obscuros e de tentativas de tomar os sócios por estúpidos. O Vieira fez do Benfica um clube pequeno, porque só um clube pequeno dá contrato a qualquer um.

Vieira, condenado a pena não cumprida, transformou uma instituição centenária, histórica, que desperta paixões calorosas, crenças quase-religiosas, num mau supermercado de jogadores de futebol.

Mas o Benfica foi ganhando dinheiro (os supermercados são lucrativos, porque há sempre quem tenha de comer) e com o dinheiro foi comprando as armas que nos ganharam os campeonatos. Era quanto bastava para muitos benfiquistas, desses que vendem a alma ao diabo por meia dúzia de títulos nacionais.

Pelo caminho, transformou o Benfica numa ditadura: blindou os estatutos para dificultar a candidatura à presidência, afastando da corrida à presidência melhores benfiquistas do que ele. Eu pago quotas há 25 anos e os estatutos do meu clube não me reconhecem o direito de concorrer, por exemplo. Foi trazendo para a sua esfera de influência todos os que lhe podiam ou foram fazendo frente, do Moniz (antes putativo candidato, hoje vice-presidente) ao Rangel (antes adversário, hoje "suspeito de ter prometido favorecer o filho de Luís Filipe Vieira num processo judicial, a troco de um lugar na Fundação Benfica") , do Rui Costa (putativo sucessor, hoje administrador esquecido da SAD) ao Pedro Guerra (de acusador público a paladim). Os que não comprou, afastou, como fez com Nuno Gomes ou António Simões.

Em paralelo, o escândalo da Porta 18 ("não temos nada a ver com o que fazem os nossos funcionários"), o caso dos vouchers, o perdão da dívida pelo Novo Banco (outra amnistia, paga com os nossos impostos), o caso dos emails, e dos padres, e da toupeira ("não temos nada a ver com o que fazem os nossos funcionários", A Sequela), o apertão de pescoço a um adepto em plena AG, as agressões verbais a outro, a operação Lex ("quando sair do Benfica vou mais pobre, não vou mais rico"), e, cereja no topo do bolo, a banhada que ia dando ao clube com a OPA.

Essa OPA vieirista, inútil do ponto de vista estratégico, mal justificada, financeiramente desastrada, pretendia comprar por 5 euros ações que não valiam nem metade. Contaram-se umas lérias sobre recompensar os sócios que ajudaram o clube, mas a verdade é que a operação continuava a ser tão inesperada quanto ridícula.

Pouco depois, o Expresso noticia que o maior acionista individual do Benfica tem negócios de milhões com Vieira, alguns tendo a filha do presidente como testa de ferro; acionista esse que comprou as ações a 1 euro e que as iria vender agora a 5 euros, não fosse a imprensa dar com a boca no trombone e a CMVM ter andado a arrastar os pés.

De repente, está explicada a OPA: dar dinheiro do Benfica ao sócio do Vieira. Tirar do clube para dar ao amigo. Amizades à Sócrates. "Eu nem ia comer nada", disse o amigo do Vieira, já com a colher da sopa enfiada na boca. Se precisamos de melhor exemplo de que a raposa está na capoeira, não vamos ter. A OPA foi cancelada, tornando claro para todos o que já estava implícito há muito tempo: o Benfica não é liderado por gente séria. Sou do Benfica, e isso já não me envaidece.

Escrevo este artigo consciente de que o Benfica atravessa uma crise desportiva e que isso fragiliza esta liderança. É uma boa altura para refrescar a vossa memória, quando a todas estas indignidades se junta uma profunda insatisfação com os resultados. Contudo, escrevo-o sobretudo para sublinhar que esta liderança não serve para o Benfica independentemente dos resultados – e não apenas porque não ganhámos onze dos últimos treze jogos que disputámos.

Se olharmos para os resultados apenas, a liderança do Vieira será sempre mais ou menos positiva no quadro das últimas décadas. Falhou de forma crassa no Benfica europeu, sim, mas se os jogos com o Sevilha e o Chelsea tivessem sido um bocadinho diferentes, essa conversa seria outra, mesmo com todas as vergonhas que passámos na Champions. Deitou fora o nosso sonho do penta, certo, mas para lá chegar ganhou quatro campeonatos: quantos o fizeram antes dele?

Se nos perdermos a discutir os resultados, o Vieira tem sempre alguns argumentos para se sustentar. Eu não quero saber dos resultados do Vieira. Ele não serve para o Benfica porque não é uma pessoa de cadastro limpo, de reputação séria e que represente aquilo que o Benfica deve representar na sociedade portuguesa: o desportivismo, a luta pela transparência, a promoção da competitividade, a valorização do espaço público, a higienização do debate futebolístico, a firmeza de convicções, a promoção de valores democráticos e o amor ao clube.

Não aceitaria um presidente sujo nem que este fizesse do Benfica campeão europeu, da mesma forma que não roubo camiões a uma pessoa só porque ela me deve dinheiro.

Eu não quero um presidente que pensa que é dono do Benfica, que muda as regras para se eternizar no cargo, que usa o dinheiro do clube para encher os bolsos de outros clubes e agentes, que nos mente a torto e a direito, com as vendas que não faz, com os plantéis que não constrói, com os títulos que promete, com as falcatruas que se lhe descobrem, com as dívidas que não paga.

Isto soa tudo um bocadinho romântico, porque chegámos a um ponto em que acreditamos, coletivamente, benfiquistas, portistas, sportinguistas, todos, que para se ter sucesso no futebol é preciso ser sujo, é preciso pagar luvas, fazer negociatas, berrar, criar cabalas, ligar a árbitros, meter dinheiro nos clubes mais pequenos, comprar votos na Assembleia da Liga. Quem acreditar no contrário, "não vive neste mundo". É isto que é "ser homem da bola".

E é assim, através da normalização da corrupção, que estes bandidos tomam conta do futebol, em Portugal e no estrangeiro (veja-se a FIFA, uma das organizações mais corruptas do mundo), alimentando-se da nossa paixão, tornando os clubes em empresas altamente lucrativas para uns quantos, marcando jogos para as nove da noite de segundas-feiras, fazendo o pino para agradar a uns agentes, moscambilhando resultados de sorteios, matando o futebol.

Matando o futebol, pá. O nosso futebol.

O futebol, o jogar à bola, o um-dois, a desmarcação nas costas do defesa, o livre direto ali onde a coruja faz o ninho. O futebol, aquilo que nos leva ao estádio, que nos agarra a um clube. Isto é tudo. Sem isto eles não existem: não existem adeptos, não existem receitas, não existe interesse, não existe nada. É um negócio sem valor.

Recuso-me a acreditar que o Benfica, que ganha títulos nacionais há 90 anos, precisa do Vieira – ou de gente como ele – para nos dar as alegrias que nós queremos ter em campo.

O Vieira sem o Benfica não é nada, e ele sabe-o. É mais uma mentira que nos prega quando diz que "vai pensar" o seu futuro no Benfica. O Vieira vive em pânico com a realidade que o espera quando sair do Benfica. E bem: a história não lhe reservará fama diferente da de um outro presidente que o antecedeu.

O Benfica, sem o Vieira, já era a maior instituição portuguesa no mundo. E continuará a ser, se o conseguirmos salvar a tempo. Porque não duvidem: o Vieira afunda o Benfica se precisar disso para se salvar.

Benfiquistas, companheiros de vitórias e de derrotas: já estamos atrasados. Presidentes para a vida é noutros clubes: o Benfica tem de ser melhor que isso. Não quero trocar a dignidade do meu clube, a reputação do meu clube, por meia dúzia de campeonatos. O Benfica tem mais de cem anos, e um dia terá mais de duzentos e mais de trezentos. Que instituição queremos ter para os nossos filhos apoiarem? De que Benfica queremos falar aos nossos netos? Eu cresci com a cantiga de que o "Porto é corrupto e é por isso que ganha". Estão os putos de hoje em dia a ouvir o mesmo sobre o Benfica? E podemos, com honestidade, surpreender-nos e indignar-nos? Não podemos, e como isso me envergonha.

Já chega. Venha o próximo, que estaremos cá para julgar e substituir se não estiver à altura, como fazemos desde sempre. As pessoas passam. Os campeonatos ganham-se e perdem-se. Os jogadores vão e vêm. A bola rola, nós cantamos. Na alma, a chama imensa. Benfica? Até debaixo de água. Sempre.

mMateus

https://www.facebook.com/polvosdasantas/posts/636439953617358?__tn__=K-R

Spoiler
Além de conjeturas, análises e estados de alma sobre o momento do Benfica, importa ir aos factos.

Há cerca de um ano, Luis Filipe Vieira (LFV), convoca um conjunto de pessoas para uma reunião no Seixal.

A receção foi cordial, no estilo informal que carateriza LFV.

Conduzidos a um espaço no edifício de suporte administrativo, os participantes da reunião foram dispostos em "U". Ao todo seriam entre 20 a 30.

Além de LFV estariam presentes, se a memória não atraiçoa, as mais recentes pontas do tridente da "Estrutura".

E começou a reunião com a exposição das glórias recentes (a "reconquista"), a nuclearidade do Seixal, a expansão em áreas e equipamentos desta infraestrutura. O processo imobiliário era servido em detalhes.

A dada altura, passou para o desempenho financeiro, a redução do passivo, o contrato de cedência de direitos de transmissão, as negociações para o "naming" do estádio, as futuras obras na Luz para acrescentar lugares "corporate", mais rentáveis.

Depois, falou do futebol e da capacidade que o Benfica "deste tempo" teria em reforçar a equipa de futebol para confirmar a "hegemonia".

E proclamou que o Benfica teria capacidade para atuar no mercado onde os grandes europeus se movimentavam, ou seja comprar os jogadores que eles compram e vender como eles vendem, o que já fazia, em termos absolutos, há algum tempo.

Subentendia-se o início de uma era com a venda de João Félix.

Adiantou ainda algo que se verificou: os sócios teriam de se habituar a ver chegar ao Benfica jogadores por somas astronómicas. O que tem valor tem o seu preço, advertia.

Quando foi iniciado o período de perguntas, pairou um silêncio de explicação complexa.

Entre extasiados, tímidos, comprometidos e desconfiados, ninguém abria a boca.

Após algumas provocações, várias perguntas acabaram por surgir; em particular, questionou-se se esse plano de reforço da equipa de futebol profissional, afinal, era de curto prazo, médio prazo, ou longo prazo. Concretamente, questionou-se que planeamento o Benfica tinha para recrutar jogadores para as posições dos que saíram (e deixaram saudades) e para aquelas em que o Seixal não formava. Na pergunta referiam-se algumas posições, de defesa direito a "box-to-box".

A resposta não foi linear.

Mas, em síntese, foi dito que a aposta do Seixal era para continuar e que as posições da defesa e meio campo estavam garantidas pela formação.

Outras perguntas surgiram, nomeadamente sobre renovações e outros temas triviais do futebol do Benfica.

A figura do treinador aparecia diluída no organograma do futebol do Benfica.

Foi anunciada como solução de valor acrescentado a "nova" parceria "Rui Costa-Tiago Pinto" para as contratações.

Estávamos em finais de Junho, pouco antes do regresso do plantel.

Encerradas as perguntas e respostas, a visita ao complexo do Seixal continuou.

LFV seguia na frente do pelotão, de braço esticado, apontava aos relvados, ao rio, aos edifícios. Comentava, apresentava, previa, certificava.

O ambiente era deslumbrante e deslumbrada estava a maioria dos participantes.

Assim começava a época que hoje, sem ilusões e com amargura, antevemos como vai terminar.

Félix, Jonas e Salvio não foram substituídos. Como antes não foram Luisão e Renato Sanches, só para citar os mais emblemáticos. Fejsa e Samaris foram relegados, logo de início, para o fim da fila. Florentino passou de "novo 100.000.000€" para título de jornal sobre o seu casamento. Os nervos de Odysseas foram testados durante todo o Agosto. O Benfica dispôs durante a época inteira de um único lateral com categoria para vestir a sua camisola: Grimaldo. RdT foi trucidado em público pela violência comunicacional dos adversários e pela ausência de proteção dos seus. O melhor marcador da última temporada deixou de correr com vontade. Os centrais voltaram a exibir-se com o nível que tinham quando assinaram contrato de formação. Rafa lesionou-se, mas ainda regressou a tempo para deixar a ideia de poder fazer mais. Pizzi aguentou o que pôde, sem força, nem velocidade, valendo-nos a sua concretização. Taarabt, que em épocas anteriores chegou a correr à volta do campo pelas 12h (empurrado para fora do Clube), foi consagrado como "keyman". Zivkovic ganhou e perdeu peso. Jota passou de estrela ascendente para modelo de fato-de-treino, figura essencial no departamento de marketing. Contrariamente ao que sucedera nas últimas épocas, da equipa B não surgiu nenhum "joker". Enquanto isto acontecia, o Benfica tinha mais de 100 jogadores sob contrato.

As exibições foram medíocres ou dececionantes na Liga dos Campeões, na taça da Liga, em muitos jogos da Liga Nos (e ficamo-nos pelo período pré-Covid). Fomos ultrapassando eliminatórias de forma pouco convincente na taça de Portugal e chegámos à final sufocados por um poderoso F.C Famalicão.

A credibilidade do trabalho desenvolvido foi estoirando como a forma física dos jogadores.

A desconfiança e incredulidade foram ocupando o espaço da motivação e do respeito.

E afinal, perante tudo isto, para que serviu ou serve a estrutura que viu tudo isto acontecer à sua frente? Para muito pouco face às condições de trabalho e meios que lhe são disponibilizados pelo Sport Lisboa e Benfica.
Para atender telefonemas do Presidente e executar? O que seria feito por uma/um assistente de direção.
Para se esconder nos momentos mais difíceis e exigentes? Sim, até ao momento em que apareceu o Presidente, já sem treinador, a declarar-se como único culpado.
Para deixar expostos até ao limite do suportável jogadores e treinador? Assim aconteceu, factualmente.

Em tudo o que sucedeu na gestão do plantel do futebol profissional não se observou um trabalho estruturado, como se Shéu, Lourenço Coelho e Boto tivessem partido com o manual debaixo do braço.

Andámos sempre a reagir a uma agência mediática adversa, não a contrariámos, não a conciliámos e chegámos ao ponto de ter de recorrer à Benfica TV – esse meio tantas vezes não reconhecido pela própria estrutura - como o único espaço de comunicação de conteúdos do Clube.

Podem não gostar da síntese, mas isto aconteceu no Benfica e não pode voltar a acontecer.

A culpa não foi de Bruno Lage, o treinador campeão nacional em título.

A culpa também não foi apenas de Vieira, embora se compreenda que o seu lampejo de altruísmo, na última conferência de imprensa, seja, sobretudo, para esconder a responsabilidade dos cheques em branco que vai passando.

Só que o futebol do Benfica não pode ser reduzido ao trabalho suado de um "coveiro" com apetência para comunicações. Essa pode ser a imagem de quem LFV quiser escolher para continuar a enterrar o sonho de milhões de pessoas - o que sucedeu nas últimas semanas – mas não é, por exemplo, a imagem que temos de Rui Costa; altivo, inteligente, ganhador, especialmente nos tempos em que se formou e jogou na primeira passagem pelo Clube e quando nos apresentou, com o assentimento de Vieira, um plantel que nos devolveu a chama ganhadora.

Onde está esse Rui Costa? A falta que ele faz...

Quem trabalha no Benfica tem de se convencer, primeiro, e garantir, depois, que há jogos que não se perdem (como aquele que nos levou o Penta), momentos em que não se falha (como nas oportunidades de aniquilar um inimigo), promessas que se cumprem, custe o que custar (o "Benfica Europeu").

A história do Clube não se construiu com comiserações.

Querer vencer sem paixão, com overdose de comunicação propagandística e assumida mediocridade é uma receita à Porto, não é o modelo com que Vieira já venceu no Benfica.

Por fim, a culpa não é dos adeptos do estádio, nem das redes sociais, que desde cedo denunciaram este desastre; mesmo policiados por outros benfiquistas que investigam o delito de opinião – uma inovação deste mandato - continuaram e continuarão a defender o ideal de uma vida: um Benfica à Benfica.

O Benfica já devia ter feito a devida auto-crítica, como fez no passado, rever critérios, recrutar os melhores do mercado e dotar o futebol encarnado com a uma "estrutura" e plantel que se exigem.

Deixar tudo entregue a LFV, Tiago Pinto e companhia é prosseguir o caminho que os adversários desejam: antes controlar e perder que ambicionar e arriscar.

Não mudar o rumo – que foi o que transpareceu do período de quarentena – é atirar a toalha ao chão, é trair os superiores interesses do Sport Lisboa e Benfica.

Uma última palavra para LFV. É livre de partir ou ficar porque é o único que se dá ao luxo de fazer o que quiser com o Benfica. Se ficar, seja um Presidente do Sport Lisboa e Benfica. Se partir, leve os seus chanatos.
[fechar]

tacuaracardozo

Isto anda tao a toa que até no provisório fazem merda. Quem fica é o gajo responsável máximo por um dos nossos piores momentos de jogo. As bolas paradas. Um gajo tao especialista que deixa o Pizzi marcar tudo quanto é bola parada, independentemente da sua qualidade a bater, que é, no mínimo, inconsistente e questionável. Veja se a % de acerto. Um gajo que aposta num Almeida para um livre direto, algo até gozado internamente pelos colegas de treino. Também queria a saída do Lage, mas para isto era a mesma coisa. Vai continuar a ser a equipa dos amigos do Pizzi por mais uns tempos, muda zero, ou para pior. O problema está lá em cima, ao nível de quem dá nome a este tópico, e estende se até às prima donas do balneário que pautam a qualidade de jogo medíocre deste clube hoje em dia. E ai de quem venha para cá elevar a qualidade ou dar outras soluções.

78Alexandre

Polvo das Antas
8 min ·
Além de conjeturas, análises e estados de alma sobre o momento do Benfica, importa ir aos factos.

Há cerca de um ano, Luis Filipe Vieira (LFV), convoca um conjunto de pessoas para uma reunião no Seixal.

A receção foi cordial, no estilo informal que carateriza LFV.

Conduzidos a um espaço no edifício de suporte administrativo, os participantes da reunião foram dispostos em "U". Ao todo seriam entre 20 a 30.

Além de LFV estariam presentes, se a memória não atraiçoa, as mais recentes pontas do tridente da "Estrutura".

E começou a reunião com a exposição das glórias recentes (a "reconquista"), a nuclearidade do Seixal, a expansão em áreas e equipamentos desta infraestrutura. O processo imobiliário era servido em detalhes.

A dada altura, passou para o desempenho financeiro, a redução do passivo, o contrato de cedência de direitos de transmissão, as negociações para o "naming" do estádio, as futuras obras na Luz para acrescentar lugares "corporate", mais rentáveis.

Depois, falou do futebol e da capacidade que o Benfica "deste tempo" teria em reforçar a equipa de futebol para confirmar a "hegemonia".

E proclamou que o Benfica teria capacidade para atuar no mercado onde os grandes europeus se movimentavam, ou seja comprar os jogadores que eles compram e vender como eles vendem, o que já fazia, em termos absolutos, há algum tempo.

Subentendia-se o início de uma era com a venda de João Félix.

Adiantou ainda algo que se verificou: os sócios teriam de se habituar a ver chegar ao Benfica jogadores por somas astronómicas. O que tem valor tem o seu preço, advertia.

Quando foi iniciado o período de perguntas, pairou um silêncio de explicação complexa.

Entre extasiados, tímidos, comprometidos e desconfiados, ninguém abria a boca.

Após algumas provocações, várias perguntas acabaram por surgir; em particular, questionou-se se esse plano de reforço da equipa de futebol profissional, afinal, era de curto prazo, médio prazo, ou longo prazo. Concretamente, questionou-se que planeamento o Benfica tinha para recrutar jogadores para as posições dos que saíram (e deixaram saudades) e para aquelas em que o Seixal não formava. Na pergunta referiam-se algumas posições, de defesa direito a "box-to-box".

A resposta não foi linear.

Mas, em síntese, foi dito que a aposta do Seixal era para continuar e que as posições da defesa e meio campo estavam garantidas pela formação.

Outras perguntas surgiram, nomeadamente sobre renovações e outros temas triviais do futebol do Benfica.

A figura do treinador aparecia diluída no organograma do futebol do Benfica.

Foi anunciada como solução de valor acrescentado a "nova" parceria "Rui Costa-Tiago Pinto" para as contratações.

Estávamos em finais de Junho, pouco antes do regresso do plantel.

Encerradas as perguntas e respostas, a visita ao complexo do Seixal continuou.

LFV seguia na frente do pelotão, de braço esticado, apontava aos relvados, ao rio, aos edifícios. Comentava, apresentava, previa, certificava.

O ambiente era deslumbrante e deslumbrada estava a maioria dos participantes.

Assim começava a época que hoje, sem ilusões e com amargura, antevemos como vai terminar.

Félix, Jonas e Salvio não foram substituídos. Como antes não foram Luisão e Renato Sanches, só para citar os mais emblemáticos. Fejsa e Samaris foram relegados, logo de início, para o fim da fila. Florentino passou de "novo 100.000.000€" para título de jornal sobre o seu casamento. Os nervos de Odysseas foram testados durante todo o Agosto. O Benfica dispôs durante a época inteira de um único lateral com categoria para vestir a sua camisola: Grimaldo. RdT foi trucidado em público pela violência comunicacional dos adversários e pela ausência de proteção dos seus. O melhor marcador da última temporada deixou de correr com vontade. Os centrais voltaram a exibir-se com o nível que tinham quando assinaram contrato de formação. Rafa lesionou-se, mas ainda regressou a tempo para deixar a ideia de poder fazer mais. Pizzi aguentou o que pôde, sem força, nem velocidade, valendo-nos a sua concretização. Taarabt, que em épocas anteriores chegou a correr à volta do campo pelas 12h (empurrado para fora do Clube), foi consagrado como "keyman". Zivkovic ganhou e perdeu peso. Jota passou de estrela ascendente para modelo de fato-de-treino, figura essencial no departamento de marketing. Contrariamente ao que sucedera nas últimas épocas, da equipa B não surgiu nenhum "joker". Enquanto isto acontecia, o Benfica tinha mais de 100 jogadores sob contrato.

As exibições foram medíocres ou dececionantes na Liga dos Campeões, na taça da Liga, em muitos jogos da Liga Nos (e ficamo-nos pelo período pré-Covid). Fomos ultrapassando eliminatórias de forma pouco convincente na taça de Portugal e chegámos à final sufocados por um poderoso F.C Famalicão.

A credibilidade do trabalho desenvolvido foi estoirando como a forma física dos jogadores.

A desconfiança e incredulidade foram ocupando o espaço da motivação e do respeito.

E afinal, perante tudo isto, para que serviu ou serve a estrutura que viu tudo isto acontecer à sua frente? Para muito pouco face às condições de trabalho e meios que lhe são disponibilizados pelo Sport Lisboa e Benfica.
Para atender telefonemas do Presidente e executar? O que seria feito por uma/um assistente de direção.
Para se esconder nos momentos mais difíceis e exigentes? Sim, até ao momento em que apareceu o Presidente, já sem treinador, a declarar-se como único culpado.
Para deixar expostos até ao limite do suportável jogadores e treinador? Assim aconteceu, factualmente.

Em tudo o que sucedeu na gestão do plantel do futebol profissional não se observou um trabalho estruturado, como se Shéu, Lourenço Coelho e Boto tivessem partido com o manual debaixo do braço.

Andámos sempre a reagir a uma agência mediática adversa, não a contrariámos, não a conciliámos e chegámos ao ponto de ter de recorrer à Benfica TV – esse meio tantas vezes não reconhecido pela própria estrutura - como o único espaço de comunicação de conteúdos do Clube.

Podem não gostar da síntese, mas isto aconteceu no Benfica e não pode voltar a acontecer.

A culpa não foi de Bruno Lage, o treinador campeão nacional em título.

A culpa também não foi apenas de Vieira, embora se compreenda que o seu lampejo de altruísmo, na última conferência de imprensa, seja, sobretudo, para esconder a responsabilidade dos cheques em branco que vai passando.

Só que o futebol do Benfica não pode ser reduzido ao trabalho suado de um "coveiro" com apetência para comunicações. Essa pode ser a imagem de quem LFV quiser escolher para continuar a enterrar o sonho de milhões de pessoas - o que sucedeu nas últimas semanas – mas não é, por exemplo, a imagem que temos de Rui Costa; altivo, inteligente, ganhador, especialmente nos tempos em que se formou e jogou na primeira passagem pelo Clube e quando nos apresentou, com o assentimento de Vieira, um plantel que nos devolveu a chama ganhadora.

Onde está esse Rui Costa? A falta que ele faz...

Quem trabalha no Benfica tem de se convencer, primeiro, e garantir, depois, que há jogos que não se perdem (como aquele que nos levou o Penta), momentos em que não se falha (como nas oportunidades de aniquilar um inimigo), promessas que se cumprem, custe o que custar (o "Benfica Europeu").

A história do Clube não se construiu com comiserações.

Querer vencer sem paixão, com overdose de comunicação propagandística e assumida mediocridade é uma receita à Porto, não é o modelo com que Vieira já venceu no Benfica.

Por fim, a culpa não é dos adeptos do estádio, nem das redes sociais, que desde cedo denunciaram este desastre; mesmo policiados por outros benfiquistas que investigam o delito de opinião – uma inovação deste mandato - continuaram e continuarão a defender o ideal de uma vida: um Benfica à Benfica.

O Benfica já devia ter feito a devida auto-crítica, como fez no passado, rever critérios, recrutar os melhores do mercado e dotar o futebol encarnado com a uma "estrutura" e plantel que se exigem.

Deixar tudo entregue a LFV, Tiago Pinto e companhia é prosseguir o caminho que os adversários desejam: antes controlar e perder que ambicionar e arriscar.

Não mudar o rumo – que foi o que transpareceu do período de quarentena – é atirar a toalha ao chão, é trair os superiores interesses do Sport Lisboa e Benfica.

Uma última palavra para LFV. É livre de partir ou ficar porque é o único que se dá ao luxo de fazer o que quiser com o Benfica. Se ficar, seja um Presidente do Sport Lisboa e Benfica. Se partir, leve os seus chanatos.

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