Bruno Lage, Treinador do SL Benfica

Treinador, 48 anos,
Portugal
Equipa Principal: 3 épocas (2019-2020, 2024-), 91 jogos (64 vitórias, 12 empates, 15 derrotas)
Em 2024/2025: 15 jogos (13 vitórias, 0 empates, 2 derrotas)

Equipa B: 1 época, 13 jogos, 0 golos

Títulos: Campeonato Nacional (1), Supertaça (1)

LuigiSLB83

Citação de: HoMiCiDaL em 02 de Dezembro de 2024, 18:03tem estado a fazer um excelente trabalho, nao dá para negar

apanhar este comboio em andamento, depois de um inicio miserável, e ter só vitórias nas Liga desde aí é quase milagroso

se tivesse ficado o alemão, por esta altura já estavamos completamente arredados da luta pelo campeonato.

em relação ao jogo de ontem tirando o Otamendi quase ter feito merda, fizémos o jogo possivel depois de um jogo de muito esforço no Monaco.

podia ter rodado mais de facto, mas esteve bem a ler o jogo até a tirar o Kokçu que parecia estar com vontade de levar vermelho.

se ganhar o campeonato acho que será ao nivel do 1º que ganhou, um dos mais dificeis da história, e merecerá a renovação, espero é que nao se caia novamente o erro de lhe renovar o contrato antes.

Tem contrato até 2026.

fdpdc666

OPINIÃO DE VASCO MENDONÇA: Bruno Lage parte na frente.
Selvagem e Sentimental é o espaço de opinião de Vasco Mendonça, consultor de marketing.



Vasco Mendonça vê em Bruno Lage o treinador mais bem preparado dos três grandes (Foto: IMAGO)

Aos poucos, os velhos atores do nosso futebol vão saindo de cena, uns pela via democrática, outros pela via judicial, mas todos na direção que merecem, que é a de uma gradual irrelevância. Há uma tendência para afirmarmos que, aos poucos, se vai respirando um novo ar, mas a verdade é que, feitas as contas, é tudo muito novo no atual futebol português. E mais novo ficará depois das eleições do Benfica no próximo ano, mas sobre isso podemos falar noutro dia.

De repente, parece que entraram novos concorrentes na casa. As novas combinações de presidentes e treinadores nos principais clubes traduziram-se num contexto mais difícil de prever, que ainda estamos a assimilar. Ninguém sabe se os velhos vícios serão retomados, se os novos líderes se revelarão de facto novos ou herdeiros de vícios antigos. Para a maioria, o período experimental ainda dura, já que, no caso do dirigismo desportivo, esse termo equivale no mínimo à duração de um mandato (e há quem seja mandado para casa no fim do período experimental).

Por agora, olhamos curiosos para o novo elenco do reality show ou da série que abandonou os heróis e vilões cansados das últimas 20 temporadas. É tempo de descobrir o que os guionistas prepararam para nós. Por estes dias, vale a pena olhar para os quatro treinadores dos três maiores clubes. Digo quatro porque um deles, apesar de estar fisicamente em Manchester, vai continuar a assombrar o Sporting e o futebol português por mais algum tempo.

Ruben Amorim trouxe uma frescura ao futebol português que há muito não se via. É a partir dele que os próximos treinadores portugueses de sucesso tentarão construir a sua imagem. Mais importante do que isso, conseguiu o que nem mesmo os sportinguistas arriscariam prever. Venceu duas ligas em quatro épocas, mais do que a esmagadora maioria dos treinadores foi capaz de fazer no Benfica ou no FC Porto, o que faz dele um autêntico milagre e provavelmente o melhor treinador da história do Sporting. Bom comunicador, belíssimo treinador, um tipo com impacto imediato por onde passa, enquanto lá está e, sabemos agora, imediatamente após a sua saída. O comboio passou quando menos esperava e assim foi, uma espécie de filho pródigo que decidiu ir à sua vida e que, um dia, inevitavelmente, regressará a casa. Por casa entenda-se o clube do coração e não a entidade patronal destes últimos anos. Até Ruben Amorim saberá que está destinado a treinar o Benfica, mas sobre isso podemos falar noutro dia.

De um benfiquista para outro. Não vou mentir. É uma sensação agradável olhar para o Sporting poucas semanas depois da saída de Ruben Amorim e ver toda a gente — jogadores, presidente e João Pereira — com um ar desorientado de quem subitamente perdeu o superpoder e não sabe como o recuperar. É, digamos, divertido. João Pereira bem pode ter sorrido no dia da apresentação e falado da sua cadeira de sonho, mas não acredito que não tivesse consciência da missão incrivelmente complicada que tinha pela frente.

Sim, o plantel do Sporting é equilibrado e tem bons jogadores, incluindo um avançado sueco quase impossível de travar. Mas, nada disso livra João Pereira do berbicacho em que se meteu. O contexto é assim: um treinador com pouco currículo e pouca preparação para o cargo, num contexto de elevada pressão, menos vocacionado para a relação com a comunicação social, a quem não se reconhece impacto nos poucos contextos em que foi treinador principal, sem uma ideia de jogo relevante que tenha demonstrado ser capaz de executar, e, como se tudo isto não bastasse, alguém a quem é hoje exigido mais do que foi exigido a Ruben Amorim quando este chegou ao Sporting, tanto em qualidade de jogo como em sucesso desportivo.

Tivesse eu dúvidas e rapidamente as teria esclarecido com uma leitura dos jornais. Todos vimos notícias do tipo «direção-está-convictamente-ao-lado-do-treinador!», mas não me lembro de muitas surgidas tão pouco tempo depois de o referido treinador ter sido contratado. Se não fosse benfiquista, mas antes um mero observador da condição humana, a minha empatia levar-me-ia a sentir alguma pena de João Pereira. Não tendo essa empatia em mim, aguardarei pacientemente pelo jogo do Sporting em Moreira de Cónegos, fazendo votos de que seja mais um duríssimo embate com a realidade. Costuma dizer-se que o futebol é o momento e eu concordo. É um belíssimo momento para o Sporting voltar a perder pontos.

Bem vistas as coisas, João Pereira e Vítor Bruno não são muito diferentes. É verdade que João Pereira se mostra bastante tímido na sala de imprensa e Vítor Bruno parece por vezes estar a promover uma metodologia de auto-ajuda, mas ambos sucederam a lideranças fortes e marcantes. No caso de Vítor Bruno, a circunstância é agravada pela angústia da massa adepta, a braços com uma crise existencial depois de décadas a endeusar uma certa forma de estar. É complicado. As semanas vão passando, a equipa joga pedras, as conferências de imprensa doem quase tanto como o futebol, o presidente já não sabe quantos mais murros na mesa há-de dar, e o coração dos portistas balança. No caso dos sportinguistas, há uma conclusão imediata de que o segredo estava no treinador. No caso dos portistas, há uma leve suspeita de que o segredo talvez estivesse naquela insuportável tríade presidente-treinador-diretor técnico. O portista está indeciso: será que quer uma mudança, custe o que custar, ou prefere antes um presidente e um treinador como os que vieram antes, um pouco na lógica do rouba-grita com os árbitros-intimida toda a gente-mas-faz. Vítor Bruno não parece feito desta fibra que os portistas passaram décadas a gabar. Será que essa cultura é recuperável, ou é uma construção que ruiu com Pinto da Costa e não será reerguida? Seja qual for o desfecho, tem dado gosto acompanhar este FC Porto. É manter!

Feitas as contas, tem a palavra Bruno Lage, homem a quem já dediquei uma igreja, meses antes de ganhar juízo. Mas o contexto mudou de tal forma que o treinador do Benfica é agora o mais preparado dos três treinadores que lideram os grandes, apenas superado em experiência pelo SC Braga de Carvalhal, que não parece capaz de entrar nestas contas. A inteligência que Lage tem revelado na preparação e na gestão da equipa ao longo dos jogos, a par de ideias mais consolidadas e tangíveis, parecem indicar, pelo menos em tese, que é Lage quem parte na frente para aquilo que resta deste campeonato. São boas condições para conseguir aquilo que há poucos meses parecia impossível. Resta-lhe continuar a trabalhar para isso e não desiludir. Cá estaremos para apoiar do primeiro ao último minuto.

Vasco Mendonça in A Bola

player12

Citação de: fdpdc666 em 03 de Dezembro de 2024, 10:46OPINIÃO DE VASCO MENDONÇA: Bruno Lage parte na frente.
Selvagem e Sentimental é o espaço de opinião de Vasco Mendonça, consultor de marketing.



Vasco Mendonça vê em Bruno Lage o treinador mais bem preparado dos três grandes (Foto: IMAGO)

Aos poucos, os velhos atores do nosso futebol vão saindo de cena, uns pela via democrática, outros pela via judicial, mas todos na direção que merecem, que é a de uma gradual irrelevância. Há uma tendência para afirmarmos que, aos poucos, se vai respirando um novo ar, mas a verdade é que, feitas as contas, é tudo muito novo no atual futebol português. E mais novo ficará depois das eleições do Benfica no próximo ano, mas sobre isso podemos falar noutro dia.

De repente, parece que entraram novos concorrentes na casa. As novas combinações de presidentes e treinadores nos principais clubes traduziram-se num contexto mais difícil de prever, que ainda estamos a assimilar. Ninguém sabe se os velhos vícios serão retomados, se os novos líderes se revelarão de facto novos ou herdeiros de vícios antigos. Para a maioria, o período experimental ainda dura, já que, no caso do dirigismo desportivo, esse termo equivale no mínimo à duração de um mandato (e há quem seja mandado para casa no fim do período experimental).

Por agora, olhamos curiosos para o novo elenco do reality show ou da série que abandonou os heróis e vilões cansados das últimas 20 temporadas. É tempo de descobrir o que os guionistas prepararam para nós. Por estes dias, vale a pena olhar para os quatro treinadores dos três maiores clubes. Digo quatro porque um deles, apesar de estar fisicamente em Manchester, vai continuar a assombrar o Sporting e o futebol português por mais algum tempo.

Ruben Amorim trouxe uma frescura ao futebol português que há muito não se via. É a partir dele que os próximos treinadores portugueses de sucesso tentarão construir a sua imagem. Mais importante do que isso, conseguiu o que nem mesmo os sportinguistas arriscariam prever. Venceu duas ligas em quatro épocas, mais do que a esmagadora maioria dos treinadores foi capaz de fazer no Benfica ou no FC Porto, o que faz dele um autêntico milagre e provavelmente o melhor treinador da história do Sporting. Bom comunicador, belíssimo treinador, um tipo com impacto imediato por onde passa, enquanto lá está e, sabemos agora, imediatamente após a sua saída. O comboio passou quando menos esperava e assim foi, uma espécie de filho pródigo que decidiu ir à sua vida e que, um dia, inevitavelmente, regressará a casa. Por casa entenda-se o clube do coração e não a entidade patronal destes últimos anos. Até Ruben Amorim saberá que está destinado a treinar o Benfica, mas sobre isso podemos falar noutro dia.

De um benfiquista para outro. Não vou mentir. É uma sensação agradável olhar para o Sporting poucas semanas depois da saída de Ruben Amorim e ver toda a gente — jogadores, presidente e João Pereira — com um ar desorientado de quem subitamente perdeu o superpoder e não sabe como o recuperar. É, digamos, divertido. João Pereira bem pode ter sorrido no dia da apresentação e falado da sua cadeira de sonho, mas não acredito que não tivesse consciência da missão incrivelmente complicada que tinha pela frente.

Sim, o plantel do Sporting é equilibrado e tem bons jogadores, incluindo um avançado sueco quase impossível de travar. Mas, nada disso livra João Pereira do berbicacho em que se meteu. O contexto é assim: um treinador com pouco currículo e pouca preparação para o cargo, num contexto de elevada pressão, menos vocacionado para a relação com a comunicação social, a quem não se reconhece impacto nos poucos contextos em que foi treinador principal, sem uma ideia de jogo relevante que tenha demonstrado ser capaz de executar, e, como se tudo isto não bastasse, alguém a quem é hoje exigido mais do que foi exigido a Ruben Amorim quando este chegou ao Sporting, tanto em qualidade de jogo como em sucesso desportivo.

Tivesse eu dúvidas e rapidamente as teria esclarecido com uma leitura dos jornais. Todos vimos notícias do tipo «direção-está-convictamente-ao-lado-do-treinador!», mas não me lembro de muitas surgidas tão pouco tempo depois de o referido treinador ter sido contratado. Se não fosse benfiquista, mas antes um mero observador da condição humana, a minha empatia levar-me-ia a sentir alguma pena de João Pereira. Não tendo essa empatia em mim, aguardarei pacientemente pelo jogo do Sporting em Moreira de Cónegos, fazendo votos de que seja mais um duríssimo embate com a realidade. Costuma dizer-se que o futebol é o momento e eu concordo. É um belíssimo momento para o Sporting voltar a perder pontos.

Bem vistas as coisas, João Pereira e Vítor Bruno não são muito diferentes. É verdade que João Pereira se mostra bastante tímido na sala de imprensa e Vítor Bruno parece por vezes estar a promover uma metodologia de auto-ajuda, mas ambos sucederam a lideranças fortes e marcantes. No caso de Vítor Bruno, a circunstância é agravada pela angústia da massa adepta, a braços com uma crise existencial depois de décadas a endeusar uma certa forma de estar. É complicado. As semanas vão passando, a equipa joga pedras, as conferências de imprensa doem quase tanto como o futebol, o presidente já não sabe quantos mais murros na mesa há-de dar, e o coração dos portistas balança. No caso dos sportinguistas, há uma conclusão imediata de que o segredo estava no treinador. No caso dos portistas, há uma leve suspeita de que o segredo talvez estivesse naquela insuportável tríade presidente-treinador-diretor técnico. O portista está indeciso: será que quer uma mudança, custe o que custar, ou prefere antes um presidente e um treinador como os que vieram antes, um pouco na lógica do rouba-grita com os árbitros-intimida toda a gente-mas-faz. Vítor Bruno não parece feito desta fibra que os portistas passaram décadas a gabar. Será que essa cultura é recuperável, ou é uma construção que ruiu com Pinto da Costa e não será reerguida? Seja qual for o desfecho, tem dado gosto acompanhar este FC Porto. É manter!

Feitas as contas, tem a palavra Bruno Lage, homem a quem já dediquei uma igreja, meses antes de ganhar juízo. Mas o contexto mudou de tal forma que o treinador do Benfica é agora o mais preparado dos três treinadores que lideram os grandes, apenas superado em experiência pelo SC Braga de Carvalhal, que não parece capaz de entrar nestas contas. A inteligência que Lage tem revelado na preparação e na gestão da equipa ao longo dos jogos, a par de ideias mais consolidadas e tangíveis, parecem indicar, pelo menos em tese, que é Lage quem parte na frente para aquilo que resta deste campeonato. São boas condições para conseguir aquilo que há poucos meses parecia impossível. Resta-lhe continuar a trabalhar para isso e não desiludir. Cá estaremos para apoiar do primeiro ao último minuto.

Vasco Mendonça in A Bola
Que novidade, agora que o Amorim está em Manchester o melhor treinador dos grandes é o Lage mas de longe...

Roy Kent

Citação de: player12 em 03 de Dezembro de 2024, 10:49
Citação de: fdpdc666 em 03 de Dezembro de 2024, 10:46OPINIÃO DE VASCO MENDONÇA: Bruno Lage parte na frente.
Selvagem e Sentimental é o espaço de opinião de Vasco Mendonça, consultor de marketing.



Vasco Mendonça vê em Bruno Lage o treinador mais bem preparado dos três grandes (Foto: IMAGO)

Aos poucos, os velhos atores do nosso futebol vão saindo de cena, uns pela via democrática, outros pela via judicial, mas todos na direção que merecem, que é a de uma gradual irrelevância. Há uma tendência para afirmarmos que, aos poucos, se vai respirando um novo ar, mas a verdade é que, feitas as contas, é tudo muito novo no atual futebol português. E mais novo ficará depois das eleições do Benfica no próximo ano, mas sobre isso podemos falar noutro dia.

De repente, parece que entraram novos concorrentes na casa. As novas combinações de presidentes e treinadores nos principais clubes traduziram-se num contexto mais difícil de prever, que ainda estamos a assimilar. Ninguém sabe se os velhos vícios serão retomados, se os novos líderes se revelarão de facto novos ou herdeiros de vícios antigos. Para a maioria, o período experimental ainda dura, já que, no caso do dirigismo desportivo, esse termo equivale no mínimo à duração de um mandato (e há quem seja mandado para casa no fim do período experimental).

Por agora, olhamos curiosos para o novo elenco do reality show ou da série que abandonou os heróis e vilões cansados das últimas 20 temporadas. É tempo de descobrir o que os guionistas prepararam para nós. Por estes dias, vale a pena olhar para os quatro treinadores dos três maiores clubes. Digo quatro porque um deles, apesar de estar fisicamente em Manchester, vai continuar a assombrar o Sporting e o futebol português por mais algum tempo.

Ruben Amorim trouxe uma frescura ao futebol português que há muito não se via. É a partir dele que os próximos treinadores portugueses de sucesso tentarão construir a sua imagem. Mais importante do que isso, conseguiu o que nem mesmo os sportinguistas arriscariam prever. Venceu duas ligas em quatro épocas, mais do que a esmagadora maioria dos treinadores foi capaz de fazer no Benfica ou no FC Porto, o que faz dele um autêntico milagre e provavelmente o melhor treinador da história do Sporting. Bom comunicador, belíssimo treinador, um tipo com impacto imediato por onde passa, enquanto lá está e, sabemos agora, imediatamente após a sua saída. O comboio passou quando menos esperava e assim foi, uma espécie de filho pródigo que decidiu ir à sua vida e que, um dia, inevitavelmente, regressará a casa. Por casa entenda-se o clube do coração e não a entidade patronal destes últimos anos. Até Ruben Amorim saberá que está destinado a treinar o Benfica, mas sobre isso podemos falar noutro dia.

De um benfiquista para outro. Não vou mentir. É uma sensação agradável olhar para o Sporting poucas semanas depois da saída de Ruben Amorim e ver toda a gente — jogadores, presidente e João Pereira — com um ar desorientado de quem subitamente perdeu o superpoder e não sabe como o recuperar. É, digamos, divertido. João Pereira bem pode ter sorrido no dia da apresentação e falado da sua cadeira de sonho, mas não acredito que não tivesse consciência da missão incrivelmente complicada que tinha pela frente.

Sim, o plantel do Sporting é equilibrado e tem bons jogadores, incluindo um avançado sueco quase impossível de travar. Mas, nada disso livra João Pereira do berbicacho em que se meteu. O contexto é assim: um treinador com pouco currículo e pouca preparação para o cargo, num contexto de elevada pressão, menos vocacionado para a relação com a comunicação social, a quem não se reconhece impacto nos poucos contextos em que foi treinador principal, sem uma ideia de jogo relevante que tenha demonstrado ser capaz de executar, e, como se tudo isto não bastasse, alguém a quem é hoje exigido mais do que foi exigido a Ruben Amorim quando este chegou ao Sporting, tanto em qualidade de jogo como em sucesso desportivo.

Tivesse eu dúvidas e rapidamente as teria esclarecido com uma leitura dos jornais. Todos vimos notícias do tipo «direção-está-convictamente-ao-lado-do-treinador!», mas não me lembro de muitas surgidas tão pouco tempo depois de o referido treinador ter sido contratado. Se não fosse benfiquista, mas antes um mero observador da condição humana, a minha empatia levar-me-ia a sentir alguma pena de João Pereira. Não tendo essa empatia em mim, aguardarei pacientemente pelo jogo do Sporting em Moreira de Cónegos, fazendo votos de que seja mais um duríssimo embate com a realidade. Costuma dizer-se que o futebol é o momento e eu concordo. É um belíssimo momento para o Sporting voltar a perder pontos.

Bem vistas as coisas, João Pereira e Vítor Bruno não são muito diferentes. É verdade que João Pereira se mostra bastante tímido na sala de imprensa e Vítor Bruno parece por vezes estar a promover uma metodologia de auto-ajuda, mas ambos sucederam a lideranças fortes e marcantes. No caso de Vítor Bruno, a circunstância é agravada pela angústia da massa adepta, a braços com uma crise existencial depois de décadas a endeusar uma certa forma de estar. É complicado. As semanas vão passando, a equipa joga pedras, as conferências de imprensa doem quase tanto como o futebol, o presidente já não sabe quantos mais murros na mesa há-de dar, e o coração dos portistas balança. No caso dos sportinguistas, há uma conclusão imediata de que o segredo estava no treinador. No caso dos portistas, há uma leve suspeita de que o segredo talvez estivesse naquela insuportável tríade presidente-treinador-diretor técnico. O portista está indeciso: será que quer uma mudança, custe o que custar, ou prefere antes um presidente e um treinador como os que vieram antes, um pouco na lógica do rouba-grita com os árbitros-intimida toda a gente-mas-faz. Vítor Bruno não parece feito desta fibra que os portistas passaram décadas a gabar. Será que essa cultura é recuperável, ou é uma construção que ruiu com Pinto da Costa e não será reerguida? Seja qual for o desfecho, tem dado gosto acompanhar este FC Porto. É manter!

Feitas as contas, tem a palavra Bruno Lage, homem a quem já dediquei uma igreja, meses antes de ganhar juízo. Mas o contexto mudou de tal forma que o treinador do Benfica é agora o mais preparado dos três treinadores que lideram os grandes, apenas superado em experiência pelo SC Braga de Carvalhal, que não parece capaz de entrar nestas contas. A inteligência que Lage tem revelado na preparação e na gestão da equipa ao longo dos jogos, a par de ideias mais consolidadas e tangíveis, parecem indicar, pelo menos em tese, que é Lage quem parte na frente para aquilo que resta deste campeonato. São boas condições para conseguir aquilo que há poucos meses parecia impossível. Resta-lhe continuar a trabalhar para isso e não desiludir. Cá estaremos para apoiar do primeiro ao último minuto.

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Que novidade, agora que o Amorim está em Manchester o melhor treinador dos grandes é o Lage mas de longe...

É? A última vez também era.

player12

Citação de: Roy Kent em 03 de Dezembro de 2024, 14:20
Citação de: player12 em 03 de Dezembro de 2024, 10:49
Citação de: fdpdc666 em 03 de Dezembro de 2024, 10:46OPINIÃO DE VASCO MENDONÇA: Bruno Lage parte na frente.
Selvagem e Sentimental é o espaço de opinião de Vasco Mendonça, consultor de marketing.



Vasco Mendonça vê em Bruno Lage o treinador mais bem preparado dos três grandes (Foto: IMAGO)

Aos poucos, os velhos atores do nosso futebol vão saindo de cena, uns pela via democrática, outros pela via judicial, mas todos na direção que merecem, que é a de uma gradual irrelevância. Há uma tendência para afirmarmos que, aos poucos, se vai respirando um novo ar, mas a verdade é que, feitas as contas, é tudo muito novo no atual futebol português. E mais novo ficará depois das eleições do Benfica no próximo ano, mas sobre isso podemos falar noutro dia.

De repente, parece que entraram novos concorrentes na casa. As novas combinações de presidentes e treinadores nos principais clubes traduziram-se num contexto mais difícil de prever, que ainda estamos a assimilar. Ninguém sabe se os velhos vícios serão retomados, se os novos líderes se revelarão de facto novos ou herdeiros de vícios antigos. Para a maioria, o período experimental ainda dura, já que, no caso do dirigismo desportivo, esse termo equivale no mínimo à duração de um mandato (e há quem seja mandado para casa no fim do período experimental).

Por agora, olhamos curiosos para o novo elenco do reality show ou da série que abandonou os heróis e vilões cansados das últimas 20 temporadas. É tempo de descobrir o que os guionistas prepararam para nós. Por estes dias, vale a pena olhar para os quatro treinadores dos três maiores clubes. Digo quatro porque um deles, apesar de estar fisicamente em Manchester, vai continuar a assombrar o Sporting e o futebol português por mais algum tempo.

Ruben Amorim trouxe uma frescura ao futebol português que há muito não se via. É a partir dele que os próximos treinadores portugueses de sucesso tentarão construir a sua imagem. Mais importante do que isso, conseguiu o que nem mesmo os sportinguistas arriscariam prever. Venceu duas ligas em quatro épocas, mais do que a esmagadora maioria dos treinadores foi capaz de fazer no Benfica ou no FC Porto, o que faz dele um autêntico milagre e provavelmente o melhor treinador da história do Sporting. Bom comunicador, belíssimo treinador, um tipo com impacto imediato por onde passa, enquanto lá está e, sabemos agora, imediatamente após a sua saída. O comboio passou quando menos esperava e assim foi, uma espécie de filho pródigo que decidiu ir à sua vida e que, um dia, inevitavelmente, regressará a casa. Por casa entenda-se o clube do coração e não a entidade patronal destes últimos anos. Até Ruben Amorim saberá que está destinado a treinar o Benfica, mas sobre isso podemos falar noutro dia.

De um benfiquista para outro. Não vou mentir. É uma sensação agradável olhar para o Sporting poucas semanas depois da saída de Ruben Amorim e ver toda a gente — jogadores, presidente e João Pereira — com um ar desorientado de quem subitamente perdeu o superpoder e não sabe como o recuperar. É, digamos, divertido. João Pereira bem pode ter sorrido no dia da apresentação e falado da sua cadeira de sonho, mas não acredito que não tivesse consciência da missão incrivelmente complicada que tinha pela frente.

Sim, o plantel do Sporting é equilibrado e tem bons jogadores, incluindo um avançado sueco quase impossível de travar. Mas, nada disso livra João Pereira do berbicacho em que se meteu. O contexto é assim: um treinador com pouco currículo e pouca preparação para o cargo, num contexto de elevada pressão, menos vocacionado para a relação com a comunicação social, a quem não se reconhece impacto nos poucos contextos em que foi treinador principal, sem uma ideia de jogo relevante que tenha demonstrado ser capaz de executar, e, como se tudo isto não bastasse, alguém a quem é hoje exigido mais do que foi exigido a Ruben Amorim quando este chegou ao Sporting, tanto em qualidade de jogo como em sucesso desportivo.

Tivesse eu dúvidas e rapidamente as teria esclarecido com uma leitura dos jornais. Todos vimos notícias do tipo «direção-está-convictamente-ao-lado-do-treinador!», mas não me lembro de muitas surgidas tão pouco tempo depois de o referido treinador ter sido contratado. Se não fosse benfiquista, mas antes um mero observador da condição humana, a minha empatia levar-me-ia a sentir alguma pena de João Pereira. Não tendo essa empatia em mim, aguardarei pacientemente pelo jogo do Sporting em Moreira de Cónegos, fazendo votos de que seja mais um duríssimo embate com a realidade. Costuma dizer-se que o futebol é o momento e eu concordo. É um belíssimo momento para o Sporting voltar a perder pontos.

Bem vistas as coisas, João Pereira e Vítor Bruno não são muito diferentes. É verdade que João Pereira se mostra bastante tímido na sala de imprensa e Vítor Bruno parece por vezes estar a promover uma metodologia de auto-ajuda, mas ambos sucederam a lideranças fortes e marcantes. No caso de Vítor Bruno, a circunstância é agravada pela angústia da massa adepta, a braços com uma crise existencial depois de décadas a endeusar uma certa forma de estar. É complicado. As semanas vão passando, a equipa joga pedras, as conferências de imprensa doem quase tanto como o futebol, o presidente já não sabe quantos mais murros na mesa há-de dar, e o coração dos portistas balança. No caso dos sportinguistas, há uma conclusão imediata de que o segredo estava no treinador. No caso dos portistas, há uma leve suspeita de que o segredo talvez estivesse naquela insuportável tríade presidente-treinador-diretor técnico. O portista está indeciso: será que quer uma mudança, custe o que custar, ou prefere antes um presidente e um treinador como os que vieram antes, um pouco na lógica do rouba-grita com os árbitros-intimida toda a gente-mas-faz. Vítor Bruno não parece feito desta fibra que os portistas passaram décadas a gabar. Será que essa cultura é recuperável, ou é uma construção que ruiu com Pinto da Costa e não será reerguida? Seja qual for o desfecho, tem dado gosto acompanhar este FC Porto. É manter!

Feitas as contas, tem a palavra Bruno Lage, homem a quem já dediquei uma igreja, meses antes de ganhar juízo. Mas o contexto mudou de tal forma que o treinador do Benfica é agora o mais preparado dos três treinadores que lideram os grandes, apenas superado em experiência pelo SC Braga de Carvalhal, que não parece capaz de entrar nestas contas. A inteligência que Lage tem revelado na preparação e na gestão da equipa ao longo dos jogos, a par de ideias mais consolidadas e tangíveis, parecem indicar, pelo menos em tese, que é Lage quem parte na frente para aquilo que resta deste campeonato. São boas condições para conseguir aquilo que há poucos meses parecia impossível. Resta-lhe continuar a trabalhar para isso e não desiludir. Cá estaremos para apoiar do primeiro ao último minuto.

Vasco Mendonça in A Bola
Que novidade, agora que o Amorim está em Manchester o melhor treinador dos grandes é o Lage mas de longe...

É? A última vez também era.
Na minha opinião não era o melhor mesmo tendo o mérito de por o Benfica a jogar bom futebol com os miúdos e ter sido campeão.
Comparando os 3 Amorim, Sérgio e Lage, acho o Lage o mais fraco dos 3.

Festivus

Até agora tem conseguido limpar a sua imagem desde a 2ª metade da sua 2ª época que acabou de forma quase desastrosa. E se o campeonato é o campeonato, diria que na Champions tem-se dado bem até agora com uma goleada ao Atlético de Madrid que está longe de ser uma má equipa e uma vitória contra o Mónaco em França. Quanto à vitória na Sérvia, o Estrela Vermelha goleou o Stuttgart na última jornada. Há quanto tempo  não vencia um  clube sérvio um clube de uma liga top 5 e ainda por cima por 5-1?

A derrota na Luz com o Feyenoord foi o único fracasso do Lage até agora neste seu regresso.  Derrota em Munique já era expectável, por isso não lhe chamaria fracasso.

Adiante, ainda faltam 3 jogos da Champions e muito campeonato pela frente. Crucial ganhar ao Bolonha na Luz.

fdpdc666

Benfica já só pensa em acabar o ano no primeiro lugar.
Resultados e exibições reforçam a convicção de que será possível. Terá de vencer todos os jogos.




A vitória do Benfica em Arouca e a derrota do Sporting com o Santa Clara abrem a possibilidade de os encarnados acabarem 2024 no topo da classificação. Esse passou a ser o objetivo imediato das águias, que passaram a depender dos próprios resultados depois do que se passou no último fim de semana. Essa convicção existia na Luz, aliás, antes de se conhecer o desaire do Sporting e só foi reforçada nos últimos dias.

Bruno Lage, antes da deslocação a Arouca, partilhou a felicidade pela vitória no Mónaco, mas já olhava para um futuro próximo. «Não podemos estar satisfeitos, porque a nossa ambição tem de ser mais. Por isso tenho dito que o nosso objetivo em termos de campeonato, até ao final do ano, é chegar ao segundo lugar e reduzir distâncias para o primeiro», afirmou o treinador dos encarnados, antes do jogo da 12.ª jornada.

O Benfica mantém-se no terceiro lugar, com menos um jogo que Sporting e FC Porto, e menos cinco e dois pontos, respetivamente, que leões e dragões. Jogará com o Nacional, na Madeira, a 19 de dezembro — apenas 82 minutos por se terem disputado oito antes de a partida, a 6 de outubro, ser interrompida devido ao nevoeiro. Mas também com V. Guimarães, sábado, na Luz, Aves SAD (f), Estoril (c) e, finalmente, Sporting (f).

Bruno Lage soma sete triunfos consecutivos no campeonato — Santa Clara (4-1), Boavista (3-0), Gil Vicente (5-1), Rio Ave (5-0), Farense (2-1), FC Porto (4-1) e Arouca (2-0) — e, também importante, encontrou um onze ideal, não ignorando a utilização de outros recursos, leia-se jogadores e diferentes sistemas táticos.

Os dois resultados negativos, com Feyenoord (1-3) e Bayern (0-1), surgiram na Liga dos Campeões e foram encontradas algumas justificações internas. O primeiro surgiu depois de uma pausa para as seleções, interrompida pelo jogo da Taça de Portugal com o Pevidém, contexto, segundo análise interna, prejudicial para a equipa poder apresentar-se ao mais alto nível com os neerlandeses. O segundo com o Bayern, numa estratégia que assumidamente falhou.

Os próprios jogadores sentiram, em Munique, que perderam uma oportunidade para fazer muito melhor e conseguir um resultado positivo, considerando que os alamães há muito não se apresentavam tão vulneráveis.

As opções de Lage, nomeadamente poupar Di María, Pavlidis ou Florentino, acabaram, porém, por beneficiar a equipa no clássico com o FC Porto.

Jogadores, equipa técnica e estrutura de futebol profissional coincidem, pois, no objetivo de chegar ao primeiro lugar até ao fim do ano e no reconhecimento da importância que isso poderá ter na temporada. O pior, acreditam todos, faz parte do passado e olha-se para o futuro com otimismo.

Espreitar Sporting e FC Porto

Ninguém assumirá publicamente, por outro lado, o reconhecimento das fragilidades de Sporting e FC Porto nos últimos jogos. Mas é impossível ignorar, no grupo, que os leões estão na pior fase da temporada, que as consequências da mudança de treinador são imprevisíveis e que os dragões também atravessaram momento negativo.

Mas os jogadores são os primeiros a saber que só podem contar com eles próprios e de que nada valerá deslizes adversários se não continuarem sem baixar a guarda e vencer. Ninguém vai perder muito tempo, como tal, a olhar para o lado.

Nuno Paralvas in A Bola

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Calma no pito.

Jogo a jogo, com a exigência que se esperava.

Redflyeagle

Deixo aqui uma estatística sobre a divisão dos golos marcados/sofridos por cada 1/4 de hora de jogo, desde o início da época, onde a conclusão é que o Benfica tem sido fortíssimo no último quarto de hora, no que a golos marcados concerne.
Por outro lado, dos 14 golos sofridos, a maioria acontece no 1º e último quarto de hora.
00-15» 8 (M) * 6 (S)
16-30» 9 * 0
31-45» 3 * 2
46-60» 7 * 0
61-75» 7 * 2
76-90» 18 * 4

Ou seja, nas 1ªs partes temos 20-8 e nas 2ªs temos 32-6

tulio_slb

Não vai ter Kokçu no sábado. À partida irá colocar Rollheiser ou Barreiro no meio campo e ficará só com um médio no banco, será interessante perceber se algum médio da equipa B vai trabalhar com a equipa principal esta semana a tempo inteiro.