CN 17ª J: SL Benfica 1 - 2 SC Braga, 04Jan. Sáb. 18h00 *BTV*

Baron_Davis

Dps da cagada em alvalidl, mais uma parte de avanço

Não é apenas a importante questão técnico táctica, não há brio e mentalidade competitiva

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Benfica-SC Braga, 1-2 Benfica só pode queixar-se do que não foi como equipa (crónica)
Quando está uma volta inteira por jogar, é prematuro falar-se em adeus encarnado ao título. Mas que o Benfica deu um tiro no pé, deu, e Carvalhal ganhou, e bem, a Lage...




Foram 61.750 os que estiveram na Luz para ver o Benfica-SC Braga, e quase 60 mil eram afetos à equipa da casa, que entrou em campo com o sabor doce na boca dos dois pontos que o Sporting tinha deixado em Guimarães, que colocavam os campeões nacionais ao alcance da águia. Porém, face ao Benfica, neste final de primeira volta, os leões acabaram por ganhar um ponto, e em relação aos dragões mais tarde se verá.

Houve injustiça na Luz? Nem por sombras. O SC Braga – o maior poço de contradições desta Liga - foi a equipa mais esclarecida, mais adulta e mais fria, e soube aproveitar bem as alamedas que a estrutura defensiva do Benfica continua a construir para a progressão dos adversários, nomeadamente em ataques rápidos.

Bem vistas as coisas, logo aos 17 minutos, na sequência de uma perda de bola de Arkturkoglou, os minhotos tiveram todo o espaço e tempo para fazerem chegar a bola a Fran Navarro (grande empréstimo, para quem o fez e recebeu...) que sem grande oposição bateu Trubin; e aos 40 minutos, Bambu, após um pontapé de canto apontado por Ricardo Horta, foi o único jogador na área encarnada a saltar à bola para fazer, à vontade, o 0-2. Na primeira parte, quantos remates enquadrados teve o Benfica? Zero. Apenas aos 8 minutos Pavlidis esteve perto do golo, mas acertou na malha lateral. Curto, para quem precisava de ter uma abordagem mais assertiva ao jogo, e revelou uma ansiedade que fez o esférico queimar os pés dos jogadores, subtraiu na dinâmica, e levou a que se notasse, à exaustão, a incapacidade de pressionar a saída de bola do adversário e, mais grave ainda, conseguir manter, de forma a mandar nos acontecimentos e não de ir atrás deles, o controlo da partida.

Foi da tática? Não. Bruno Lage, depois de um primeiro tempo amorfo em Alvalade, optou pela solução da segunda metade, que tinha correspondido melhor, mas que acabou por ser um 'flop' contra os arsenalistas. Estes, vindos de uma derrota caseira frente ao Casa Pia, começaram a partida em 4x2x3x1, mas cedo, logo que se viram em vantagem, optaram por um 5x4x1, com o recuo de Gabri e a passagem de Marin para zonas mais interiores, que nunca esteve perto de ser um 'autocarro'. E, para os minhotos, em boa hora não baixaram demasiado as linhas, porque as 'encomendas' que iam chegando do Benfica eram de fraca qualidade.   

OS RISCOS DE LAGE

Após o intervalo, o Benfica regressou em 4x4x2, com o sacrifício de Aursnes para a entrada de Arthur Cabral, que se juntou a Pavlidis, passando o duplo pivot a ser assegurado por Barreiro e Kokçu. Mas as soluções dos encarnados pouco assustaram Matheus, e só aos 52 minutos enquadraram o primeiro remate, que saiu à figura do guarda-redes minhoto. E os males da primeira parte, no que respeita à vulnerabilidade defensiva – por exemplo, como foi possível Bruma ter 'vivido' entre linhas a fazer o que melhor sabe, sem que cuidados especiais fossem tomados? -  mantiveram-se, embora, especialmente a partir da tripla alteração do Benfica, aos 67 minutos (Pavlidis/Amdouni, Arkturkoglou/Schjelderup e Bah/Renato, passando Barreiro para a direita da defesa), o domínio territorial, também por escolha de Carvalhal, passasse a ser mais evidente, embora não melhorasse a lucidez, como vários passes sem rei nem roque de Renato Sanches mostraram.

Foi neste contexto de falta de soluções que Arthur Cabral, aos 78 minutos, tirou um coelho da cartola e, com um belo remate de meia-distância, reduziu para 1-2. Pela Luz passou a ideia de que os derradeiros 18 minutos (12 até aos 90 e mais seis de compensação) iriam ser de grande sofrimento para o SC Braga. Porém, não foi isso que sucedeu. Sem mexer no 5x4x1, Carlos Carvalhal foi ao banco, aos 82 minutos, em jogada de mestre, refrescar o ataque (Horta por Roger e Navarro por El Ouazzani), mantendo um Benfica que, já depois de Di María ter saído, apostava muitas fichas nos cruzamentos de Beste, Carreras e Barreiro, que procuravam Cabral, Amdouni e Otamendi, em contenção, sem que os donos da casa tivessem disposto de alguma oportunidade clara para empatar a partida.

Janeiro, mês de mercado, talvez traga a Bruno Lage soluções que compactem a equipa, que se mostra de uma permissividade defensiva incompatível com altos voos. Porque, ninguém duvide, se os seis pontos perdidos nas últimas duas jornadas da primeira volta contra adversários do 'top quatro' – especialmente da forma que o foram - não fizer soar todas as campainhas de alarme instaladas no eixo Luz-Seixal, a época de 2024/25 dificilmente terá um final feliz para o Benfica.

José Manuel Delgado in A Bola

Aguia-Alentejo

Chegámos,mais uma vez,ao ponto em que qualquer adversário nos consegue anular e controlar,seja fora ou em casa.Tivemos momentos bons,agora estamos num momento mau.

O que temos é um Benfica de retalhos,de momentos.
Está enraizado.
E vai ser assim, até que alguém pegue nisto e se comprometa com um projeto verdadeiramente desportivo,com alto nível de exigência e uma estrutura de base sólida.

fdpdc666

Benfica-SC Braga, 1-2 Destaques do Benfica: 'rei' morto, 'rei' posto.
Pavlidis deixou o jogo pela porta pequena, Arthur Cabral relançou a equipa com um golo bonito; Kokçu e Leandro Barreiro foram os outros sinais positivos de uma equipa francamente desinspirada.




A figura: Arthur Cabral (6)
Saltou do banco logo após o intervalo, raros 45 minutos para mostrar que merece outro tipo de utilização, e não esperou muito tempo para começar a envolver-se na ação atacante da equipa, com aquele seu estilo esforçado, mas nem sempre bonito. Ao minuto 63', a primeira possibilidade de golo, com cabeceamento na área, mas, bem marcado, só conseguiu atirar a bola ao lado. Aos 78, todavia, acertou em cheio, golo bonito, de pé esquerdo, de fora da área, aproveitando interceção oportuna de Leandro Barreiro a passe errado de Horta. O brasileiro, moralizado, foi à luta, na expectativa de poder bisar na partida, mas nunca esteve em posição de poder visar a baliza, sobressaindo, sobretudo, pelo esforço para pressionar a primeira fase de construção dos bracarenses.

Trubin (5) — Primeira defesa ao minuto 27, com a ponta dos dedos, a desviar um remate de Bruma. Não foi um jogo trabalhoso, mas o guarda-redes do Benfica sofreu dois golos e no primeiro, de Fran Navarro, poderia ter sido um tudo nada mais rápido a sair da baliza, pois a receção do jogador do SC Braga não é perfeita e faz com que a bola fuja um pouco. Saída rápida, oportuna, da sua área ao minuto 72, resolvendo problema criado por Carreras.

Bah (5) — Um belo passe a isolar Pavlidis na direita, ao minuto 8, sugeria jogo de qualidade, mas foi, afinal, partida bem difícil, com um combinado de coisas boas e más. Ainda foi visto a disparar de primeira para bela defesa de Matheus, mas também foi um dos homens que colocaram em jogo Fran Navarro no lance do 1-0. E no segundo golo dos minhotos também poderia ter feito algo mais para tentar chegar a Bambu. Acabou por ser substituído, desgastado, com naturalidade, revelando um dos concorrentes, após a saída de Kaboré: nem Aursnes, nem Leandro Santos, foi Leandro Barreiro.

Tomás Araújo (4) — Colocou Fran Navarro em jogo no lance do 1-0, ainda foi atrás dele, mas já sem tempo de reação, e sentiu, de uma forma geral, dificuldades durante toda a partida para acertar marcações. Ao minuto 89 foi, finalmente, visto a neutralizar com clareza um lance perigoso de Bruma, que foi fazendo simulações quase até à área do Benfica.

Otamendi (5) — Ficou de braço no ar a pedir fora de jogo, mas nas costas tinha Tomás Araújo e Navarro a decidirem o lance do 1-0. Ao minuto 24', intercetou passe de morte de Bruma a dois metros da linha de golo do Benfica e foi por um triz que não reduziu perto do intervalo, mas Pavlidis tocou ao de leve na bola, que acabou por ir ao ombro do argentino e do ombro sair por cima da trave. Aos 90' era já um ponta de lança da equipa. Não se pode dizer que não tenha tentado.

Carreras (4) — Um bom corte, oferecendo o peito à bola, já bem perto da sua baliza, foi, provavelmente, o melhor momento da primeira parte. Subiu um bocadinho de rendimento no segundo tempo, apareceu ao minuto 63 com um bom cruzamento para Arthur Cabral, mas foi tudo. E quase se meteu em sarilhos ao minuto 72, quando era o último homem e atrasou mal. Foi salvo pela saída rápida de Trubin.

Aursnes (4) — Não regressou para a segunda parte, após primeira discreta e sem influência.

Kokçu (6) — Com bola, foi dos melhores do Benfica, entrando bem na primeira parte e na segunda, com jogadas bem construídas a merecerem outro tipo de tratamento dos companheiros. Um bom remate, um livre marcado de forma inteligente, servindo bem Di María em zona frontal à baliza, o maior pecado terá sido a forma como se deixou dominar pelo bloqueio de Adrián Marín no lance do golo de Bambu. Era o marcador do central.

Leandro Barreiro (6) — Começou no meio-campo, terminou como lateral-direito, após a saída de Bah. Como médio, os mínimos, combinando bem com Pavlidis nos primeiros minutos, mas sendo depois superado pelos adversários. Sempre generoso, foi para o lado direito da defesa e ainda foi capaz de intercetar passe mal dirigido de Horta para servir Arthur Cabral.

Di María (5) — Ao minuto 11 tentou o drible em zona perigosa, perdeu a bola, a equipa estava desequilibrada, mas não houve consequências, aos 32' cruzou bem para Carreras, aos 65' atirou forte, da esquerda, remate cruzado, bola ligeiramente ao lado. Primeira parte inconstante, segunda melhor, acabando por sair quando estava na fase positiva da sua exibição.

Pavlidis (4) — Escapou-se em velocidade ao minuto 8, evitou Matheus com classe, mas errou depois a baliza. O ângulo não era o melhor e acertou na base do poste/malha lateral. Ao minuto 61 pensou bem, viu Di María solto na área, mas executou mal, errando o passe por 5 metros. E saiu pouco depois.

Akturkoglu (3) — Passes errados atrás de passes errados.

Schjelderup (4) — Entrou aos 67', aos 74' a primeira ação, remate acrobático que levou a bola para bem longe da baliza. Muita vontade, muita ansiedade.

Renato Sanches (5) — Entrou aos 67', errou passes, mas assumiu sem receios a construção e ofereceu velocidade à equipa.

Amdouni (5) — Entrou aos 67', aos 68' atirou à figura de Matheus, depois, de livre direto, disparou, mal, ao lado. Nem tudo correu bem, mas arrisca.

Beste (4) — Entrou aos 82', foi visto numa cabeçada sem perigo para Matheus e pouco mais.

Nuno Reis in A Bola