Decifrando imagens do passado

RedVC

#180
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A Missão Portugueza Intelectual e Sportiva no Brasil, 1913 (parte II)

Finalizando a maratona de imagens da digressão da AFL no Brasil em 1913.
Depois da primeira semana foi tempo para o 4º e mais importante jogo no Rio de Janeiro, o jogo contra o Botafogo F.C. Depois foi tempo para a partida para São Paulo onde se disputariam mais três jogos. Curiosamente a equipa Portuguesa ganharia apenas... os dois jogos mais importantes, ou seja aqueles em que estavam em jogo os troféus e que foram disputados contras as equipas teoricamente mais fortes. Esses troféus ainda hoje são exibidos na AFL.





E como hoje, as diferenças entre o Rio de Janeiro e São Paulo devem ter sido notórias para a comitiva Portuguesa. Estes foram alguns dos locais visitados pela comitiva.





Os três jogos foram disputados no Velódromo Paulistano.

Finda a aventura Paulista a comitiva regressaria ao Rio de Janeiro para as despedidas e para os últimos compromissos sociais, em particular a recepção na Embaixada de Portugal no Brasil.





Assim em termos de balanço, temos 2 vitórias 3 derrotas  e 2 empates:

Rio de Janeiro
13 Julho  1913 - AFL vs Misto inglês (Rio Cricket e Paysandu) 1-3.
14 Julho  1913 - AFL vs Misto brasileiro 0-1.
17 Julho  1913 - AFL vs Liga Metropolitana 0-0.
20 Julho  1913 - AFL vs Botafogo F.C. 1-0.

São Paulo:
23 Julho  1913 - AFL vs  A. Atlética das Palmeiras  2-2.
25 Julho  1913 - AFL vs Colégio Mackenzie 1-5.
26 Julho 1913 - AFL vs Clube Atlético Paulistano 1-0.

Os portugueses marcaram 6 golos e sofreram 11. Artur José Pereira foi o máximo goleador com 3 golos. Marcaram ainda Carlos Sobral, António Stromp e Boaventura Belo.

Foram totalistas:
Henrique Costa (7);
Carlos Homem de Figueiredo (7);
António Stromp (7);
João Bentes (7)

Jogaram ainda:
Cosme Damião (6);
Artur José Pereira (6);
José D. Fernandes (6);
Álvaro Gaspar (6);
Luís Vieira (6);
Carlos Sobral (5);
Augusto Paiva Simões (4);
Eduardo Luís Pinto Basto (3);
Boaventura Belo (3);
Amadeu Cruz (3);
Francisco Stromp (1).
Cândido Rosa Rodrigues, lesionado (0).



M1904

#181
Excelente.  O0

Penso que a AFL chegou no ano passado a assinalar essa data, lembro-me de ter lido algo sobre isso, com uma exposição, mas entretanto não encontrei nada.

Interessante algumas notas sobre a viagem ao Brasil:

"1-Os cinco valiosos troféus que o grupo trouxe do Brasil pelas vitórias alcançadas ficaram retidos na Alfândega, pois estavam sujeitos ao pagamento de direitos considerados inconcebíveis numa representação de carácter desportivo e de propaganda de Portugal. Graças a Francisco Luís da Silva Calejo e ao despacho do então Primeiro-Ministro, Afonso Costa, foram libertados só em 1915!

2-Luís Vieira, do Benfica, não regressou a Portugal, pois ficou a jogar no Botafogo.

3-Júlio de Araújo, dirigente da Associação de Futebol de Lisboa, considerou acertada a escolha do mandatário da A.F.L., porquanto de outro modo maiores teriam sido os incidentes com o jornalista Duarte Rodrigues, que se arvorou em empresário e que só na situação oficial de Cosme Damião encontrou entraves para os seus excessos."

4-Para capitão do grupo foi eleito, pelos jogadores, Cosme Damião, que era o capitão do S.L.B., campeão de Lisboa nessa época.
Eduardo Luís Pinto Basto foi nomeado secretário do grupo. A direcção da A.F.L. confiou também a Cosme Damião a representação oficial da Associação no Brasil e entregou-lhe para despesas de representação 150$00 (cento e cinquenta escudos) [hoje, 75 cêntimos de euro...].

PS- No Museu do Benfica, no espaço dedicado a Come Damião, está lá a Bengala oferecida pelo Botafogo ao Cosme Damião. Interessante e historico!  O0


Aqui nesta pagina/blog podem encontrar mais alguma informação, incluindo alguns dos troféus:

http://albertohelder.blogspot.pt/2013/06/associacao-de-futebol-de-lisboa-o.html

Ver também nessa pagina a entrevista de Cândido Rosa Rodrigues em 1965, sobre essa viagem e outros assuntos, incluindo algumas considerações sobre Félix Bermudes:

1-"- Mas então, embora muito sumariamente, não era estabelecido qualquer plano para os jogos?
Visivelmente encantado pela ingenuidade da pergunta, o nosso «jovem» respondeu:
- Não meu amigo. Nessa época cada jogador tinha uma zona do campo onde actuava e dali quase não saía.
Tácticas não havia e somente um homem, que me lembre, se arriscou a falar em tal.
E num tom de verdadeira saudade continuou:
- Esse homem foi Félix Bermudes, uma pessoa inteligentíssima e que já nessa época, portanto com dezenas de anos de avanço, procurava estabelecer planos tácticos para cada jogo. Como deve calcular não o levávamos a sério e por nós foi alcunhado do «tácticas». Se fosse hoje...
Sem que o deixássemos interromper, prosseguiu:
- Já que falei de Félix Bermudes deixe-me contar-lhe um facto que prova o seu bom senso e o tom precavido de todos os seus actos. Ora escute: muitos dos nossos jogos eram realizados nuns terrenos frente ao campo das Salésias, chamados «Terras do Desembargador». Para aí iam também os soldados de determinado regimento de cavalaria fazer os seus exercícios. Pois bem. Félix jogava sempre de calças compridas e luvas, como precaução contra o tétano. Era o único em tais preparos. Como vê em tudo o que ele era precavido e meticuloso. Não admira, portanto, que pensasse também impor certa disciplina ao jogo."


RedVC

#182
Obrigado M1904 O0 Essas notas são excelentes e revelam alguém que é um conhecedor.  Algumas notas sobre essas notas

1- Eu conheço essa página do excelente blogue do Senhor Alberto Hélder. Obrigado por essa menção pois não lhe fiz a justiça devida. Os troféus são muito bonitos e de facto essa situação foi foi recambolesca.

2- Sim, Luís Vieira é um caso interessante. Gostaria de falar dele um dia destes. Já tenho alguns elementos mas falta-me uma peça que está difícil encontrar.

3 - Tinha-me esquecido de Júlio de Araújo, tenho ideia que ele também esteve na comitiva e que foi um dos que partiu em viagem de recreio para a Argentina.
Foi uma figura do SCP, aqui está uma fotografia dele:

4 - Sim, a Cosme Damião foi reconhecido mérito desportivo e humano. Essa bengala e o castão são prova disso mesmo. Duarte Rodrigues esteve envolvido pelo menos num pequeno mal-entendido o que aliás o levou a fazer um desmentido pela imprensa. Aparentemente foram algumas afirmações menos felizes que terão caído mal. Se calhar um reflexo de tradicional problema de comunicação (Português PT vs Português BR...)

5 - Os arquivos de Cândido Rosa Rodrigues devem ter mais pérolas. Tenho ideia que era o mais organizado existindo aliás uma agenda onde registava notas sobre diversos jogos daquele período 1903-1907. Aliás não me admiraria que os descendentes de Cândido e dos outros seus três irmãos tenham diversas recordações dessa época. Era uma família de gente esclarecida e com posses. Há várias coisas interessantes em relação à família Rosa Rodrigues. Um dia será talvez interessante voltar a falar deles. É uma ironia amarga que tenham todos virado Sportinguistas.



RedVC

#183
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A última ceia.


4 de Maio de 1949 foi um dia triste para a memória colectiva, para todos os desportistas e em particular para os Gloriosos Sport Lisboa e Benfica e Torino F.C.

Em contraste, o dia anterior foi um dia feliz, um dia pleno de convívio humano, de desporto, de vida. Foi o dia da brilhante e justa homenagem ao nosso grande capitão Chico Ferreira. Nessas horas felizes decorreu um programa social e um programa desportivo que vincaram a enorme categoria e simpatia dos italianos assim como a grandeza e popularidade do nosso capitão.


Recepção no salão de honra do Município de Lisboa:

Distinguem-se Francisco Ferreira, Valentino Mazzola, Dr. Mário Madeira (presidente do Benfica), Dr. Álvaro Salvação Barreto (presidente da Câmara de Lisboa), Egri Erbstein (director técnico Torino), Lievesley (treinador do Torino), entre outros. Fonte: Çula, http://serbenfiquista.com/forum/memorias/benfica-em-alta-resolucao/45/

Jogo no Estádio Nacional:

Valentino Mazzola, Henry Pearce (árbitro Inglês) e Francisco Ferreira.
Fonte: http://www.listal.com/viewimage/5234711



Mazzola salta com o nosso guarda-redes (que já tenho visto indicado ser Pinto Machado - terá havido substituição? - que faria o último jogo pelo SLB cinco dias depois...) - Estão rodeados de Benfiquistas, Jacinto (2), Fernandes, Félix (5) e Moreira (4).
Fonte e créditos: http://www.tgcom24.mediaset.it/sport/speciale-amarcord/l-ultima-partita-del-grande-torinoa-lisbona-fini-4-3-per-il-benfica_2109126-201502a.shtml

Equipas

De pé e da esquerda para a direita: Jacinto, Moreira, Fernandes, Félix, Francisco Ferreira, massagista, Rogério Contreiras. Agachados: Corona, Arsénio, Espírito Santo, Melão e Rogério Pipi.


De pé e da esquerda para a direita: Lievesley (treinador), Castigliano, Ballarin, Rigamonti, Lloik, Mazzola, Bacigalupo e Egri Erbstein (director técnico). Agachados: Martelli, Menti, Grezar, Gabetto e Ossola.


O Benfica ganhou esse jogo emocionante que terminou em fraterno convívio entre as duas equipas. Nesse jogo, a gloriosa comitiva do Torino demonstrou bem a sua qualidade desportiva.

À noite demonstraram também que eram campeões da simpatia ao participar num banquete de convívio entre os dois clubes em que se deu continuidade à homenagem ao nosso grande capitão.

Essa descontraída ceia decorreu no restaurante Alvalade, na zona do Campo Grande:


Restaurante Alvalade ao Campo Grande. Exterior e interior do salão de jantar.
Fonte: http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2014/07/lago-do-jardim-do-campo-grande.html

viria a ser a última ceia dos imortais italianos, ficando imortalizada nesta excelente fotografia:


Interior do salão do Restaurante Alvalade, noite de 3 de Maio de 1949. Jantar e momento de convívio em homenagem a Francisco Ferreira.
Fonte e créditos:
http://www.tgcom24.mediaset.it/sport/speciale-amarcord/l-ultima-partita-del-grande-torinoa-lisbona-fini-4-3-per-il-benfica_2109126-201502a.shtml

É difícil fazer as identificações mas percebe-se que em primeiro plano temos alguns dos jogadores italianos, Lloik, Ballarin, Gabetto, Ossola. Dos nossos, lá atrás distinguem-se o defesa Fernandes e Rogério Pipi. Estiveram lá com certeza todos os outros jogadores Benfiquistas mas o ângulo não permite mais identificações. Gostava de ter mais fotografias desse evento pois não vejo por exemplo o nosso Francisco Ferreira.

Com as bandeiras dos dois clubes por trás, a mesa dos dirigentes era presidida pelo Dr. Mário Madeira e pelo Major Ribeiro dos Reis, respectivamente presidente da Direcção e da assembleia geral do Sport Lisboa e Benfica. Estariam lá também outras figuras Benfiquistas e também os dirigentes e técnicos da comitiva Italiana.

Dispenso-me a transcrever a excelente descrição desse convívio feita na revista Mística por Luis Lapão. Pode ser lida no Indefectível: http://oindefectivel.blogspot.pt/2011/08/grande-torino.html

No dia seguinte, o dia do acidente o Diário de Lisboa publica a notícia do banquete. Em breve a notícia seria outra.



Glória ao grande Torino. Glória aos seus campeões.



Um clube que ficará para sempre ligado ao Glorioso.


Theroux



Em 1965, a pedido da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), o Benfica disputou um entusiasmante jogo de futebol com o Eintrach a fim de ajudar monetariamente aquela instituição. A iniciativa foi um sucesso e, no final, a CVP condecorou o Clube com a medalha da Cruz Vermelha de Benemerência. Este diploma documenta esse momento histórico.

Cuccittini


RedVC

#186
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A noite da Cruz Vermelha.

Noite de 7 de Outubro de 1965, Estádio da Luz:

Fonte: DL, 8/10/1965

Aproveitando a boleia do post do Theroux, falemos dessa noite de 7 de Outubro de 1965, em que uma vez mais o Sport Lisboa e Benfica se associou a uma iniciativa em benefício de uma instituição com missão no apoio social a desprotegidos da sociedade e a vítimas de cataclismos.

Mas ainda antes, recuemos no tempo. Recuemos muito no tempo para demonstrar que essas iniciativas do Benfica tem raízes na nossa história inicial.

De facto, é uma tradição que tem sido respeitada ao longo das décadas de história do nosso clube. Tradição essa que tem o seu primeiro capítulo no já longínquo dia 2 de Fevereiro de 1909. Nesse dia o nosso Cosme Damião teve papel relevante numa iniciativa da Liga Portugueza de Foot-Ball, antecessora da AFL. Reuniram-se diversas vontades para que no terreno do SCP, o melhor à época, fosse organizado um jogo de beneficência em favor das vítimas de um terramoto na Sicília e na Calábria.


Edifício do Banco de Itália em Messina, um exemplo da devastação do cataclismo.
Fonte: http://www.grifasi-sicilia.com/messina_terremoto_1908_banca_italia_gbr.html

Aliás a própria Cruz Vermelha estava presente em Messina e como seria de esperar teve um papel relevante na resposta imediata às vítimas do cataclismo.


Imagens terríveis foram registadas nesse dia 28 de Dezembro de 1908 e nos dias seguintes:


Nesse jogo de Fevereiro de 1909, o nosso clube forneceu oito dos onze jogadores (só não forneceu nove porque Henrique Costa estava doente...) que ajudaram a vencer por 4-1 os mestres Ingleses do Carcavellos FC. No Tiro e Sport foi dado particular destaque ao grande defesa Leopoldo Mocho e à grande estrela da época Artur José Pereira. Algum detalhe do jogo de 1909 no nº 3 deste tópico (-3- Um jogo de beneficência.)


Fonte: Tiro e Sport, 20 de Fevereiro 1909. Perspectiva do lado da baliza do Misto Português, onde se vê o nosso guarda-redes João Persónio. Ao seu lado direito suspeito estar (embora admito sem provas) Félix Bermudes. 

Irónicamente, esse gesto de solidariedade foi algo premonitório pois em 23 de Abril desse ano dar-se-ia também um devastador terramoto em Benavente.



Mas voltemos a avançar cinquenta e seis anos. Voltemos a essa noite de 7 de Outubro de 1965.

No relvado encharcado do Estádio da Luz escreveu-se mais um capítulo do papel social e benemérito que o Benfica sempre soube honrar. Assistiram cerca de 30.000 espectadores que por diversas vezes manifestaram o seu desagrado pelo fraco jogo do Benfica. O Benfica jogou no entanto com diversas ausências de vulto entre as quais Coluna e Eusébio, este último por se ter casado na segunda feira anterior.

No final, empate 0-0 com boa exibição do nosso guarda-redes Melo e do grande Germano. Os Alemães jogaram bem mas com desacerto na concretização. Destaque para Grabowski um jogador que viria a dar cartas na selecção Alemã. O Eintracht tinha um novo treinador, Elek Schwarz que tinha deixado recentemente o Benfica e que ficaria no clube Alemão até 1968.


Fonte: DL, 8/10/1965

Nessa noite o Eintracht foi agraciado com uma condecoração da Cruz Vermelha e o Benfica recebeu a Taça Turismo.


Fonte: DL, 8/10/1965



RedVC

#188
Citação de: Lorne Malvo em 17 de Abril de 2015, 00:37
Citação de: RedVC em 16 de Abril de 2015, 20:57
Citação de: Fake Blood em 16 de Abril de 2015, 20:29


Estádio?

Bonfim.

http://serbenfiquista.com/jogo/v-setubal-sl-benfica-16

V. Setúbal 0 x 2 SL Benfica, Campeonato Nacional, 13 Fev 1988

Sábado, Fevereiro 13, 1988
1   Silvino   
2   Dito   
3   Carlos Pereira   
4   Mozer   
5   Álvaro Magalhães   
6   Elzo   
7   Padinha   
8   Diamantino (C)   
9   Pacheco   
10   Magnusson   
11   Rui Águas

Suplentes:
?   Veloso   
?   Shéu

Eh pá, o Carlos Pereira e o Padinha! Há nomes que um gajo quase apaga da nossa memória, há anos que não me lembrava deles.

O Carlos Pereira ainda foi presidente do Farense e acho que teve uns cargos federativos. Do Padinha não sei rigorosamente nada.

Padinha, um bicampeão. Tal como Carlos Pereira e outro nome obscuro também aqui tratado, o guarda-redes Diamantino vindo da Sanjoanense:

http://observador.pt/2015/05/14/padinha-diamantino-os-bicampeoes-ninguem-lembra/

este artigo apresenta aliás várias fotografias deliciosas:






Néné, Carlos Pereira, Filipovic, Alberto Bastos Lopes, Eriksson, Stromberg, Carlos Manuel II, José Luis

E reparem nesta da selecção de júniores em que Diamantino defendeu as redes:


De pé: Venâncio (SCP), ?, Diamantino (Sanjoanense/SL Benfica), ?, Morato (scp), ?, Jaime (Amora), José Augusto, ? Em baixo: ?, ?, Chico Faria (SL Benfica), João Pinto (FCP), ?, ?

Alguém consegue identificar mais?

Olhando para diversas convocatórias percebe-se que essa selecção de júniores tinha alguns jogadores interessantes:

Grs. - Diamantino (Sanjoanense/SL Benfica) e Guimarães (SL Benfica/Torralta)

Dfs. - Morato (SCP), Mário Paz (CFB), Venâncio (SCP), Madureira (F. C. Porto), Feliciano (SCP), Paulo Vilar (CFB), Pedro Lopes (CFB)

Mds. - Jaime Mercês (Amora/CFB), Décio (SL Benfica/Torralta), Vieira (Nacional) e Jorge Silva (CFB), Chainho (Vit. Setúbal), Pinheiro (FCP) e José Duarte (Marítimo)

Avs. - Faustino (Vit. Setúbal), Chico Faria (SL Benfica), Carlos Ferreira (SL Benfica), Carlos Brito (Boavista FC), Laranja (SC Braga), Dé (SCP), Bonito (CFB) e Futre (SCP).

Seleccionador - José Augusto.


Lorne Malvo

Essa equipa de juniores é de que época?


RedVC

Citação de: Fake Blood em 16 de Julho de 2014, 21:16
Caros profissionais da decifração, acudam-me!
Os arquivos por vezes confundem mais do que esclarecem!

No meio de mais uma exploração dou com esta foto:


Com a seguinte descrição:

Acto de cerimónia protocular de entrega de taça, referente a evento não identificado, inferindo-se, no entanto, que possa estar relacionado com a condecoração da Ordem de Cristo, atribuída à agremiação Sport Lisboa e Beira de que faz parte o Futebol Club da Beira.

DATAS DESCRITIVAS
[1930-1942]

Eu nem sabia que existia um Sport Lisboa e Beira. Uma filial no estrangeiro, suponho eu com base em mais fotos do Sport Lisboa e Beira.
Se não tivesse qualquer descrição eu diria que era o nosso presidente Manuel da Conceição Afonso a receber a taça de campeão da Federação no Estádio do Belenenses.
Estarei eu a alucinar ou estará o arquivo redondamente errado?  :confused:

e

Citação de: RedVC em 17 de Julho de 2014, 20:43
A fotografia saiu num número do jornal do Benfica na década de 80 a propósito do campeonato de 1936-1937, o segundo campeonato que conquistamos.
Era um conjunto de crónicas publicadas na última página e assinadas por Vieira de Carvalho. Descreviam detalhadamente a evolução e conquista dos campeonatos ganhos pelo Benfica até à época de 1982-1983.




esta fotografia é do mesmo dia, tirada no Campo das Salésias:



pena é que a qualidade seja fraca.

RedVC

#192
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Ascenção e queda do Pantufas.

Começamos hoje com uma fotografia que ilustra o auge da carreira de Félix Antunes, o nosso Pantufas. Nela se vê Félix, capitão de equipa, em plena entrevista concedida a Artur Agostinho um sportinguista e um grande e respeitoso profissional radiofónico.


Félix Antunes entrevistado por Artur Agostinho numa final da Taça de Portugal. Na foto identifica-se também o comentador radiofónico Alves dos Santos. Fonte: Esporte Ilustrado, 1951


Félix Assunção Antunes, nasceu no Barreiro em 14 de Fevereiro de 1922 e faleceu com 76 anos, no dia 6 de Julho de 1998 na cidade de Pretoria, África do Sul. Mas de certa forma morreu muito antes. Em 1953, com apenas 31 anos, Félix morria para o futebol. Morria numa tarde infeliz de futebol na cidade de Setúbal.


Félix Antunes no traço do desenhador António Maia. Lente em futebol. Imans nos seus pés. Um craque!
Fonte: Esporte Ilustrado, 1951

Félix fez a sua formação na CUF do Barreiro, e depois de se ter destacado, por volta de 1938 transferiu-se depois para a CUF de Lisboa onde também jogaram outros elementos de valor como Travassos e Passos (SCP).

Mais informação sobre o Unidos Futebol Clube / CUF:
http://futebolsaudade-victor.blogspot.pt/2010/11/lisboa-e-os-unidos.html
http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2012/06/cuf-companhia-uniao-fabril.html



Em 1944, o Benfica consegue ganhar a corrida à sua contratação. Félix era já notado e tinha muitos pretendentes. Como nessa altura o Benfica tinha dois excelentes médios, Moreira e Francisco Ferreira, Félix acabaria por jogar pouco nas duas primeiras épocas tendo sido obrigado a recuar no campo.

De acordo com o magnífico blogue "Vedeta ou Marreta", http://vedetaoumarreta.blogspot.pt/2010/06/n186-felix-antunes.html; Félix estreou-se de águia ao peito em 26 de Novembro de 1944, no Campo Grande num jogo contra o Estoril ganho pelo Benfica por 2-0. E no mesmo blogue percebemos o trajecto futebolístico de Félix:

1954/55 - Torreense - ? Jogos / ? Golos
1953/54 - S.L.Benfica - 3 Jogos / 0 Golos
1952/53 - S.L.Benfica - 17 Jogos / 0 Golos
1951/52 - S.L.Benfica - 25 Jogos / 0 Golos
1950/51 - S.L.Benfica - 20 Jogos / 0 Golos
1949/50 - S.L.Benfica - 25 Jogos / 0 Golos
1948/49 - S.L.Benfica - 23 Jogos / 1 Golo
1947/48 - S.L.Benfica - 10 Jogos / 0 Golos
1946/47 - S.L.Benfica - 23 Jogos / 0 Golos
1945/46 - S.L.Benfica - 1 Jogo / 1 Golo
1944/45 - S.L.Benfica - 1 Jogo / 0 Golos


Apesar da sua enorme classe, Félix terá marcado apenas 3 golos na sua carreira Benfiquista. Segundo a base de dados do SB esses golos aconteceram nos seguintes jogos:
SL Benfica 4 x 2 Boavista   12/05/1946
SL Benfica 6 x 1 Sp. Covilhã   23/01/1949
Atlético CP 2 x 2 SL Benfica   24/09/1950

Sendo que apenas o primeiro não terá sido na transformação de uma grande penalidade.

No Benfica, jogando como defesa central ou como médio centro, Félix espalhou a sua classe e elegância a jogar. Dele chegou a dizer o jornalista Inglês Roy Peskett, que era um dos melhores do mundo. Assim antecedeu com igual classe, os notáveis Germano de Figueiredo e Humberto Coelho. Em minha opinião, nos 111 anos do nosso clube há uma verdadeira dinastia de defesas centrais Benfiquistas de excepção.

Ela foi iniciada por Henrique Costa (1907-1919) e por Leopoldo Mocho (1907-1917) e passou depois pelas décadas que se seguiram por António Pinho (1918-1933), Gustavo Teixeira (1932-1939), Félix Antunes (1944-1954), Germano de Figueiredo (1960-1967), Humberto Coelho (1968-1984), Carlos Mozer (1987-1995), Ricardo Gomes (1988-1996) e que actualmente tem continuidade em Luisão (2003-...).

Existem alguns outros nomes que se tivessem ficado no Benfica mais algum tempo ou se tivessem beneficiado de circunstâncias um pouco mais felizes poderiam ter assumido um lugar nessa dinastia. Homens como Luciano, Eurico Gomes, Gamarra e Garay.


A gloriosa equipa Benfiquista que venceu a Taça Latina na tarde de 18 de Junho de 1950. Em cima, da esquerda para direita: Moreira, Félix, Fernandes, Contreiras, José da Costa, Jacinto, Barros. Em baixo: Corona, Arsénio, Julinho, Rogério Pipi, Rosário. Talvez o momento mais cintilante de Félix e de todos os seus companheiros.

Na altura não haviam muitos jogos internacionais mas ainda assim Félix viria a ser internacional Português por cerca de 15 vezes.


Félix numa das suas internacionalizações. Entre outros companheiros notam-se Francisco Ferreira e Fernando Caiado. Fonte: Vedeta ou Marreta


Uma das últimas internacionalizações de Félix. Contra a Itália no Estádio Nacional. Uma selecção onde predominavam lagartos. Fonte: Largo dos Correios.

E foi justamente num desses jogos, o seu último jogo pela selecção, que viria a ser decisivo para o seu fim como jogador. Tudo aconteceu antes e depois de uma tristemente célebre derrota da selecção Portuguesa. Derrota por 9-1 no dia 26 de Setembro de 1953 em Viena contra a Áustria. Nesse jogo, Félix terá tido um comportamento competitivo pouco condizente com a sua qualidade e estatuto. Era seleccionador Salvador do Carmo (homem ligado ao Belenenses) e foi de facto uma das piores derrotas da história da nossa selecção. Aqui se pode ver:


Jogaram por Portugal: Barrigana, Virgílio, Carvalho, Félix, Castela, Ângelo, Travasso, Serafim, Vasques, José Águas, Rogério. Entraria ainda Martins.

O único golo de Portugal foi marcado pelo grande José Águas, aliás considerado o melhor avançado Português. Muita coisa estaria para mudar com a chegada pouco tempo depois ao futebol luso de homens como Otto Glória, Mário Coluna e Alberto Costa Pereira...

Mas voltando a Félix, dele disse Tavares da Silva no Diário de Lisboa de 28-09-1953: "Félix não brihou fazendo porventura a sua menos boa actuação internacional. Faltou-lhe sobretudo, conjugação com os parceiros." Ou seja nada de muito a destoar perante o desacerto geral.

Fora de campo, Félix terá no entanto estado ainda envolvido em situações de menor empenho durante o estágio que lhe custaram um processo disciplinar. Multado pela selecção e na sequência também penalizado pelo Benfica, Félix não aceitou bem esses castigos.

Pouco depois viriam mais factos graves. Fatalmente graves.

No dia 18 de Outubro de 1953, aquando da terceira jornada do campeonato nacional de 1953/54, o Benfica foi a Setúbal jogar contra o Vitória no antigo Campo dos Arcos. Félix entrou emocionalmente desfeito nesse jogo de Setúbal. E correu mal. Correu muito mal. Derrota por 5-3:

Campeonato Nacional ; V. Setúbal 5 X 3 SL Benfica
18 Out 1953
Equipa inicial: José Bastos, Ângelo Martins, Félix Antunes, Artur Santos, Joaquim Fernandes, Fialho, Rogério Pipi, Francisco Moreira, Fernando Caiado, José Águas, Arsénio
Treinador: Ribeiro dos Reis
Golos: Rogério Pipi, Fernando Caiado, José Águas
Fonte: http://serbenfiquista.com/jogo/v-set%C3%BAbal-5-x-3-sl-benfica

Foi o seu ultimo jogo de águia ao peito.


Uma das últimas equipas que Félix integrou. Bastos, Artur, Francisco Moreira, Félix, Fernandes, Angelo; Rosário, Arsénio, Águas, Vieira, Rogério. Fonte: http://equipasfutebol.blogs.sapo.pt/tag/benfica

Ecos desse jogo:


Fonte: Tavares da Silva, DL 19/10/1953.

Curiosamente o jornalista dá enfoque à linha media do Benfica e nem por uma vez refere o nome de Félix. Mas, apesar dessa tempestade no campo, o desastre maior dar-se-ia nos balneários.

Revoltado pelos dia anteriores e com a derrota ainda quente, escudado no seu estatuto de (aparentemente) intocável, Félix cometeu actos que lhe custaram a carreira. Actos que mancharam para sempre a sua vida como homem e atleta. Terá num gesto de raiva atirado com a camisola da águia ao chão, te-la-á pisado e depois atirado com as botas ao ar.

Implacável, o grande presidente Joaquim Ferreira Bogalho que estava presente no local actuou rapidamente. E pode-se dizer que esteve à altura da história do Benfica. O clube acima de qualquer homem. Implacável, Bogalho ali mesmo determinou que Félix não jogaria mais de águia ao peito. E assim foi. Foi o fim. Félix efectivamente não jogaria mais pelo Glorioso. Perderia alias a hipótese de ainda vir a jogar no Estádio da Luz que estava a pouco mais de um ano de vir a ser inaugurado.

Como explicar esta atitude de um homem com 10 anos de Benfica? De um capitão de equipa? De um homem tão experimentado? Em minha opinião foi uma infeliz conjugação de circunstâncias.


Fonte: DL, 19/10/1953. A única imagem que tenho do célebre jogo em Setúbal. O grande José Águas eleva-se no ar tentando bater o guarda-redes do Vitória de Setúbal.

Apareceram depois ecos desta situação na imprensa:


Fonte: DL, 21/10/1953

E um comunicado da Direcção, esclarecia oficialmente a situação, suspendendo o jogador por tempo indeterminado:


Fonte: DL, 22/10/1953


Impedido de voltar a jogar num grande, não sendo frequente a transferência para o estrangeiro, Félix ainda viria a tentar jogar pelo Torreense. Mas num novo golpe cruel cedo sofreu uma grave lesão que ditou logo ali uma triste e imerecida despedida precoce dos campos de futebol. Não mais se veria Félix num campo de futebol.

Perdeu o Benfica e perdeu o homem. Não sei depois qual foi o seu trajecto de vida mas de facto a partir daí as notícias deixaram de falar deste jogador.

A página inicial deste jogador neste forum é excelente. Merece ser lida:

A memória deste jogador nunca poderá ficar esquecida daquela atitude grave e irreflectida. Todos os Benfiquistas com algum conhecimento da história do clube terão sempre um nó na garganta acerca deste capítulo final da carreira de um jogador de excepção. Félix era um jogador impressionante e cheio de qualidade. Ainda assim acabou para o futebol aos 31 anos de idade. É assim, o futebol. Será sempre assim o futebol. Por mais alto que se chegue há sempre hipótese de se cair e desaparecer por completo. Mas ainda assim a história tem algum poder de redenção. Lembrar é homenagear. Não se trata de limpar os factos mas antes tentar ser justo nessa memória. Esforço aliás que a memória de Félix merece. Foi um dos nossos, foi um dos melhores e por isso deve ser sempre lembrado. O clube estará sempre acima de qualquer homem mas os homens particularmente os de excepção devem ser sempre lembrados. De forma justa.

Obrigado Campeão. Descansa em Paz.

RedVC

#193
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Escultor de excepção, futebolista sem fronteiras.


24 de Abril de 1930. No seu atelier, Francisco esculpia a cabeça de uma estátua monumental. Em cima podia ver-se o busto feminino oficial da República portuguesa e ao lado a estátua de Prometeu que está hoje no Jardim Constantino. Todas obras destinadas a perdurar na memória colectiva deste país.


Fonte: TT.

Dava talvez alguns retoques decisivos. Mas, apesar da evolução do projecto Francisco já não viveria o suficiente para ver a sua inauguração.


Fonte: TT.

Dois meses mais tarde, a 27 de Junho de 1930, Francisco dos Santos morria. Com apenas 52 anos de idade morria vítima de uma congestão cerebral.


Fonte: Século Ilustrado


Outros tratariam de a concluir.


Fonte: TT.

Finalmente a 13 de Maio de 1934, oito anos depois de iniciadas as obras (dezassete depois de lançada a primeira pedra e vinte e um depois da conquista do concurso...) era inaugurado o monumento a Sebastião José de Carvalho e Melo. E assim numa rápida cronologia visual



1917, lançamento da primeira pedra com presença do presidente da Republica Dr. Bernardino Machado.


Fonte: http://restosdecoleccao.blogspot.pt/2014/11/monumento-ao-marques-de-pombal.html


1926, início das obras.

Podem distinguir-se os autores do projecto: Adães Bermudes (4º a contar da esquerda), António do Couto (11º) e Francisco dos Santos (12º).
Fonte: http://manuel-bernardinomachado.blogspot.pt/2014_07_01_archive.html


1934, inauguração

13 de Maio de 1934, inauguração do monumento com a presença do presidente da Republica General Óscar Carmona.
Fonte: http://manuel-bernardinomachado.blogspot.pt/2014_07_01_archive.html

Quem poderia imaginar que esse talentoso escultor, futebolista pioneiro do Sport Lisboa depois levado para o SCP, viria a esculpir o leão mais celebrado pelos Benfiquistas? Nota curiosa, os outros autores do projecto foram... os arquitetos António do Couto e Adães Bermudes (irmão de Félix Bermudes). Todos de alguma forma ligados ao Benfica.


Mas voltando a Francisco... Nascido em 1878, na localidade de Paiões, Rio de Mouro, Sintra, ficou ficou órfão de pai aos dois anos de idade. Por isso deu entrada na Casa Pia, onde fez os seus estudos e se fez homem. Cedo revelou grande talento para o desenho e para a escultura. Ao mesmo tempo esteve presente no momento chave em que dois dos seus colegas, Bruno do Carmo e Januário Barreto (primeiro presidente eleito do Benfica) sob o patrocínio do provedor introduziram o futebol na Casa Pia. E também aí Francisco dos Santos revelou grande talento. Tornou-se um membro ilustre das célebres equipas da Casa Pia de 1893 e 1894 que ousaram vencer os Ingleses do Carcavellos e que forneceram alguns dos mais notáveis jogadores para as primeiras equipas do nosso clube. Aliás a Casa Pia seria um viveiro incontornável nas duas primeiras décadas do Benfica.


Rodeado de outras grandes figuras Casapianas, Francisco é o jogador mais à direita.

E de facto, Francisco não foi apenas um escultor excepcional mas também um futebolista de talento. Essa mistura levou-a a uma circunstância feliz e de todo improvável. Francisco teve a visão de enriquecer a sua formação artística fora do país. Assim por volta de 1903 partiu para estudar em Paris e depois em Roma. E foi enquanto estudava na cidade eterna que por um acaso da história, teve a oportunidade de treinar e jogar na Lazio de Roma. Tornou-se o primeiro Português a jogar num clube estrangeiro. Pioneiro entre pioneiros. Só seis anos mais tarde Luís Viera se tornaria o segundo Português a jogar num clube estrangeiro.


Lazio, 1907

Dele disseram os Italianos:
"Dos Santos é um jovem português (...) que está em Roma para se tornar escultor. O seu físico é anti-atlético por excelência, pois é pequeno, assimétrico, dir-se-ia um homem disfarçado de cacto, com aquele tufo de bigodes, sobrancelhas e cabelos fartos e pretos que sublinham, circunscrevem e emolduram o rosto (...) Pequeno, divertido, aparentemente mais frágil que o pedúnculo de cristal, este estudante português revelou e impôs uma vitalidade espantosa. Salta mais alto do que todos, é o primeiro a correr, o último a mostrar-se cansado e a render-se, é rápido, resistente, em suma, é um fenómeno através do qual, mais uma vez, a natureza parece querer dizer que nunca nos devemos fiar nas aparências". [Mario Penacchia, em "Storia della Lazio"]
Fonte: artigo "Francisco, o ''bisavô'' de Couto e Conceição" de César de Oliveira in Record, 12 agosto de 2003


Terá sido durante um curto regresso (talvez entre Paris e Roma) que entre 1904 e 1906 Francisco teve oportunidade de jogar com a gloriosa camisola encarnada do Sport Lisboa. Com os seus amigos casapianos e na na ressaca da Associação do Bem, viveriam os tempos das Salésias. Lá estiveram António Couto (arquiteto), Emílio de Carvalho (cinzelador), Silvestre da Silva (professor), Pedro Guedes (professor), David da Fonseca (?). As participações de Francisco foram muito escassas e talvez por isso se explica não conhecermos nenhum registo fotográfico seu com o manto sagrado. Quem sabe se um dia não irá aparecer... É uma das fotografias desse período que eu mais gostaria de ver.


Para aqueles que quiserem saber mais duas excelentes fontes:

http://jogos.centenariorepublica.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=69:do-futebolista-da-lazio-o-busto-da-republica-e-a-estatua-do-marques&catid=1&Itemid=8

e

http://em-defesa-do-benfica.blogspot.pt/2014/08/francisco-luiz-e-rogerio.html


Um escultor de excepção, um futebolista sem fronteiras e bem, uma figura incontornável quando pensamos no estágio último da perfeição.

A evolução última do Marquês:




M1904

Sobre o Pantufas, lembro-me quando era pequeno o meu avô contar muitas vezes essa história, segundo a sua versão, o Pantufas limpou a camisola no rabo e mandou ao chão  :bah2:

Mais uma vez, os parabéns pelos textos!  :slb2:


PS- Já agora outra história que o meu avô conta, no Famoso 12-2 ao fcp, no estádio do Campo Grande (vulgo "ilha da madeira" ou "estancia"), o meu avô (jovem na altura) ia com o seu pai apanhar o autocarro para o jogo, quando passaram por um cinema em que estava em exibição um filme sobre boxe ou mesmo um combate, e o meu bisavô preferiu ver o filme pois era aficionado de boxe, em vez do jogo, pois na altura o fcp não era grande coisa... ainda hoje o meu avô tem essa mágoa por ter perdido esse jogo histórico.  :buck2: