Bela Tarde de Sol no Seixal, com cerca de 1000 pessoas no Caixa Futebol Campus a assistir à 3ªJornada do Nacional de Juniores, que punha frente a frente as equipas do SL Benfica e do CF os Belenenses.
O Benfica alinhou com a mesma equipa que defrontou a meio da semana, o Oeiras. Com Leandro, Saná e Simão a formarem o miolo (sendo o capitão o jogador mais recuado) e principiando, desta feita Figueiras no flanco esquerdo e Coelho no direito (tendo sido as trocas entre ambos frequentes)
O jogo começou numa toada morna, com a equipa benfiquista, algo “tímida” e o Belenenses a espreitar todas as oportunidades de contra atacar. Seria mesmo a equipa forasteira a acercar-se pela primeira vez da baliza, aos 5minutos, num lance em que Pedro Eugénio, por duas vezes, fica mal na fotografia e permite um remate cruzado muito perigoso a Daniel Pinto.
O Benfica respondeu por intermédio de Leandro Pimenta, que numa sobra de bola da grande área belenense, tira com um excelente pormenor técnico o adversário do caminho e de pé esquerdo efectua excelente remate que passa muito perto da barra. Este lance teve o condão de despertar a equipa benfiquista que, logo de seguida, aos 14min, após um grande passe a rasgar de Pimenta esteve muito próximo do golo. Neste lance, Nélson Oliveira isolou-se, ganhou vantagem sobre o guarda-redes, mas acabou por perder ângulo de remate e não conseguiu dar o melhor seguimento a esta bonita jogada. Pouco depois Figueiras acaba por desperdiçar uma boa chance após cruzamento atrasado de Saná.
Aos 20min, grande oportunidade para o Belenenses abrir o activo. Passe nas costas da defesa e Daniel Pinto isola-se. Contudo, Diogo Freire faz uma excelente mancha no limite da grande área e impede aquilo que seria um verdadeiro balde de água fria para os muitos benfiquistas presentes no Seixal.
Logo após um bom apontamento de Nélson Oliveira, a rematar para defesa de Adolfo Leite, Leandro Pimenta, com um passe de génio, demonstra toda a sua visão de jogo ao isolar Diogo Figueiras que contorna o Guarda-redes e atira à malha lateral, perdida clamorosa para inaugurar o marcador. Este mesmo jogador acaba por ser substituído, logo de seguida, sendo ele o sacrificado numa alteração de modelo de jogo de João Alves que procurava dar mais acutilância ao ataque.
Pouco tempo depois o Benfica muito perto de abrir o activo…cheirava a golo no Seixal!
David Simão desfere um belo remate de fora da área, descaído para o lado esquerdo, a bola ainda ressalta de leve num defesa mas mesmo assim o Guarda-redes consegue apertada defesa para canto. Aos 43min, na sequência de um livre de David Simão, na direita, João Pereira cabeceia para grande intervenção de Adolfo, o defesa benfiquista insiste tentando empurrar a bola para dentro da baliza a que se segue nova parada do guarda-redes, a bola sobra para Adul que não desperdiça e estava feito o primeiro no Seixal.
De seguida chegava o intervalo sem tempo para descontos, com o Benfica por cima do encontro, dominando terriorialmente o jogo, apesar da velocidade dos atacantes do Restelo por sempre em sentido a defensiva benfiquista
Retornados do descanso, o Benfica surgiu com uma táctica diferente, um 4x5x1, com Pimenta e Simão mais recuados e Camara, Adul e Coelho em constantes trocas posicionais no apoio ao ponta de lança Nélson Oliveira.
Contudo, o Belenenses entrou mais determinado e foi empurrando o Benfica para a sua grande área e criando uma sucessão de lances de perigo: Aos 50 minutos, dois cabeceamentos quase consecutivos na pequena área de Diogo Freire; aos 55, um cruzamento muito bem tirado da esquerda cruza muito perigosamente toda a grande área do Benfica; aos 57, uma grande arrancada de Tiago Almeida pela direita, deixa Roderick no chão e, numa situação de 3 jogadores visitantes para 2 defesas do Benfica na grande área permite um corte providencial a Abel Pereira.
Vendo a sua equipa perder o domínio de jogo, João Alves mexeu na equipa e retirou o ala Coelho, reforçando o meio campo com Danilo. O Benfica conseguiu sacudir então a pressão e Pedro Eugénio, muito marcado, conseguiu finalmente alcançar por duas vezes a linha para tirar bons cruzamentos.
À passagem dos vinte minutos da segunda parte, Simão tenta aplicar o seu forte pontapé numa bola que é sacudida pela defesa azul. Contudo, o remate sai frouxo e sobra para Pimenta que, no limite da grande área aplica um fantástico remate em arco à meia volta ao ângulo superior esquerdo da baliza que acaba por embater com estrondo no ferro. Seria um golo muito bonito!
Dois minutos depois, Pedro Eugénio relembra ao público algumas das qualidades que mostrou no jogo com o Oeiras e tira um belo cruzamento ao 1º poste para uma cabeçada na antecipação de Nélson Oliveira. Contudo, o guarda redes forasteiro protagonizou uma excelente defesa.
Aos 72 minutos, Adul aparece isolado frente a Adolfo Leite mas o guarda-redes sai-se muito bem e tira a bola dos pés do nº 16 do Benfica. Na insistência, o avançado tenta o chapéu, mas este sai à malha lateral.
Aos 78 minutos, João Alves volta a mexer na equipa e retira de campo um fatigado David Simão, estreando o avançado Hélio Vaz, que se colocou no lado direito do ataque benfiquista.
À entrada dos últimos 10 minutos de jogo, o recém-entrado camisola 18 cruza da direita e Nélson Oliveira, na zona do penalty, tem um excelente trabalho individual e remata à meia-volta para outra grande defesa de Adolfo Leite.
Foi 2 minutos depois que o Benfica acabou por alcançar o segundo golo. Numa bela jogada de entendimento do ataque benfiquista, Nélson surge descaído sobre a esquerda, desmarca Saná que, embalado, deixa os dois defesas para trás e remate cruzado de pé esquerdo. O guarda redes faz uma defesa de recurso para o lado e, muito rápido, ao 2º poste, surge Hélio Vaz a encostar. Explosão de alegria no Seixal e uma estreia de “sonho” para o avançado contratado ao Montijo.
Contudo, mostrando grande fibra, a equipa do Belenenses não desistiu e, aos 85 minutos acaba por alcançar o tento. No seguimento de um canto, a bola sobra para Artur Lourenço que descobre André Pires na esquerda, tirando este um cruzamento em esforço para uma zona da pequena área onde surgem 3 jogadores do Restelo, acabando por ser Fábio Marques a facturar. Curioso o facto do golo ter sido fabricado pelos dois laterais da equipa visitante.
A dois minutos do fim do jogo, excelente passe de Artur Lourenço a isolar Tiago Almeida mas Diogo Freire faz mais uma excelente mancha aos pés do avançado azul. Contudo, o lance já havia sido interrompido por alegado fora de jogo, o que provocou bastantes protestos do banco visitante e levou inclusivamente Rui Jorge a entrar no terreno de jogo!
Aos 94 minutos, Diogo Freire tem mais uma saída temerosa de cabeça à entrada da área, Roderick perde o lance para o avançado que dá para o meio onde Artur Lourenço, sozinho, atira ao lado da baliza deserta. Foi o “canto do cisne” dos homens de Belém, visto que, pouco depois, o árbitro dava por encerrada a partida.
Acabou por ser uma partida muito bem disputada, entre dois candidatos à 2ª fase, onde o Belenenses mostrou-se organizado e com bastante qualidade. Destaque para o nº6, Insa Sagna, que foi muito provavelmente o melhor jogador em campo, e ainda para a excelente primeira parte do extremo esquerdo Daniel Pinto. Fredy (nº9) e Tiago Almeida (nº10) revelaram igualmente bons pormenores, bem como o ex-benfiquista Artur Lourenço que teve o condão de agitar o jogo. Excelente também a exibição do guarda redes Adolfo Leite, com um punhado de intervenções preciosas de um jogador que tem ainda idade de juvenil.
O Benfica, acabou por ter que sofrer bastante, quando poderia ter “matado” o jogo ao longo da segunda parte. Contudo, acaba por ser uma prestação positiva da equipa encarnada, numa altura em que se nota uma certa falta de entrosamento típica de início de época, e onde o mais importante é ir amealhando alguns pontos.
Relativamente à arbitragem, não houve erros decisivos para o desenrolar do marcador, mas a verdade é que o sr. André Narciso (A.F.Setúbal) adoptou sempre um critério “estranho” ao longo da partida (nomeadamente na amostragem de cartões amarelos), normalmente sempre em prejuízo da equipa visitada.
Análise individual:
Diogo Freire- 7 Excelente exibição do guardião benfiquista. Duas “manchas” preciosas aos pés dos avançados Belenenses quando estes seguiam isolados foram o ponto alto da sua exibição. Fora isso, manteve-se seguro e mostrou uma característica que muito aprecio em guarda-redes, o saber ler bem o jogo e por vezes ir “dobrar” os centrais perante a veloz ofensiva adversária. Acaba por não estar totalmente isento de culpas no golo forasteiro, mas isso acabou por não manchar uma exibição bem positiva.
Pedro Eugénio- 6 Teve uma exibição uns furos abaixo da de 4ª Feira e isso também se deveu ao trabalho que o nº11 lhe deu durante toda a primeira parte. Teve um deslize que poderia ter sido fatal logo aos 5 minutos e protagonizou uma primeira parte algo apagada. Na etapa complementar, subiu de rendimento e surgiu muito mais vezes no apoio ao ataque, mostrando dois ou três daqueles cruzamentos que lhe são característicos. Defensivamente, esteve também melhor na segunda parte.
Abel Pereira-7 Foi o melhor elemento da defensiva encarnada. Funcionando como “bombeiro” de serviço, foi apagando fogos aqui e ali, com a raça e a intensidade de jogo do costume, assinando alguns desarmes providenciais. Parece em excelente forma!
João Pereira- 5 Voltou a jogar a defesa esquerdo e voltou a mostrar algumas dificuldades, nomeadamente na tarefa de conseguir dar profundidade ao flanco esquerdo encarnado. Ainda assim, cumpriu defensivamente e acabou por ser importante no lance que dá o primeiro golo ao Benfica.
Roderick Miranda-6 Voltou a mostrar predicados no jogo aéreo e alguma classe nos desarmes e a sair a jogar. Contudo, teve algumas dificuldades perante a velocidade dos avançados adversários e um ou outro deslize que poderia ter sido fatal.
Leandro Pimenta-7 É o melhor em campo do lado do Benfica. Na primeira parte esteve excepcional no passe longo, com 3 ou 4 aberturas a rasgar que proporcionaram boas oportunidades à equipa da casa. Na segunda, jogou um pouco mais recuado e, apesar da pressão dos azuis, “comandou” o meio-campo com a sua técnica e sentido posicional.
José Coelho- 5 Novamente mostrou ainda estar pouco entrosado. Alterna alguns bons pormenores com uma certa falta de objectividade. Acabou por sair cedo quando foi necessário reforçar o meio-campo.
Lassana Camará- 7 O pequeno nº8 foi também um dos melhores sobre o terreno de jogo. Os seus típicos “slaloms”, a capacidade de criar desequilíbrios no miolo e a qualidade de passe estiveram sempre presentes. O 2º golo é “metade” seu.
Nélson Oliveira- 7 Jogo de algum sacrifício de Nélson, com muita entrega e luta no meio dos centrais. Mostra sempre bons pormenores, boas combinações, bastante maturidade e uma invulgar percepção de baliza.
David Simão- 6 Nota-se que está com alguma falta de confiança. Contudo, hoje, cerrou os dentes e arrancou para uma exibição que foi mais de “suor” do que de gala. Como capitão, foi o primeiro a dar o exemplo e acabou por sair esgotado. Ainda assim, notou-se que rende mais quando sobe uns metros no terreno ou quando tem um jogador como Pimenta ao seu lado.
Diogo Figueiras-5 Até estava a ser uma das unidades mais acutilantes do ataque benfiquista mas foi substituído precocemente por João Alves. Poucos minutos antes, falhara uma ocasião de baliza aberta. Tem qualidade mas ainda parece ter muito por onde evoluir.
Adul- 6 Este, está visto, é um jogador que entra e agita qualquer jogo. E mais uma vez saltou do banco para facturar. Mostra velocidade, mobilidade e pormenores técnicos. Contudo, por vezes também se alheia um pouco do jogo e nem sempre opta pela melhor opção (só por isso não leva o 7!)
Danilo Pereira- 6 Entrou para segurar o meio-campo e conseguiu fazê-lo. Com ele, o Benfica ganha centímetros na intermediária e uma maior capacidade de pressão. Ofensivamente também mostrou alguns bons pormenores e certeza no passe. Pode até não ser titular, mas é uma excelente opção de banco.
Hélio Vaz- 6 Entrou a pouco mais de 10 minutos para o fim mas esteve longe de se esconder do jogo. Dinamizou o flanco direito da ofensiva e acabou por ainda ir a tempo de marcar o segundo dos encarnados. Boa estreia.
Flash Interview
João Alves, Técnico do Benfica
Como analisa o jogo de hoje?
O Belenenses tem muito boa equipa, hoje defrontámos um adversário de respeito, o jogo foi muito bom e teve bons momentos tanto para o Benfica como para o Belenenses. No entanto podíamos ter morto o jogo. Mas posso dizer que tivemos de trabalhar muito e ser espertos para alcançar o resultado, que era o mais importante de tudo.
De que forma o cansaço (7 jogos em 3 dias) pode ter condicionado a equipa?
Sim. Mais uma vez, o torneio de Itália voltou a pesar nas pernas. É claro que é um factor importante e por isso tenha condicionado a 2ªparte. Este jogo “saiu do cabedal” aos jogadores e por isso mesmo vou-lhes dar umas mini-férias merecidas até quarta-feira.
Não considera que estas substituições tão cedo poderão ser desmotivantes para um jovem?
Eu tenho o meu perfil e os jogadores estão a ser preparados para a vida profissional, que é muito difícil. Eu também sei o que é ser substituído mas o mais importante é a equipa e o resultado final.
David Simão, Capitão de equipa
Comentário ao jogo de hoje
Penso que fizemos um bom jogo contra uma grande equipa, na minha opinião mais forte que o Oeiras. Conseguimos o mais importante que era a vitória, embora tenhamos sentido algum cansado pelos muitos jogos jogados.
Na época passada foi alternando a titularidade com o banco, esta época é o capitão de equipa, como se sente?
É um orgulho e também uma responsabilidade por ser capitão deste grupo fantástico. Penso também ser uma recompensa pelos dez anos que já tenho de Benfica.
Reportagem: Pedro Pires e Pedro Simões
Equipa inicial
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Banco
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