O adepto que foi defendido por Jorge Jesus, no polémico final de jogo entre Vitória de Guimarães e Benfica, foi ouvido na manhã desta quarta-feira pela Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga de Clubes, no Porto, na sequência do processo disciplinar instaurado ao treinador encarnado.
Ao que Bola Branca apurou, Luís Filipe Sanches, testemunha de Jesus, acabou por prestar depoimento no mesmo dia em que Raúl José (adjunto de Jesus), Shéu Han (secretário-técnico do Benfica) e Manuel Sérgio (mentor de Jesus) também foram ouvidos no âmbito do caso, igualmente como testemunhas do técnico das águias.
O processo, aberto pelo Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), decorrerá sob a égide da Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga que, depois de ouvidas todas as testemunhas e partes interessadas, emitirá um parecer. A decisão final sobre uma eventual punição a Jesus caberá ao CD.
Jesus com justiça desportiva e civil à perna
Para além do inquérito disciplinar que tem pendente sobre si na justiça desportiva, Jorge Jesus é já arguido num processo-crime que corre na justiça civil, devido aos incidentes protagonizados por si após o Vitória-Benfica, em jogo do campeonato nacional e que foi disputado a 22 de Setembro.
O técnico do Benfica envolveu-se com elementos da autoridade, na altura em que os jogadores encarnados saudavam os adeptos que tinham viajado até ao Minho para apoiar a equipa, quando alguns dos apoiantes invadiram o relvado. Jorge Jesus não gostou da forma como as forças policiais terão abordado e travado esses mesmos adeptos, tentando, num caso específico, que os agentes libertassem o referido adepto, Luís Filipe Sanches.
Posteriormente, o auto de notícia enviado pela Polícia de Segurança Pública (PSP) para o Tribunal de Guimarães referia que o treinador das águias agrediu um agente com uma bofetada na cara e outra num braço.
Recorde-se que, ainda antes de ter sido notificado como arguido, Jesus reconheceu que poderá ter exagerado na reacção.
"Como cidadão, nunca tive problemas com a autoridade e respeito imenso as competências da autoridade, mas achei que deveria, naquele momento, pedir para libertar o adepto do Benfica. A minha ideia foi ajudar a que as coisas entrassem na normalidade. Se exagerei nessa tentativa de ajudar que o miúdo fosse para a bancada, só posso pedir desculpa às autoridades", afirmou Jesus, a 24 de Setembro, em declarações à Benfica TV.