Toni: «Ciclo terrível é desde Agosto»

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O treinador benfiquista considera todos os jogos terríveis, do início ao fim do campeonato, e não apenas os que se aproximam. “É para esse ciclo que estamos a trabalhar para responder à ilusão e ao sonho dos nossos adeptos” TONI acha que o Campeonato da I Liga corresponde, em si mesmo, a um ciclo terrível de jogos. O técnico do Benfica desvalorizou dessa forma o período quente que se aproxima, com deslocação ao Bessa e recepção ao Sporting incluídos. "O ciclo terrível começou no dia 11 de Agosto (data da primeira jornada) e termina no dia 5 de Maio (data da última jornada). É para esse ciclo que estamos concentrados e a trabalhar para responder ao sonho e à ilusão criados nos adeptos", explicou o treinador principal dos encarnados durante a conferência de imprensa que projectou o Sporting de Braga-Benfica de ontem de manhã, a contar para a 12ª jornada da I Liga. Apesar de desvalorizar o ciclo, o treinador Toni perde-se em elogios ao adversário que o inicia. "Uma equipa compacta", segundo o responsável benfiquista. "O Benfica há cinco anos que não ganha em Braga. Será um jogo difícil, como todos. Ao longo dos anos parece que andamos distraídos com a evolução do clube e com aquilo em que se tornou e projectou. No ano passado, por exemplo, fez um campeonato muitíssimo bom". O treinador prefere não explicar qual é a táctica a utilizar na abordagem ao jogo de Braga mas reconhece que analisou o rival cuidadosamente e que preparou o encontro em função das características do onze de Manuel Cajuda. "Preparámos o jogo em função dos pontos fortes e fracos do adversário. Sabemos do potencial da equipa. São organizados e rápidos e ainda não perderam em casa". O Benfica está em condições de ganhar em Braga, de acordo com Toni, mas a equipa pode não estar ainda a cem por cento. "Trata-se de um processo evolutivo. Tudo isto é envolvido em avanços e recuos". "Plantel não é longo" Para Toni, o plantel do Benfica não é longo. O treinador chegou a esta conclusão a propósito das arrastadas lesões de Zahovic e Sokota e depois de falar de estabilidade e de instabilidade, de novas filosofias do clube e da chegada de pessoas diferentes a cargos de responsabilidade. “As coisas não estas dissociadas, não devemos apenas focalizar o aspecto das lesões”. "Nós começámos esta época com mudanças: quer de pessoas, quer de jogadores, quer de treinadores, quer de estrutura, quer de filosofia, quer de concepção do futebol”, começou por afirmar o técnico benfiquista, recuando ao início de temporada. Por entre a estabilidade desejada, houve momentos instáveis provocados por motivos exteriores ao Benfica que o treinador não identificou. “Esta transição tem sido feita com novos jogadores, treinadores e dirigentes que tentaram trazer estabilidade ao dia a dia do clube. Mas algumas situações têm provocado instabilidade dentro dessa estabilidade. Contudo não nos demoveremos do objectivo a que nos propusemos: discutir o título e ser campeões nacionais de futebol". As ausências de Zahovic e Sokota, devido a lesão, da maioria dos últimos jogos da temporada, são parte dessa instabilidade. Para Toni, quando "o plantel se vê amputado de Zahovic e Sokota, duas bandeiras da pré-época, é natural que haja instabilidade ". É nessa perspectiva que o responsável benfiquista analisa o tamanho do plantel. E chega à conclusão que não é extenso. "O nosso plantel não é muito longo e tem sofrido do problema de lesões prolongadas no tempo. Mas temos sempre que contar com isso durante as épocas". O técnico foi cauteloso, contudo, quando confrontado com a possibilidade de reforços já em Dezembro. Toni reconhece que devem ser feitos reajustamentos Toni prefere falar em “reajustamentos” a pronunciar a palavra “contratações” para definir o período de rabertura de mercado de Dezembro. “Se não houvesse essa reabertura só falaríamos em reforços no âmbito da próxima temporada. Mas como o mercado está aberto... Contudo, as coisas não são assim tão fáceis, embora haja reajustamentos a fazer”. Técnico prefere manter "discurso de presidente" O treinador do Benfica refere que, por ele, “até podiam vir sempre mais reforços”. “Mas é preciso racionalizar a questão. Ao longo destes sete anos, o Benfica fez gestões ruinosas. Não seguiu o exemplo do Boavista, por exemplo”, prosseguiu. “Sei que estou a falar como presidente e não como treinador”, gracejou. "Euros do Carregado" podem ser a solução O tema “contratações” chegou a divertir Toni. O técnico, depois de optar por um discurso “à presidente” acentuando a necessidade de cautelas financeiras, falou em “galinhas dos ovos de ouro” e brincou com a situação. “O melhor seria ir lá ao Carregado, onde parece que estão a fazer os Euros que aí vêm”.