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Manuel Vilarinho rejeitou esta noite, em entrevista à RTP, a eventualidade de eleições antecipadas no Benfica. O presidente dos encarnados garantiu manter relações cordiais com Luís Filipe Vieira e, pormenorizando a questão da saída de Toni e da escolha do novo técnico, teve algumas revelações interessantes, entre as quais a de que Jaime Pacheco foi um nome equacionado antes da solução chamada Jesualdo Ferreira.
«José Mourinho não foi convidado nem contactado por qualquer elemento da Direcção», afirmou Vilarinho que referiu o técnico do U. Leiria como «um nome que foi equacionado, como outros». De entre esses outros, uma novidade: «Além de Mourinho, também Carlos Queirós e Jaime Pacheco foram considerados. Mas só iríamos para essas soluções se não houvesse disponibilidade de tempo por parte de Jesualdo Ferreira. Aliás, ele também teria voto na matéria sobre uma eventual escolha», garantiu.
O presidente do Benfica explicou ainda por que razão José Mourinho foi considerado, apesar das tempestuosa saída da Luz que protagonizou há cerca de um ano: «Posteriormente, ele demonstrou arrependimento público pelas atitudes que tomou. Como não sou de guardar ressentimentos, o que disse a seu respeito, há uns meses, já não se justifica».
Em relação à permanência de Jesualdo Ferreira no comando da equipa, Vilarinho define-a como «uma solução definitiva, até final da época». Uma formulação ambígua, que pode mesmo ser alargada: «Vamos avaliar o volume de trabalho que o espera até final da época e depois veremo se será melhor ele continuar». Vilarinho definiu mesmo o actual responsável técnico dos encarnados como «o pensador de todo o futebol do Benfica», salientando a importância do seu trabalho ao nível da formação.
Entre os vários temas abordados na entrevista à RTP, destaque ainda para uma referência à gorada transferência de Jardel: «Quando tentei a sua contratação já sabia que o resultado (do seu regresso a Portugal) seria este. Não devemos arrepender-nos do que não pudemos ou soubemos fazer. Mas tenho pena de que não esteja no Benfica» admitiu.
Sobre Toni, Vilarinho garantiu que nunca tomaria a iniciativa de forçar a sua demissão, referindo também que o jogo em casa com o Santa Clara foi o ponto de viragem: «Quando vi metade do estádio a insultá-lo achei que estavam ultrapassados os limites do admissível e comecei a antever que, contra minha vontade, as coisas não poderiam acabar bem».
Admitindo que preferia «três anos de mandato sem ser campeão pela saúde económica e financeira do clube», Manuel Vilarinho assegurou que, desde a entrada da sua Direcção, o Benfica não está em falta junto do fisco. O presidente dos encarnados alertou para o facto de a actual equipa ser «uma omoleta sem ovos, ainda assim muito competitiva e com todas as hipóteses de ser campeã», para concluir: «Se resolvermos a questão financeira, o Benfica será campeão por muitos anos».