SEM TREINADOR!!

Submetida por Ben em
Fonte
A Bola
A noite das individualidades ou os lapsos de Jesualdo Foi a noite das individualidades. E (também) a noite em que a acção dos «bancos» contribuiu em muito para o desfecho final de um jogo de futebol que teve períodos de extrema emotividade. O Benfica, ao sair derrotado (3-2) do estádio das Antas a registar uma das suas maiores enchentes, recebendo uma multidão computada em mais de 45.000 espectadores, vê francamente comprometidas as suas possibilidades de chegar à conquista do título. Frise-se que, pela forma como as coisas se processaram e analisando o trabalho desenvolvido pelos benfiquistas ao longo dos noventa minutos, os lisboetas não poderiam na verdade aspirar a outro resultado, muito por culpa de toda a equipa mas, também, pelos lapsos cometidos pelo seu técnico. Na verdade, no «jogo dos bancos» onde muitas vezes se ganham e perdem jogos, José Mourinho (que não chegou a terminar o seu trabalho posto que foi expulso pelo árbitro aos 63 minutos) foi bem mais feliz do que o seu companheiro de profissão. Jesualdo Ferreira, numa altura em que o Benfica necessitava de «alguém» que fosse dar maior apoio a uma frente ofensiva onde Jankauskas praticamente não se viu em toda a partida e Mantorras não esteve em noite muito inspirada valendo a acção (a espaços) de Simão, preferiu fazer entrar um homem que se sente bem melhor na destruição de lances do que propriamente em contribuir para a construção de jogdas de contra-ataque. Com a saída de Andersson, a equipa do Benfica ficou bem mais condicionada no seu meio-campo, até porque, simultaneamente, Jesualdo perdia Zahovic a favor da entrada de Drulovic. Bem melhor esteve Mourinho que, verificando o fracasso que constituia a «estreia» do sul-africano McCarthy, avançado bom de pés mas que está longe de ser o ponta-de-lança para uma equipa como o F. C. Porto, não teve dúvidas em forçar mais o ataque, fazendo entrar Pena, brasileiro que apesar de ter protagonizado a mais escandalosa perdida da noite quando teve nos pés o quarto golo da sua equipa, se havia de revelar, contudo, bem mais útil à formação azul e branca, principalmente porque recuava no terreno quando necessário assim como surgia «no seu lugar», entre os centrais, «prendendo» a perturbada defensiva visitante. Isto para já não falarmos da oportuna entrada do virtuoso Alenitchev, jogador que, com o «perfume» do seu futebol altamente técnico, foi complementar o desempenho de Deco, muito «marcado» a meio-campo. O F. C. Porto foi um vencedor certo de um «clássico» que, fugindo à regra, não teve grandes «casos» a não ser um erro cometido pelo árbitro (talvez o único lapso de João Ferreira) ao não assinalar uma grande penalidade a castigar uma falta de Jorge Andrade sobre Simão. Eram decorridos 68 minutos de jogo. Uma vitória portista que muito se fica a dever a um outro (e não menos importante) aspecto: é que colectivamente ambas as equipas tiveram uma actuação aquém do esperado. Na alternativa foram as individualidades a fazerem a diferença. E, neste aspecto, o F. C. Porto justificou em pleno a conquista dos três pontos: Deco, Alenitchev e Capucho deram corpo à supremacia do conjunto nortenho, dispondo realmente de mais valores individuais. Simão e Mantorras, por sinal dois dos melhores da turma da Luz, (embora o angolano esteja ainda longe do seu melhor), encarregaram-se de «assustar» o F. C. Porto, mas foi realmente lá atrás, naquele espaço defensivo onde Enke não se pode considerar isento de culpas, que esteve o «calcanhar de Aquiles» de um Benfica que também no aspecto físico soçobrou na última vintena de minutos. OU SEJA, CONTINUAMOS SEM TREINADOR PARA UMA EQUIPA DESTAS!!