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JOHNCAGA
Benfica passa em Aveiro
Vitória sofrida mas indiscutível do Benfica, por 2-0, diante de um Beira-Mar que tudo fez para alterar o rumo do marcador, em jogo da segunda jornada da Superliga.
Onda vermelha no Estádio Mário Duarte para assistir a um jogo rodeado de enormes expectativas, pelo que se passou na época passada (o Benfica cedeu empate 3-3, num jogo em que Fary foi a grande figura, ao apontar dois golos para os aveirenses), mas, acima de tudo, porque os adeptos encarnados, depois da vitória na Luz sobre o Marítimo na ronda inaugural (3-0), acreditam nas potencialidades desta equipa, muito mais homogénea e solidária que na época passada.
O Benfica começou forte, como que a querer dizer que os tempos são outros, mas os aveirenses jogavam duro, as faltas sucediam-se e os cartões também, até que Argel, aos oito minutos, colocou os «encarnados» em vantagem. Na sequência de canto apontado por Simão, Nuno Gomes foi até à zona central, cabeceou para trás e Argel, também de cabeça, facturou o primeiro tento. Aos poucos o Beira-Mar assentou o jogo e à passagem da meia hora equilibrava a contenda, mas à base de futebol musculado e quezilento e com dificuldades em armar jogadas ofensivas.
Aos 36 minutos, Luís Manuel faz-se ao «penalty», mas Paulo Costa estava atento e nada assinalou, sendo certo que a formação lisboeta teve ensejo de «matar» o jogo à beira do intervalo, após falha de marcação da defesa aveirense.
No recomeço, o Beira-Mar surgiu disposto a mudar o rumo dos acontecimentos, impôs-se ao Benfica, muito bem na defesa, mas permeável no meio-campo e com Nuno Gomes ainda longe da melhor forma. Uma bola ao poste quase surpreendeu Moreira e, logo a seguir, Ricardo Sousa, depois de tirar dois adversários da frente, rematou em jeito e quase restabeleceu a igualdade, mas a bola saiu ligeiramente ao lado. Marcelinho não dava espaços a Simão, pairava o espectro do empate, mas o técnico do Benfica, Jesualdo Ferreira, sempre de pé e muito atento ao desenrolar da partida, deu a «receita» certa ao render o apagado Roger por Ednilson, que se posicionou no «miolo», com Petit na direita e Tiago na esquerda. Estava encontrado o rumo certo, os «encarnados» retomavam o fio de jogo e tentavam agora chegar ao golo. Petit chegou a marcar, mas em posição de fora-de-jogo, perante os protestos de Jesualdo e companhia.
António Sousa, inconformado, viu-se forçado a fazer duas substituições, ambas por lesão. Primeiro saiu Luís Manuel (rotura numa coxa), que foi rendido por Fary, o «carrasco» do Benfica na época passada mas ainda muito longe da melhor forma, depois Gamboa, que cedeu o lugar a Rui Dolores. Estas contrariedades, porém, não afectaram a equipa beira-marense que subiu no terreno e sufocou o último reduto encarnado (77 m), logrando três cantos consecutivos, mas sem lograr chegar ao golo.
Jesualdo, mais uma vez, não ficou passivo e fez duas substituições simultâneas, trocando Zahovic por Drulovic e Nuno Gomes (pouco se viu na segunda parte) por Feher. O Benfica recuperou as rédeas do jogo e aos 84 minutos esteve à vista o segundo golo dos lisboetas, mas Paulo Sérgio fez a defesa da noite ao safar o remate de Tiago e a recarga de Simão.
Já em tempo de descontos, Lobão desviou a bola com o braço na área de rigor e Paulo Costa, bem, não teve dúvidas em assinalar a marca de grande penalidade, após sinal do seu auxiliar, Devesa Neto, que estava em cima do lance. Simão, chamado a transformar, fez ligeira simulação e executou muito bem o remate, fixando um resultado inteiramente justo para a sua equipa, embora deva dizer-se, por ser justo, que a turma dirigida por António Sousa mostrou valor, à semelhança da época passada, para fazer um campeonato tranquilo.
O árbitro António Costa esteve bem nos lances capitais do desafio.