Fonte
www.abola.pt
Em seis meses, o mais tardar, os portugueses verão em todos os grandes espaços comerciais do país a nova política de vendas de mais de mil produtos da marca Benfica. A TBZ assinou um contrato para a exploração da marca por 10 anos e vai licenciar empresas que se queiram associar ao Benfica e apostar forte na distribuição de produtos e com imagem única.
Na TBZ todos fervilham com um indisfarçável orgulho e muita vontade de mostrar serviço. A BOLA foi recebida pelo administrador, João Barroqueiro, que concretiza as linhas gerais do acordo celebrado com o Benfica para o licenciamento e merchandising de produtos Benfica. Um acordo histórico, porque pioneiro em Portugal.
— Qual a razão que presidiu à escolha do Benfica como parceiro estratégico da TBZ?
— Trabalhamos há dois anos com o Benfica. Foi dessa relação de confiança e do conhecimento que ganhámos da marca que nasceu a ideia deste negócio, desejado por ambas as partes. Depois, o Benfica é a maior marca de Portugal..
— Luís Filipe Vieira falou de negociações dolorosas...
— [risos] Foi bastante difícil. O facto de ter sido um acordo muito debatido fez com que a qualidade do acordo fosse maior, bom para as partes. Este contrato começou a ser negociado há um ano. Cada uma das partes contratou um entidade autónoma para avaliação do negócio e depois entendemo-nos quanto ao valor do negócio e respectivo ambito.
— Que foi de...
— ...não lhe vou falar de números. É esse o compromisso que assumimos com o Benfica.
Resistir à falta de títulos
— Num mercado virgem em Portugal, como se avalia uma marca como a do Benfica?
— É difícil. Quem avaliou teve de afastar a paixão clubista, ser correto e conservador, face ao volume de investimentos. Mas atenção: nós analisamos a marca apenas para licencing e merchandising. É neste capítulo, perdoe a imodéstia, que somos excelentes e líderes de mercado, porque sabemos tudo sobre o nosso negócio.
— Por quê um contrato a dez anos?
— Aplaudo o Benfica, porque foi o primeiro clube português a identificar uma tendência internacional. O Manchester, o Real ou o Liverpool optaram por esta via há algum tempo. Este dez anos salvaguardam os fortes investimentos feitos, de centenas de milhares de euros, na estrutura de distribuição. Ganha ainda o clube em termos de maturidade do parceiro e da segurança do negócio.
— Como pode a TBZ não estar tão dependente da oscilação dos resultados?
— Primeiro, fazendo uma avaliação conservadora da marca, sem deixar de acreditar que vai continuar a vender cada vez mais. Depois, definindo critérios profissionais de gestão. Nós temos por objectivo maximizar os lucros a longo prazo. Temos um leque de mais de mil produtos adaptados às várias sazonalidades; uma rede de distribução funcional; uma marca que é a que mais vende em termos de merchandising desportivo. Depois, a experiência mostra-nos que, mesmo sem títulos nos últimos anos, a marca Benfica continua a vender bem e, nas mãos certas, pode vender ainda mais.
Uniformização da imagem
— Como vão gerir a marca Benfica?
— Desenvolvemos dois tipos de negócio. Primeiro o licenciamento, que passa pela cedência dos direitos intelectuais, ou seja, licenciar empresas que fabriquem, por exemplo, uma chávena ou uma caneta com a marca Benfica. Segundo, a distrubição, ou seja, a colocação do produto em determinado canal de distribuição. A TBZ vai colocar o Benfica em mais lojistas, generalistas e especializados, armazenistas e alta distribuição. Com uma novidade para o mercado do futebol: uniformização da imagem.
— Em que se traduz essa uniformização?
— Vamos criar os vulgarmente chamados corners Benfica, uma espécie de expositor, uniformes. Temos de garantir que a maior marca de Portugal esteja exposta por todo o país com toda a dignidade. Adequamos o merchandising ao público-alvo e apostamos em produtos que vendem. No caso do Benfica, a ADIDAS tem um acordo para equipamentos desportivos, nós para tudo o resto que tenha a marca Benfica. Estamos virados para a performance comercial. Uma empresa que queira melhorar a sua imagem, contrata outra de imagem e comunicação. Uma empresa que queira vender contrata-nos a nós.
— Quando é que o consumidor sentirá a diferença?
— Temos de fazer negociações com centenas de agentes. Acredito que dentro de seis meses o consumidor encontrará nos postos de venda a nova imagem da marca Benfica.