Nélson Veríssimo concedeu uma entrevista à revista da Federação Portuguesa de Futebol, a "FPF360", onde perspetivou a final da Taça de Portugal, com o FC Porto, dia 1 de agosto, às 20h45, no Estádio Cidade de Coimbra.
O técnico considera a final "um jogo especial"; recordou as dificuldades que os encarnados tiveram de contornar no trajeto até ao jogo decisivo; e desejou terminar 2019/20 como começou, a conquistar um troféu, de forma a reforçar o domínio do Clube na prova-rainha.
Esta Taça de Portugal será jogada num contexto completamente diferente devido à pandemia da COVID-19. Como acha que esta edição será recordada?
Julgo que será sempre recordada como uma final especial e que marcará, de forma inevitável, a vida de cada um de nós pela forma como todos passámos este período da pandemia. Tivemos de nos adaptar a uma nova forma de viver e, também, de estar na atividade e no desporto que amamos: o futebol.
Sendo um título decidido em apenas uma partida jogada em condições especiais, torna-se mais importante reduzir o grau de imprevisibilidade ao máximo para chegar à vitória?
Uma final da Taça é sempre um jogo especial, de facto, embora esta tenha esse fator adicional de ser disputada num tempo marcado por características diferentes. Mas especial já seria sempre. Quanto à importância de reduzir o grau de imprevisibilidade, esse é um dos objetivos de qualquer treinador, mas que não vale apenas para as finais. Vale, obviamente, para qualquer jogo, seja qual for o adversário.
Quais foram os momentos-chave do percurso da equipa até à final?
Em jogos a eliminar, qualquer campanha até se chegar a uma final tem sempre diversos obstáculos difíceis de ultrapassar. Não sei se houve um momento-chave que tenha sido mais importante do que outros. O que eu destaco, isso sim, é a qualidade dos adversários que tivemos de superar, em especial as equipas muito competentes da Primeira Liga, como foram os casos de SC Braga, Rio Ave e Famalicão. Ou seja, enfrentámos na Taça de Portugal equipas que, no Campeonato, tinham como objetivo atingir as provas europeias. E também não esqueço a qualidade do Vizela, que nos causou muitos problemas no seu terreno.
"O Benfica iniciou a época com a conquista da Supertaça e pretende encerrá-la com mais um troféu muito importante"
O que não pode faltar a uma equipa no dia do jogo decisivo desta prova?
São jogos muitas vezes decididos por detalhes e, como tal, é fundamental nunca perder o foco e a concentração. É isso que deve sempre existir, em qualquer jogo, mas nas finais isso reveste-se muitas vezes de uma importância ainda maior.
O que significaria conquistar a Taça de Portugal?
Significaria fechar a temporada da melhor forma possível. Temos consciência da qualidade do nosso adversário, mas, antes disso, temos consciência do nosso próprio valor. O Benfica iniciou a temporada com a conquista da Supertaça e pretende agora, como não poderia deixar de ser, encerrar 2019/20 com mais uma vitória e um troféu muito importante.
Aos 80 anos, a prova-rainha continua com a força e a identidade de sempre?
Julgo que nunca perdeu o seu encanto e características que a tornam tão especial. Tenho muitas recordações. Como qualquer outra pessoa que goste de futebol, é impossível não sentir um fascínio especial pela Taça e pelo Jamor – onde se têm disputado quase todas as finais. É, de facto, uma competição altamente prestigiada e muito nos orgulha que o Benfica já a tenha conquistado por 26 vezes. Como é evidente, faremos tudo para tentar vencer a 27.ª Taça de Portugal e reforçar, assim, o nosso domínio nesta prova.
Se tivesse de explicar a uma criança o que é o espírito da Taça, o que lhe diria?
Diria que é um jogo mágico onde não há grandes nem pequenos. E diria também que faz todo o sentido falar-se sempre em "Festa da Taça". Todos os esforços valem a pena para se chegar um dia a este jogo.
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