Relatório da autópsia a Fehér já está no Tribunal

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O relatório da autópsia de Fehér já está no Tribunal de Guimarães, a notícia foi avançada esta tarde pela agência Lusa. Recorde-se que a morte em campo de Miklos Fehér, aos 24 anos, deixou o Benfica e Portugal enlutados, à espera de uma explicação científica para justificar tão inesperada tragédia. Fehér foi declarado morto às 23:10, no Hospital Senhora da Oliveira, em Guimarães, vítima de paragem cardio-respiratória, após várias tentativas infrutíferas de reanimação, meia hora após ter caído inanimado no Estádio D. Afonso Henriques.

O choque inicial deu lugar à perplexidade, quando a Procuradoria-Geral da República emitiu, no dia seguinte, um comunicado no qual dava conta que a autópsia se tinha revelado inconclusiva quanto às causas da morte.

A curta nota informava que tinham sido colhidos tecidos para exames complementares, a nível anátomo-patológico e toxicológico, no âmbito do inquérito instaurado pelo Ministério Público da Comarca de Guimarães.

Nos dois dias que antecederam a trasladação para a cidade húngara de Gyor, onde foi sepultado a 28 de Janeiro, sob um manto de
neve, o corpo do malogrado futebolista magiar ficou em câmara ardente no átrio principal do Estádio da Luz, levando ao novo recinto "encarnado" milhares de pessoas, provenientes de vários pontos do país e das mais variadas "cores".

Delegações de clubes da Superliga e escalões inferiores, responsáveis governamentais ou simples anónimos prestaram a última homenagem a Fehér, imagem que se repetiu numa tarde gelada de Gyor, quando milhares de compatriotas se juntaram à comitiva do Benfica e Portugal e Hungria se uniram na dor do adeus ao atleta.

Fehér caiu pouco depois de ter oferecido ao colega Fernando Aguiar o golo solitário que proporcionou ao Benfica a mais triste vitória (1-0) da sua história, deixando incompleta uma promissora carreira, que desde cedo ficou ligada ao futebol português.

Nascido a 20 de Julho de 1979, em Tatabánya, Miklos Fehér iniciou a sua carreira no Gyori Eto, antes de o FC Porto o trazer para Portugal, em 1998, com apenas 19 anos, mas a condição de emprestado ou "eterno" suplente levou-o a rumar a Lisboa, em 2002, após um atribulado processo de desvinculação.

A forma trágica como faleceu - ampliada pela transmissão televisiva em directo - motivou a aprovação de um voto de pesar na Assembleia da República, enquanto o Benfica fez "a única coisa que a instituição deve fazer", conforme assinalou Luís Felipe Vieira: retirou para sempre a camisola com o número 29.