60 GRANDES Anos

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NO DIA que completa 60 anos Eusébio vai ser alvo de um gesto de reconhecimento por parte da UEFA durante o sorteio do Euro-2004, a realizar no Europarque de Santa Maria da Feira, através da entrega de um quadro de um autor conceituado. Se Figo é o melhor futebolista português da actualidade, Eusébio mantém intacta a aura que o projectou mundialmente e continua a ser o maior embaixador de Portugal além-fronteiras e um fenómeno de popularidade espantoso do qual ainda hoje se registam testemunhos surpreendentes. Para além do talento e da classe que espalhou pelos relvados dos quatro cantos do mundo, era um exemplo de “fair play” em campo, mesmo quando duramente atingido pelos seus adversários, de quem era, por razões óbvias, o alvo principal. Essa postura na competição associada à sua humildade, não uma humildade forçada, mas genuína, quer dentro quer fora dos relvados, ajudam a explicar o fenómeno de popularidade em que se transformou e que perdura pelos dias de hoje. Esse seu carácter humilde e a paixão pelo jogo levou-o a sujeitar-se inúmeras vezes a jogar fisicamente inferiorizado ou lesionado, para que o Benfica recebesse o “cachet” previamente acordado. Essa generosidade e a dureza com que os adversários o perseguiam, custaram-lhe cinco operações aos joelhos e a antecipação do declínio na carreira, cuja parte final não geriu de forma a salvaguardar o seu passado e estatuto, com passagens pelo Beira-Mar e União de Tomar. Não deixa de ser notável que se tenha projectado muito além da dimensão de um país periférico e politicamente isolado, como era Portugal nessa época. Se Eusébio fosse inglês, alemão ou francês, teria seguramente, maior reconhecimento mundial. Apesar disso, foi considerado o 9º melhor jogador do século no mundo e o 6º da Europa, pelo Instituto de Estatística e História do Futebol (IFFHS). Em ambas, Platini surge à frente de Eusébio. Se alguns dos nomes de grandes jogadores que precedem o português nesta classificação são susceptíveis de discussão, dado o grau de subjectividade inerente a escolhas tão difíceis, o do francês, com o devido respeito, não é.