Fonte
www.record.pt
OS ACCIONISTAS da Benfica SAD aprovaram, ontem, por esmagadora maioria (apenas dois votos contra e 28 abstenções), o Relatório e Contas relativo ao exercício de 2000-2001, que apresenta um prejuízo de 37,06 milhões de euros (7,430 milhões de contos) e votaram favoravelmente uma proposta subscrita por três associados que visava dar um voto de louvor à actual administração da SAD e um voto de censura e repúdio da gestão anterior, liderada por João Vale e Azevedo (com apenas dois votos contra e 24 abstenções, para além das 150 mil das Sociedades Representadas e das mil do accionista Manuel Tinoco Faria).
A Assembleia Geral de accionistas da SAD encarnada decorreu num tom calmo (para se ter uma ideia, não se ouviu uma salva de palmas ou qualquer outra manifestação desse género) e o ambiente apenas conheceu alguma agitação quando alguns accionistas pediram explicações sobre, por exemplo, a opção da administração em não contratar Mário Jardel, ao que Manuel Vilarinho respondeu que depois de terem sido contratados Mantorras e Sokota não havia hipótese, acrescentando, porém, que o "Sporting fez um bom negócio, pelo facto de o brasileiro ter sido contratado no último dia".
Em todo o caso, Paulo Olavo Cunha fez saber aos presentes que o descontentamento de alguns accionistas relativamente à não contratação de Jardel constará da acta da assembleia.
O accionista Vítor Santos levantou ainda a questão relacionada com a situação clínica de Zahovic, que o obrigará a passar seis semanas sem competir, ao que o presidente da SAD admitiu poder ter sido um erro a sua contratação por troca com Carlos Marchena, mas que tal apenas poderá ser avaliado mais tarde.
Vilarinho absteve-se por questão de princípio
O presidente do Benfica, da SAD e da SGPS, Manuel Vilarinho, alinhou entre os que se abstiveram na votação do Relatório e Contas da SAD. Não que tivesse dúvidas em relação aos números apresentados. Simplesmente, segundo elemento próximo da presidência, por uma questão de princípio, Vilarinho absteve--se, para não estar a votar em causa própria.
J. Antunes e Gaspar Ramos entre os que aprovaram
Gaspar Ramos, antigo responsável do futebol do Benfica, e Jaime Antunes, membro da comissão que elaborou os estatutos do clube, estiveram entre a maioria de accionsitas que aprovaram as contas apresentadas. Com eles estiveram muitos sócios anónimos, bem como Rui Cunha e Vítor Santos, um dos investidores de Vilarinho.
João Carvalho e Manuel Boto alinharam pela abstenção
Além de Manuel Vilarinho, o rol de abstencionistas engrossou com João Carvalho, ex-presidente do Conselho Fiscal (em substituição de Luís Nazaré), ou Manuel Boto e Vasco Pinto Leite, membros do Conselho Fiscal de João Vale e Azevedo. Especialmente no caso de João Carvalho, trata-se de uma abstenção com significado político.