A SAD do Benfica confirmou à instantes, em comunicado enviado à CMVM, que a SAD, a Benfica Estádio, Luís Filipe Vieira e Domingos Soares de Oliveira foram constituídos arguidos " pela alegada prática de um crime de fraude fiscal qualificada".
"A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD informa, nos termos e para os efeitos previstos no artigo 248.º-A do Código dos Valores Mobiliários, que a Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD e a Benfica Estádio – Construção e Gestão de Estádios, S.A., assim como o Presidente Luis Filipe Vieira e o Administrador Domingos Soares de Oliveira, ambos por serem representantes legais daquelas sociedades, foram constituídos arguidos pela alegada prática de um crime de fraude fiscal qualificada, por se entender que aquelas sociedades obtiveram nos anos 2016 e 2017 uma vantagem patrimonial indevida à qual está associada uma possível contingência fiscal calculada pela Autoridade Tributária no valor total aproximado de €600.000.", escreveu o Benfica em comunicado enviado à CMVM.
Durante a tarde, e contactada pela Agência Lusa, fonte oficial dos ‘encarnados’ confirmou que a SAD do Benfica é um dos dois arguidos coletivos cuja constituição foi revelada hoje pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e que Luís Filipe Vieira era o único arguido individual, algo que não se veio a confirmar com a Domingos Soares de Oliveira a ser também constituído arguido.
A mesma fonte disse que os advogados dos ‘encarnados’ apresentaram um requerimento, a fim de saberem se o processo está em segredo de justiça, ressalvando que em causa está um processo de crime fiscal, que nada tem a ver com questões desportivas ou ‘sacos azuis’.
Já hoje, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) suspendeu a negociação de ações da Benfica SAD, por aguardar divulgação de informação relevante ao mercado.
O inquérito é dirigido pelo Ministério Público (MP) do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) e investiga factos suscetíveis de integrarem crime de fraude fiscal, segundo a PGR.
A investigação da Autoridade Tributária (AT) remonta a 2018, quando foram feitas buscas às instalações ‘encarnadas’, por suspeitas da emissão de faturas de serviços fictícios de uma empresa informática, que o Benfica pagou.
O jornal A Bola noticia hoje que Luís Filipe Vieira foi ouvido na segunda-feira, tendo sido constituído arguido, acrescentando que outros dirigentes ‘encarnados’ devem ser ouvidos nos próximos dias, casos do administrador executivo da SAD, Domingos Soares de Oliveira, e do diretor financeiro, Miguel Moreira.
Em causa estarão 1,8 milhões de euros que terão sido pagos pelas sociedades ‘encarnadas’, durante seis meses, para pagar serviços que não foram prestados.
Fonte oficial do Benfica já tinha confirmado à Lusa que Luís Filipe Vieira tinha sido ouvido na segunda-feira, acrescentando tratar-se de uma questão relacionada com o pagamento de IVA e IRC.
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