Bruno Coelho no adeus ao Benfica: “Vou sentir falta dos adeptos”

Fonte
slbenfica.pt

Nove épocas ao serviço da equipa de futsal do Sport Lisboa e Benfica, as últimas três como capitão, e 3 Campeonatos Nacionais, 3 Taças de Portugal, 3 Taças da Liga, 4 Supertaças depois, a despedida. Bruno Coelho não continuará ao serviço dos encarnados na próxima temporada.

 

Em entrevista aos meios de comunicação do Clube, assumiu que jogar no estrangeiro sempre foi um objetivo e que o fervoroso apoio dos adeptos benfiquistas fá-lo ambicionar o regresso a "casa". Aproveitou o momento para também deixar um agradecimento ao Presidente Luís Filipe Vieira.

 

Covid-19 e cancelamento das competições

"Sinto falta um pouco de tudo. Penso muitas vezes no que vou sentir mais falta quando deixar de jogar e sem dúvida que é o balneário. O convívio com os meus colegas, os laços que se vão criando, as amizades que se vão criando e que neste momento também estou a sentir falta. Do balneário, dos colegas, dos treinadores, das pessoas da secção e da bola."


Jogar no Benfica

"Um sonho tornado realidade, completamente. Sempre quis ser jogador de futebol. Muita gente diz que os jogadores que não dão no futebol vão para o futsal, mas já foi mais assim. Felizmente, hoje em dia já há muitos jovens que optam pelo futsal e isso é muito bom para o crescimento da modalidade em Portugal e no mundo inteiro. E eu sonhava todos os dias jogar no Benfica. Do meu quarto na casa dos meus pais dava para ver a cobertura do Estádio da Luz e às vezes perguntava-me se aquele momento ia demorar muito a chegar. E cheguei ao clube do meu coração. Ver os adeptos todos a apoiar o Benfica, toda a moldura humana, o apoio é formidável, incrível. Os adeptos do Benfica são incríveis."

 

Estreia de águia ao peito

"Lembro-me da primeira vez que vesti a camisola do Benfica. Foi no Torneio do Rui Costa, na Damaia. Foi também a primeira vez que tive mais perto do Rui Costa e que pude partilhar algumas sensações e algumas emoções com um dos meus ídolos."

 

 

Medalha especial

"Das nove épocas que aqui estive, e apesar de esta acabar de uma maneira que ninguém estava à espera, a medalha do último Campeonato Nacional é especial. Ao fim de três anos conseguimos ganhar o Campeonato, após uma época em que perdemos nos penáltis. Foi muito suor, transpiração, foco, cansaço, sangue, lágrimas. Foi uma época dificílima, porque queríamos muito ganhar e nunca mais chegava a hora da final para mostrarmos isso aos nossos adeptos, para nos colocarmos à prova. De todas as medalhas, essa foi a mais valiosa, a mais importante."

 

 

Experiência no estrangeiro

"Vou para França, vou para Paris. Vou para perto do Ricardinho, vai ser giro. Estou bastante ansioso e motivado. É um novo projeto, um novo objetivo e inclui o melhor do mundo. Vai ser espetacular, esperamos nós. Vamos ter de fazer por isso, com muito trabalho. Falo com ele todos os dias, parecemos duas namoradas [risos]."

 

 

Agarrar a oportunidade

"É difícil porque eu também sou adepto e sócio do Clube e quando vejo um jogador que gosto a sair também me pergunto a razão para ele sair quando já está no melhor clube do mundo. É um bocado pôr-me na pele do adepto e do sócio e tentar explicar que isto é a nossa vida, o nosso trabalho. Eu mesmo também nunca pensei que saísse do Benfica. É uma oportunidade que eu quero aproveitar e desfrutar. Este também era um dos meus objetivos, jogar fora de Portugal e conhecer outra cultura."

 

 

Saudades expectáveis

"Vou sentir falta dos adeptos. Da casa. Nós criamos uma afinidade ao Clube e às pessoas que é difícil deixar para trás. Quem me conhece sabe que vou muitas vezes ao futebol, que muitas vezes me junto aos grupos organizados, tenho muitos amigos lá, e é difícil deixar assim as pessoas, o ambiente, deixar de sentir o fervor dos adeptos do Benfica. Tenho vários vídeos no telemóvel de cânticos de apoio nos nossos jogos que nos dão mais força. Penso que é disso que vou sentir mais falta. Da minha casa."

 

 

Certeza de voltar

"Vou estar sempre com a camisola vestida, o meu sangue é vermelho, não é de outra cor. 'Despedir' é uma palavra um pouco dura porque quando falei com as pessoas no Benfica eu não me despedi. Eu disse que queria voltar, quero acabar a minha carreira no Benfica, e se assim for possível, se estiver nas condições físicas necessárias e se as pessoas que na altura estiverem no Benfica me quiserem, eu voltarei para junto da minha família. Não é despedir, é dizer um 'até já'. Voltarei mais forte, mais capaz, e só tenho a agradecer ao Clube, às pessoas que fui conhecendo. Agradecer também ao Presidente, toda a confiança e condições que nos deu para trabalhar, o trabalho que tem feito é excecional, em todas as secções, em todas as modalidades. Nós, enquanto atletas, e eu também enquanto capitão do Benfica, só temos a agradecer."

 

 

Fotos: Arquivo / SL Benfica

https://www.slbenfica.pt/pt-pt/agora/noticias/2020/05/19/futsal-benfica-entrevista-despedida-bruno-coelho