camara decide

Fonte
A Bola
A reunião da Câmara Municipal de Lisboa, marcada para o próximo dia 3 de Abril (quarta feira da próxima semana), deverá ter como tema principal da agenda o novo estádio do Sport Lisboa e Benfica. Segundo A BOLA apurou junto do próprio presidente do município lisboeta, dr. Santana Lopes, nessa data já deverão estar reunidas as condições definitivas de um largo consenso político no sentido de viabilizar o novo estádio da Luz, com base num amplo acordo que tem vindo a ser negociado de uma forma discreta, mas, ao que tudo indica, bem sucedida. A reunião de 3 de Abril deverá assim confirmar os meios para a construção do novo estádio do Benfica, palco da final do Campeonato da Europa de 2004, como tudo continua a indicar. A notícia de que as negociações se encontram bem encaminhadas e perto de um final feliz vem trazer novo impulso à organização do Euro-2004 que tem conhecido, nos últimos meses, um clima algo tumultuoso, principalmente no que respeita à discussão pública da construção dos novos estádios, e que teve o seu ponto mais crítico na questão do Plano de Pormenor das Antas. Consenso alargado O novo estádio do Benfica, cujas obras começaram com atraso significativo, chegou a ser considerado o único que deveria ficar de fora do projecto dos dez estádios para o Europeu de 2004. Porém, o esforço dos actuais dirigentes do Benfica, principalmente com Luis Filipe Vieira e com Mário Dias à cabeça, a que se juntou a capacidade negocial e uma efectiva vontade política por parte da Câmara de Lisboa, liderada por Santana Lopes, levou a que muito desse atraso fosse recuperado e que se chegue, agora, a um momento decisivo em que o consenso alargado deverá constituir a base em que assentará a concretização do grande projecto. Projecto nunca parou O Benfica recuperou muito do tempo perdido graças a dois aspectos fundamentais: o vice-presidente Mário Dias nunca deixou de avançar com todo o trabalho de preparação do projecto (trabalho complicadíssimo e demorado), e portanto estava apto a iniciar a construção assim que a intervenção de Luís Filipe Vieira, como já por várias vezes foi reconhecido publicamente (exemplo da entrevista a A BOLA do presidente do Conselho Fiscal, Fonseca Santos) permitiu a decisão final; e, por outro lado, a forte influência do gestor do futebol encarnado, até junto da empresa contrutora (a Somague) impediu que as obras parassem quando se verificou o impasse na autarquia, com a sucessão de João Soares. Além disso, outro aspecto relevante: toda a equipa de projectistas, engenheiros e arquitectos trabalha no local. Ou seja, ganha tempo (precioso) sempre que se torna necessário discutir uma alteração ou resolver um problema. Nesse sentido, o desenvolvimento do trabalho na Luz é ímpar. A luta travada por Mário Dias teve ainda uma outra especial vantagem quando ainda se estava na fase do estudo de pormenor do projecto. O trabalho desenvolvido em Lisboa e Londres pela equipa de projectistas seguia para a Austrália por mail. Pela diferença horária, quando se terminava na Europa começava-se do lado de lá do mundo. Realizava-se o trabalho quase 24 horas sobre 24 horas sem paragens. Tudo isso permitiu ao Benfica a satisfação de ver a obra crescer perfeitamente dentro dos prazos.