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DE VOLTA À REGIÃO TALISMÃ
Minho vermelho é estação na caminhada para a UEFA
Mantorras marcou em Braga
Numa altura em que aquece a luta pela qualificação europeia, o Benfica regressa à região que mais sorte lhe tem dado no futebol nacional: o Minho. Foi lá que conquistou o último título, em 1994, e foi lá que conseguiu duas das vitórias mais significativas da presente época. O 1-0 em Braga salvou por umas semanas a cabeça de Toni; o 2-0 em Barcelos foi a resposta adequada a uma má conjuntura, numa altura em que a equipa não tinha avançados disponíveis
O BENFICA vai no sábado a Guimarães com a necessidade de vencer para se manter no terceiro lugar do campeonato. E, apesar da qualidade do adversário, dificilmente poderia encontrar melhor local para tão difícil tarefa. O Minho tem dado sorte aos encarnados, que ali se sagraram campeões pela última vez, há oito anos, e que até ganharam os dois jogos ali disputados esta época.
A estreia minhota aconteceu em Braga, no final de Novembro. O Benfica vinha de um empate a zero, em casa, com o V. Guimarães e Toni começava a ser contestado. Braga era um palco difícil, onde os encarnados já não ganhavam desde 95/96 e onde tinham mesmo perdido nas três últimas épocas. Um golo de Mantorras e uma exibição de sofrimento e de entreajuda valeu uma difícil vitória por 1-0, apenas a segunda obtida fora de casa durante toda a época, depois do sucesso em Faro. Toni ganhava ar para enfrentar os que se opunham à sua continuidade à frente da equipa, acabando por aguentar mais quatro jornadas aos comandos. Nelas, contudo, só ganhou uma vez, ao Santa Clara, na Luz, cedendo um empate e duas derrotas que acabaram por revelar-se fatais para as aspirações benfiquistas na corrida ao título nacional.
A segunda viagem ao Minho, para defrontar o Gil Vicente, surgiu noutra conjuntura difícil. Depois da derrota caseira contra a U. Leiria, havia na equipa o risco de desmobilização perante as enormes dificuldades apresentadas pela necessidade de competir com o FC Porto pela última vaga europeia disponível. Para ajudar à festa, após a operação a que tinha sido submetido Mantorras a equipa técnica ficou a saber da indisponibilidade física do outro ponta-de-lança da equipa, o lituano Jankauskas. Tudo somado à já velha lesão de Sokota resultou num Benfica inovador, com Zahovic, Simão, Drulovic e Miguel a moverem-se por toda a frente de ataque, mas sem a presença de um avançado-centro clássico para servirem. Apesar de tudo, aos 20 minutos já o Benfica estava a ganhar por 2-0, tornando o jogo fácil e especialmente feliz dada a derrota sofrida pelo FC Porto no Restelo ante o Belenenses.
Confirmava-se uma tradição recente: a de que o Benfica é feliz no Minho. Aliás, embora na época passada, a pior da sua história, tenha perdido em Barcelos e em Braga, o Benfica tem uma boa memória de Guimarães: foi lá que alcançou a primeira vitória da época na condição de forasteiro. E logo por 4-0.
Ligados ao último título
Já o último título conquistado pelo Benfica teve ampla ligação ao Minho. Foi em Braga, contra outra equipa minhota, o Gil Vicente, que os encarnados obtiveram a certeza matemática do título, a duas jornadas do final. E foi em casa contra outra formação oriunda do Minho, o V. Guimarães, que foi feita a festa do título.
O primeiro episódio da história teve lugar a 25 de Maio de 1994. O Gil optou por Braga para receber o Benfica, perdeu por 3-0 (dois golos de João Pinto e um de Kulkov) e os encarnados tiveram logo a certeza do título. Quatro dias depois, a Luz encheu para a recepção ao V. Guimarães. O empate a zero não impediu a festa.