Surrealista. Caricato. Bizarro. Com três simples palavras se define o que foi mau de mais para ser verdade – esta digressão do Benfica aos EUA, em fim de temporada.
Certo que o clube, a viver uma grande crise financeira, certo que era importante encontrar um espaço de competição para os atletas até ao dia da partida para férias. Essas são vertentes que ninguém pode ignorar. Mas há outras, não menos importantes, que devem ser preservadas. Falamos da imagem, do carácter, da personalidade, seja do Homem ou de um clube. E o Benfica, ao contrário do que seria desejável e ao inverso do que preconiza, provavelmente, Jesualdo Ferreira – o menos culpado de toda a situação – não se soube dar ao respeito.
Começando pelo primeiro dia, a equipa treinou-se duas horas mais tarde por falta de autocarro e frente ao Emelec, formação do Equador, deparou-se com falta de instalações condignas, pelo que, à pressa, teve de ir para o hotel, onde todos tomaram banho. Pelo meio, foram-se ouvindo comentários que, no fundo, não passavam de críticas face a um comportamento menos simpático dos jogadores para com os emigrantes, quando é nesse capítulo que funciona, em primeiro lugar, a imagem do clube. Para terminar ao mesmo nível, a comitiva ficou instalada num hotel, próximo de East Providence, de péssimo gosto.
E que dizer de uma equipa que ao intervalo de um jogo com um adversário semiprofissional descansou em pleno relvado, atrás de uma das balizas, por baixo do "placard" electrónico, devido à falta de balneários? Será que valeu mesmo a pena?
Refira-se que a comitiva deixou ontem os EUA (cerca das 23 e 30 portugueses) e chega hoje às 6 e 40.