FALHANCO DA EQUIPA B

Submetida por JOHNCAGA em
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a bola
Foi um ano muito turbulento em termos de Benfica B e de futebol de formação. Mais mediatizada foi a descida da equipa B à III Divisão, bem como todas as convulsões vividas ao longo da época, com problemas graves de disciplina, nos jogos e fora deles, com alguns jogadores a quem a falta de humildade impediu de perceber qual a filosofia de uma equipa B. A equipa de juniores, surpreendentemente, não conseguiu o apuramento para a fase final, ultrapassada pelo Alverca na II fase. Juvenis e iniciados não têm hipóteses de lutar pelos títulos. «Ganhar títulos pode ser agradável, mas não é a missão principal da formação», atalha Porfírio Alves, o responsável pelo departamento, e que também colabora na equipa B. Tendo por base que «a qualidade do plantel do Benfica B não justificaria, se tudo tivesse corrido normalmente, uma descida à III Divisão», importa, pois, tentar perceber o que se passou de errado. Várias têm sido as reuniões para debater o assunto e melhorar o edifício de todo o departamento de futebol. E são três as grandes razões, que se podem aplicar a uma época menos produtiva na formação: logística, prospecção e mentalidade. Logística — O Benfica só decidiu avançar para o novo estádio, após consulta dos sócios, no final de Setembro, já com os campeonatos em curso. Uma decisão tardia que não permitiu que se encontrassem soluções mais cedo. Porfírio Alves ainda auscultou atempadamente alguns clubes, mas revela que dentro do Benfica «pessoas influentes praticamente garantiram que não ia haver estádio novo». Começou o mês de Outubro e já era difícil encontrar alternativas. Felizmente, apareceu a «preciosa ajuda do S. L. Olivais e, numa primeira fase, Palmense e Unidos, a quem estaremos sempre reconhecidos». Por outro lado, o departamento de futebol juvenil, onde funcionava igualmente a equipa B, foi dos primeiros edifícios a ser demolido. Toda a logística de apoio ficou afectada e está agora em instalações provisórias no estádio. As equipas andaram com a casa às costas, sem grande acompanhamento. Prospecção — Um dos maiores erros terá sido, na opinião de Porfírio Alves, «não se ter dado importância à prospecção durante anos, o que se reflecte na qualidade dos jogadores». Essa é mesmo a maior crítica do adepto comum, que (des)espera pelo despertar de valores da formação. Mentalidade — Muitos dos problemas vividos pela equipa B derivam da fragilidade psicológica de alguns jogadores. À sexta jornada da zona Sul da II Divisão B já o Benfica B tinha oito... expulsões. Praga que se prolongou por toda a época. Algo terá falhado ao nível do acompanhamento dos atletas, vertente que precisa de ser melhorada no futuro.