CENTRAL JOGOU CINCO ANOS NA LUZ
Hélder: Um campeão de volta
Com a contratação de Hélder, o plantel do Benfica passa a contar com um jogador que foi campeão ao serviço do clube. Em 93/94, o defesa-central internacional português ajudou os encarnados a superarem a concorrência no último título da I Liga conquistado pela formação da Luz. Agora quer participar na reconquista.
Naquela época, Hélder actuou em 32 jogos (marcou dois golos) nessa temporada e foi um dos titulares indiscutíveis da equipa orientada por Toni e por Jesualdo Ferreira. Conquistou aí o seu primeiro e único título de campeão na carreira, dois anos depois de se ter transferido do Estoril-Praia.
Lado a lado com Mozer, fez parte da segunda dupla de centrais menos batida da competição, atrás da do FC Porto. Na baliza jogou Neno, a direita foi repartida por Abel Silva, Abel Xavier e Veloso, que também jogou à esquerda, alternando com Schwarz.
O sueco também passou por um meio-campo onde Vítor Paneira e Rui Costa se assumiam como indiscutíveis. Kulkov e Isaías também contribuíram em larga escala para a conquista. João Pinto liderava o ataque tendo Ailton, Yuran, Rui Águas e César Brito como companheiros. Hernâni, Silvino, Paulo Santos, William, Nuno Afonso, Kenedy, e Pedro Henriques completam o lote de campeões. Desse plantel não jogaram mas constavam ainda Simanic e o agora famoso Mostovoi.
O primeiro a regressar
Hélder tinha na altura 23 anos. Continuaria na Luz mais algumas épocas até se transferir para a Corunha. Volta agora ao futebol português, nove anos depois de se aventurar no estrangeiro.
Desde 93/94 que o Benfica não é campeão. Essa época, imortalizada pelos 6-3 de Alvalade, ganha contornos quase míticos, à medida que o tempo passa e os encarnados se mantêm sem vitórias. Sempre se pensou que Rui Costa fosse o primeiro a voltar, já que o seu regresso foi anunciado praticamente no dia seguinte à ida para Florença. Parte do plantel já abandonou a carreira, João Vieira Pinto, herói do título, deve pendurar as chuteiras no rival leonino, e Schwarz e Abel Xavier já foram dados como reforços.
Afinal é Hélder quem volta primeiro, transportando o título inédito no actual balneário da Luz de único jogador campeão português ao serviço do Benfica.
Taça e Supertaça em Espanha, só faltou o campeonato
Hélder podia ter ganho tudo o que havia para ganhar no Deportivo da Corunha, em pouco mais de cinco épocas ao serviço do clube espanhol. Mas venceu apenas a Taça e a Supertaça, já que no histórico ano em que os galegos venceram "La liga", cumpria o seu longo calvário de lesões – lesionou-se num choque com o colega de equipa Songo'o.
A Supertaça Espanhola de 2000, no entanto, e a Taça do Rei deste ano, são competições que farão para sempre parte do currículo de Hélder, a que soma uma Taça de Portugal e um campeonato nacional ao serviço do clube a que agora volta, o Benfica.
No total, Hélder disputou 302 jogos oficiais e marcou 16 golos, à partida para a 11ª temporada da sua carreira. Veremos se será titular ou não, às ordens de Jesualdo Ferreira.
Estreia nos 'AA' pelo Estoril, último jogo em 2001
O primeiro jogo de Hélder pela Selecção Nacional "A" foi frente à Holanda, numa vitória por 2-0, em Faro, quando o central alinhava ainda no Estoril. Como o jogador já se destacava – os canarinhos estavam na I Liga – foi escolhido para o eixo da defesa, lado a lado com Paulinho, na época, a jogar no mesmo clube.
A última vez que o defesa actuou na selecção foi no ano passado, na goleada sofrida com a campeã mundial e europeia da época, a França. O resultado final foi de 4-0.
Menos de quarenta jogos nos últimos cinco anos
A carreira de Hélder sofreu uma quebra evidente nos últimos cinco anos devido a lesão. Em 98/99 e em 99/00, o defesa-central não chegou sequer a jogar, facto que o impediu de se sagrar campeão nacional espanhol, na melhor época da história do clube galego. Desde então, jogou doze vezes ao serviço do Newcastle United (com um golo apontado) e 30 pelo Deportivo, repartidas em duas temporadas.
Por esta e, eventualmente, outras razões, Javier Irureta colocou o experiente defesa-central, que começou por ser presença regular na equipa, na lista de dispensas. Mas Hélder, que terminava contrato, passou de quase esquecido a desejado e suscitou a curiosidade de clubes como o Atlético Madrid (onde Paulo Futre é dirigente) e o Sporting. As épocas realizadas em Portugal não foram esquecidas.
O quarto jogador mais utilizado
Hélder jogou 2835 minutos dos 3060 possíveis em 34 jornadas de I Liga. Foi o quarto elemento mais utilizado do plantel orientado por Toni (e Jesualdo).
Só o guarda-redes Neno, o avançado João Vieira Pinto e o médio-ala direito Vítor Paneira participaram em mais minutos, por esta ordem. O defesa-central alinhou em 32 jogos e marcou mesmo dois golos.