JESUALDO

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RESPOSTA A JOSÉ MOURINHO Jesualdo Ferreira: «Não me meto nos assuntos do FC Porto» JESUALDO Ferreira evitou entrar em polémicas quando confrontado com a afirmação do seu homólogo do FC Porto, José Mourinho, em que este assegura que se tivesse perdido o jogo com o Benfica assumiria já não ter hipóteses de conquistar o título nacional. O treinador benfiquista, aliás, nem citou o nome do técnico portista na sua resposta. “Em relação a esta questão do ‘se, se, se’, o Kipling [Rudyard Kipling, escritor e poeta inglês, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1907] ficou famoso por que fez um poema lindíssimo sobre o ‘se’. Eu não ponho as questões assim. Os assuntos do FC Porto são tratados no FC Porto, os do Benfica aqui. Tenho coisas com as quais me devo preocupar no Benfica, não tenho nada que me preocupar com o FC Porto. Em relação a questões de classificação, só se diz não quando as coisas não forem possíveis matematicamente. Quanto à filosofia e à forma de estar, minha e da equipa, é a de lutar jogo a jogo pela vitória. O Benfica não tem outra alternativa.” IF... Se tu podes impor a calma, quando aqueles Que estão ao pé de ti a perdem, censurando A tua teimosia nobre de a manter. Se sabes guardar sem ruga e sem cansaço. Privar com Reis continuando simples, E na calúnia não recorres à infâmia Para com arma igual e em fúria responder, - Mas não aparentar bondade em demasia Nem presumir de sábio ou pretender Manifestar excesso de ousadia, - Se o sonho, não fizer de ti um escravo E a luz do pensamento não andar Contigo no domínio do exagerado, Se encaras o triunfo ou a derrota Serenamente, firme, e reforçado Na coragem que é necessário ter Para ver a verdade atraiçoada, Caluniada, espezinhada, e ainda Os nossos ideais por terra. — Mas erguê-los De novo em mais profundos alicerces E proclamar com alma essa Verdade!, Se perdes tudo quanto amealhaste E voltas ao princípio sem um ai, Um lamento, uma lágrima, e sorrindo Te debruças sobre o coração Unindo outras reservas à Vontade Que quer continuar, e prosseguindo Chegar ao infinito da razão, Se a multidão te ouvir entusiasmada E a virtude ficar no seu lugar, Se amigos e inimigos não conseguem Ofender-te, e se quantos te procuram Para estar com o teu esforço não contarem Uns mais do que outros, — olha-os por igual!, Se podes preencher esse minuto Com sessenta segundos de existência No caminho da vida percorrido Embora essa existência seja dura À força das tormentas que a consomem, Bendita a tua essência, a tua origem - O Mundo será teu, E tu serás um Homem! Versão portuguesa de António Botto in “Poesia Mais-que-perfeita”, A Mar Arte, Coimbra, 1994 Data: Sabado, 16 de Fevereiro de 2002 02:39:00