A presença de Jonas no ataque do Benfica obrigou Rui Vitória a optar por um sistema tático (4x4x2) no qual se sente muito desconfortável e que nem sequer lhe é familiar.
O CM sabe que, após chegar à Luz, o técnico tinha como ideia adotar o modelo de um ponta de lança fixo (4x2x3x1), o mesmo que quase sempre usou nas equipas por onde passou. Contudo, rapidamente percebeu que Jonas não se encaixava neste perfil de jogo, pelo que teria de optar por uma de duas coisas: ou tirar Jonas da equipa ou manter o 4x4x2, esquema utilizado por Jorge Jesus no Benfica, com sucesso.
Vitória acabou por ceder aos seus princípios porque entendeu que a equipa não poderia prescindir de Jonas, um jogador que o encantou desde a primeira hora, não só pelo que faz nos jogos como também pela atitude nos treinos e fora das quatro linhas. A saída de Lima, contudo, criou um problema adicional: encontrar uma alternativa ao brasileiro que rumou ao Dubai. As duas contratações feitas para o ataque, o grego Mitroglou e o mexicano Jiménez, não se enquadram nas características pretendidas para um 4x4x2 com Jonas como avançado de referência, pelo que, sabe o CM, o técnico equaciona fazer mudanças: Jonas passará a fazer de Lima (pois garante mais mobilidade do que os novos reforços) e um dos dois, Mitroglou ou Raúl Jiménez, avança para a posição até agora ocupada por Jonas.
Esta dificuldade em cristalizar o sistema tático ajuda a entender as fragilidades ofensivas da equipa neste início de época, exceção feita aos 15 minutos finais do jogo com o Estoril (jornada 1 da Liga), quando o Benfica marcou quatro golos, aproveitando o total desnorte do adversário. Após a derrota com o Arouca no domingo (1-0), Rui Vitória justificou o desaire com a falta de eficácia. "Pagámos caro por isso", afirmou o treinador encarnado.