Fonte
www.abola.pt
José António Barreiros, advogado do ex-presidente do Benfica, diz não fazer sentido «uma pessoa ser agora rasteirada». Audiência está marcada para 10 de Janeiro do próximo ano na Boa Hora. Crime por peculato ou abuso de confiança? A dúvida.
O advogado de Vale e Azevedo reagiu já à notícia divulgada esta manhã por um matutino lisboeta. «Não andem a brincar aos crimes. Não aguardo qualquer volte-face no processo», afirmou esta manhã o dr. José António Barreiros. E explica: «Tecnicamente esta questão de se tratar de peculato ou abuso de confiança tem estado presente desde princípio do processo, no entanto a Justiça entendeu-se consigo própria e acusou o dr. Vale e Azevedo de peculato. Ele defendeu-se desse crime e francamente espero que neste processo reine a estabilidade e não andemos a brincar aos crimes, ou seja, depois de uma pessoa se defender do crime de peculato agora de repente não se dê uma cambalhota e não se passe para um crime de abuso de confiança». E acrescenta o advogado de Vale e Azevedo, falando á Renascença esta manhã: «Coisa diversa é depois no julgamento, na sentença, o Tribunal achar que o crime é este ou aquele. Isso é uma outra questão. Mas nesta fase em que o dr. Vale e Azevedo apresentou a sua defesa do crime de peculato como a Justiça entendia, a coisa que não faria totalmente sentido seria agora haver aqui uma supressão, uma surpresa, e de repente a pessoa ser rasteirada com a ideia de que o crime é rigorosamente outro». E a terminar, o causídico refere ainda: «Até agora a questão não se colocou e francamente espero que não se coloque. Aliás o sistema não permite que se venha a colocar. Repito: que reine neste processo a estabilidade e não a instabilidade». O advogado do ex-presidente do Benfica reagia assim à notícia publicada pelo jornal «24 Horas» na sua edição de hoje subordinada ao título: «Vale e Azevedo safa-se em Tribunal». O Tribunal de Relação afirma que é incorrecta a acusação de crimes de peculato pelo Ministério Público, por isso Vale e Azevedo não pode ser julgado. Tecnicamente poderá haver lugar, isso sim, à figura de abuso de confiança. A audiência está marcada para 10 de Janeiro do próximo ano no Tribunal da Boa Hora, em Lisboa.