“ACIMA DE TUDO E DE TODOS, ESTÁ O BENFICA”
Júlio César renovou contrato com o Sport Lisboa e Benfica por mais duas temporadas. O guarda-redes – que fica, assim, ligado ao Clube até 2017/2018 – promete “ser o mais profissional possível” e “exigir o máximo nos treinos”.
“Foi muito fácil chegar a acordo com Benfica. Foi tranquilo, uma situação que nunca me preocupou. Desde o início que houve muitos jornais e muitos jornalistas a especular acerca da minha renovação, mas como sempre deixei bem claro, o meu convívio aqui no Benfica, com o presidente, sempre foi direto, transparente, e sempre estive muito tranquilo”, começou por esclarecer em entrevista à BTV.
Terminadas as competições oficiais, Júlio César garante que este foi o momento certo para esta renovação. “Sem dúvida! Este foi o momento certo para a renovação, até devido à minha condição e à entrada do Ederson, que foi maravilhosa... O Ederson fez jogos maravilhosos e foi um dos responsáveis pela campanha do Benfica, é um garoto que merece e que está em ascensão. Foi preferível esperar por esta renovação até agora porque poderia mexer um pouco com o psicológico pois é assim que funciona... Este Clube pensa em tudo e até nesse aspeto! Se me colocar no lugar do Ederson, eu também ficaria um pouco triste se estivesse a jogar e o Clube estivesse preocupado em renovar o contrato com outro guarda-redes. Isso só demonstra que aqui toda a gente o mesmo tratamento. Aqui não depende do nome, de quem venceu mais ou menos, aqui o mais importante é sempre o Benfica”, afirmou.
“Nestes dois anos eu vou fazer aquilo que sempre fiz desde a minha chegada ao Benfica, ser o mais profissional possível, exigir o meu máximo nos treinos e nos jogos, para que possa terminar bem a carreira e, quem sabe... Antigamente eu fazia planos futuros, agora não, vou vivendo ano após ano, temporada após temporada. Estou muito feliz! Estes dois anos de contrato são uma segurança que tenho para poder fazer aquilo que mais amo, jogar Futebol”, acrescentou.
“Essa renovação diz tudo! Quando cheguei ao Benfica muitas vozes disseram que eu estava ultrapassado, até porque não tive um Mundial bom e fomos eliminados de uma maneira muito triste, mas isso é normal e já estou acostumado. Apeguei-me ao meu trabalho, talento, à minha confiança, e mostrei que ainda tinha «muita lenha para queimar». Acredito que nesses dois anos consegui demonstrar que o Benfica não estava errado e que fez uma boa escolha”, lembrou.
Na Luz desde o verão de 2014, o internacional brasileiro começou a época 2015/2016 como titular, defendendo a baliza do SL Benfica na Liga NOS e na Liga dos Campeões. Uma lesão contraída em março, na véspera do dérbi, afastou-o da competição até ao final.
“Foi muito difícil! O jogador é egoísta nesse aspeto! Todo o jogador quer jogar. É claro que só onze vão para dentro de campo mas todos querem jogar! Eu fiz de tudo para jogar esse jogo, porque sabia que era um jogo importante e sabia também que nós íamos ganhar aquela partida, que aquele jogo ia valer pelos três que eles tiveram a favor deles... era a partida que nos colocava à frente deles no Campeonato. Eu queria muito jogar, mas infelizmente não consegui! O Ederson entrou muito bem e eu não tinha dúvidas nenhumas... Falei com os jogadores antes do jogo, disse-lhes que, apesar de querer muito, eu não iria jogar. Disse-lhes que o Ederson ia fazer uma grande partida! E fez, não só aquela mas todas as outras, o resto da temporada. Acabou por ser mau para mim mas bom para o Ederson. No mundo do Futebol e na vida é assim. As oportunidades aparecem e as pessoas têm de estar preparadas”, explicou.
“O facto de os guarda-redes trabalharem muito juntos e de serem um número menor faz com que tenhamos um convívio muito grande e um respeito enorme por cada um. É que acontece aqui no Benfica. Conheci aqui o Paulo e o Ederson e damo-nos muito bem, entreajudamo-nos muito! É uma troca saudável, de informações e experiências muito boas, também com o Hugo, o nosso treinador de guarda-redes e julgo que isso, independentemente de quem for jogar, só favorece o nosso trabalho, um trabalho que é muito bem feito”, garantiu.
Em duas épocas de “águia ao peito”, o guarda-redes de 36 anos foi Campeão Nacional por duas vezes e comemorou ainda a conquista de uma Taça da Liga.
“Foram dois anos maravilhosos! Fui Bicampeão pelo Benfica! Não poderia ter começado melhor essa parceria com o Benfica, agora, quanto mais se ganha, mais a cobrança aumenta e o “torcedor” acaba por ficar mal acostumado (risos), quer ganhar sempre... Mas isso é normal, principalmente num Clube como este. Espero que o Benfica seja Pentacampeão com a minha presença aqui e que eu seja Tetra. Mas há dois troféus que quero muito ganhar: a Supertaça que vamos ter oportunidade de o conseguir já em agosto, e a Taça de Portugal... é tão lindo esse trofeu num dia tão festivo! Tenho de o ganhar”, confessou.
Troféus que só são possíveis, segundo o internacional brasileiro, com humildade, respeito e união. “O respeito dentro do balneário. Quando se muda um staff muda-se uma série de coisas, filosofia de trabalho, ideias, muita coisa... Este novo staff está de parabéns. Conseguiu substituir um staff vencedor e manteve o respeito, a união, e conseguiu que o Clube assimilasse o mais rápido possível as novas ideias. E acredito que no próximo ano as coisas vão ser ainda melhores. A cobrança vai aumentar, já se pede o 36, mas é normal”, disse.
Luta por um regresso ao onze
Depois da lesão, Júlio César garante que vai lutar por um lugar no onze titular.
“É normal que se comece a especular acerca de quem vai jogar... Mas o mais importante é continuar com esse respeito, profissionalismo acima de tudo, porque acima de cada um de nós está sempre uma empresa, uma marca, um Clube que se chama Sport Lisboa e Benfica. Nunca se pode esquecer que estamos a representar um dos maiores Clubes do Mundo”, alertou.
“Vai ser mais dor de cabeça para o Rui Vitória... Um treinador que trabalha com um elenco de 25/26 jogadores, que coloca todos na mesma linha, na mesma direção, depois é difícil escolher os onze! É mais uma motivação que tenho. É o dia-a-dia, o treino, o jogo, que vai determinar quem joga e aí também entra a preferência do treinador. Vou fazer o meu trabalho e respeitar sempre a escolha do treinador”, acrescentou.
Sente-se uma referência no Balneário?
“Não me sinto mas muito me consideram, até pelo convívio e conversa que tenho com os jogadores, pela minha História, pela minha carreira, por tudo o que ganhei... Mas não me sinto uma referência e cada título que ganho sinto como se fosse o primeiro. Acho que foi também por isso que encaixei tão bem neste Clube”, disse.
Agora, o objetivo é o mesmo: continuar a ganhar. Júlio César deixa a promessa: “Os Benfiquistas podem esperar um grupo aguerrido, ambicioso, que acredita sempre, que apesar das dificuldades nunca deixa de acreditar em si próprio. É um grupo de trabalho maravilhoso, que segue junto na mesma direção e isso é muito importante. Espero que continuem a apoiar-nos de forma apaixonada e cativante. Que continuemos todos juntos a seguir a mesma direção!”