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O presidente do Benfica respondeu ontem às críticas proferidas na véspera por Fonseca Santos, nas quais o vice-presidente denunciou a existência de ilegalidades no clube e lançou várias interrogações quanto à gestão do grupo empresarial encarnado. Luís Filipe Vieira, com um discurso duro, desmentiu todas as acusações e não deixou dúvidas quanto ao corte de relações com Fonseca Santos, ao ponto de reconhecer que cometeu um erro ao avançar para as eleições com o "vice" na sua lista. "Não é alguém como ele que vem mandar em mim", afirmou mesmo o líder do emblema da Luz.
Luís Filipe Vieira confessou ter ficado "bastante admirado" com o teor das declarações de Fonseca Santos, acrescentando que, como já havia dito aos benfiquistas, não pretende "sustentar vaidades, insinuações nem protagonismos" no Benfica. "A reunião [Plenário] está marcada para dia 19, e lá estarei. Vão lá estar todos e certamente estarei calmo. Aliás, até esse dia vou continuar a comer o meu peixinho grelhado calmamente. Quem mudou de opinião, lá saberá porquê", prosseguiu o presidente dos encarnados, no Estoril Open.
A dureza da resposta manteve-se, com a escolaridade a servir de base de ataque. "Sempre prometi que iria profissionalizar o Benfica, mas também nunca escondi que tenho a quarta classe e quem tem o 28º ano ou lá que curso seja não vem certamente dar-me lições sobre a forma de estar e sobre honestidade. Quem tem falado nos jornais não me vai dar lições de transparência, rigor e honestidade. Não é esse senhor que vem pôr em causa muitos anos de trabalho. No local certo, vou responder", referiu, em referência ao Plenário dos órgãos sociais agendado para dia 19, no qual tudo ficará em pratos limpos: "Se Fonseca Santos vem insinuar e caluniar, no dia 19 estará lá quem deve estar e é lá que vou responder, e os benfiquistas irão saber que, se há algumas coisas em que ele tenha razão, tudo será resolvido em cinco minutos. Se houver alguma irregularidade, lá estará a KPMG para dizer se as há ou não."
"Andou atrás de mim e agora desviou-se"
Luís Filipe Vieira desculpou-se mesmo por, supostamente, não ter riscado o nome de Fonseca Santos da candidatura às últimas eleições. "Peço desculpa aos benfiquistas e aos meus colegas de Direcção porque há três meses devia ter tomado uma decisão e não o fiz. É pena porque naquela altura avisaram-me de que algo ia suceder", lamentou, insistindo na inexistência das irregularidades a que aludiu o seu vice-presidente: "Só esse senhor viu as irregularidades. Fui eleito pelos benfiquistas para resolver problemas e mais de 90 por cento deles fui eu que os resolvi. Foi com a minha credibilidade e não com a daquele senhor, que andou atrás de mim e agora se desviou. Quem me conhece e está dentro do Benfica sabe que não desviar-me do trilho apontado e não é alguém como ele que vem mandar em mim, até porque fui eu que fui eleito pelos sócios."
Fonseca Santos afirmou que se recusou a assinar alguns cheques por duvidar das despesas em causa. "Dá-me vontade de rir", respondeu o presidente da Direcção e da SAD da Luz. "Ele diz que se recusou a assinar cheques de contratos nebulosos. Desde que entrei no Benfica não assinei 10 cheques, alguém os assinou, deve haver alguma confusão", assegurou, colocando depois em causa a seriedade do vice-presidente. "Não entendo como mudou de opinião de um momento para o outro, mas se calhar tem a ver com o facto de eu entender que o Benfica tem de ter alguém sério em termos de gestão e entendi que não devia ser ele. Para se gerir o Benfica tem de se estar lá 14 a 16 horas e há a decisão colegial de que nenhum dirigente eleito seria remunerado."