Falta de intensidade da equipa ante o Belenenses pesou no desempenho do jovem, segundo Petit e César Peixoto.
A estreia de João Carvalho como titular na I Liga com a camisola do Benfica, na função que Krovinovic deixou livre após a lesão sofrida frente ao Chaves, ficou aquém das expectativas. No Estádio do Restelo, o jovem médio procurou ser o pivô na intermediária encarnada, mas, até ser substituído aos 61", pouco se viu, nomeadamente nos aspetos em que mais se sentiu a sua falta: transporte de bola e último passe. Mas, apesar da discreta passagem pela jornada 20 da liga, o jogador de 20 anos não deve ser julgado de forma dura por este desempenho, segundo analisam a O JOGO o treinador Petit e o ex-médio César Peixoto. Na opinião de ambos, mais do que uma fraca exibição individual, João Carvalho acabou penalizado por um apagamento coletivo.
"Estar a comparar Krovinovic com João Carvalho é injusto, pelas diferentes idades, experiência e características, não se pode pedir que o segundo faça o mesmo que o primeiro. João Carvalho foi titular pela primeira vez, num jogo em que teve de ocupar o lugar de um jogador importante e todos os olhos estavam sobre ele, mas toda a equipa não fez um jogo competente e isso não o ajudou", explica César Peixoto, que desculpabiliza o internacional sub-21 português: "No Restelo, tirando Cervi e Jonas, toda a equipa não esteve bem, o que não se pode explicar apenas com a ausência de Krovinovic. João Carvalho apanhou por tabela, mas é um jovem que tem qualidade para estar lá, precisa é de tempo e que os colegas o ajudem." E é de tempo que também Petit, ex-jogador e treinador, fala para que João Carvalho possa se expressar em pleno nos próximos jogos. "Ofensivamente, o Benfica não fez um bom jogo na primeira parte pois o Belenenses não deu espaços na zona central. João Carvalho tem grande qualidade e uma margem de crescimento muito grande, talvez contra o Rio Ave, na Luz, possa ter mais espaço. Treinar e jogar é diferente, para mais no Benfica pois defrontam equipas que baixam bastante os blocos e o jogador tem de saber descobrir os espaços. João Carvalho joga bem entre linhas, acelera o jogo em drible e só precisa de tempo. A equipa não jogou bem. Também Krovinovic não pegou de estaca...", evidencia Petit.
As estatísticas individuais permitem perceber um pouco as diferenças entre ter Krovinovic e João Carvalho no meio-campo do Benfica. Por exemplo, em termos médios e considerando todas as provas em 2017/18, o croata destacou-se pelos remates (1,9 contra 1,1 de Carvalho), tal como na eficácia de passe, na ordem dos 89,7 por cento contra apenas 78 por cento do português. E, em passes para a frente, é também o ex-Rio Ave com melhor aproveitamento: 87 por cento contra 69. Claro que estes números, apesar de serem valores médios, acabam por ser afetados pela menor rotina de jogo do camisola 90, que apenas recentemente tem ganho espaço e tenderá, com o acumular de minutos, a tornar-se mais efetivo. Os números evidenciam, também, traços distintivos. "Krovinovic tem qualidade individual, é um criativo que gere bem o tempo de jogo, funcionando como um íman com a bola, pondo-a a circular de pé para pé, o que tem beneficiado muito Jonas, por exemplo. Já João Carvalho é mais intenso, taticamente equilibra o meio-campo sendo mais agressivo, forçando diagonais, pensando rápido e tem boa meia distância", analisa César Peixoto.
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