Pizzi é um work-in-progress.
Não é um médio-centro acabado. É aqui que entra a comparação com o andebol e com as substituições que muitas vezes têm lugar entre jogadores que só atacam por outros que apenas defendem.
O internacional português estará, no pensamento de Jesus, no grupo dos que só atacariam.
A caricatura é, como sempre, exagerada, mas o técnico pretende sublinhar que o seu trabalho ainda não acabou e, uma vez que tinha antes e ainda tem outras soluções, dá-se ao luxo de fazer as coisas devagar.
Quando o treinador do Benfica anunciou o avançado, muitas vezes extremo, como uma das opções que tinha para a posição 8 muita gente que torceu o nariz. Porque Enzo Pérez desbravou fronteiras e explorou território virgem, achei que fazia algum sentido.
Pizzi, a corresponder como tem correspondido sempre que lhe dão minutos, é opção válida para o onze dos encarnados. Mais do que isso, é opção sólida. E, a curto prazo, talvez mesmo a melhor opção.
Na verdade, acrescenta metros ao ataque. Gosta de ter a bola, passa com excelência a curta e longa distância e é muito perigoso nas bolas paradas. Integra-se melhor na construção do que outros nomes do plantel (Talisca, inclusive) e precisa, tal como os demais, de subir os níveis de intensidade e agressividade nos movimentos defensivos. Aí, só perderá para Samaris (que melhorou bastante) e André Almeida.
Jesus não faz milagres. Por muito que se pense que sim, não transforma carvão em diamantes. Para que uma ideia sua tenha sucesso é necessário haver talento de alguns quilates na génese. Pizzi tem esse talento e irá conquistar cada vez mais minutos até final da temporada. Basta que se mantenha a aposta.
Quem sabe, poderá aproximar finalmente o Benfica da espinha dorsal portuguesa e até ajudar a Seleção?
P.S. Gonçalo Guedes também está a ganhar minutos e a gerar expetativa. Aproveita a ausência de Gaitán por lesão e mostra qualidade. É verdade que é tudo muito cedo e que o caminho é longo, mas é um bom sinal dado pelo treinador, que, com o regresso do argentino para breve, terá de saber gerir uma eventual saída das opções por parte do jovem. É que já só há a final da Taça da Liga e o que resta de campeonato...
Pizzi sempre foi uma boa ideia
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