Quem passa por eles?

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Petit, Tiago e Ednilson ajudaram a estancar a torrente ofensiva do Beira-Mar na segunda parte. Quem passa por eles? Os três trincos, perdão, médios defensivos, para utilizar a definição predilecta de Jesualdo Ferreira para os jogadores de contenção do meio-campo, oferecem ao técnico uma variedade de soluções que não se via desde a época 1993/94. Sim, essa mesma, a última em que o Benfica conquistou o título. Nessa temporada, que tantas saudades provoca nos benfiquistas, Toni, o treinador, apostava em Abel Xavier, Schwarz e Kulkov para proteger a defesa e começar a construir os lances ofensivos. Que melhor retaguarda poderiam pedir, então, Rui Costa, Isaías, Vítor Paneira, Ailton, Iuran, Rui Águas...? Os anos que se seguiram foram de escassez de títulos, num clube mergulhado em crise profunda, dentro e fora das quatro linhas. Mas nem por isso o Benfica deixou de contar com jogadores de qualidade para o centro do terreno, daqueles cuja prioridade é roubar a bola. Lembram-se de Paulo Bento, Calado, Bruno Caires, Jamir, Amaral, Tiago, Tahar, Michael Thomas e Fernando Meira? Por várias razões, poucos conseguiram vingar de águia ao peito, mas parece, repetimos, parece que a época que agora se iniciou vai reflectir outra realidade. Na partida de anteontem, em Aveiro, que garantiu o segundo triunfo na SuperLiga, o Benfica só recuperou o domínio do meio-campo após a troca de Roger por Ednilson. Com apoio reforçado, Petit e Tiago conseguiram, finalmente, começar a esfriar o ímpeto da equipa orientada por António Sousa. O facto de as redes encarnadas continuarem imaculadas ao fim de duas jornadas deve-se não só ao desempenho positivo da defesa, mas também à forma como o trio de médios defensivos tem colocado em prática o «espírito de solidariedade» preconizado por Jesualdo Ferreira. «Nunca virámos a cara à luta. Até as unidades mais tecnicistas tiveram a capacidade de ser operárias», eis o caminho escolhido pelo técnico, no final do encontro diante do Beira-Mar, para se congratular com a exibição dos seus jogadores. Antes, na véspera do embate, já Moreira tinha alertado para o leque alargado de opções em todos os sectores. «O nosso plantel é constituído por 27 atletas, todos de qualidade. Quando sai alguém não se notam diferenças», sentenciara o jovem guarda-redes. E, de facto, Jesualdo Ferreira não terá dores de cabeça na hora de escolher os eleitos para o coração do meio-campo. Quem sabe, inclusive, se Petit, Tiago e Ednilson não serão titulares — os três! — em muitas ocasiões. O pressing que conseguem fazer junto à grande-área do adversário ajudará a libertar Roger, Zahovic, Simão, Drulovic, Nuno Gomes, Mantorras, Fehér...