Rúben Dias, defesa-central do Benfica, foi o convidado especial do programa "Titulares", da SportTV, onde conversou sobre vários temas, mas também fez o rescaldo da goleada ao eterno rival (5-0), que resultou na conquista da 8.ª Supertaça para o Museu Benfica-Cosme Damião.
"Acho que nunca se pode antecipar um resultado destes porque é um dérbi, uma Supertaça e é sempre um jogo muito competitivo, muito disputado e, teoricamente, mesmo que haja alguma superioridade de algum lado, nestes jogos isso acaba sempre por desaparecer, por isso não me passava pela cabeça alcançarmos um resultado tão bom. Claro que ambicionávamos um bom resultado, mas não estava à espera que fosse assim."
"Acho que houve muito equilíbrio na 1.ª parte, ambas as equipas chegavam com bastante perigo e nós tentámos sempre manter a pressão muito alta, também para reduzir algum espaço, mas eles acabaram por conseguir duas a três vezes encontrar o espaço por fora e na largura. Jogámos contra o vento e isso também favoreceu um pouco para conseguirem explorar essa profundidade, mas a 2.ª parte foi bem diferente. Controlámos e, claro, que também ajuda as bolas irem entrando e os golos acontecerem porque muda o jogo."
Xerife da defesa encarnada
"Sou mais um que está disponível para ajudar. Isso fica ao critério de quem quiser julgar, de quem quiser ter a sua opinião, mas no fundo sou mais um que está lá para ajudar."
A linha de três defesas de Keizer
"A nossa preparação para o jogo, para além da nossa estratégia, passa também por tentar perceber aquilo que vamos ter pela frente. Preparámos os diversos cenários que poderiam acontecer e este era um deles."
Confiança: a palavra-chave
"Passa exatamente pela confiança e nestes momentos toda a jogada tem de ser construida, mas se depois não houver quem as finalize, acaba por não sair nada. O à vontade da equipa a jogar é notória, sentimo-nos bem, confiantes e depois nestes momentos isso nota-se."
A mensagem de Bruno Lage
"Há a mensagem e cabe a nós jogadores torná-la fácil ou não, isso aí depende daquilo que é o nosso rendimento. Dentro de campo é que se reflete o que é um jogador inteligente que consegue executar ou não, e pelo cunho pessoal, a mensagem de Bruno Lage é objetiva e pode-se dizer que é simples para bom entendedor."
As constantes melhorias
"Um jogo é composto por diversos fatores e as nossas capacidades também se têm de estender a esses fatores. Por mais que se identifique algo em que se possa melhorar, passa sempre por uma melhoria geral. Temos de estar sempre a trabalhar tudo e estar em constante evolução."
O avançado mais difícil de defrontar
"Depende muito daquilo que o jogador consiga fazer com as suas características específicas, mas destaco o Lewandowski, com quem joguei duas vezes em contextos diferentes [clube e seleção]. É justo destacá-lo porque é um jogador de grande qualidade."
A pré-época recheada de vitórias
"As pessoas começaram a sentir confiança durante a International Champions Cup, mas é relativo, a pré-época é para testar, é para falhar, mas claro que é bom ganhar, é demonstrativo de qualidade, mas é sempre diferente depois chegarmos ao contexto oficial e chegarmos a este resultado."
Os produtos da formação a ganharem espaço no Benfica
"Primeiro que tudo é importante destacar que não há nada garantido, não há nada assumido de que vão chegar e vão jogar. Tem de haver sempre qualidade, dificuldade e tem de se conseguir superar a dificuldade para se conseguir afirmar. É uma aposta do Clube e tem estado a dar os seus frutos."
Contrato até 2024
"Estou focado onde estou, hei de estar sempre focado onde estiver. Tenho contrato até 2024, uma renovação pode acontecer a qualquer momento, mas não é nada que me faça confusão."
Benfica é o grande favorito a ser campeão?
"É um grande favorito, não por ter sido campeão, mas sim por ser o Benfica. É uma ambição nossa, do clube e de todos os adeptos, mas isso é algo natural e já faz parte. Fomos campeões o ano passado, mas não é por esse fator que agora temos mais ou menos favoritismo. Somos o Benfica."
A saída de João Félix
"Acho que tanto o tempo como a idade, por vezes, tornam-se relativos. Às vezes são necessários, mas por vezes tornam-se relativos quando é algo tão evidente. Desejo que ele seja muito feliz, mas estava lá o valor, algo reconhecido por todos, e é muito difícil encontrar um jogador com tanta facilidade em chegar ao golo."
Texto: Diogo Nascimento e Sónia Antunes
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