Rui Vitória: "Concentração, inteligência, rigor e perspicácia tática"

Fonte
slbenfica.pt

A estreia do Benfica no Grupo E da Liga dos Campeões 2018/19 acontece às 20h00 de quarta-feira no Estádio da Luz. Perante o "fortíssimo" Bayern, as águias vão ter de ser poderosas a nível tático, explicou o treinador Rui Vitória na antevisão do duelo com os bávaros.

 

Este desafio com o hexacampeão da Alemanha é também um jogo de reencontros, trazendo à memória os dois embates dos quartos de final da Champions de 2015/16, uma eliminatória que os bávaros venceram à justa (3-2 no agregado).

 

"Temos de ser novamente fortes do ponto de vista tático. É aqui que tem de residir a nossa força, que é a perspicácia de saber por onde é que o adversário nos quer atacar, por onde é que temos de atacar o adversário. Isso tem de ser uma mais-valia nossa", assumiu Rui Vitória em conferência de Imprensa.

 

 

Que Benfica se vai apresentar na estreia no Grupo E da Liga dos Campeões?

Vamos enfrentar uma das melhores equipas na Europa, que normalmente chega muito longe nesta competição. É muito motivante. Vamos enfrentar o adversário com muita determinação e convicção no que estamos a fazer e no resultado que queremos alcançar, sabendo que do outro lado está uma equipa recheada de jogadores muito experimentados. Da equipa que jogará amanhã [quarta-feira], estão seis, sete, oito jogadores que nos defrontaram em 2016. Isso quer dizer que os jogadores de qualidade se têm mantido, há grande estabilidade e experiência internacional no Bayern. Mas isto não retira em nada a nossa ambição. Temos de enfrentar o adversário sabendo os problemas que nos pode causar e pondo também o nosso futebol em campo.

 

Niko Kovac, treinador do Bayern, disse que conhece bem a estratégia ofensiva do Benfica. De que forma é que a sua equipa vai encontrar o equilíbrio para defender e atacar bem?

O meu colega conhece eventualmente a estratégia do Benfica, eu conheço muito, mas mesmo muito bem o valor do Bayern e dos seus jogadores. O que poderá fazer a diferença? Sermos uma equipa personalizada, que acredita no que está a fazer, que respeita o adversário, mas em determinados momentos termos a arrogância, no sentido positivo, de querer ganhar o jogo. Temos de ser muito concentrados e muito inteligentes nos caminhos a dar à bola e onde e quando a temos de ter. É um jogo que requer níveis de concentração muito elevados, uma mentalidade muito forte. Os jogadores também têm de ter abertura para assumir que gostam destes jogos para mostrar as suas capacidades. Fundamental é a equipa ser inteligente, concentrada, rigorosa e aproveitar os erros que o Bayern poderá cometer.

 

O que é mais arriscado: mudar o sistema para um registo mais defensivo ou manter o habitual, mais ofensivo, contra uma equipa forte como a do Bayern?

Trabalhamos com ideias muito claras. Existem conceitos e princípios dos quais não abdicamos. Em qualquer jogo há sempre nuances que temos de criar na nossa equipa para controlar aqui e ali as virtudes do adversário. Não andamos a trabalhar todo este tempo com umas ideias para depois agora irmos para um jogo a querer impor outras. A nossa forma de estar no campo vai ser a mesma. Do outro lado vai estar um opositor que em determinados momentos nos vai obrigar a ir para trás, tal como nós, noutros momentos, também vamos causar problemas ao Bayern. Quem está a jogar a este nível e quer ganhar tem de ter esta postura. Temos de ser astutos e perspicazes na forma como vamos montar a equipa, mas não vamos alterá-la de forma evidente em função do adversário. Podemos ser penalizados, mas também podemos ser beneficiados com isto, porque acreditamos no trabalho e no processo de treino. É isso que vamos passar para o campo.

 

 

O Benfica de 2018 está mais forte do que aquele que em 2016 discutiu os quartos de final da Liga dos Campeões com o Bayern?

Muitas vezes os jogos têm vida própria e levam-nos para desempenhos melhores ou piores. O desempenho que tivemos em 2016 é um exemplo claro do que é uma riqueza tática num jogo. Foram dois desafios muito interessantes do ponto de vista tático, fundamentalmente o de lá, na altura com a equipa do Bayern com uma disposição ligeiramente diferente daquela que tem agora. Temos de ser novamente fortes do ponto de vista tático e é aqui que tem de residir a nossa força, que é a perspicácia de saber por onde é que o adversário nos quer atacar, por onde é que temos de atacar o adversário. Isso tem de ser uma mais-valia nossa. Estamos com muita vontade de jogar.

 

 

Esta partida representa também o retorno de Renato Sanches ao Estádio da Luz, onde se projetou para a alta-roda com a camisola do Benfica e sob a sua liderança técnica. Este regresso também é especial para si?

Fico sempre satisfeito quando revejo estes jogadores. Eles reconhecem o trabalho que fizeram em toda a Formação do Benfica e depois no futebol sénior, e a mim deixa-me orgulhoso ver estes jogadores a brilhar na Europa. Já tive oportunidade de cumprimentá-lo. Desejo que jogue, porque quero é que os jogadores que tive possam estar sempre a um bom nível, mas que perca. E que depois ganhe todos os outros jogos, menos o que fizermos em casa deles.

 

 

 

Texto: João Sanches

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