São Zahovic e Roger compatíveis?

A discussão foi aberta há muito tempo: Roger e Zahovic são compatíveis? As opiniões de adeptos e críticos coincidem em dois pontos: são dois excelentes jogadores; ambos estão muito diferentes, para melhor. Depois, dividem-se. Poucos são os que admitem abdicar de um deles, a maioria tenta a co-habitação. Roger e Zahovic são mesmo compatíveis? O brasileiro não estará preso no flanco direito? Cada cabeça... Mal se confirmou que Roger ficaria na Luz esta época a discussão brotou naturalmente. Ainda hoje, nos treinos, os adeptos discutem o assunto. Primeiro, temeu-se por um choque de personalidades. Ao que parece, e segundo já testemunharam treinador e alguns jogadores, o balneário encarregou-se de diluir excessos de protagonismo e a convivência entre os dois — e entre todos — parece saudável. Depois, colocou-se a tónica nos aspectos desportivos. São dois brilhantes jogadores, aparentemente para o mesmo espaço de terreno. Jesualdo Ferreira solucionou o problema jogando com os dois, com Roger mais encostado aos flancos. O brasileiro, no entanto, sobe de rendimento quando actua na zona central, atrás do avançado. Os jogos particulares que fez com o Vitória de Setúbal e Fátima, por exemplo, revelaram isso mesmo. Mas a solução é tirar Zahovic? Como, se o esloveno está a jogar bem e marcou nos jogos particulares e já tem um no campeonato? Rivalidade saudável Pode ou não ser coincidência, mas o Benfica já começou a ganhar com esta rivalidade. Ambos se exibem em patamares bem superiores ao passado recente. Este Roger está muito mais maduro do que há duas épocas, quando chegou do Brasil, enquanto Zahovic se mostra bem mais próximo do nível a que nos habituou, reconhecendo o próprio que na época passada não rendeu o que todos esperavam. As opiniões divergem, mas a maioria dos treinadores que ouvimos apostam nesta dupla. Há quem sugira maior rotatividade entre ambos, encostando Zahovic às alas e Roger no meio, dentro do próprio jogo, para que o brasileiro também dê largas à imaginação. Todos adorariam ter este dilema. Dramático seria estarmos a falar de dúvidas sobre jogadores sem qualidade. Há quem pense que Roger não está nada preso ao lado direito, já que o modelo de jogo de Jesualdo é suficientemente flexível. O Campeonato, por outro lado, é longo e Jesualdo não tem apenas dois jogadores brilhantes. Fundamental é que os atletas pensem em termos colectivos e não pessoais. Até porque no banco as alternativas dão segurança.