APRECIAÇÃO À EQUIPA
Benfica frente ao S. Clara: Sem os mínimos europeus
Os encarnados não revelaram ontem o talento, a vontade e as soluções necessárias para se candidatarem a um lugar nas competições da UEFA da próxima temporada. Os comandados de Jesualdo Ferreira voltaram a perder (com inteira justiça) mais dois pontos, que se podem revelar de extrema influência na luta que estão a travar
MOREIRA - Uma fífia quase lhe estragava a exibição. Hesitou no momento de receber um passe de Argel e quase ofereceu um golo ao adversário. Felizmente para ele, a bola não entrou... De resto, esteve impecável.
ARMANDO - Bem a defender, levou longe de mais o esforço em vários lances de ataque.
ARGEL - Sentiu dificuldades perante a velocidade dos avançados do Santa Clara. Perdeu lances por falta de poder de antecipação, mas ganhou outros, devido à tradicional entrega à luta.
JOÃO MANUEL PINTO - Estava a ser, inequivocamente, o melhor jogador em campo e o único benfiquista a demonstrar uma classe inquestionável, quando o lance individual de Gabor Vayer quase deitou por terra a exibição perfeita do central benfiquista. O defesa dos encarnados foi demasiado permissivo na altura de disputar a "dividida" com o húngaro, deixando que este se isolasse para rematar ao poste da baliza de Moreira. Tratou-se da nódoa da exibição de um central imponente, autoritário, com espírito de sacrifício e de uma extrema atenção na hora de dobrar os companhaheiros.
CANEIRA - Deu um maior auxílio ao ataque que o habitual, mas faltou-lhe discernimento na hora de soltar o esférico.
EDNILSON - O único trabalhador de um meio-campo superpovoado. Esteve irrepreensível nessa missão, mas, depois de recuperar a bola, quase nunca serviu com precisão os companheiros.
TIAGO - Discreto. Efectuou um dos piores jogos ao serviço do Benfica. Não teve o habitual contributo em termos defensivos nem a lucidez que o caracteriza no momento de iniciar lances de ataque.
DRULOVIC - Passou ao lado do jogo.
CARLITOS - Só a má condição física que tem apresentado justifica a saída ao intervalo. Foi dos poucos a dar velocidade ao ataque.
ZAHOVIC - Começou por actuar como o elemento mais avançado. Sem perfil para a missão, revelou-se inofensivo. O esloveno transformou-se, todavia, após a entrada de Mantorras. Mais recuado no terreno, combinou bem com os companheiros e ofereceu mesmo um golo ao angolano. Voltou a desaparecer perto do final.
MIGUEL - Lutou, mas não desequilibrou.
MANTORRAS - Sem ter feito uma boa exibição, a sua entrada teve o condão de trazer maior profundidade ao ataque. Protagonizou um duelo interessante com Kali e, na única oportunidade de que dispôs, não deu o melhor seguimento a um passe magnífico de Zahovic.
PORFÍRIO - Trouxe velocidade, mas voltou a revelar falta de bom senso. O árbitro poupou-lhe a expulsão.
ANDRADE - Refrescou o miolo.