Fonte
A Bola On-Line
Tantos erros dá para desconfiar
Simão é o jogador mais indisciplinado do Benfica, se tivermos em conta os seis cartões amarelos que já recebeu no campeonato. Números que o jogador contraria com algumas críticas.
— Porquê tantos amarelos?
— Dois deles foram mostrados na sequência de penaltys no Bessa e nas Antas que foram mesmo falta. O árbitro entendeu que cai por que me estava a fazer à grande penalidade, que simulei, e contra isso não posso fazer nada. Os outros foram por discutir decisões, mas quando assisto a injustiças não me consigo controlar. Vou tentar melhorar...
— A actual classificação do Benfica é consequência de arbitragens menos felizes?
— Não podemos encontrar justificações apenas nas arbitragens, mas o certo é que se tivessem marcado os penaltys no Bessa e nas Antas o Benfica não estaria a três pontos do F. C. Porto e a nove do Boavista. Concordo com a opinião de que o Benfica é a instituição mais prejudicada e que mais razões de queixa tem, desde a primeira jornada. Nunca fui árbitro e acredito que seja complicado, mas quando se erra tantas vezes dá para desconfiar.
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Parabéns a Luís Filipe Vieira!!
— O facto de Luís Filipe Vieira ter dito que esta é uma «equipa-maravilha» pesou no subconsciente dos jogadores?
— Não. Concordo inteiramente com ele. É de aplaudir todo o trabalho que tem feito no Benfica. Não é fácil uma pessoa chegar ao clube e fazer logo uma equipa tão boa como ele fez. Tem feito muito por esta instituição e quero dar-lhe os meus parabéns por tudo. Trouxe muitos jogadores novos e de qualidade fantástica. Vamos continuar a fazer o nosso melhor e esperar que as outras equipas tropecem.
— Como é a relação de Luís Filipe Vieira com o grupo de trabalho?
— É boa. Tem o cuidado de estar sempre perto de nós, falar connosco, tentar perceber os problemas de cada um quando eles existem. Sabe estar no futebol e tem-nos ajudado muito, ficando ao nosso lado nos bons e maus momentos.
— E relativamente a Manuel Vilarinho?
— Luís Filipe está mais perto de nós, mas isso não quer dizer que o presidente esteja longe. Também faz questão de estar connosco, muitas vezes viaja com a equipa e passa algum tempo com ela nos estágios. Tem um papel igualmente importante, é ele que manda.
— Para além do reforço da equipa, que mais trouxe Luís Filipe Vieira ao Benfica, ao nível da organização do departamento de futebol?
— O mais importante é, sem dúvida, a forma como reforçou o grupo. Não quero dizer com isso que os jogadores que cá estavam o ano passado não tinham valor, mas a partir do momento em que decidiram mudar ele fez um óptimo trabalho. Relativamente à SAD e outras matérias não me compete falar.
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Temos de ir às provas europeias
— Seria um duro golpe o Benfica ficar mais um ano fora da Europa…
— Como já disse, ainda não nos demitimos do título e vamos lutar até ao fim pelo título de campeão nacional. Se, porventura, se tornar impossível chegar ao primeiro lugar, vamos pensar na Liga dos Campeões ou, em último caso, na Taça UEFA. Não queremos ficar mais um ano fora das competições europeias, pois uma instituição tão grande como é o Benfica tem de estar nessas provas. É impensável o contrário e os jogadores tudo vão fazer para que isso não aconteça, como temos feito até aqui.
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Marcar no Mundial para dedicar à filha
Tudo indica que Simão será um dos 23 eleitos por António Oliveira para representarem o orgulho nacional no Campeonato do Mundo. Um sonho à beirinha de tornar-se realidade que o jogador abraça com uma emoção incontida. Os golos que possa marcar no Oriente até já têm dedicatória, a filha de apenas um ano.
Faltam cerca de três meses para se conhecer a lista de jogadores portugueses convocados para o Mundial de 2002. António Oliveira tem chamado Simão com regularidade e, assim, é bem provável que o extremo do Benfica faça a viagem para o Oriente. Ela, pelo menos, sonha com essa possibilidade.
— Está muito entusiasmado com a possibilidade de jogar no Mundial?
— Isso seria fantástico, mais ainda se marcar um golo e puder dedicá-lo à Mariana, a minha filha. Gosto de guardar estas coisas para mim, mas no jogo com o Sporting já dediquei um golo à minha esposa e agora pedi ao roupeiro para gravar o nome da Mariana na camisola e quero levantá-la muitas vezes. Quando vim para o Benfica, um dos meus objectivos era jogar com maior regularidade para poder aspirar a ir ao Mundial. Sei que vai ser difícil e que a escolha do seleccionador não será fácil, mas espero que o meu nome esteja nos 23 eleitos.
— Portugal é candidato ao título mundial?
— Por que não? Se as outras selecções podem, nós também temos direito a sonhar. Recentemente fomos considerados a quarta melhor equipa do Mundo e agora temos todas as condições para pensarmos em ganhar. Quando chegarmos aos jogos logo vemos quais são as nossas possibilidades.
— Quais são os outros candidatos?
— Na minha opinião, a Argentina e a França. Temos também de pensar na Inglaterra.
— Como sentiu o regresso a Barcelona, no jogo pela Selecção?
— Não vou esquecer que estive nesse grande clube, oportunidade que muitos jogadores gostavam de ter. É preciso recordar que não fui dispensado mas sim optei por sair, pois queria jogar com maior regularidade. Não tenho problemas em Barcelona e as pessoas continuam a gostar de mim.