Entrevista interactiva exclusiva com o Sr. António Carraça

andre_04_SLB

Citação de: Sousa_slb em 23 de Fevereiro de 2007, 19:04
Andre já tas a pensar na proxima entrevista n?

uma entrevista com o fernando santos seria excelente.
MAs nessa entrevista seria tipo a perguntar como está a ver a evolução da nossa formação(visto ter estado numa das melhores escolaa- scp), perguntar o k axa k jogadores d valor dos juniores e coisas assim?

è um bocado impossivel n?

Estou a pensar nas próximas. Tenho três em mente. eheh

Ao Fernando Santos é bastante complicado. Impossível diria mesmo!

Um abraço

Rui Costa

Ainda não li quase nada mas vê-se logo que o sr Carraça respondeu de forma muito cuidada.

Obrigado pela paciencia a ele assim como a todos os intervenientes.

Rusty Ryan

Citação de: andre_DV04_SLB em 23 de Fevereiro de 2007, 19:09
Citação de: Sousa_slb em 23 de Fevereiro de 2007, 19:04
Andre já tas a pensar na proxima entrevista n?

uma entrevista com o fernando santos seria excelente.
MAs nessa entrevista seria tipo a perguntar como está a ver a evolução da nossa formação(visto ter estado numa das melhores escolaa- scp), perguntar o k axa k jogadores d valor dos juniores e coisas assim?

è um bocado impossivel n?

Estou a pensar nas próximas. Tenho três em mente. eheh

Ao Fernando Santos é bastante complicado. Impossível diria mesmo!

Um abraço

Sem tentares nunca saberás... mas era excelente, pelo menos para sabermos o que pensa sobre as nossas camadas jovens e quais são os seus objectivos e convicções sobre o lançamento dos nossos jovens atletas na equipa principal.

Devil1


LeoG

Muito boa a entrevista, esteve muito bem o sr carraça. Perguntas muito concretas, ficaram alguns aspectos por esclarecer, mas é compreensível. De qualquer maneira foi uma grande iniciativa, isto é benfiquismo. Parabéns!

MJV1

espero que depois desta entrevista do carraça,alguns users que aqui se mostram normalmente muito septicos e sem confiança em relação ao trabalho que está aser desenvolvido na formação,possam ser um tudo nada mais optimistas e tolerantes.
pois não é de um dia para o outro que se obtem os frutos que todos nós desejamos,mas de uma coisa eu tenho a certeza;com os precalços normais nestas situações,acho que estamos no caminho certo para sermos no futuro a maior potencia da formação em portugal!!!

PS-os meus parabens ao andre e ao francisco pela exelente entrevista!!


Kobille

O nosso Centro de Estágio está muito bem equipado... Toshiba... ah luxo...
;D

ehnakela


Hugors

Grande trabalho e grande iniciativa. Muitos parabéns e um grande obrigado porque é uma entrevista muito interessante e sobre matérias que normalmente não são muito focadas.

Parabéns também ao Sr. António Carraça pela disponibilidade demonstrada. Sem dúvida nenhuma que prestigiou o Benfica ao prestar-se a conceder esta entrevista a uma comunidade de adeptos.

Os desportivos nacionais vão ficar a roer-se de inveja...

Redady

Citação de: andre_DV04_SLB em 23 de Fevereiro de 2007, 19:09
Citação de: Sousa_slb em 23 de Fevereiro de 2007, 19:04
Andre já tas a pensar na proxima entrevista n?

uma entrevista com o fernando santos seria excelente.
MAs nessa entrevista seria tipo a perguntar como está a ver a evolução da nossa formação(visto ter estado numa das melhores escolaa- scp), perguntar o k axa k jogadores d valor dos juniores e coisas assim?

è um bocado impossivel n?

Estou a pensar nas próximas. Tenho três em mente. eheh

Ao Fernando Santos é bastante complicado. Impossível diria mesmo!

Um abraço

Desde já os meus parabéns e que a sorte,vontade e a tua capacidade te levem longe, a entrevista que tu e o Francisco realizaram é digna de aparecer num jornal desportivo!

Em relação a outras entrevistas, gostaria de ter um Fernando Santos e acredita que se ele souber quem és e que se trata do nosso serbenfiquista.com dá-te de certeza!

Não ponhas limites André! ... antes um não na vida, do que um talvez pudesse ter acontecido!

pedroslb78


Omnic

#42
André e Tiger:
De facto, vocês mereciam um reconhecimento oficial...pelo trabalho, disponibilidade e dedicação à grande família benfiquista!! 
É com muito prazer que acompanho os vossos textos! Continuem a desenvolver este excelente trabalho e contem com a minha colaboração para o que for necessário...Vocês entendem né  ;)
Saudações benfiquistas

Monteirex

Caro André,

Belissimo trabalho. Só por isto já valeria a pena ser frequentador assíduo deste site.

Um abraço de parabéns

Monteirex

Já agora, e por mera curiosidade, aqui fica, com permissão dos administradores deste fórum, a entrevista que o mesmo Carraça deu a A Bola em 2005:



Abanei alguma inactividade e comodismo que existiam

"A formação é o coração e a equipa principal o oxigénio do Benfica." O lema foi lançado por António Carraça quando iniciou funções, a 17 de Maio de 2004, na gestão profissional do futebol jovem. Ao longo destes 10 meses, a declaração de princípios ganhou contornos de lei. A lei de Carraça, que teve autonomia para alterar conceitos, práticas e pessoas. Admite que abalou com um certo status quo existente em determinados sectores internos, mas lembra que teve sempre o apoio incondicional de Luís Filipe Vieira, que lhe tece rasgados elogios. Os resultados, diz, começam a aparecer. E existe a profunda certeza de que mais casos como Manuel Fernandes serão uma realidade a médio prazo.
Como está a formação no Benfica?
- Quando iniciámos funções tratámos imediatamente de detectar os défices e limitações que o departamento tinha. Fizemos um levantamento quanto à estrutura física e em relação aos quadros existentes. Fiz saber ao presidente do conselho de administração da SAD [Luís Filipe Vieira] que teríamos de ter objectivos definidos, uma estratégia e um projecto. E depois escolhemos as pessoas com o perfil certo para implementar esse projecto. É um trabalho a médio prazo mas cujos resultados já começam a aparecer. A primeira prioridade é criar condições para que dois a três jogadores entrem na equipa principal todos os anos. Na próxima época isso já poderá acontecer.

- Que tipo de obstáculos tem encontrado para levar a cabo esse trabalho?
- O nosso orçamento, que é reduzido. Depois, o facto de ainda não termos um local para centralizar todas as operações no trabalho diário. Só no terceiro/quarto trimestre deste ano é que vamos ter pronto o centro de estágio e formação. Temos andado com a casa às costas e estamos a falar de 11 equipas, mais de 200 jovens, dezenas de técnicos, médicos, paramédicos, fisioterapeutas, roupeiros. Mas sabíamos que iria ser assim e até tentei criar um lema: não temos problemas, temos soluções.
Jogadores desenvolvidos intelectualmente
Qual tem sido a reacção das pessoas ao seu trabalho?
- Sempre assumimos que iria ser uma etapa nova neste clube. O rigor iria ser muito, tal como a exigência, competência e profissionalismo. Aos jogadores sempre dissemos que não basta ter qualidade, queremos ajudá-los a crescer, a tornarem-se do ponto de vista intelectual pessoas mais desenvolvidas para poderem assumir o papel que poderão não ter no futuro enquanto jogadores profissionais. Fizemos entender que o Benfica é mais do que um clube, é uma instituição com história, pergaminhos, uma mística, uma imagem universal. Por isso era importante que tivessem consciência do clube que estavam a representar. Definimos um perfil de jogador que vá ao encontro dos desafios que se vão colocar no futuro: tal como o presidente já o disse, quer que o plantel seja composto por jogadores portugueses. É a chamada Geração Benfica. Os objectivos de todos os que trabalham aqui são quase diários, todos os quadros são submetidos a avaliação constante.

- Mas teve de lutar contra anticorpos?
- Não diria que causei uma reacção estranha, mas fiz abanar alguma inactividade e algum comodismo que existia. Mas se não fosse assim não fazia sentido terem-me convidado para este projecto. Mas este é um trabalho colectivo. Tive de fazer opções, por exemplo, cerca de 90 por cento da área técnica que existia antes de eu chegar foi substituída na definição clara do que era o perfil do treinador para a formação do Benfica. Fiz alguns reajustamentos nas áreas administrativa, prospecção, da análise e acompanhamento, e vou continuar a fazê-lo. Fui sempre sincero com todas as pessoas, todos sabemos que temos de assumir as nossas responsabilidades tendo em conta o que são os interesses do Benfica e do conselho de administração. Não quero que os meus colaboradores sejam meus amigos, quero acima de tudo que sejam quadros competentes, responsáveis, profissionais e dedicados a este projecto. Se assim for vão comigo até ao fim do Mundo. Quem não tiver essa capacidade será substituído. Isto faz parte de uma sociedade cada vez mais competitiva em que os mais aptos são os aproveitados.

Em cinco anos teremos um plantel maioritariamente português

INVERSÃO da lógica nos contratos, criação de uma rede nacional e internacional de observadores, mentalização dos jogadores para a história e valores do Benfica. São estes e muitos mais os vectores que vão permitir ao clube ter uma margem de erro mínima quando apostar num jogador da casa. É este o caminho, realça, para que se crie um ciclo de cinco a 10 anos de directrizes únicas. "Todos os clubes que venceram títulos fizeram isto", lembra António Carraça.

Diz que o Benfica deve ter um projecto a longo prazo. Quantos anos deve ter esse ciclo?
Tudo o que tenha menos de cinco ou 10 anos não faz sentido. Temos de trabalhar numa lógica temporal para desenvolver as nossas estratégias. Formar jogadores e homens, levar dois a três jogadores para o plantel principal, aumentar o número de jogadores internacionais, criar hábitos de vitória, reforçar a cultura e mística do Benfica, criar uma rede de escolas e protocolos no País e no estrangeiro (depois de Londres vão ser criadas escolas em Paris, no Brasil, na África do Sul, em Angola, Moçambique e Cabo Verde),uma rede de informação activa. Por exemplo, quando cheguei aqui tínhamos uma rede de 18 observadores em todo o País, neste momento temos quase 250 a dar informação quase diária, que nos ajuda a criar uma base de dados interactiva. O nosso objectivo é ter um retorno na qualidade do trabalho e financeiro na eventualidade de uma transferência. Desenvolver e potenciar tudo isto vai originar a tal Geração Benfica que obviamente terá de levar cinco a 10 anos. É importante que assumamos este como um projecto de continuidade e um dos desígnios do clube.
Acabou a ideia de que um jogador sairia facilmente do clube?
- Aquilo que nós definimos foi o perfil de jogador do Benfica, tanto assim é que há um tempo ficou definido que iríamos fazer o acompanhamento de todas as grandes competições internacionais e nacionais onde os nossos jogadores representem as respectivas selecções. Tudo isto para criarmos uma base de dados sobre jogadores que possam vir a reforçar o Benfica. E neste momento estamos em condições de tomar decisões rapidamente, porque existe um canal diário e regular entre a formação e o presidente do conselho de administração. No caso de alguns jogadores fomos tomando decisões. Mas tenho de dizer outra coisa: nas várias alterações que fizemos uma delas teve a ver com os vencimentos dos jogadores. Fiz questão de transmitir aos jovens que neste momento a aposta é mútua: nós apostamos neles e eles têm de apostar no Benfica. Porque apesar de a margem de erro ser agora mínima existem sempre dúvidas em torno do jogador em causa e são eles que terão de dizer se tivemos razão em lhe darmos uma oportunidade. Os vencimentos são dignos mas não têm nada a ver com o que o Benfica pagava no passado recente. Não só por causa da recessão mas porque o Benfica habituou os seus funcionários a cumprir com os seus compromissos. Definimos, por isso, o contrato em dois patamares: o vencimento normal e os objectivos definidos, ou seja, número de jogos, internacionalizações, etc. E a partir do momento em que esse jovem assuma um espaço na equipa principal quer eu, o presidente do conselho de administração ou os próprios responsáveis pelo futebol profissional, iremos sentar-nos à mesa para reestruturar o contrato. É o assumir de um patamar novo.

- Está a falar de revisão de contratos?
- Claramente. Dou-lhe o exemplo: os jovens que possam juntar-se à equipa principal na próxima época. Quando o fizerem ainda terão mais quatro anos de contrato. Ou seja, poderá haver lugar à reestruturação do seu contrato.

Tenho uma relação cordial com José Veiga

É visto como o futuro director geral da SAD, principalmente depois dos fortes elogios públicos de Luís Filipe Vieira ao trabalho já desenvolvido no sector de formação. Apesar de dizer que tem capacidade para ocupar qualquer cargo no futebol português, lembra que é José Veiga o gestor para o futebol profissional e garante só ter olhos para o projecto que está a desenvolver no futebol jovem. "Tudo o que se possa dizer é amais pura especulação", frisa Carraça, pretendendo, com este discurso, contribuir para que o clube se concentre no objectivo prioritário: vencer o campeonato e a Taça de Portugal.
Sente-se capaz de vir a abarcar todo o futebol do Benfica, o de formação e profissional?
- Essa questão não se coloca agora, porque fui convidado para ser o gestor para a área da formação durante três anos, tendo exigido que o meu trabalho fosse reportado apenas ao presidente e ao conselho de administração. Em relação a essa questão, digo apenas que o Benfica está num momento privilegiado para ser campeão nacional e ganhar a Taça de Portugal. Mas estou no futebol há 32 anos e o Benfica é sem dúvida nenhuma uma paixão que eu assumi de uma forma clara. Nos próximos três anos serei o gestor para a formação.

- Mas muitos já o vêem como director geral para o futebol profissional. Considera-se capaz de desempenhar essa função?
- É perfeitamente normal que me sinta com capacidade para assumir qualquer função no futebol português. Tive o privilégio de ter sido jogador de futebol durante 18 anos, fui treinador durante cinco anos, fui dirigente ao mais alto nível como presidente do sindicato, vice-presidente da FIFpro, membro da câmara de litígios da FIFA, membro do Conselho Superior do Desporto, membro do Conselho Nacional contra a Violência e membro do painel de experts da UEFA. Ou seja, todas estas experiências e vivências dão-me capacidade para exercer qualquer cargo ou função ao nível da gestão desportiva. Mas também lhe digo que o mais importante é o presente e o trabalho que desenvolvo. A minha prioridade está neste momento apenas centralizada na área da formação do Benfica. Tudo o que se possa escrever é mera especulação, nada nos vai desestabilizar, porque no Benfica todos sabemos qual é a nossa área de influência e respectivo raio de acção.
Sou rigoroso e peço rigor a quem trabalha comigo
Qual é a sua relação com José Veiga?
- Perfeitamente normal. As nossas áreas ficaram claramente definidas no organigrama que a SAD aprovou e todo o trabalho tem sido desenvolvido dentro de uma lógica de profissionalismo, cordialidade e respeito mútuo. É assim que irá acontecer. Eu levo o meu trabalho muito a sério, sou muito rigoroso e por isso também peço rigor a quem trabalha comigo. Por isso, as minhas relações no Benfica baseiam-se numa lógica profissional. É assim também com os meus colaboradores.
- Qual é a relação existente entre a formação e o futebol profissional?
- Durante a reestruturação que levámos a cabo fizemos um conceito, um perfil de jogador, um perfil de treinador, a criação de um departamento de prospecção transversal que abarque um universo nacional e internacional. E se esta área é o coração do clube, é natural que haja uma boa relação. Várias vezes os nossos jogadores da equipa B e juniores treinam-se com a equipa principal. O Álvaro Magalhães é um assistente assíduo dos jogos da equipa B e de alguns escalões de formação, o que quer dizer que essa interligação existe. Mas não nos podemos esquecer que este é um ano muito importante no Benfica, é o ano zero, em que o objectivo assumido é ser campeão. Por isso, a área do futebol profissional está virada para esse objectivo prioritário. Mas acredito que com a obtenção do título estarão criadas condições para consolidarmos o nosso projecto e para que possamos atingir outros resultados.


Saudações benfiquistas