Simão Sabrosa

[Shoky]

Agente explica transferência falhada de Simão para o Liverpool: as folhas em branco de Vieira e Portela como "erro fatal".
Paulo Teixeira recorda que Benítez quis o extremo por não conseguir Quaresma e lembra viagem desde a Portela.



O empresário Paulo Teixeira revelou vários pormenores da transferência falhada de Simão Sabrosa para o Liverpool, em 2005. O agente divulgou o documento com a oferta, em que o Benfica iria receber 10 milhões parcelados, além de 2 M€ quando o capitão das águias fizesse 50 jogos. As águias também tinham a opção de receber 11 M€ a pronto. As águias teriam a mais bónus, conforme os resultados coletivos dos reds. Mas a versão de Paulo Teixeira também revela como começou o interesse de Rafael Benítez, técnico do Liverpool nessa altura, o pedido que foi feito por Luís Filipe Vieira e a viagem que levou ao fim do negócio. As negociações, de resto, começaram quando Rafael Benítez não conseguiu contratar Ricardo Quaresma ao FC Porto.

"O Rafa confessou-me a sua frustração por não conseguir obter resposta do FC Porto pelo interesse manifestado pelo Ricardo Quaresma. Conhecendo aquela barreira pintodacosteana, onde só os convidados VIP passam, sugeri-lhe o Simão Sabrosa, cujas características técnicas se assemelhavam ao extremo portista. Benitez ficou surpreso e perguntou: 'Y Benfica lo vende?!'", começou por contar o empresário, através da rede social Facebook.

A partir daí, Paulo Teixeira enumera as pessoas que colocou em ação para fazer o negócio andar. "Tirei do sono o Jorge Baidek, o empresário que, na época, tinha trânsito livre junto a Pinto da Costa e que mantinha uma estreita relação com José Veiga, então diretor geral do Benfica. Baidek acionou o jornalista João Diogo, pai da esposa do Simão Sabrosa, e a operação começou rapidamente a tomar forma. Informado, Luiz Filipe Scolari facilitou a tarefa e imediatamente dispensou o jogador dos trabalhos da seleção nacional", frisou.

Paulo Teixeira terá pedido "silêncio total" para que a operação não viesse a público, com Luís Filipe Vieira, presidente do Benfica nessa altura, a assumir a exigência. "LVieira meio apressado meio irritado, fez uma coisa que nunca vi na vida: entregou ao João Diogo duas folhas em branco com o cabeçalho Benfica SAD, assinadas, e exigiu: 'preencham isso e tragam 15 milhões para o Benfica!' Quem preencheu fui eu", contou.

No entanto, as negociações acabaram mesmo por ser divulgadas na imprensa e Luís Filipe Vieira "começou a recuar", até porque Simão era "o ídolo da nação encarnada." Perante esse contexto, o dirigente "alegou que a operação precisava de quatro assinaturas", sendo que apenas havia a de Vieira, Domingos Soares de Oliveira e Rui Cunha: "Vieira saiu do escritório do Baidek dizendo que ia à casa da dra. Teresa Claudino [antigo elemento da SAD encarnada] buscar a quarta. Nunca mais voltou."

No entanto, foi feito um último forcing, mas a viagem a partir de Lisboa 'matou' a transferência. "Decidimos partir para o tudo ou nada. O Baidek alugou um avião e aí cometeu-se o erro fatal: em vez de irmos a Tires e embarcar discretamente, o avião pegou-nos na Portela. Quando chequei ao hall do aeroporto, a imprensa estava toda lá. Recuámos e cada um foi para a sua casa", disse.

Em 2022, Simão já tinha abordado essa possibilidade e lembrou que quis essa transferência. "Só pensava em transferir-me para o Liverpool. Lembro-me que estava com a Seleção Nacional e o meu empresário disse-me para ir ao escritório dele, porque o Liverpool tinha feito uma proposta. O Scolari deu-me autorização, mas quando cheguei ao Estádio da Luz disseram-me que era impossível, que não tinha autorização para embarcar no avião, por isso tive de ficar", contou, ao 'The Guardian', o atual diretor para as relações internacionais do Benfica.



Por Record

Que fdp de negócio ruinoso era.